sexta-feira, 7 de junho de 2013

Quando Tudo Parece Perdido...Alguém Nos Oferece Amoras!

 
Deixem que o tempo as amadureça! Quando estiverem negras e doces, colham-nas suavemente e saboreiem-nas devagar. Na vida há um tempo para tudo, e tudo virá a seu tempo! 
 

As Amoras

O meu país sabe as amoras bravas
no Verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos e
reparo que também no meu País o Céu é azul.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)


Imagens da Net


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22 comentários:

  1. Lindo e sábio esse texto! Um lindo fim de semana,beijos,chgca

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    1. Olá Chica,
      Como amo muito o meu País, independentemente dos algozes que o têm maltratado e desgovernado, ao longo do tempo, vejo-o com a doçura e o enlevo de quem acorda cedo para cantar nas silvas! Tem sido essa a labuta do nosso povo, aqui tão bem retratada nesta metáfora.
      Ferir-se nos picos da vida, para arranjar o que comer!
      Beijinhos, Chica.

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  2. Bonito o texto :)

    Amoras são deliciosas :)

    Beijinho e bom fim de semana :)

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    1. É bonito, sim, Maria e se o analisarmos bem, mais beleza lhe encontramos!:)
      Todos os frutos silvestres têm o sabor especial que a Natureza lhes confere, sem químicos nem aromas artificiais!

      Beijinhos e tem um óptimo fim de semana, Maria!:)

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  3. Amoras silvestres, de forma literal, das silvas, dos velhos silvados que ocupam as bordas - margens - que as mãos humanas não cuidam, são na verdade frutos maravilhosos. O ponto de maturação e muito importante já que verdes são duras e sem sabor, e muito maduras desfazem-se numa consistência desagradável. Em qualquer caso, amoras silvestres mais ou menos no ponto, tem que colhidas até 15 de Agosto, dia a partir do qual, diz a sabedoria popular, o diabo mija nelas e adquirem um aspecto encruado e uma cor que não vai ao negro brilhante, ficando por cor de vinho, secas, e duras! Com as temperaturas baixas como vão, este não vai haver muitas.
    Aproveitar o que aparecer, até ao dia da Senhora do Pilar; depois já sabem ...
    Para já, contemos com as cerejas.
    Beijinho, Janita

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    1. Olá, Zé Maria!
      Na minha infância comi muitas, que apanhava na beira dos valados, perto do Monte onde vivia a minha tia Ana, lá no Alentejo! Também apanhei muitos arranhões!!
      Agora essa informação acerca do que os diabo lhes faz a partir de 15 de Agosto- feriado Dia da Assunção - é que foi uma novidade para mim! O raio do chifrudo mete o nariz, e não só, em tudo! Arre!:)

      As coisas que tu sabes, Zé Maria! Eheheh

      Beijinhos!:)

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  4. " Na vida há um tempo para tudo, e tudo virá a seu tempo! "

    A grande lição da Natureza. Se a seguíssemos quão mais felizes não seríamos?

    Beijo e bom fim de semana. ( o meu com cerejas e muitas outras coisas que só o tempo pode dar e também " porque quando tudo parece perdido... alguém nos oferece amor(as)" !!! :) )

    Beijo

    Laura

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    1. Olá, Laura!

      Não seguimos a lição da Natureza, porque queremos ter tudo do nosso jeito e já ninguém tem paciência para dar tempo ao tempo, acho eu!
      Para ser sincera eu gosto mais de cerejas do que de amoras e as suas têm um aspecto delicioso!:)

      Pois...se quando tudo parece estar perdido, nos oferecessem amoras com amor ou amor com sabor a amoras...seria a cereja em cima do bolo!:))

      Beijinhos.

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  5. Comentar um trabalho de Sophia?
    Não me atrevo, Janita.

    Venham daí as amoras que eu tratarei de as degustar.

    Beijocas e bom fim de semana.

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    1. Atreve-te, Observador!
      Sabes bem que o mundo é dos audazes!:)

      As amoras ainda não estão no ponto, tem calma e deixa-as amadurecer! Não queiras degustar nada que te venha a amargar. Take it easy. eheheh

      Beijocas amigo, sempre bem disposto! ;)

      PS: Então o meu pedido tá bem encaminhado? Já vi o passarinho da Fê, igual ao teu lobo...já aprendeste como se faz? Qualquer dia vou aí e trago-o, com ou sem autorização tua. É limpinho!

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  6. Janita, desculpe. Tentei contactá-la por outra via, mas vim sempre aqui parar.
    O poema “As amoras” é de Eugénio de Andrade e figura em «O Outro Nome da Terra», 1988.

    Peço desculpa, mais uma vez.

    Beijo

    Laura

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    1. Deixo-lhe o link, página 161 e 162

      http://z3950.crb.ucp.pt/Biblioteca/mathesis/Mat18/Mathesis18_149.pdf

      Beijinho

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    2. Por favor Laura, não há motivo para pedir desculpa!
      Eu sabia da controvérsia acerca da autoria deste poema.

      Contudo, após ler o seu segundo comentário, fiz uma pesquisa mais aturada e vi vários sites em que ele consta como sendo de Sophia de Mello Breyner.
      Achei desnecessário trazer para aqui mais do que um. Assim sendo, trouxe este blog:

      http://sonheicontigo.no.sapo.pt/Poemas/Sophia_de_Mello_Breyner_Andresen_As_Amoras/Sophia_de_Mello_Breyner_Andresen_As_Amoras.htm

      Entretanto, deparei com uma espécie de petição que supostamente corre ou correu, no Facebook, subordinado ao tema " A Eugénio de Andrade o que é de Eugénio de Andrade".

      https://pt-br.facebook.com/pages/A-Eug%C3%A9nio-de-Andrade-o-que-%C3%A9-de-Eug%C3%A9nio-de-Andrade/181494428571274

      Admiro igualmente ambos os geniais poetas/escritores, mas, na dúvida, vou manter o poema como sendo da autoria de Sophia, agradecendo reconhecida a sua amável e bem-intencionada chamada de atenção, Laura.
      Obrigada e um beijinho.

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  7. Esplendido comentario como siempre nos tienes acostumbrados.

    Las miras son deliciosas.

    Saludos

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    1. Gracias, amigo José.

      Has dicho miras; bueno o yo estoy equivocada o te has equivocado tu. eheh
      En castellano amoras no se llaman moras?

      Si volveres aqui, dimelo, por favor, José.

      Un beso con amistad.

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  8. Em miúda ia indo desta para melhor com umas amoras que comi, de modo que só recentemente voltei a comê-las. Não foi alergia, mas os médicos proibiram-me de as comer. Mas acho que ainda são mais bonitas enquanto não amadurecem, naqueles tons vermelhos... :)

    Beijocas!

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    1. É preciso cuidado ao comer frutos silvestres, Teté!
      São bravios e como tal uma espécie de cogumelos ou bagas de árvores. Tanto podem ser boas como podem ser letais.

      Eu prefiro vê-las do que comê-las, mas quando somos catraias não temos o sentido do perigo.
      Nem por vezes depois de adultos...:))

      Beijinhos e bom resto de domingo e feriado!:)

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  9. Olá, Janita!

    Por enquanto, ainda estão vermelhas, não prestam; mas maduras já comi muitas,em pequeno, saborosas - quando era chegado o tempo.
    E vão lindamente bem com o o poema da Sofia de Mello Breyner, que à altura não fazia de quem pudesse ser...

    Bom feriado e boa semana; beijinhos amigos.
    Vitor

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  10. Olá, Vitor!:)

    O que vale é que agora compramos tudo, todo o ano, nos supermercados. Já tenho comprado, congelados, frutos silvestres para adicionar à sangria que o meu filho e nora tanto gostam!:)

    Pois, é! Para estes frutos não poderia ser outro poema senão este, embora, na sua essência, ela se queira referir mais ao País, comparando-o com o fruto nascido das silvas!

    Beijinhos, Vitor e a continuação de tudo o que já te desejei lá no teu belo espaço.:)

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  11. Olá JAnita,

    Gosto do meu país,gosto de ver as amoras e as framboesas a amadurecer, gostei deste post e acredito que há um tempo...para tudo!

    Abraço grande

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    1. Olá, Argos!

      Também gosto muito do meu/nosso País e isso faz-me sentir mais profundamente vê-lo tão maltratado.
      É, Argos, há um tempo para tudo e não adianta tentarmos antecipá-lo!
      Obrigada, por teres vindo!:)

      Um forte abraço.

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