sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PARADOXOS.



" Se a tocava, não lhe podia falar, se a amava não podia partir, se falava não podia ouvir, se lutava não podia vencer."


"Quem era ele, este homem-coto?  Quem poderia ele ser?

O Deus da Perda?  O Deus das Pequenas Coisas?  O Deus da Pele de Galinha e dos Sorrisos Súbitos? 

De Cheiros Agrimetálicos  - como varões de aço em autocarros e o cheiro das mãos do cobrador de tanto se segurar neles...?"


Isto não foi escrito por mim nem vou dizer quem o escreveu.  Gosto de todas estas incertezas e interrogações, por isso as transcrevi . Se alguém identificar o autor pode referi-lo à vontade.

As incertezas fazem e sempre fizeram parte da minha existência. Aprendi a viver com elas e gosto de as sentir.  São elas,  as minhas dúvidas e incertezas,  que me animam e incitam a prosseguir o caminho que, apesar de duvidoso, me mantem viva a esperança de algum dia poder sentir a segurança de saber o que significam e se existem...CERTEZAS !

                                                                                             

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

DÚVIDAS.


Quando a realidade nos  mostra algo que tentávamos, a todo o custo, não olhar de frente,  sentimos o desejo de nos refugiar em qualquer coisa que apazigúe o nosso desencanto. Talvez fosse esse o motivo que me fez lembrar do meu encontro com Fernando Pessoa e deste seu poema inédito.




“Por Quem Foi Que Me Trocaram”


Por quem foi que me trocaram
Quando estava a olhar para ti?
Pousa a tua mão na minha
E, sem me olhares, sorri.

Sorri do teu pensamento
Porque eu só quero pensar
Que é de mim que ele está feito
E que tens para mo dar.

Depois aperta-me a mão
E vira os olhos a mim…
Por quem foi que me trocaram
Quando estás a olhar-me assim?


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sábado, 24 de setembro de 2011

Auf Wiedersehen... MÜNCHEN !


Com este post despeço-me, não de Munique, que sempre guardarei na minha memória, mas do relato das minhas férias. O que já não era sem tempo, pensarão ou dirão alguns de vós.
Desta vez não vou apresentar nenhuma reportagem fotográfica. Creio ter exagerado um pouco, da última vez. A minha intenção não foi mostrar-vos a cidade, que muitos de vós já conheceis, e aqueles que a não conhecem, poderiam facilmente conhecer. Afinal estamos todos neste fabuloso mundo global. Apenas senti o desejo de que a vissem pelos meus olhos.
Estas duas imagens, provavelmente irão vê-las no próximo mês através dos vários meios de comunicação social, digo eu,  já que se referem ao recinto do bem conhecido e  importante acontecimento internacional que representa a Oktoberfest.
A vida não é só feita de crise económica nem de buracos financeiros  a descoberto, muito menos no país de Angela Merkel. Viva pois, a festa da cerveja bávara, da música, da alegria e da animação... 



No penúltimo dia da nossa estadia na capital da Baviera, alugámos um carro e fomos a Günzburg que fica a cerca de cem kilómetros, visitar a LEGOLAND, dia esse, ansiosamente esperado pelo meu neto Júnior. 


Um dia foi pouco para desfrutar de todas as diversões que há neste fabuloso mundo de magia, tanto para miúdos como para graúdos. Ali, senti-me de novo criança. Adorei!


Aqui estivemos seguramente uma hora na fila a aguardar a nossa vez. Fez-me lembrar a famigerada fila na Expo-98, para visitar o Oceanário. 
A propósito, também eles lá têm um em miniatura, o SEALIFE,  mas tão deslumbrante quanto o nosso.
Descer a pique neste barco, depois de ser ter entrado no túnel que se vê do lado esquerdo, quase às escuras, e ser bombardeada com jactos de água lançados por enormes dinossauros, dá um friozinho na barriga e uns arrepios terríveis. A sensação de algo que eu já não posso dizer que morro sem saber o que é.


Na noite que antecedeu a nossa partida, dormi pouco e levantei-me ainda noite cerrada. Às 8 horas, teríamos à porta do hotel o táxi que nos conduziria ao aeroporto. Da varanda do meu quarto, no 5º andar, assisti ao nascer do sol. Seja no campo, na cidade, na nossa casa ou num país estranho, o sol nasce para todos e tem sempre o mesmo sortilégio. Para mim, foram especialmente emotivos estes breves momentos. Era o nascer de um novo dia numa cidade cheia de encantamentos, da qual eu tinha a certeza que me despedia definitivamente.



Já em Lisboa e de volta à Charneca da Caparica, quis o meu filho presentear-me com mais um mimo a exemplo do que fez no ano passado, quando no regresso de Espanha me levou a jantar a Serpa. 
A despeito dos protestos do meu neto que estava mortinho por chegar a casa e não se cansava de reclamar: 
 "-Pois, só fazes as vontadinhas todas à avó".

A verdade é que eu não lhe tinha pedido nada, apenas manifestei há uns tempos atrás a vontade de conhecer o Miradouro de Almada e ele não se esqueceu. Pelo caminho foi-me dizendo :
"-Mãe, este não é o Miradouro de Almada, é o dos Capuchos, mas  tem umas vistas lindas sobre a Costa, que tu vais gostar muito". 

Gostei, sim! Só não gostei nada da lixeira que estava por detrás do muro e eu recortei da imagem para não lhe estragar a beleza.
Quanto à diferença entre um Miradouro e outro, sinceramente, ainda não sei. Sabê-lo-ei numa próxima ida à margem Sul do Tejo.


Quem inventou que filhos criados são trabalhos dobrados?

Pois eu digo: Filhos criados, afectos dobrados!
Obrigada, meu filho! Obrigada, Isabel !

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domingo, 18 de setembro de 2011

GOSTAR DE FADO...NÃO É PECADO!


Creio nunca ter tido umas férias tão eclécticas quanto as deste ano. Seguramente, não foram as mais divertidas nem as mais repousantes, em comparação com as do ano passado, por exemplo, mas, sem dúvida, foram muito mais enriquecedoras.
Por sugestão de um casal amigo, o Zé e a Lourdes, fomos uma noite jantar a um restaurante em Almada. Era a última quinta feira do mês de Agosto. Nessa noite, cantava-se o fado no Restaurante "Trapo Azul". Fiquei estusiasmadíssima. Adoro fado!  Embora não goste de o ouvir na voz de todos os fadistas, nem de todos os tipos de fado. Aquele chamado de faca e alguidar ou da desgraçadinha do gamanço, não é comigo. Gosto do fado marialva, do vadio e do fado corrido.

Pois foi todo esse estilo de fado que cantaram os fabulosos fadistas, amadores, que lá estavam a actuar nessa noite, e me fascinaram completamente. O início é que não correu lá muito bem.
Ao soarem os primeiros acordes das guitarras e se fazer ouvir a voz do primero fadista, fosse pela emoção do momento, pela letra do fado ou por outro motivo qualquer, dei comigo a fazer um esforço, quase titânico, para segurar as lágrimas. O que não consegui. 




A minha querida amiga Lourdinhas, que não lhe escapa nada e estava sentada a meu lado, em lugar de ver e se calar, à espera de melhores trinados,  não, toca de alertar o resto da mesa:
 "Oh, minha querida! Oh Chiquinha...então?" 

Não sei o que foi maior, se o meu constrangimento  ou se a baba e ranho que a partir daí, eu chorei. Até o fadista se pôs a olhar para mim, com ar de pena!
Felizmente, que os fados seguintes já deram para gingar e até cantar o refrão juntamente com os outros comensais.  Bela e mágica noite aquela.  O "Trapo Azul" ganhou mais uma cliente! 


Para aqueles amigos que gostarem de fado, aconselho vivamente. E a ementa do tipo caseiro é uma maravilha, já para não falar no excelente vinho tinto...


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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

MUNIQUE.

O prometido é devido! Apesar da qualidade das fotos ser péssima, e estarem aqui apresentadas de forma aleatória e não por ordem de locais, como eu gostaria, é com todo o prazer que partilho convosco  alguns instantâneos desta minha inesperada e inesquecível estadia, de seis dias, em Munique. Inesperada, porque, quando rumei à Charneca da Caparica, estava longe de imaginar que me estava reservada esta bela surpresa por parte do meu filho e nora.
A primeira foto tem um significado muito especial, por  se ter revestido de um facto, para mim, quase insólito. No Jardim Inglês, um dos muitos e maravilhosos jardins da cidade, há lagos espalhados por todo o lado, onde patos, gansos e cisnes, lhes dão vida e graciosidade. Saltei a vedação que separa a relva do caminho e pedi à minha nora para me  fotografar. Como ela demorou um pouco, até atinar com essa função do meu velho telemóvel, um dos gansos saíu da água e veio na minha direcção, enquanto eu lhe gritava: - " Depressa, antes que ele me pique".
Afinal não me picou e até pareceu gostar de mim. Coisas de gansos alemães!!

Qual criança que com tudo se deslumbra e em tudo quer participar, assim foi comigo. Ou não fosse o avanço da idade uma aproximação da infância! Bem,  férias são férias... Na Rua de Sta. Catarina também aparecem por lá uns homens estátuas e eu nunca me deixei fotografar com eles...  A foto mais pequena foi tirada à entrada da mais famosa cervejaria, não só da Alemanha, mas do mundo. É verdade! Perguntem ao meu amigo Jorge, o Rafeirinho, pois foi ele que me a indicou. É a Hofgräuhaus am Platz . Infelizmente,  por incúria minha, a bateria  do meu telelé pifou e, no meio de tanta algazarra,  tanta  caneca de cerveja e sob os acordes da bela música tradicional da Baviera,  primorosamente tocada por um grupo de músicos em trajes típicos, poucas foram as fotos que se tiraram. Mesmo assim, essas ainda não as tenho comigo. Mas, ainda cá virei com elas!    Esta foto pequenina da esquerda é de uma outra cervejaria a Augustiener, (se a memória não me atraiçoa) perto do hotel onde ficámos, o Four Points,  logo na nossa primeira noite.
 
 

 Aqui é o terraço do Deutsches Museum, com uma vista soberba sobre a cidade. As minha fotos, do interior do Museu, ficaram um pouco escuras, mas ainda hei-de receber as do meu filho. 








Esta é a Marienplatz, o ponto mais central de Munique, onde todos os caminhos vão dar! E como nós sabemos bem disso! Nas nossas andanças a pé, volta e meia estavamos lá... 
Durante o dia andavamos só nós e as crianças, porque o meu filho estava a fazer uma formação, por tal motivo não tinhamos "guia".


A ausência de mar não impede os muniquenses de praticar surf . No Rio Isar, que percorre Munique por 14 kilómetros e corta o Englischer Garten ( desta vez vai em alemão) foram criadas vagas artificialmente e é vê-los, aos jovens alemães, deliciarem-se na crista da onda.

Num próximo post vou mostrar-vos algumas imagens da preparação para a maior festa mundial da cerveja: a Oktoberfest,  que terá lugar em Theresienwiese, um local pertíssimo do nosso hotel e onde fomos várias vezes cuscar. Tal acontecimento, como sabem,  irá pôr a cidade em polvorosa!

Beijinhos.
 
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

DO VIRTUAL AO PALPÁVEL..!



Uma das maiores alegrias, senão a maior,  que me proporcionaram estas  férias, foi  ter a grata possibilidade de conhecer, pessoalmente, dois bons amigos da blogosfera.

Ao manifestar-lhes esse meu desejo, de pronto acederam com um estusiasmo igual ao meu.
Nem dá para descrever o meu contentamento!

Primeiro conheci o meu querido Rafeirinho, ou seja, o  Jorge Pereira do blog "Rafeiro Perfumado", por quem sinto, desde há muito tempo,  um carinho quase maternal. Ou não fosse ele um jovem da idade do meu filho e com um sentido de humor muito semelhante, embora, neste aspecto, o prato da balança penda para o lado do Jorge.  O moço tem talento às carradas, um refinado e acutilante sentido de humor ( isso já eu sabia ) e... possui aquela modéstia própria dos seres humanos verdadeiramente GRANDES. 

Aproveito para dizer que, para além das boas gargalhadas que o seu blog me proporciona, agora continuo a rir através da leitura dos seus livros: "A Minha Vida Dava Um Blog" e "Are You Ladrating to Me?!"  A rir e a meditar. É verdade! A leitura destes livros também dá que pensar.

Obrigada Rafeirinho, por teres feito de mim uma pessoa mais alegre e feliz.

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Poucos dias após foi a vez de ter o prazer de ir almoçar com o meu estimado e querido amigo Kim, do blog "Às Vezes - Fim de Semana".
Bem, o rapaz mete-me debaixo do braço! Tem tanto de altura como de bonomia. Ao seu lado sente-se paz e tranquilidade. Quando o vi foi como se já nos conhecêssemos há longos anos.

Pena o tempo ter sido pouco, ou então soube-me a pouco! Não, foi mesmo pouco. Nesse dia o Kim roubou umas horas aos seus afazeres para nos podermos encontrar e ainda o esperava uma viagem.

A foto da praia é na Costa da Caparica, onde almoçámos e a outra em casa do meu filho, na Charneca e tirada pelo meu neto Júnior que já no ano passado foi o fotógrafo oficial do grupo, manifestando grande talento para a arte!

Obrigada Kim, pela disponibilidade, pelo carinho e por seres o bom amigo com o qual eu sei que poderei sempre contar. 

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Resta-me  meus amigos/as, fazer-vos uma confidência. Por várias vezes tenho pensado em abandonar  a blogosfera, aliás, até já o tentei fazer mais do que uma vez e sempre volto atrás! 
O motivo é sempre o mesmo. Virtual ou real, pouco importa,  a amizade que por vós sinto é verdadeira e sei que todos os bloguistas que visitam este meu humilde cantinho, também me estimam e são meus amigos.  Sinceramente, nem quero pensar quão vazia será, um dia, a minha vida sem vós.

Beijinhos e abraços para todos.

 
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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Levei-vos e trouxe-vos, sãos e salvos…comigo!

Meus Amigos, a saudade imensa que sinto do vosso convívio, não me permite esperar mais tempo, para ordenar as ideias que fervilham na minha mente, e do muito que tenho para partilhar convosco destas minhas férias, de veraneio, inesquecíveis.

Aos poucos irei ordenando imagens, acontecimentos e ideias, de modo a que possa transmitir-lhes as  emoções e alegrias que senti.

Regressei ontem  à base, ou seja, ao Porto, depois de um longo e cansativo dia de retorno. Hoje, já recomecei com as minhas obrigações profissionais, pelo que só logo, à noitinha, vos poderei visitar e ir matando as saudades.

Estas  imagens representam  a água, o ar e a terra.
( o quarto elemento não interessa para nada)

A primeira, é uma deliciosa praia de Tróia. ( pena os mosquitos, ao fim do dia, terem estragado tudo )  A segunda, o meio de transporte que usei para me deslocar a uma maravilhosa cidade alemã, da qual vos falarei mais tarde, e a terceira é aqui a vossa amiga em plena Maximilian Platz,  embasbacada, qual patega a olhar para o balão!

Beijinhos e abraços.