segunda-feira, 22 de abril de 2013

FICÇÃO E REALIDADE.


 
Só a perseguição genial e aterradora de um psicopata revelou quão sós, impotentes e desprotegidos podemos estar.
 
----------------------------------------------
 

"Estou lá, mesmo no centro de tudo. Invisível. Fico à sua frente e ela sorri-me de um modo muito próprio, franzindo os olhos. Ri-se das minhas piadas. Põe a mão no meu ombro. Deu-me um beijo na cara: um beijo doce, seco, que queimou a pele. Deixa que os seus olhos se encham de lágrimas e não as limpa. Já não confia em muitas pessoas, mas confia em mim. Sim, confia totalmente em mim. Enquanto estou com ela não posso rir-me. As gargalhadas avolumam-se dentro de mim, como uma bomba.

É forte, resistente; verga mas não quebra. Não desmoronou. Mas eu sou forte. Sou mais forte do que ela, mais forte do que qualquer pessoa. Sou mais esperto, mais esperto do que aqueles parvos que farejam à procura de pistas que não existem. E sou paciente. Consigo esperar o tempo que for preciso. Observo e espero e, dentro de mim, rio-me."
 
Este é um dos pensamentos bastantes frequentes de uma personagem, deste  livro que  li há uns anos atrás e hoje me apeteceu reler na diagonal, ou seja, folheando-o e relendo as partes em que este assassino, aparentemente inofensivo, se revela a nós, leitores, através dos seus pensamentos calculistas, mas que as futuras vítimas descobrem tarde demais. O propósito porque o fiz nem sequer tem qualquer interesse especial. Tão pouco tem qualquer relação com psicopatas. Apenas me pus a pensar no perigo que significa quando imaginamos erradamente conhecer alguém, que tem o condão de nos deixar com a sensibilidade "à flor da pele"!
 
                                                                 

 
 

16 comentários:

  1. Será que alguma vez conhecemos uma pessoa 'a fundo'?
    O erro faz parte do risco.

    Beijocas

    ResponderEliminar
  2. Nunca saberemos realmente do que os outros são capazes...nem nós.

    Este acho que vou passar, acabei de anotar "Vinhos Mágicos" no blog onde o recomendaste :)

    Beijinho :)

    *a aguentar firme as saudades? :)))

    ResponderEliminar
  3. ES muy difícil conocer a las personas ya que muchas guardan su yo y su ego en cajas que no se pueden abrir.


    Saludos

    ResponderEliminar
  4. Já li um livro desta escritora e gostei muito da forma como escreve.

    ResponderEliminar
  5. Janita eu penso que nem eu sei do que serei capaz, penso que não me conheço, acredite, existem acontecimetos nas nossas vidas que não sei como reagir no momento.
    Boa semana querida

    beijinho e uma flor

    ResponderEliminar
  6. Nunca ouvi falar deste livro, embora existam vários com um título igual ou levemente parecido e com várias temáticas: dermatologia, sexologia, poesia, contos e por aí adiante. Como não referes o/a autor/a, fiquei na mesma! :)

    De qualquer forma, acho que nunca chegamos a conhecer verdadeiramente os outros, por vezes nem a nós próprios...

    Da música gosto muito, está claro! :D

    Beijocas!

    ResponderEliminar
  7. Olá, Janita!

    O acreditar sem reservas em alguém - independentemente da razão que nos possa colocar nessa posição - torna-nos presa fácil,vulnerável, desarmado se esse alguém tiver instintos de "predador".
    E esse "à flor da pele" com que fechas o texto traz-me à mente a expressão "cegueira",induzida ou "voluntária"...e a que nenhum de nós, humanos e sensíveis, estará imune...

    Tema forte para início de semana.

    Beijinhos amigos, boa semana, fica bem.
    Vitor

    ResponderEliminar
  8. Susana Miranda22 abril, 2013 23:46


    Olá Janita, boa noite.

    Existem determinados traços e causas associados. São manipuladores, pessoas sedutoras, bem-educados, com seu charme seduzem as vítimas. Essa capa esconde normalmente, uma infância perturbada.

    As aparências iludem…

    Beijinho e um sorriso
    Susana

    ResponderEliminar
  9. Um dia acordamos... passa a sedução, levou-a que a trouxe.

    ResponderEliminar
  10. Este nunca li, mas só o extrato já é arrepiante.
    Quanto ao Chico, isso já é outra conversa.
    Beijoca.

    ResponderEliminar
  11. Não conheço o livro.
    Já o Chico Buarque...UAU!!!

    ResponderEliminar
  12. Do livro não posso falar. Do vídeo...também não:))))

    Só que gostei muito. Do vídeo. Pois...não digas nada :)

    Beijinho

    ResponderEliminar
  13. Não vou falar do livro, mas duma coisa curiosa que dizes no teu texto e que eu de vez em quando também faço: reler um livro, passado um tempo, "na diagonal"...
    É deveras interessante.

    ResponderEliminar
  14. Curioso este “tema” da psicopatia, escrito a dois pelo casal Nicci Gerard e Sean French (Nicci French), que não li mas cujo tema é horrivelmente fascinante !
    Curioso também por ser mais (muito mais) frequente nos homens. Porque será ? … (???)
    O Psicopata, quase em geral, é encantador, com capacidade de manipulação das pessoas, sedutor, mentiroso compulsivo, com comportamento fantasioso, narcisista, calculista e frio, impulsivo, incorrigível, anti-social, quase impenetrável e tal como dizes, é “extremamente difícil de avaliar o perigo que significa quando imaginamos erradamente conhecer alguém, que tem o condão de nos deixar com a sensibilidade "à flor da pele" ", precisamente pela avaliação fantasiosa que a mulher faz frente a todas aquelas características que podem tornar, aos seus olhos, um homem irresistível !
    Creio não ser tão frequente o inverso (mulher psicopata) !? ... sorte a nossa (?). :)))

    O vídeo, mais as imagens que a letra muito sugestivos ! eheheh

    Beijinho, Janita :))))
    .

    ResponderEliminar
  15. É verdade, Janita! Temos andado arredados mas sem que isso tenha sido beliscado por qualquer motivo. Apenas temos andado distraídos e eu menos presente.
    Só se fossemos psicópatas é que teria havido razão.
    Na realidade perco-me agora mais na Praça Jacques Brel . É outro mundo!
    Um grande beijinho para ti minha querida Janita!

    ResponderEliminar
  16. É verdade, Janita! Temos andado arredados mas sem que isso tenha sido beliscado por qualquer motivo. Apenas temos andado distraídos e eu menos presente.
    Só se fossemos psicópatas é que teria havido razão.
    Na realidade perco-me agora mais na Praça Jacques Brel . É outro mundo!
    Um grande beijinho para ti minha querida Janita!

    ResponderEliminar