sábado, 28 de março de 2015

Menina dos Olhos Tristes.



Menina de Bagdad-Iraque-1996
Foto de Eduardo Gageiro
 
 

Menina dos olhos tristes
o que tanto a faz chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar.
(...)
 
 

 

 
 
 
 
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24 comentários:

  1. Infelizmente são cada vez mais comuns esses olhos tristes.
    Amiga Janita escolheste dois grandes portugueses:
    Eduardo Gageiro e José Afonso.


    Vem numa caixa de pinho
    do outro lado do mar
    desta vez o soldadinho
    nunca mais se faz ao mar

    beijinho grande e bom final de semana

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    1. É uma realidade à qual não podemos fugir, Amiga Fê: O sofrimento das crianças, vítimas inocentes de guerras e ódios.

      Esta canção do Zeca Afonso era uma referência velada à Guerra do Ultramar, como todos sabemos!
      Hoje, vivem-se outras guerras...

      Um beijinho grande para ti, minha amiga!

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  2. Por pouco, a Lena não foi "menina de olhos tristes" , nem eu corri o risco de voltar "numa caixa de pinho", naqueles 1ºs anos da década de 60 ! ...
    ... e aqueles olhos triste e grandes foram muito bem "apanhados" pelo Eduardo Gageiro e muito bem escolhida por ti para ilustrar essa canção do Zeca Afonso.

    Beijinho e bom Domingo (o mais pequeno do ano) ! :))
    .

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    1. Graças a Deus, Rui! Infelizmente, nem todos tiveram a mesma sorte.
      Houve muitas crianças e mulheres que ficaram com o olhar triste e homens que voltaram, uns em caixas de pinho e outros estropiados

      Beijinhos e bom resto de Domingo, Amigo Rui!

      ( o 1º dia custa sempre um bocadinho, mas gosto muito quando adianta a hora...)

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  3. Tenho esse LP desde os inícios de 70. Creio que o ouvi centenas de vezes ao longo da vida. É bom de mais!

    Beijinhos cantados.

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    1. Este LP não tenho, Graça, mas ouvi muitas e muitas vezes esta canção.

      Uma canção triste, cujo verdadeiro sentido de 'lia' nas entrelinhas!

      Beijinhos!

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  4. Nem imaginas,
    as memórias que me são trazidas...
    Cantava-a em Maquela do Zombo
    e já não sei se a ela me refiro
    no meu livro

    (O rosto
    ilustra o regresso
    do pesadelo
    retratado
    por Gageiro
    (um mestre, que conheci há pouco)

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    1. Imagino, sim, Rogério! As suas memórias falam desse medo e dos pesadelos por 'lá' vividos!
      Felizmente, tempos idos!

      Estes olhos de meninas tristes foram retratados durante pesadelos bem mais recentes. O fotógrafo? Um Português notável na sua Arte!

      Um abraço.

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  5. Lindo... mas muito deprimente :(

    Há dias fiquei um bocado chocada ao ler uma frase dita por um brasileiro sobre o nosso país e que era assim: «Portugal é velório sem defunto»...
    E hoje ao recordar esta canção do Zeca vieram-me aquelas palavras à lembrança.

    Beijinhos domingueiros
    (^^)

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    1. Afrodite:
      nem tudo na vida é "sexo e rock'n'rol"...!! Sobretudo, nos Países do Médio Oriente e não só!!

      Essa foto de Gageiro foi tirada no Iraque, durante o bombardeio dos EUA a Bagdad. O fito era apanhar o ditador Saddam Hussein, mas os civis é que sofreram e ainda sofrem...

      Essa frase do brasileiro não me merece a menor credibilidade, porque no Brasil ainda há mais desigualdade... social e económica... 'defuntos', lá, são mais que muitos!
      Portugal é um velório mas todos querem cá vir...passear... não, para trabalhar.

      Beijinhos

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  6. Os portugueses são, por natureza, um povo melancólico. Assim indicam alguns “estudos”. Talvez devido a isso o comentário do brasileiro.

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  7. Catarina,

    Somos um povo nostálgico, melancólico, talvez não tanto!
    Isto, porque associo nostalgia a saudade e melancolia a tristeza...e não somos um povo na generalidade triste. Pelo contrário, gostamos muito de rir e de alegria...:)

    Temos é uma certa propensão para a saudade e daí o Fado ser a canção nacional!! :)

    Claro, que sendo o povo brasileiro na sua maioria de raça negra, tem o ritmo de dança no sangue e o samba nas veias.
    Mas quem foram os primeiros colonos a ir para o Brasil? Os Alentejanos!
    Paradoxal, né??

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  8. Um canção e uma foto em harmonia. Fala-se da guerra das colónias na música do Zeca e a foto do Gageiro como de costume excelente, do tempo da guerra do Iraque. Como só ele fotografar a preto e branco !

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    1. Olá, Ricardo!

      Quando há tempos vi esta foto - entre outras - numa entrevista na RTP2 a Eduardo Gageiro, lembrei-me de imediato desta canção do Zeca, não tanto por ele falar da guerra das nossas ex-colónias, mas pelo título da canção.
      Só mais tarde, pensei em usá-las, a foto e a canção, por me aperceber do que têm em comum.

      Sem dúvida alguma que as fotos a P&B mostram melhor a realidade, quando ela tem uma vertente mais profunda.
      As fotos de Gageiro referentes ao 25 de Abril, não há uma a cores!

      Um abraço e obrigada.

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  9. Os sentidos são como fotos guardadas em albuns que só vêm "à tona" quando os folheamos. É assim com os cheiros, com os sabores, com o olhar e com a audição.
    E também há canções que abrem o tal "album" e num repente estamos lá onde já não pensávamos voltar.
    A canção do Zeca fez-me isso: por momentos regressei aqueles lugares e aqueles com quem vivi num período curto no tempo e no entanto longo da vida.
    Beijokas mas com sorrisos!

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    1. Que bela analogia fizeste ao despertar das nossas memórias adormecidas, Kok!
      Por um momento pensei estar a ler um texto poético....És uma "caixinha" de boas surpresas, Amigo!! :)
      Assim, fiquei a saber que também andaste nessa batalha inglória a que chamavam "lutar pela Pária"...Tempo, esse, que nem é bom lembrar.

      Um beijinho e uma beijoka já com sabor a amêndoas de Páscoa!

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    2. De súbito senti-me dentro de um caixinha atada com um laçarote e que ao ser desfeito dela eu saltasse PUF vestido de coloridos tecidos, balouçando, preso a uma mola fixa no fundo da caixinha...
      Agradeço-te pela ideia do "texto poético" que fazes o favor de assim o entenderes; afinal são somente pensamentos e emoções passados à escrita.
      Beijokas!

      §-é verdade, "passei" por essas paragens. Tive coragem (??) de agarrar uma arma mas não fui capaz de a tal me recusar!

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    3. Tu e o teu sentido de humor tão peculiar...:-))
      Sentiste-te um Kokzinho colorido, a saltar de dentro de uma caixa? Não! As tuas surpresas são bem mais enriquecedoras, embora haja alturas em que a rir, nos fazem pensar!

      Nem tinhas como recusar ter pegado numa arma, meu amigo! Por esse tempo não havia objecções de consciência!

      Beijos e abraço!

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  10. Hoje vi uma das fotos mais impressionantes que alguma vez me foi dado ver - uma criança síria a render-se quando lhe apontam uma câmara fotográfica e ela confunde com uma arma :(
    Beijinhos, boa semana

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    1. É horrível, revoltante e inadmissível, isso que conta, Pedro!
      Crescer no meio da guerra é como mutilar uma criança..Terrível!
      Pobres seres indefesos e inocentes! :(

      Beijinhos.


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  11. Recorda-me quase 4 anos da minha vida desperdiçados para nada...

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    1. Mas voltaste são e salvo, João! Sem mazelas físicas nem traumas psicológicos. O mesmo não aconteceu com o meu único irmão.:(

      Beijinho.

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  12. Uma canção que não me canso de ouvir. Fui à tropa depois do 25 de Abril (em 1978), não vivi esses dramas e por muito que tente imaginá-los pecarão sempre por defeito.
    A Pátria maltrata os seus filhos e não é só de agora...

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    1. Esta canção do Zeca, como o Rui bem sabe, era para ser entendida nas entrelinhas.

      Não é a Pátria que nos maltrata, Rui!...Digo eu!
      Maltrata os seus filhos quem, impunemente, o faz em seu nome.

      Eu amo a minha Pátria e sofro por a ver afundar-se, lentamente, num mar de lodo...

      Boa Páscoa, Rui!.

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