sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Romance Existe na Graça de Dar de Graça?







As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo, porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.


Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.




Carlos Drummond de Andrade



13 comentários:

  1. Ele conhecia-o bem... e sabia dizê-lo ainda melhor!
    Um poema lindo, que enternece quem o lê.

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  2. Boa noite amiga Janita.

    Não sei não, se é de graça o amor
    Me parece que ás vezes se paga caro?
    Quando verdadeiro não deixa dor
    Se for com a paixão encontrado.

    A vida sem amor
    E sem esperança
    A tristeza e dor
    Sem carinho de criança.

    Não é feliz, não sabe amar
    Se não tem coração
    Continua pelas ruas a vaguear
    Perdido na escuridão!

    Desejo bom fim de semana para você,amiga Janita.
    Um abraço
    Eduardo.

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  3. Si el amor es pasión y felicidad hasta que se apaga la llama, y se vuelven lloros y tristezas,que no las puedes desechar,hasta que llegue otra vez el amor.

    Saludos

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  4. "Eu te amo porque não amo
    bastante ou demais a mim."

    Nem mais, nem menos
    É mesmo assim...

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  5. Aposto que a menina Janita não sabia que Carlos Drummond de Andrade a par de Vinicius de Moraes e João Cabral de Melo Neto, são três dos poetas brasileiros que mais aprecio.

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  6. Querida Janita!

    O amor é uma lição que nunca estará definitivamente aprendida.

    "Eu te amo porque te amo"
    O amor é assim... não tem como explicar.
    C.D.A. é uma delícia, reli a tua excelente escolha com grande prazer.

    Bom fim de semana, beijo e meu kandando com carinho.

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  7. Olá, Janita!

    Muito bem escolhido está este tema,
    de homem supostamente sábio nestas lides do amor.Que aqui introduz um conceito que se não será estranho, pelo menos será invulgar - falo naturalmente por mim, está claro:

    O do amar sem ser amado, funcionando esse sentimento de sentido único como que dádiva, que o dador dispensará de ser retribuído pelo outro lado.
    O comum dos cidadãos pensaria de forma diferente, suponho eu: que as coisas teriam que funcionar exactamente ao contrário, para poderem resultar.Ou serei eu que estarei completamente errado...? Se calhar...

    E quanto ao amar outro alguém porque se não se ama o suficiente a si próprio - como forma de compensação - confesso que tenho dificuldade em aceitar.
    Amar os outros será mais fácil quando gostamos de nós próprios, imagino eu...

    E confesso que saio daqui baralhado...Se calhar tenho andado todo este tempo enganado...

    Linda é a música e todas essas flores bonitas com pano de fundo; aqui acho que é fácil a unanimidade.

    Bom fim de semana; beijinhos.

    Vitor

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  8. Minha querida

    Nem os poetas conseguem descrever o amor...apenas se sente...não se consegue explicar.
    Lindo este poema de Drummond e uma bela escolha.

    Deixo um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  9. Oi, Janita. Que lindeza isso!!! Sempre bom vir aqui. Você é especial e ainda põe Drummond? Beijão.

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  10. Querida amiga Janita!

    Às vezes semeado no vento
    O amor é coisa bonita
    outras ele leva semente
    para bem longe da gente
    e tantas vezes por lá fica

    O amor com amor se paga
    isso era no antigamente
    vai corroendo como uma praga
    já não há amor entre a gente

    Tenha um bom domingo
    um beijinho grande,
    José.

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  11. Olá querida Janita.

    Trago poucas palavras minhas.
    Talvez esteja mais na mudez
    um abraço que quero abraça-lo bem
    e abraça-lo outra vez
    Enquanto ele dura, as palavras se contêm.
    Um intervalo, a contemplação,
    o silêncio rompido na retrospecção
    .................


    Máquina do Tempo

    O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
    Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
    Espaço vazio, em suma.
    O resto, é a matéria.

    Daí, que este arrepio,
    este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
    esta fresta de nada aberta no vazio,
    deve ser um intervalo.

    António Gedeão


    Bom domingo, beijo e kandandos... Inté!

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  12. Esse poema é lindo, mas também vindo de quem vem...
    Bom Domingo!

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  13. "Amor foge a dicionários
    e a regulamentos vários."

    bjs.

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