segunda-feira, 1 de junho de 2015

INTELIGÊNCIA?


Li há pouco tempo atrás um artigo escrito por Isabel Leal, Professora de Psicologia Psicoterapeuta, sobre a importância de apreciarmos e valorizarmos a inteligência como se fosse uma espécie de dom supremo. 

Fiquei a pensar neste tema e decidi trazer até vós um excerto desse artigo, para que desta partilha possa colher outras opiniões, caso estejam dispostos a isso.
Pode parecer um pouco prosaica esta minha preocupação acerca do tema, mas lá que fiquei na dúvida e a matutar no assunto, fiquei!

O que será melhor e mais valorizável? Possuir uma inteligência acima da média ou saber interagir com os outros, ser alegre, bem-disposto, compreensivo e usar de senso comum quando surge uma situação menos agradável?
Não será esta alternativa uma forma de inteligência emocional, logo, também, especialmente inteligente?
Se sim, por que razão uma psicóloga escreve um artigo em que parece dissociar uma coisa da outra?

Daí esta minha dúvida que, não sento atroz, me faz pensar se serei eu tão desprovida de inteligência a ponto de não entender a psicologia de uma psicóloga!

Eis o excerto do texto da Dra. Isabel Leal:

(...)

"Descobrimos, habitualmente por experiência própria, que aquelas criaturas muito doutas que citam os clássicos, sabem sempre quem disse o quê, quando e a que propósito, patinam na resolução de problemas triviais e quotidianos.
Que o “crânio” que brinca com os números como se fossem simples e fáceis, emperra em algumas habilidades sociais que diríamos básicas.
Que o escritor laureado ou o artista plástico cotado, distinguem-se tanto pelas suas produções quanto se tornam invisíveis ou desinteressantes nos seus juízos ou nas suas acções sobre o mundo que os cerca.
Que o líder carismático que empola massas em discursos fluentes e inflamados, funciona na intimidade como uma criança mimada ou insegura.
Que escapar a um detalhe de excepcionalidade atribuível à tal da inteligência, mantendo alegria, boa disposição, senso comum e capacidade de envolvimento com os outros, é tão raro que fica por validar se será assim tão bom ser especialmente inteligente.
Será?"


Opiniões aceitam-se!
Obrigada!




 Nota: O artigo está escrito segundo o novo Acordo Ortográfico, eu é que acrescentei as duas consoantes que não se lêem! Obviamente, que não é necessário dizer quais são. Faço esta referência não vá haver  alguma reacção negativa por parte da autora do texto.


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20 comentários:

  1. Ops! Penso que este artigo é areia demais para a minha camioneta. Quero eu dizer na minha que não sei se serei capaz de emitir uma opinião inteligente sobre o assunto, e não é de modo algum por inteligência a mais, antes pelo contrário.
    Um abraço e uma boa semana

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    1. Elvira,

      O título que dei a este post foi,precisamente, o mesmo que a Isabel Leal deu ao seu texto, não porque esteja a colocar em causa a inteligência de quem quer que seja...Se calhar, apenas e tão só, a minha! :)

      Obrigada, Elvira, beijinhos!

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  2. Inteligência ?

    ao serviço de quem?

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    1. Mar Arável,

      Às tantas ao serviço dos líderes carismáticos que empolam massas em discursos fluentes e inflamados.....

      :)

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  3. Janitamiga

    Não te amofines: já somos dois!...:-)))

    Por vezes (a maioria das vezes) as/os psicólogas/os são tão herméticas/os que vá lá entende-los. Porém, há excepções que deram anedotas.

    Num comício partidário um psicólogo toma a palavra e "blá, blá, blá, blá... há que usar a psicologia na análise da política e especialmente na partidário! E é péssimo andar entre os partidos, muda agora, muda depois! Eu sou um homem de um só partido! Repito para que ouçam bem: eu sou um homem de um só partidoooo!!!!!!"

    Da assembleia sai uma vez: "Vem cá abaixo que eu parto-te o outro..."

    Quero-te na nossa TRAVESSA para leres e comentares um pequeno conto sobre Cabo Verde, com crioulo e tudo... :-))))))

    Bjs da Kel e qjs do Pernoca Marota

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    1. Não nos amofinemos, então, HenriquAmigo! :(

      Deixemos que outros pensem por nós e aceitemos as suas opiniões sem as contestar...
      Pois, os psicológicos gostam muito de blá, blá, blá, mas eu acho que há outra classe que ainda é pior nesse aspecto, e tu sabes qual é!

      Tens um Conto na nossa Travessa? Obá, tou indo pra lá!!

      Beijinho para a Raquel e outro para ti.

      :)

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  4. Janita,
    Já é opinião comum que vivemos uma era de espertos, não de inteligentes ou/e cultos.
    Tão simples quanto isso.
    Beijinhos

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    1. Essa é a opinião comum, realmente, Pedro!

      O Chico-espertismo tem sempre mais sucesso numa sociedade hipócrita onde o facilitismo impera, mas nós não queremos isso para nós nem para os nossos, verdade, Pedro?

      Beijinhos

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  5. Amiga Janita:

    Esta citação de Charles Chaplin diz tudo o que penso sobre este tema:

    " Pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá. "

    Um beijinho garnde


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    1. Amiga Fê:

      Charlie Chaplin, foi um grande Humanista, que fez da sua profissão uma forma de luta em prol dos mais desfavorecidos, denunciando metaforicamente, através das suas personagens a prepotência dos grandes contra os mais fracos.
      Um Homem especialmente inteligente que soube transmitir toda a sua grandeza de alma em textos e frases, num alerta à salvação de um mundo sempre em conflito de interesses.

      Obrigada por o teres lembrado!

      Beijinho e grande abraço.

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  6. Ao ler o texto a primeira coisa que me veio à cabeça foi a citação de Charles Chaplin, que a nossa amiga Fê aqui deixou.
    Sabes amiga, se inteligência é o que vai na mona de que domina este mundo, então eu chamaria antes de malvadez com muita habilidade à mistura.

    Beijinho grande

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    1. Minha amiga, a inteligência não é sinónimo de malvadez nem de habilidade, no mau sentido!
      Mal da Humanidade se só houvesse neste mundo gente que usasse a inteligência para fazer mal aos outros!

      Mas, tens razão quando dizes que quem domina o mundo a usa com muita habilidade e maldade, mas isso acontece também na sociedade, de uma maneira geral.
      O comentário do Pedro Coimbra foi bastante elucidativo.

      Beijinhos.

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  7. Por mim, Amiga, entendo a inteligência ( o ser-se inteligente) como a simplicidade e naturalidade de saber-se "igual" aos demais. Falar melhor, dizer melhor não são um acto de inteligência mas um Dom de palavra. Comparem-se os políticos que temos... e já se demonstram inteligências "férteis" na arte.



    Beijos


    SOL

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    1. Nem mais, SOL...
      E entendes muito bem, Amigo!

      Eu entendo a inteligência emocional, como uma forma de saber viver com simplicidade no trato com os outros e não olhando-os de um patamar superior, apenas porque se tem o dom da palavra e a usa em malabarismos supostamente convincentes.
      Os políticos são férteis nesse "dom", lá isso é verdade.

      Alguns que se lhes contrapõem, idem, idem...aspas, aspas!!

      A humildade, própria dos Grandes, cada vez rareia mais! Outra vezes, parece humildade, mas não passa de uma máscara, para disfarçar a tal
      esperteza saloia.
      Enfim, inteligentes somos todos já que foi esse o dom com que Deus nos diferenciou dos restantes animais, o problema está se a devemos sobrevalorizar em detrimento das qualidades afectivas.

      No fundo era essa a questão...:)

      Beijinhos

      :




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  8. Não sei que te diga, o que revela logo ausência de um elevado grau de inteligência.
    O que é pouco relevante num país cujo mais conhecido vocábulo é o desenrascanso e a mais afamada actividade é o chico-espertismo.
    Mas já me estou a esticar e a fugir do tema.
    -Possuir uma inteligência acima da média é o que prevalece aos que, sendo muito ou não tanto, são inteligentes ou que como tal se assumem.
    -Saber interagir com os outros, ser alegre, bem-disposto, compreensivo e usar de senso comum quando surge uma situação menos agradável é o que aos outros serve, até mesmo aos que são inteligentes, ainda que não muito.
    Achas que te respondi? É que eu fiquei com dúvidas...

    Beijokas com sorrisos (básicos).

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    1. Uma das coisas mais difíceis de conseguir, na vida, é fazer os outros rir ou sorrir!
      Uma das coisas que me atraiu no teu blog, logo, em ti, foi a tua enorme capacidade de nos pôr bem-dispostos. Ainda que tenhas as tuas preocupações, mantens sempre uma prosa divertida ou reflexiva, mas sempre apetitosa de ler!
      Já vês que, para mim e para todos quantos têm o bom gosto de te visitar,
      és uma pessoa com um alto índice de inteligência.! Ó-ô...:)

      Parece que estou a brincar, mas estou a emitir, ao teu estilo, uma opinião muito sincera acerca da tua pessoa!!

      Quanto ao resto passaste, no teste, com nota máxima.
      Não só acho que respondeste, como o fizeste com grande coerência e dentro daquilo que eu esperava!! :))

      Beijokas, com um smile à moda do Charlie Chaplin!

      PS. Pensava que andasses zangado comigo, é que já publicaste por duas vezes e ainda não te visitei, mas não te esqueci, não!!...

      ;)

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  9. Bem...
    Há uns tempos dizia-se x ou y era muito inteligente e ponto final.
    Melhor para ele que não precisava de andar com o nariz enfiado nos livros e tirava boas notas, não confundir com alguns que tiravam boas notas mas não eram tao inteligentes. A esses valorizava- se a persistência que muitas vezes os levava mais longe que aos verdadeiramente inteligentes.
    Mas depois lembraram-se e vamos lá descobrir a quantidade de inteligências que há: emocional, intra pessoal, espacial, naturalista, linguística...

    Não tenho problema nenhum em valorizar e estimular a inteligência . Nivelar o ensino por baixo nunca. Olha os resultados!
    Ser inteligente e ser humilde não me parece ser sinonimo de QI elevado mas sim de se ter carácter e princípios!

    Eu não sou um génio, também não sou psicólogo e por isso a minha opinião vale pelo que vale ;-)

    Abraço grande que já divaguei demasiado

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    1. Bem, Argos!

      Estou deliciada com o teu comentário! Começaste por abordar um assunto ao qual sou especialmente sensível:
      Os 'especialmente inteligentes' e aqueles que não sendo de uma inteligência acima da média, conseguem, com a sua persistência e força de vontade, obter resultados tão bons ou melhor do que os primeiros!

      Isto, porque os meus dois filhos são a prova viva do que afirmaste, sabias?

      Não cabe neste espaço a explicação do que confirmo, mas numa outra altura falarei contigo acerca desta tua oportuna e verdadeira observação.

      Pois, isso de se catalogar os vários tipos de inteligência, será mais uma modernice dos tempos actuais.

      Se levarmos este tema para o campo do ensino é obvio que o estímulo a exercitar a mente e a valorização dos bons resultados académicos é sempre uma mais-valia a considerar.

      Também estou inteiramente de acordo contigo no que toca à aliança entre um dom natural, que é a inteligência, e a qualidade de ser humilde, serem apanágio de integridade, carácter e princípios.
      Aqui é que eu digo: tão simples como isso!

      Podes não ser um génio, mas a tua opinião é sempre genial e de grande valor!
      Nada do que disseste foram divagações, acho que nunca tiveste os pés tão assentes na terra com hoje!! :-))

      Beijinho e muito grata pelo teu comentário, Argos!

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  10. Ser genial com os números, as palavras a música ou qualquer outra coisa é muito bom mas quanto a mim se as capacidades de adaptação e de socialização forem deficientes não vejo onde possa haver felicidade...ora conseguir ser feliz é o que qualquer pessoa mais quer....logo acho que é preciso um bocadinho de tudo :))))
    Enfim divagações...

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    1. Olá, Papoila.

      Eis um comentário que resumiu, em poucas palavras, toda a essência do artigo em questão e daquilo que eu questionava.

      A inteligência e a genialidade devem ser valorizadas, mas...por si só não trazem a felicidade.
      Gostei!... E olha que não são divagações, são conceitos muito certos e pertinentes.

      Obrigada, Papoila!

      Beijinhos e tem uma óptima noite de bons sonhos!! :)

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