quinta-feira, 4 de abril de 2013

"A Carta de Pequim" by Pearl Buck.



Como constatei que, para além de mim, mais nenhum blogger leu este livro, ou se o leu, ele não consta como favorito na lista de preferências de qualquer dos  bloggers  que habitam a blogosfera,  vou tentar fazer-lhes um  breve resumo.
 
E, tal como à mulher de César não basta ser séria, também a mim não basta dizer que este foi o primeiro livro que  li desta autora, e que o tenho há mais de 40 anos. Como tal, tenho que o demonstrar, ilustrando o post com estas imagens! Posso dizer-vos que o considero a minha jóia da coroa.:)
 

 
Conta a história de dois jovens, ela norte-americana,  ele de ascendência chinesa por parte da mãe e americano pelo lado paterno, que se apaixonam, casam e vão viver para Pequim.
A vida deles lá é bastante atribulada, devido à Revolução e à consequente ditadura comunista. Mais tarde, e já com um filho, ela é obrigada a voltar para a América, mas ele é forçado, pelo regime, a continuar na China.
Os anos passam e ela vê-se confrontada com o drama de educar um filho, chinês/ americano, num meio rural onde o preconceito racista estava fortemente arreigado no espírito das pessoas. Para além disso, é o próprio rapaz que renega fortemente o seu lado chinês. Até que um dia ela recebe uma carta do marido, vinda de Pequim, onde ele lhe comunica ter sido intimado a escolher outra mulher. Já não bastava ele jurar lealdade ao regime, tinha de repudiar todo o seu lado estrangeiro e, só dessa forma, poderia ter alguma garantia de continuar vivo.
Nesta imagem já pode ver-se melhor a "idade" do livro, creio!

No final, acaba por ser morto quando tentava evadir-se do país para se juntar aos amores da sua vida: a mulher americana e o filho de ambos.
Será que fiz bem em contar esta parte? :(
Este é um romance escrito de forma simples e sem grandes pretensões, mas que me marcou profundamente, quiçá, por ser ainda muito jovem e sonhadora!
Esta fabulosa escritora, viveu muitos anos na China e grande parte da sua obra é dedicada à vida e à cultura deste povo. Depois deste maravilhoso livro, adquiri e li,  mais tarde,  a trilogia "Terra Bendita", "Os Filhos de Wang Lung" e "Casa Dividida". Muitos mais, de sua autoria, se seguiram!
Este post é uma reedição de uma das minhas primeiras publicações, com algumas adições ao texto e ilustrado com as fotos.
Não tenho muito jeito para descrever literatura nem filmes, já que não sou jornalista nem escritora, assim como tenho consciência que  tampouco sou dotada de grande capacidade para a escrita, pese embora o meu gosto em escrever.:)

 
 
 
 
 
 
 
 

 

25 comentários:

  1. Olá Janita,
    Já não me estou a rir, viu?

    Sobre o que nos contas, deixa-me dizer que não tenho o livro (quer dizer, assim de repente acho que o não tenho:)), nunca o li, disso tenho a certeza, mas pelo que nos contas gostarei de o ler um dia.

    Sabes o que isto quer dizer? Que não és jornalista nem escritora (aqui não percebi bem) mas tens muito jeito para a escrita. Senão como é que eu ficaria a gostar de o ler um dia?

    E gosto de te ler a ti. Podes crer :)))

    Beijinho

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    1. Olá, JP!
      :)) referes-te ao riso que te provocou a minha insistência ontem lá no blogue do Rui, não é?:) Eu sou uma teimosa pouco sensata, é o que é! Agora vou adoptar a estratégia de só me manifestar quando tiver a certeza. lol

      És um querido, JP! Esses elogios são só para me fazeres feliz!!:)

      Deste-me uma ideia;- De vez em quando irei postando algumas partes do livro e vais ver como ele é interessante.

      Beijinho!


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  2. Li vários livros da Pearl Buck, tenho a certeza de ter lido a trilogia porque foi das poucas que era lá de casa, os outros foram todos emprestados. Não tenho a certeza de ter lido este, porque não me recordo de todos os títulos (na época tinha os meus 15/16 anos).

    Lembro-me de um que me impressionou um bocado, pois era uma rapariga chinesa que casa com um chinês que tinha estudado na América ou coisa, bastante evoluído para a época. Ele era médico e tinha uma médica amiga americana a trabalhar com ele no hospital. E a mulher, que tinha sido educada tradicionalmente, resolve desenfaixar os pés, porque queria ter uns pés grandes como os da amiga americana do marido. Dito assim tem a sua piada, mas era simultaneamente muito comovente... :)

    Beijocas e também gostei de ler a tua opinião sobre o livro. Se só os escritores e jornalistas escrevessem na blogosfera, ela era um tédio! Para isso eles já têm os seus livros, jornais e revistas... :D

    Beijocas!

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    1. Também li esta autora com os meus 15/16 anos, mas lembro-me muito bem da mulher do médico desenfaixar os pés.
      Naquela altura, causou-me grande revolta a deformação dos pés das mulheres chinesas.

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    2. Teté:

      Como bem sabes, na cultura chinesa essa tradição, que eu considero bárbara, de enfaixar os pés das mulheres, para que não crescessem e se mantivessem pequenos, era terrivelmente dolorosa e creio já ter terminado.

      Pois, eu sei que toda a gente tem o direito de escrever, com mais ou menos talento, mas tem! Só que admitir os meus limites, por vezes inibe-me de escrever mais. Tu, por exemplo, escreves sobre qualquer assunto com a desenvoltura de quem maneja bem a pena, ou melhor, a tecla, e eu admiro imenso quem tem essa facilidade de se exprimir.:)

      Beijinhos!

      Ematejoca:

      Eu comecei a ler Pearl Buck, um pouquinho mais velha e este foi o primeiro livro, a sério, que comprei com o meu dinheiro. Ainda no Alentejo, portanto até aos doze anos, já lia os livros da Corin Tellado da minha irmã, 6 anos mais velha, mas era às escondidas!

      Abraço!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. A trilogia "Terra Bendita", "Os Filhos de Wang Lung" e "Casa Dividida" considero uma verdadeira obra-prima da literatura mundial, sendo a minha favorita da obra de Pearl Buck, que adorei ler, quando era menina e moça.

      "A Carta de Pequim" lembro-me vagamente. Por favor, Janita, diz-me o título original para procurar aqui na biblioteca.

      É um prazer ler tudo o que tu escreves, Janita, por isso, deixa-te de ser humilde e orgulha-te deste excelente post.

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    2. Ematejoca:

      Eu não sou excessivamente humilde, sou realista! Mas também reconheço as minhas qualidades, ora pois!

      O título original do livro é precisamente o mesmo, só que em inglês, Teresa, «Letter from Peking». Esta edição foi traduzida do inglês, por Cabral do Nascimento. Pode ser que consigas descobri-lo aí na Biblioteca de Düsseldorf, ou na Net.

      Abraço e obrigada, amiga de longe!:)

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  4. Queria bisbilhotar os livros que tens na estante mas não se consegue ler os títulos com a exceção de “A Casa Secreta”! Gosto de olhar para os livros... e de os ler tb.
    Li muitos da Pearl Buck mas deste não me recordo.
    Abraço

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    1. Catarina, experimenta ampliar a foto, pode ser que consigas bisbilhotar melhor. Eheheh

      Mas, olha, se reparares bem, vês logo à direita "O Jogo de Memória", curiosamente dos mesmos autores de "A Casa Secreta". Falo no plural porque Nicci Gerard e Sean French, frequentaram ambos o Curso de Literatura Inglesa, casaram e juntos assumiram o pseudónimo literário de "Nicci French". Segundo eles, a escrita a dois é aquilo que permite a elaboração de um enredo infalível.:) Escrevem thrillers fantásticos; tenho vários livros deles e certamente já leste ou viste o filme "Killing Me Softly" baseado no livro, com o mesmo nome.

      Abraço.

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  5. No, no conozco a ese escritor que nos describes pero veo será interesante buscar alguna obra suya.

    Lo que nos relatas es muy bueno e interesante.

    Saludos

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    1. Hola, José.

      Hay muchos libros de esta escritora en vários idiomas, tenta buscar y, sí, encontrarás algo, aunque no sea este qué yo hablo.

      Un beso, amigo.

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  6. A China surgiu há 4 mil anos e tornou-se um grande império no século II a.C. No século XIX, a região era explorada pelo Reino Unido, e os conflitos da dominação resultaram nas duas Guerras do Ópio (1839/1942 e 1856/1860). A dominação britânica só terminou, de facto, na revolução maoista...

    Este enquadramento histórico explica o trauma da escritora. A descolonização gerou dramas... sobre outros dramas não contados.

    Do ponto de vista literário, tem razão, a autora anda muito próxima de uma Margarida Rebelo Pinto... (é o que eu sinto, e este livro foi o único que li e... fiquei a pensar assim)

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    1. Ó Rogério,
      Pearl Buck foi uma romancista e não historiadora! Em nenhum dos seus livros focou a remota História do Império Chinês, pelo menos que eu tenha conhecimento. Assim, a sua teoria acerca do "trauma" (?) da escritora, não faz o mínimo sentido, e a Revolução liderada pelo ditador Mao Tsé Tung, não trouxe nenhum benefício ao povo chinês!

      O Rogério é tramado! Quando algo não lhe agrada, desata a fazer comparações absurdas...peço desculpa, mas não queira comparar a MRP, de quem apenas li "Sei Lá" e
      " Não há Coincidências", porque me foram oferecidos, e achei de uma pobreza literária confrangedora, com esta fabulosa romancista, que recebeu o Prémio Pulitzer em 1932 e foi Nobel da Literatura em 1938.
      Seja justo, Rogério!:)

      Ah, sabia que na China, ela era também conhecida com o pseudónimo, Sai Zhen Zhu...??

      Um beijo!

      :-)

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  7. Fica registada a sugestão.
    Eu sou um dos que não leu.
    Beijinho e votos de bfds

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    1. Se tiver possibilidade de o encontrar, nem que seja nas bibliotecas digitais, leia, Pedro!
      Tenho a certeza que irá gostar!:)

      Beijinho e bom fim-de-semana.

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  8. Olá, Janita!

    Foi através dela que fiquei a saber do estranho hábito das mulheres chineses crescerem com os pés bem apertados, de forma a não crescerem... num livro que punha em contraste os hábitos do Oriente e Ocidente, e o choque cultural e conflitos que daí resultam.
    Confesso que, sendo muito novo à altura,achei tudo muito estranho e exótico,como se fosse coisa que acontecesse noutra planeta.Mas acho que fiquei por aí, não me lembro de ter lido mais nada dela, embora nunca mais me esquecesse do seu nome.

    E hoje em dia, então o tempo parece que não chega para nada, e por vezes também a disposição e vontade...mas pode ser que lá calhe.

    Gostei do tema, gosto de livros.

    Bom fim de semana; beijinhos amigos.
    Vitor

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    1. Olá, Vitor!
      É um facto isso que dizes sobre a falta de tempo, mas acho que temos de aprender a geri-lo melhor.
      Antes desta geringonça se intrometer na minha vida, eu tinha tempo para ler e jardinar. Agora, parece que o dia tem menos horas, embora isso me tenha trazido outras compensações. Mas temos de arranjar sempre um bocadinho de tempo para tudo, a virtude está no saber dosear, acho eu...

      Bom fim de semana, Vitor!

      Beijinhos.

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  9. Tenho uma cunhada professora reformada que tem este livro, j+a o tive em casa porque foi emprestado à minha filhota, mas não o li!
    Janita pode não ser jornalista nem escritora, mas uma coisa eu tenho a certeza, gosto de a ler, muito.
    lamento a net estar a ser-me limitada, não a poder visitar mais vezes.
    bom fim de semana mnha querida amiga

    beijinho e uma flor

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    1. Este comentário tem algo que me emocionou, pois sei que veio do coração, amiga Flor!
      E mais não digo, a não ser: Obrigada!

      Beijinhos com carinho, Adélia!

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  10. É curioso ver aqui um post sobre esta escritora que eu nunca li, mas que me habituei a ver em casa dos meus Pais.
    Não será muito o meu tipo de literatura, mas sei que escreve muito bem e tem muitos romances baseados na sua experiência chineza.
    Se ganhou o Nobel, é evidente que nunca poderá ser comparada com essa aberração que se chama MRP...
    Eu ando a ler desalmadamente e fiz ainda hoje um post sobre os últimos livros que li.

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    1. João, esta escritora entrou na minha vida através da revista Selecções Reader's Digest, ainda daquelas antigas. Havia uma rubrica sobre literatura com publicações de excertos de vários autores. Depois que li este, nunca mais me saiu da cabeça e um belo dia vi o livro na montra de uma livraria em Castelo Branco, fiquei felicíssima e a partir desse dia ficou a pertencer-me!
      Nessa altura, ainda o Carlos era vivo e a minha irmã vivia na Covilhã. Vê há quanto tempo isso foi.
      Para ler desalmadamente, como já li, não tenho tempo, mas gostaria de ter mais tempo para ler.

      Beijinho.

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  11. Este post tinha-me “escapado”, Janita !
    Como sabes, não sou grande leitor (de romance ou do tipo) e por isso não é de admirar que eu engrosse a lista dos que não o leram.
    Também não li qualquer outro dessa grande e Nobel escritora.
    Como segui ciências, todas as minhas leituras de tempos livres, se basearam sempre, mais em coisas técnicas.
    Pela tua descrição, o livro deve conter muito dela própria e da sua vivência de tantos anos na China ! Foram muitos anos e portanto, é de crer que estivesse bem documentada para escrever sobre esse tema, tão dramático, com conhecimento profundo de causa !
    É curioso como há sempre um livro (é este o teu caso) que lido cedo na vida nos marca profundamente ! :))

    Beijinho, Janita !
    .

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    1. Olá, Rui,
      por vezes os amigos publicam posts que não nos dizem muito e, tal como tu dizes, isto de comentar não é nenhuma obrigação.:))

      Não te preocupes, amigo, romances não são o teu género de leitura preferido e esta escritora também não é das mais conhecidas.

      Este livro tem um significado muito especial para mim, como já disse ao João Roque, e te repito, quicá, como o "Principezinho" teve para muitas gerações.

      Certamente, o post acima já te dirá mais! Espero que te lembres da Carmencita, Rui!:)

      Beijinhos, querido Amigo!:)

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  12. Tenho pelo menos três livros dela que li também na adolescência, da antiga editora " Dois Mundos". Este a que te referes não me lembro de ter lido.
    Ela era filha de um missionário que dedicou muitos anos da sua vida à tradução da Bíblia da língua grega para a chinesa, Pearl Buck passou a sua infância na China, por isso os seus livros são histórias passadas na China.
    Foi PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA.

    beijinho

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