quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A TAL FELICIDADE

Ouvi dizer que a tal felicidade
Todos vivem por ela a procurar.
Pode ser somente ingenuidade
Mas sinto que ela me quer abraçar…

Será loucura? Mera insanidade?
Mas mesmo assim eu quero louca estar!
Morrer do que acredito ser verdade.
Vivendo do prazer de acreditar!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Para o meu neto Luís Divo, menino corajoso e valente


Era uma vez um menino muito forte e valente, que dizia não saber o que era o medo. Por isso, chamavam-lhe Júnior Sem Medo.
Uma noite, para demonstrar o seu valor, Júnior foi para o Bosque dos Espantos e ficou ali a dormir toda a noite, sem medo ao escuro e ao silêncio.
No dia seguinte, foi ao Castelo do Terror para nele passar três noites seguidas, já que quem fizesse isso casaria com a filha do Rei.
Na primeira noite, apareceu-lhe um grupo de fantasmas, mas Júnior Sem Medo lutou com eles à pancada e fê-los fugir espavoridos.
Na noite seguinte, apareceu-lhe um urso enorme, mas o nosso herói defendeu-se vencendo a fera.
Na terceira noite, teve que enfrentar um dragão, mas Júnior lutou com tal bravura que fez fugir o espantoso monstro.
O Rei ficou muito contente ao saber que Júnior Sem Medo tinha saído vitorioso da prova do Castelo do Terror e, em recompensa, concedeu-lhe a mão de sua filha, a formosa Princesa Lírio do Vale.

Para o meu neto João.


A Praia

O João é um menino traquina e irrequieto, como aliás são todas as crianças. Mas este menino tinha um sonho. Um sonho que crescia no seu peito, à medida que ele crescia.
Como nascera numa pequena aldeia no interior de Trás-os-Montes, e nunca de lá tinha saído, o João não conhecia o mar. Conhecer o mar! Esse era o grande sonho do João.
- Ó mãe – perguntava ele - Quando é que vamos ao Porto ver a minha avó?
-Ai meu filho, as vezes que tu já me fizeste essa pergunta - respondia a mãe já cansada de o ouvir - No próximo fim - de - semana, se Deus quiser, vamos.
-E podemos ir à praia, mãe? - Tornou o João não cabendo em si de contente - Podemos?
-Mas é claro - retorquiu a mãe pacientemente e com ternura na voz - Pois se tu não tens falado noutra coisa há uma série de dias!
Depois de feita a viagem e se terem instalado em casa da avó do João, no Domingo de manhã bem cedinho, rumaram à Foz do Douro. Quando lá chegaram, o João mal deu tempo à madrinha de estacionar o carro junto ao paredão. Saltou para o passeio e quedou-se, extasiado, a olhar.
Que bonitas eram aquelas barracas - pensava ele - Todas seguidinhas umas às outras e tão coloridas, com aquele pano às riscas largas, vermelhas e brancas e outras mais estreitinhas atrás, brancas e verdes.
-João, não fiques aí especado a olhar – disse-lhe a avó. Vem buscar a tua mochila, que já vamos todos para a praia.
Desceram os degraus do passeio que davam acesso à Praia da Luz e ao chegar ao areal, o João não se conteve e correu em direcção ao mar. Mas não se aproximou demais, não, que aquela imensidão de água metia respeito.
Nesse dia a maré estava calma, e as ondas vinham morrer, de mansinho, aos pés do menino deixando-os branquinhos de espuma.
-Então meu querido? - Era a voz da mãe que chegou sem que ele se apercebesse - Estás contente?
-Muito mãezinha, muito!
E o João corria, para lá e para cá, batia com os pés na água e ria de felicidade. Durante o dia fez desenhos na areia, chapinhou na água, jogou à bola e o tempo foi passando. Até que chegou a hora de regressar a casa. Enquanto a mãe e a avó guardavam as toalhas e fechavam o guarda-sol, o menino sentado num banco em frente ao mar, vendo as ondas desfazerem-se em espuma de encontro às rochas, descobriu o que iria ser quando crescesse. Fixando o olhar, lá longe, na linha do horizonte, o João disse baixinho:
-Quando for grande, vou ser marinheiro!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Serpa dos meus encantos


Torre do Relógio e Igreja de Santa Maria



Não há em Portugal, terra mais antiga e com mais História do que esta.
Serpa é conhecida como Vila Branca em termos turísticos embora, tenha sido elevada a Cidade há já alguns anos. Conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques em 1166, só no Ano de 1295 ficou a pertencer definitivamente a Portugal. No recinto do velhinho Castelo, ergue-se, imponente, a Igreja de Sta. Maria, de estilo gótico. Tem em frente a Torre do Relógio que remonta ao tempo dos Romanos.
Dentro da antiga Muralha foi construído, há muitos anos, o Solar dos Condes de Ficalho, ilustres filhos da terra. Nos arredores, fica o Convento de São Francisco, actualmente, transformado em Lar de
idosos, cuja Capela é considerada Monumento Nacional.
No alto do Monte de S. Gêns, fica a ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira de Serpa e está, também, localizada a moderna Pousada com o mesmo nome do Monte.
Pode, também, visitar o Museu Arqueológico e o lindíssimo Jardim Público, com várias espécies de plantas e aves raras, onde tanto brinquei na minha meninice.
Existe uma Piscina Municipal, de medidas olímpicas, rodeada por belos roseirais. No Verão faz as delícias de quem lá mora e de quem a visita.
Mas vá andando, de rua em rua, desde as Portas de Beja até às Portas de Moura e verá que não lhe faltarão motivos de encantamento, que de certeza o farão lá voltar.