quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Poemas São Sonhos Que Voam.



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Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
Alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
No maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

(Mário Quintana)



...assim como sem livros, sonhos ou poemas...sem ti, não sou nada!

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28 comentários:

  1. ~ ~ ~
    Tu eras também uma pequena folha
    que tremia no meu peito.
    O vento da vida pôs-te ali.
    A princípio não te vi: não soube
    que ias comigo,
    até que tuas raízes
    atravessaram meu peito,
    se uniram aos fios do meu sangue,
    falaram pela minha boca,
    floresceram comigo.

    ~ ~ Pablo Neruda ~ ~

    ------- Beijinhos -------

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    1. Tão certo, como certo é sabermos que temos um coração que palpita no nosso peito e nem sempre entendemos, quem, como e quando, se enraizou dentro dele!
      Gostei muito do poema de Neruda, Obrigada, amiga!

      Beijinhos:)

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  2. Na verdade

    Tudo pelo melhor
    a despertar relâmpagos

    Bj

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    1. Na verdade, Mar, há ocasiões em que os relâmpagos servem para nos iluminar o caminho, pedregoso e escorregadio, que trilhamos.
      Nesse caso vêm para nosso bem e pelo melhor...

      Beijinho.

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  3. "Os poemas são pássaros que chegam
    não se sabe de onde"
    ...
    "Alimentam-se um instante em cada
    par de mãos e partem."

    Quintana torna tão efémero o sonho...

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    1. Talvez, porque os sonhos não são somente nossos. Rogério! Giram sempre à volta de algo ou de alguém.

      Quantas vezes descobrimos que o alimento desses sonhos foi encontrado em nós e, por fim, saciados, devemos deixá-los partir, voando livremente rumo à liberdade.
      Os sonhos não se querem prisioneiros...

      Um abraço amigo:)

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    2. Não concordo nessa infalível efemeridade!
      Há poemas que se tornaram imortais e sonhos que duram uma vida e, por vezes, transmitem-se aos nossos descendentes.

      Sei que, com poesia a vida é muito mais graciosa e suportável, pelo que, esta postagem é uma dádiva á Amizade, que agradeço.

      Abraço. ():))

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    3. Majo,

      creio que a beleza da poesia reside na forma como cada um de nós interpreta as palavras, muitas vezes metafóricas. dos poetas!

      É evidente que existem poemas que se tornaram imortais e passam de geração em geração, sempre com o mesmo encanto. Basta pensarmos nos "Lusíadas" de Camões!
      Com os sonhos já é diferente. Podem existir sonhos colectivos, mas a esses, eu chamar-lhe-ia ideais .
      Os sonhos são o reflexo de algo que muito desejamos e a vida não nos concede facilmente, pelo que podem durar uma vida, se não os conseguirmos concretizar. Dai a passá-los aos nossos descendentes, vai um abismo enorme...
      Como sabes, a poesia não é toda ela graciosa, escrita com o intuito de tornar a vida mais alegre. Muito pelo contrário! Há poetas que encontram na poesia a única forma de exteriorizarem as mágoas que lhe vão na alma. Quantas vezes já chorei sentindo a dor que o poeta grita nos versos que escreve, e a sinto como minha.

      A efemeridade que o amigo Rogério sublinhou, ficou a dever-se à referência do poeta ao facto dos poemas serem como pássaros que se
      "alimentam um instante em cada par de mãos e partem.".

      Claro, Majo, nós não temos a exclusividade de ter um livro escrito só para nós, por isso eles- os poemas - voam de umas mãos para outras.

      Esta é a ilação que eu tiro deste poema.
      Poesia matemática só a de Millôr Fernandes...:)) E mesmo assim...!!!

      Abraço! :))

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    4. Estou tão habituada a pôr a poesia dramática de lado, que até me esqueço dela!

      Quanto à interpretação, o poema pode voar por todos os lados, mas ficará eternamente ligado ao seu autor.
      Compreendo que, em determinadas situações, por fazer parte da vida íntima do autor, possa haver alguma melancolia no ato de o publicar.

      Abraço! ():))

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  4. Diz-se que sonhar é viver, talvez, mas são muitas as vezes que os meus são algemados.
    Adorei o poema e a música.
    Amiga tenho andado um pouco afastada, infelizmente a vida assim o permite, embora esteja no desemprego, mas muitas curvas tem o caminho por onde estou caminhando.
    Desejo de coração um ano com muita saúde, paz e amor, porque tu simplesmente mereces tudo de bom.

    beijinho e uma flor

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    1. Minha querida Flor.

      Se recordar é viver, sonhar é não desistir da vida e daquilo que a nossa alma anseia. Tu tens sonhos algemados, eu tenho sonhos que nunca foram concretizados e outros, muitos, terão sonhos que são a razão da sua vida.
      Todos temos caminhos tortuosos para percorrer, mas tu és e sempre foste uma mulher de coragem, amiga. Tem esperança e não deixes que as horas más te agrilhoem os desejos de viver com alegria. Pensa que há sempre quem esteja pior!

      Tens uma grande felicidade, Adélia! O amor de um homem de bem, que te acompanha e ampara, juntos se apoiam mutuamente. Pensa nisso!
      Coragem! Precisas dela para a transmitires a quem está ao teu lado.

      Um beijinho grande e solidário com o desejo que este Novo Ano seja mais sereno e generoso.

      Um grande abraço, amiga!

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  5. Boa noite, JAnita,

    Se o alimento estava em cada um de nós, as mãos não podem ficar vazias, nem a alma.

    Abraço grande

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    1. Olá, Argos!

      Meu querido, quando terminas de ler um livro, mesmo que não seja de poesia, não sentes um vazio em ti? Eu, sim! E até já te falei sobre o assunto, por sinal, quando terminei a leitura de "As Cinzas de Ângela".

      Quanto ao alimento que Quintana refere neste poema , penso ser a nossa compreensão e sensibilidade para sentirmos a poesia. Por isso o alimento, quando os "sonhos pássaros", levantam voo, ou seja, quando os terminamos de ler, já estava em nós
      Tu, eu e tantas outras pessoas que adoram ler, nunca terão a alma vazia. Concordas?

      Beijinhos e abraços com carinho.

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    2. Olá janita,

      Não sei se concordo. Quando termino de ler um livro posso sentir paz, revolta, tranquilidade, dor, interrogação ou sentimentos que não consigo definir muito bem, mas nunca o vazio.
      A nossa compreensão para sentirmos poesia ou outro género literário vem da experiência de vida e de outros livros que lemos e é esse crescimento interior que alimenta os "Sonhos Pássaros".
      Claro que não temos um livro escrito exclusivamente para nós, mas em cada livro, lemos os nossos fantasmas, entendes?
      Um exemplo, na poesia, como posso saber se estou a sentir a dor ou a alegria ddo poeta? Ninguém sente exactamente como o outro porque ninguém vive exactamente como o outro.
      Confuso?
      Já dizia o poeta em "Autopsicografia"...

      Abraço grande

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    3. Olá Argos.

      Parece-me que desta vez estamos um pouco des-sintonizados ( se é que a palavra existe):(

      O vazio que me refiro é a falta que as personagens me ficam a fazer, como se fossem gente verdadeira, que privaram comigo durante certo tempo, umas de que gostei muito e outras que detestei.

      Achas que a sensibilidade se adquire com a experiência de vida? Sinceramente, eu não!
      Posso não viver como o outro, mas consigo colar-me na sua situação e vivê-la com grande intensidade. Já chorei a ler ou a ver um filme, assim como já me enterneci e amei como se fosse eu a viver determinadas situações e emoções.
      Provavelmente , Argos, tu consegues distanciar a realidade da ficção, sem te deixares envolver no enredo daquilo que lês, mas eu não!
      Amo ou detesto, consoante os sentimentos que o autor me consegue transmitir.
      Lamento ser tão imatura, mas sou assim e não há nada a fazer.

      Autopsicografia? Vou ter de saber o que se trata.

      Beijinhos.


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    4. Desculpa, queria dizer: "colocar-me"

      Abraço.

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    5. Sabes, Janita?
      Conseguir realmente colocar-se no lugar do outro. Basta esta introdução: Se fosse eu...
      E o "eu" é diferente do "ele". Nós pensamos, imaginamos, na realidade não estamos lá, mas pode haver uma certa identificação por causa das nossas vivências.
      Em relação a eu conseguir distanciar a realidade da ficção, mais uma vez depende da realidade de quem e da ficção de quem. Gosto de me perder nos livros, de sonhar, de voar, de exorcizar fantasmas meus, de passá-los para os livros...

      Ser imatura? Achas mesmo que é essa a palavra certa?
      A mim já me chamaram vendedor e arquitecto de sonhos impossíveis!

      Abraço grande e não te irrites, provavelmente nunca estaremos de acordo nesta troca de ideias, o que é óptimo porque há uma aprendizagem mutua.

      Outro abraço




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    6. Argos,

      mesmo que aches tardia a resposta, na verdade, só agora li e vi, com olhos de ver, esta tua mensagem. Pelo facto te peço desculpa.

      Certamente, por muito que queiramos colocar-nos no lugar do outro, o 'eu' será sempre diferente do 'ele', ainda que hajam vivências semelhantes. Mas podemos sempre compreender, certo?

      Também gosto de me perder nos livros que leio, de sonhar...e já exorcizei alguns dos meus fantasmas do passado em livros que li, igualmente num passado próximo.

      Se imatura não te parece a palavra exacta, agora também a mim, não me parece. Talvez, insegura!

      Um abraço grande e desculpa a minha falha por não te ter respondido atempadamente.
      A aprendizagem mútua é uma das melhores coisas que tem a amizade.

      Beijinho.

      Janita

      PS. Nunca me irrito, gratuitamente, só quando tenho fortes motivos para isso, o que não foi o caso.

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  6. Desejo-te um Ano Novo Muito Feliz, com música na voz de Diana Krall

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  7. Olá, Ricardo.

    Sejas muito bem aparecido! Há quanto tempo...Estive a ouvir a Diana Kral numa melodia muito doce que adorei.
    Porém, não acreditarias se eu te dissesse o que fiz na véspera de Ano Novo...nada, simplesmente! :))

    Beijinhos e obrigada pelos teus lindos vídeos.

    Bom Ano, também para ti, amigo!
    .

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  8. É, estes nuestros hermanos são originais nos vídeos e nas músicas pop que nos apresentam. Conheço pouco, mas também já os publiquei, aliás, foi uma das últimas publicações antes da ausência de 8 meses. Gosto muito do vídeo e isso comprova que o pop não tem que ser "pastilha elástica-deita fora!".

    beijo.

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    1. Finalmente, alguém me diz algo sobre esta canción que gosto tanto, Hugo!
      Sabes? Tenho um CD, desde há uns anos largos, oferta do meu Prof.- a mim e ao resto da turma - de um cursinho de língua castelhana que fiz.
      Coisa básica, de poucos meses.
      Chama-se "Sussurros Latinos" do qual esta canção faz parte. O título do disco é Estrella del Mar e o cantor Amaral. Não sei quem é!! Só sei que adoro a maioria das canções. Tenho a certeza que muitas pessoas dirão tratar-se de música pimba espanhola, mas eu acho-as românticas e estou-me marimbando...
      São 19 canções, mas tive de andar no Youtube a procurar, porque, apesar de ter as músicas no pc, não a consegui passar directamente para o post.
      Ainda bem que gostaste, Hugo, já estava a ficar descoroçoada por ninguém a ter ouvido....:)

      Beijinhos, meu querido, tem um lindo fim-de-semana!

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  9. Os livros são uma companhia indispensável, Janita.
    Beijinhos e votos de BFDS!

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    1. Sem dúvida, Amigo Pedro!

      Companhia indispensável e que nos dá muito sem nada pedir em troca!
      Infelizmente, nestes últimos anos e devido a esta janela mágica que me liga ao mundo e a tantos amigos de quem gosto, não tenho procurado muito a sua companhia e sinto-lhes a falta.

      Desejo-lhe um excelente fim-de-semana, Pedro.

      Beijinhos.

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  10. Feliz año y feliz fin de semana.
    Un abrazo.

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    1. Hola, querido Disan.

      Muchas gracias y el mismo te deseo.

      Un maravilloso Año Nuevo y feliz finde.

      Un beso com mi cariño.

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  11. Olá, Janita!

    O lado bom da vida sempre gira em volta da companhia daqueles e daquilo de que gostamos, sejam lá eles quem/o que forem...

    Já quanto a livros, por aqui a vontade já conheceu melhores dias...

    Bonita escolha!

    Bom fim de semana e beijinhos amigos.
    Vitor

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  12. Olá, Vitor.

    Tens razão! Tudo o que nos trouxer alegria e bons momentos de felicidade, tem de girar à volta daquilo ou daqueles de que gostamos e gostam de nós!

    A mim, não me falta a vontade de ler, falta-me por vezes tempo e poder de concentração. Acho que ando demasiado presa a um mundo virtual que me tem trazido demasiados amargos de boca.

    Obrigada, Vitor pela tua boa vontade em aceitar-me como sou.

    Beijinhos amigos e bom fim-de-semana.

    Janita.

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