terça-feira, 26 de outubro de 2010

OLHANDO A VIDA....

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HOJE
Vida coberta de amor e dedicação
Quis o destino fazer-me mãe.
Nesta luta da vida, com a vida aprendi
Criando com amor e creio…venci.

Tempo parado em reflexão
Momentos eternos passando,
Sentindo a batida da solidão
E , neste tempo, sigo caminhando

Minutos em horas, dias sem aurora.
O coração parado nessa espera,
Marcando a batida na demora.
Lento, frágil nessa quimera.

Reflecte o tempo, em espera
Pausando devagar o respirar
Morrendo aos poucos, sem nada lamentar.

Reflexo, reflexão, tempo em agonia
Horas passadas, vida sem sol
É o tempo levando a alegria.
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sábado, 23 de outubro de 2010

O MELHOR DE MIM...

Esta foto tem mais de meio século e, para a digitalizar, tive que a pedir, hoje, à minha filha, já
que ela a guarda com muito carinho, juntamente com outras suas, de quando tinha mais ou menos a mesma idade.
A semelhança é de facto bastante notória.
Esta criança de ar interrogativo e um pouco assustada, sou eu com seis meses de idade.
É o que está escrito por detrás da foto, com a caligrafia, inconfundível, da minha saudosa Mãe.
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Esta ideia de falar das minhas memórias de infância, começou a germinar na minha mente
quando um amigo virtual, que muito estimo, publicou as suas belas e bem recheadas
recordações de menino e moço.
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Como a minha meninice decorreu sem grandes incidentes, não teria muito interesse, se as não ilustrasse com algumas imagens.
Assim, fui ao meu velho baú e lá encontrei estas.
Para mim são verdadeiras relíquias, ainda que um pouco amarrotadas.
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Aqui fui uma espécie de pagadora de promessas.
A minha tia Gertrudes, sofreu um acidente grave e prometeu à Nossa Senhora de Guadalupe
padroeira de Serpa, que se recuperasse a saúde e a genica, entre outras dádivas, alguém iria

na procissão, por altura da Páscoa, vestida de Nossa Senhora das Dores.
Ora, como eu era o membro feminino mais novo de toda a família, a escolha recaiu sobre mim.
Creio que teria uns sete anos.
Lembro-me que, tal como hoje, não gostava de acatar ordens. Por isso tudo me foi pedido com muito jeitinho. A minha tia, mulher enérgica e toda despachada, que adorava dar ordens, andou uns tempos comigo nas palmas das mãos.
Até prometeu e cumpriu, comprar-me uns sapatos novos para calçar nesse dia.
O pior é que os ditos eram tão rijos, que no final da procissão eu tinha os pés cheios de bolhas.
Mas valeu a pena!
A foto foi tirada antes, senão o meu ar não seria tão risonho, no estúdio fotográfico do "vizinho" Francisco Favinha, o único fotógrafo da terra e com um talento especial para a arte.
Foi a filha mais nova e minha melhor amiga, que lhe seguiu as pisadas e ainda hoje é ela que dirige a "Foto Favinha".

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Aqui começaram os casamentos das minhas primas.
Esta foi a primeira a casar, tinha eu onze anos.
A minha prima Maria do Carmo. Reparem no ar embevecido do noivo.
Esta é a Igreja de S. Salvador, situada no centro da Cidade, então Vila, e é daqui que parte a
procissão, que eu tinha acompanhado uns anos atrás, até ao Alto de S Gêns, onde fica a Capela da Santa Padroeira.
A jovem que está a meu lado, com um sorriso de orelha a orelha, é a minha irmã
também, chamada Maria do Carmo, seis anos mais velha do que eu.

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Esta foto só aqui está para marcar a transição da infância para a idade adulta.
Embora aqui eu tivesse, apenas, quinze anos.

Nesta altura já não vivia em Serpa e sim em Moscavide.

Isto é era o Bairro dos Olivais. Hoje, existe Olivais Sul e Norte e dos

olivais nem a sombra resta!
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Aqui estou eu, uma jovem e orgulhosa mamã, com a minha filha Ana Manuela

quando ela tinha sete meses.

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Eu, já avó, com o meu primeiro neto o João Pedro
que vai fazer onze anos no dia 8 de Dezembro
dia de Nossa Senhora da Conceição.
Este menino foi uma dádiva que Deus enviou, não só para a minha filha
mas, também, para mim. Sei isso, porque ele veio ao mundo numa altura em que
eu mais precisava dele.
Senti isso no dia em que ele nasceu.
Voltar a ter um bebé nos meus braços, amá-lo e cuidar dele, foi
para mim uma Graça Divina.

O resto da minha família já conhecem, através das minhas férias em La Manga.
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domingo, 17 de outubro de 2010

CESÁRIO VERDE...



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Cesário Verde, poeta português, que

nasceu, viveu

e morreu, com apenas 31 anos de idade,

no Século XIX.

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"Sem a pieguice dos românticos.
Sem a crueza dos realistas.
Os dramas do quotidiano pequeno-burguês tratados por um poeta autêntico.
Em cuja vida pouca, houve lugar para uma grande obra!"

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Esta é a nota da Editora, escrita na contra-capa do livro.

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Verifiquei, com o último poema, que Cesário Verde

é um poeta pouco conhecido e divulgado.

Por isso, resolvi dá-lo a conhecer um pouco mais.

Este livro tenho-o comigo há muitos anos.

As suas folhas já estão amarelecidas pelo tempo, pois é uma edição antiga.

É, mais um, dos meus pequenos/grandes tesouros.

Toda a sua obra foi reunida pelo amigo Silva Pinto, neste único livro e

editado por ele em 1886.
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DE TARDE
(Piquenique)

Naquele piquenique de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, ainda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpura, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!


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sábado, 9 de outubro de 2010

O SENTIMENTO DE UM OCIDENTAL

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POEMA DE CESÁRIO VERDE

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Eu que sou feio, sólido, leal.



Eu que sou feio, sólido, leal/
A ti, que és bela, frágil, assustada/ Quero
estimar-te, sempre, recatada/ Numa existência honesta, de cristal/
Sentado à mesa de um café devasso/ Ao avistar-te, há pouco fraca e loura/ Nesta babel tão velha e corruptora/ Tive tenções de oferecer-te o braço/ E, quando socorrestes um miserável/ Eu, que bebia cálices de absinto/ Mandei ir a garrafa, porque sinto/ Que me tornas prestante, bom, saudável/ «Ela aí vem!» disse eu para os demais/ E pus - me a olhar, vexado e suspirando/ O teu corpo que pulsa, alegre e brando/ Na frescura dos linhos matinais/ Via-te pela porta envidraçada; E invejava, - talvez que não o suspeites!/ Esse vestido simples, sem enfeites/ Nessa cintura tenra, imaculada/ Soberbo dia! Impunha-me respeito/ A limpidez do teu semblante grego/ E uma família, um ninho de sossego/ Desejava beijar o teu peito/ Com elegância e sem ostentação/ Atravessavas branca, esbelta e fina/ Uma chusma de padres de batina/ E de altos funcionários da Nação. /«Mas se a atropela o povo turbulento! Se fosse, por acaso, ali pisada?» / De repente, parastes embaraçada/ Ao pé de um numeroso ajuntamento/
E eu, que urdia estes frágeis esbocetos/ Julguei ver, com a vista de poeta/ Um pombinha tímida e quieta/ Num bando ameaçador de corvos pretos/
E foi, então que eu, homem varonil/ Quis dedicar-te a minha pobre vida/ A ti, que és ténue, dócil, recolhida/ Eu, que sou hábil, prático, viril.
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

COEXISTÊNCIA VIRTUAL? SIM!...OBRIGADA.

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Por favor amigos, não tirem conclusões precipitadas!
O título deste post não significa que fazer amizades virtualmente, seja melhor do que ter amigos pessoais. Daqueles que nós podemos ver, olhar nos olhos e sentir o calor do seu abraço.
O benefício deste mundo maravilhoso que é a Internet é a aproximação de pessoas que vivem em qualquer parte do Planeta e, a partir das redes sociais, fazermos amigos com os quais acabamos por encontrar tantas afinidades, que é quase como se os conhecêssemos desde sempre.
E mais, senti-los tão “nossos” como se da nossa família fossem…

A convivência virtual pode ser o preencher de um vazio afectivo e criar ligações muito fortes e duradouras.

Agora imaginem a alegria que significa poder conhecer pessoalmente alguém que estimamos de verdade, sentir o calor humano do seu abraço, ouvir a sua voz e, melhor do que tudo, constatar que ela corresponde inteiramente à ideia que dela fazíamos.

Isto é algo que eu não sei explicar bem com palavras. Apenas sinto…

Tudo isto para vos dizer que neste fim-de-semana prolongado, tive duas grandes alegrias: estar junto da minha família “ de Lisboa” e conhecer a minha querida e grande amiga Franciete.
Que maravilha…

Eu, que por temperamento, já sou de riso fácil ( e choro também)
tudo aquilo que a Franciete me dizia era tão agradável e elogioso, que manifestava o meu contentamento com sonoras gargalhadas...


A minha nora, também adorou esta amiga de voz calma e doce.

Vimos imagens de plantas e flores no blog do marido da nossa amiga, que nos deixou deslumbradas.



Gostaria de deixar expressa uma palavra de apreço ao marido da minha amiga Franciete, que foi inexcedível em simpatia e afabilidade.
Obrigada amigos...
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Espero e desejo que esta amizade virtual que se tornou pessoalíssima, seja a primeira

de todos os outros amigos que eu gostaria de abraçar.
Quem sabe??
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