segunda-feira, 25 de junho de 2012

VALE A PENA ACREDITAR QUE NÃO EXISTEM IMPOSSÍVEIS.

IMAGEM DAQUI

Certezas

Não quero alguém que morra de amor por mim…
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante para mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que o meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampado em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar os olhos e imaginar alguém…
E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar das minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo,
que dê valor ao que realmente
importa, que é o meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesma.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar-lhe que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em pintar de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante para mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena!
Mário Quintana

sábado, 23 de junho de 2012

S. João Caseiro.

Há já alguns anos que, neste dia, publico um post alusivo à noite e ao dia de S. João. Em homenagem ao Santo, mas principalmente ao meu filho Luís Miguel, que nasceu quando a cidade ainda ressacava da noite de folia.                                      
Este ano não publico fotos dele e sim da nossa cascata sanjoanina.
Este, vai ser um S. João caseiro!

Daqui a pouco vamos  começar a assar as sardinhas e só mais tarde os meus descendentes e respectivos cônjuges, irão para o centro da cidade festejar.
Este ano, ficarei em casa com os netos. Isto de ver um filho entrar nos entas, fez-me sentir que estou a ficar velhota.

Bom S. João!



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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Pensando Melhor...

" É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um/a idiota do que falar e acabar com a dúvida."
Abraham Lincoln

                                                                             
                                                                       
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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Substituindo o Mar pela Planície...ou Memórias que Poderiam ser Minhas.

Acontecia então que o meu pobre cão de pai latia de prazer. Prisioneira daquele corpo, a Mãe sufocava ainda, amarrada pela inconcebível e obstinada força dos braços dele. Era quando ele se esvaía todo na sua golfada morna, pastosa e tão orgulhosamente masculina.
Se não repetissem – e raramente o faziam – a Mãe erguia-se, ia ao bacio, esfregava-se energicamente a um pano para nós desconhecido ou mesmo inexistente. Quando voltava para a cama, ele dormia tão profundamente como a paz das folhas de figueira nas noites de Verão. Dormia com o mesmo sono dos ratos, sem memória alguma e sem qualquer remorso de nos ter feito o mal do barulho, o mal de ser o único, o dono e senhor daquele corpo profanado no seu pudor. Então a chuva deixava de ser excessiva, e era apenas a chuva. Os animais que ao longe baliam, no escuro das arribanas, o crocitar das cagarras na noite oceânica, as patas das bestas raspando as lajes dos estábulos, o vento, tudo isso voltava a ser tão natural como o sono e a morte, na insuportável sucessão dos dias e na eternidade daquele mar.
A mim, que me enchera de raiva, só me apetecia chorar.

"Gente Feliz com Lágrimas" - João de Melo -



                                                                       
Meus amigos/as, nos próximos dias estarei muito ocupada com múltiplos afazeres, pelo que as minhas visitas aos vossos blogues, que tanto prazer me dão, não serão tão assíduas quanto o habitual.
Um beijinho muito amigo para todos vós.
Janita.

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sábado, 16 de junho de 2012

Doenças Silenciosas.


Existem doenças que, sub-reptícia e silenciosamente, se vão apoderando de nós. Quando damos conta delas, já pouco ou nada podemos fazer para as debelar.  O glaucoma foi uma dessas traiçoeiras doenças que me atacou. Mas, não é dela que me apetece falar hoje e sim, daquilo que me anda a martelar na ideia desde que pus os pés fora da cama. A blogosfera…
Este mundo tão gratificante em termos de convívio, partilha de emoções, ideias, opiniões e experiências de vida.
No meu caso, entrei nela por acaso e por cá fui continuando, por ter aqui encontrado uma espécie de cura, em forma de paliativo, para algumas doenças que padeço. Não vou dizer que a cura me esteja a matar mais do que a doença mas, como toda a medicação, tem efeitos secundários…

Não posso dizer, porque nem eu mesma sei, por quanto tempo mais por cá continuarei. Mas duma coisa tenho a certeza, apesar da vida real seguir sempre igual, enquanto aqui encontrar razões que me façam acreditar, que sempre há um motivo porque viver e por quem lutar, com mais ou menos assiduidade, o meu cantinho fará parte deste mundo maravilhoso.
E foi aí, neste ponto do meu raciocínio, que me lembrei de Júlio Iglésias. Terá sido pelo facto de uma dessas minhas incuráveis doenças ser o romantismo?:)
  

                                                         
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quinta-feira, 14 de junho de 2012

"Apresso-me a rir de tudo, com medo de ser obrigada a chorar."


O Pranto e o Riso

Se o Pranto e o Riso aparecessem neste grande teatro no traje da verdade (sempre nua), sem dúvida seria a vitória do Pranto. Mas vestido, ornado e armado de uma tão superior eloquência, que o Riso se ria do Pranto, não é merecimento, foi sorte. De tudo quanto ri saiu vestido, ornado e armado o Riso: riem-se os prados e saiu vestido de flores: ri-se a Aurora, e saiu ornado de luzes; e se aos relâmpagos e raios chamou a Antiguidade Risus Vestae, et Vulcani, entre tantos relâmpagos, trovões e raios de eloquência, quem não julgará ao miserável Pranto cego, atónito e fulminado? Tal é a fortuna, ou a natureza, destes dois contrários. Por isso nasce o Riso na boca, como eloquente, e o Pranto nos olhos, como mudo.
(...) Demócrito ria sempre: logo nunca ria. A consequência parece difícil e é evidente. O Riso, como dizem todos os Filósofos, nasce da novidade e da admiração e cessando a novidade ou a admiração, cessa também o riso; e como Demócrito se ria dos ordinários desconcertos do mundo, e o que é ordinário e se vê sempre não pode causar admiração nem novidade; segue-se que nunca ria, rindo sempre, pois não havia matéria que motivasse o riso.
(...) Há chorar com lágrimas, chorar sem lágrimas e chorar com riso: chorar com lágrimas é sinal de dor moderada; chorar sem lágrimas é sinal de maior dor; e chorar com riso é sinal de dor suma e excessiva.
(...) A dor moderada solta as lágrimas, a grande as enxuga, as congela e as seca. Dor que pode sair pelos olhos, não é grande dor; por isso não chorava Demócrito; e como era pequena demonstração da sua dor não só chorar com lágrimas, mas ainda sem elas, para declarar-se com o sinal maior, sempre se ria.
Nada digo que seja contrário aos princípios da verdadeira Filosofia e da experiência. A mesma causa, quando é moderada e quando é excessiva, produz efeitos contrários: a luz moderada faz ver, a excessiva faz cegar; a dor, que não é excessiva, rompe em vozes, a excessiva emudece.
Desta sorte a tristeza, se é moderada, faz chorar; se é excessiva, pode fazer rir; no seu contrário temos o exemplo: a alegria excessiva faz chorar e não só destila as lágrimas dos corações delicados e brandos, mas ainda dos fortes e duros.

Padre António Vieira, in "Sermões"




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terça-feira, 12 de junho de 2012

MANDEI A TRISTEZA EMBORA...


Santo António é de Lisboa

O São João é do Porto

Já me deram um manjerico

Perfumado e bem maroto!






Como chegou Santo António
Vou deixar-me de tristezas
Meus amigos aqui ficam
Desgarradas portuguesas.


                                                   
                                                   



  Sei que o tempo não está para folias, mas as tristezas também não   pagam dívidas e como a alegria ainda não paga imposto, vamos divertir-nos nesta quadra festiva dos Santos Populares. Para mim, será festa rija apenas no S. João, este ano especialmente! Depois, contarei...


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domingo, 10 de junho de 2012

Ironias Minhas E Quiçá do Meu Destino.

Imagem DAQUI






                                                                                                     
( * lol )
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Porque, continua a pairar sobre mim uma nuvem de inexplicável nostalgia, a poesia anda arredada e não sinto a mínima apetência de explanar as minhas sempre brilhantes e bem inspiradas prosas,* aqui deixo mais um tema que fez as delícias dos meus dourados e idos tempos de menina e moça, romântica e sonhadora.

Daquele tempo, em que os nossos corações são corações de verdade!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

LA PALOMA...Tratala Con Cariño, Que Es Mi Persona.


Duas versões de um tema, que adoro. Tenho quase a certeza
que todos os da minha geração, também  gostam e  recordam.



Ay adiós dijo la paloma
al separarse del nido
adiós dijo en su gemido
ay para siempre adiós, adiós.

Si acaso Dios me pidiera
que aleje de ti mi amor
yo le dijera llorando
eso no puedo Señor.





Nana Mouskouri e Mireille Mathieu
duas vozes que não se  esquecem.


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segunda-feira, 4 de junho de 2012

AS APARÊNCIAS ILUDEM.....

Um lamentável incidente, em forma de comentário, que li recentemente na blogosfera, baseado numa apreciação apriorística sobre aquilo que muitas vezes parece, mas na realidade não é, fez-me  pensar em como as aparências podem ser enganadoras. Em todos os sentidos!
Deixarmo-nos levar por elas  e tomar qualquer atitude de repúdio, pode ser terrivelmente injusto e contraproducente.

Ora, como aquilo que mais gosto de fazer na blogosfera, é andar a cirandar pelos blogues a ler ouvir  e comentar, acabo por me esquecer do meu pobre cantinho. Assim, e na falta de inspiração, deixo-vos com a inesquecível ELIS REGINA,  que foi e será sempre uma excelente companhia. Embora aqui, na canção, as aparências enganadoras sejam de outro cariz.



As aparências enganam,
aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo
e depois não há nada que os apague
Se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação

As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer,
não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer,
senão chorar sob o cobertor

As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada Amor.

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Desejo a todos vós, uma excelente semana.
Para mim, que farei ponte, será de fim- de- semana prolongado.

                                                                         

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Se Eu Mandasse…

Imagem DAQUI

Quando estou à janela do meu quarto gosto de olhar para todas as janelas dos prédios aqui em volta, tão juntos, tão juntos que a gente quase acredita que pode estender a mão para lhes tocar nas paredes.

Estranho, como as pessoas cada vez vivem mais juntas umas das outras e cada vez se conhecem menos. Eu cá, se fosse essa tal comissão de moradores que o meu pai falava há dias, havia de conseguir juntar as pessoas aqui destes prédios para que, ao menos, soubéssemos o nome daqueles com que cruzamos todos os dias no elevador, na escada, na bicha do autocarro. Eu sou a Teresa, eu sou a Emília, eu sou o Eduardo, eu sou o Zé António, muito prazer, muito prazer.
E depois os nossos sorrisos pela manhã, quando nos encontrássemos, já seriam diferentes. E eles deixariam de ser o vizinho do 3º esquerdo ou do r/c direito para se tornarem no Sr. João Fonseca ou a D. Madalena, viúva com três gatos siameses em casa, ou a D. Cristina e a D. Flávia, irmãs solteiras olhando à noite para os álbuns de fotografias de quando eram novas e juravam casar antes de chegarem aos vinte anos.

E eu havia de dizer àquela vizinha do prédio ao lado que deixou esturrar a comida, talvez porque estivesse a ver televisão, ou apenas porque estivesse aborrecida a pensar na vida:

 “Deixe lá vizinha, amanhã vai ser melhor, o mundo não são apenas as paredes de sua casa e a sua família é muito maior do que julga. Desça à praceta e veja como aquele pinheiro bravo conseguiu sobreviver no meio deste emaranhado de prédios e de ruas, apanhe um punhado de azedas desse descampado nas traseiras de sua casa, que não tarda esteja cheio de outras casas iguais, olhe bem o amarelo das azedas, sinta-lhes o sabor ácido do líquido que escorre pelo seu talo fino e quebradiço, tal como fazia quando era criança e ia passar ao campo as férias grandes”.

Eu cá, se um dia for Presidente da República, hei-de fazer uma Constituição que diga logo no 1º artigo: “é obrigatório que todos os cidadãos conheçam os seus vizinhos, lhes saibam o nome, a profissão e lhes sorriam pelo menos três vezes ao dia.” 

Texto da autoria de  Alice Vieira 
(Adaptado)

Este é mais um texto transcrito de um livro que fui buscar àquele meu velho baú.

E ao escrevê-lo senti, mais do que nunca, o quanto preciso  descer à praceta.



Fraternidade
Não me dói nada meu particular.
Peno cilícios da comunidade.
Água dum rio doce, entrei no mar
E salguei-me no sal da imensidade.

Dei o sossego às ondas
Da multidão.
E agora tenho chagas
No coração
E uma angústia secreta.

Mas não podia, lírico poeta,
Ficar, de avena, a exercitar o ouvido,
Longe do mundo e longe do ruído.


Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'

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