segunda-feira, 27 de julho de 2015

O VERÃO MAIS QUENTE...

...Aconteceu em 1975!!
As temperaturas subiram várias vezes acima dos 35 graus. A água faltava com frequência e, nas cidades, a população procurava abrigo e conforto nas sombras dos jardins.
ESTA IMAGEM NÃO É DESSE ANO; MAS DE OUTRO
DAQUI

As temperaturas altas propiciaram o primeiro grande incêndio na Serra de Sintra.


Na televisão, Vasco Granja apresentava desenhos animados polacos, na RTP.
Apesar da monotonia do P&B, a série do detective Columbo (Peter Falk) ou os Monty Python, eram lufadas de ar fresco!



No grande ecrã, os filmes de Bruce Lee ou Papillon, cujos cartazes apresentavam em letras garrafais o sugestivo título,
 "O Grito da Liberdade", levavam muita gente aos Cinemas, mas foi o filme "Emmanuelle" que bateu os recordes das vendas de bilheteira, em Lisboa e no Porto.


Ermelinda Duarte, foi a criadora do maior sucesso musical dos últimos meses "Somos Livres" 
mais conhecido pelo verso inicial «Uma gaivota voava, voava...», a canção foi um fenómeno de popularidade.




Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo, popularizaram "Força, Força, Companheiro Vasco", canção de propaganda que foi tocada em doses maciças, levando os ouvintes à beira da exaustão!!

         



Zeca Afonso e Sérgio Godinho, ocupavam, permanentemente, os tops de vendas de discos.



                                                     
Com o passar das semanas, a música nacional foi sendo varrida do hit parade. O público consagrava Demis Roussos, Juan Pardo e Camilo Sesto.
José Niza, crítico musical e autor de várias canções vencedoras de festivais da RTP, atribuiu o facto à «rejeição provocada pelo autêntico massacre sonoro a que a Rádio e a TV submeteram os ouvidos dos portugueses no pós 25 de Abril».

Segue-se a pergunta sacramental, meus amigos:
Quantos de vós vos lembrais deste Verão Quente?

Se se lembrarem de algo que tenha ficado esquecido, a caixa de comentários é vossa!!
Obrigada.





34 comentários:

  1. Nada a acrescentar... Nada tenho compartimentalizado nesse ano. Vou estar atenta ao comentarios.
    Abraco

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    1. Catarina,
      este não é, de todo, um blog em que sejam abordados assuntos relacionados com política, e, quando isso acontece, fica tudo muito pela rama.
      Este foi um 'apontamento' muito ligeiro sobre aquilo que aconteceu em Portugal no ano de 75, ( creio que de Maio a Novembro) quando o país fervilhava de acontecimentos incontroláveis e perigosos! Daí ter ficado conhecido por 'Verão Quente!!
      Desde a criação de comissão de trabalhadores, que invadiam e ocupavam herdades e redacções de jornais a ataques bombistas, Portugal passou por tempos muito conturbados!
      Mas, adiante... deixemos essa parte para os entendidos e noutros blogues!! :)

      Abraço.

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  2. Quem se lembra do Verão (quente) de 75? Eu!
    Há um 'pormaior' a acrescentar e que é lamentável não te teres lembrado:
    O meu nascimento :)))))))))))
    Beijinhos, boa semana, Janita.

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    1. Como viste pelo comentário da Catarina, houve pessoas que não guardaram memórias desse Verão, ómessa!!
      Pois, Observador, esse é de facto um grande 'pormaior'...Maior de quarenta!!
      Também eu queria....
      Mas deixa lá, já os tivemos!

      Beijinhos, amigo e tem uma bela semana! :)

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  3. Lembro de uma tristeza: soldados sem quaisquer preparações para tal foram destacados para combaterem o incêndio e por lá morreram carbonizados; somente depois de extinto o incêndio, os corpos foram encontrados e não fora alguns terem pulseiras identificativas e teriam passado por troncos de árvores queimadas.
    O responsável pela ideia de mandar militares "fazerem" de bombeiros? Não me recordo de ter havido a sua divulgação.
    Beijoka!

    Depois de ter lido o livro, também me lembro de ter ficado imensamente desiludido com o filme Papillon.

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    1. Por esse tempo havia uma completa inaptidão e total falta de preparação para enfrentar muitas situações, entre elas o combate a incêndios dessas proporções, Kok!

      O que é inadmissível, é que passados quarenta anos e com tantos meios disponíveis, ainda tantos bombeiros - de ambos os sexos - percam a vida, ao serviço da defesa do património nacional e das populações. E o que faz o governo? Disponibiliza verbas astronómicas a contratar aviões...
      E mais não digo.... Dá a ideia que tudo 'virou' negócio...:(

      Vi o filme Papillon, mas na televisão, anos mais tarde. Nunca li o livro.

      Beijocas e boa semana, amigo!

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  4. Passei grande parte desse ano ainda em Luanda, pelo que as minhas memórias são mais da guerra lá, como se viu no conto Maria Paula, publicado no Sexta, há pouco tempo.
    Um abraço e uma boa semana

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    1. Angola também foi palco de cenas muito angustiantes, Elvira.

      Quem se antecipou e veio para a "Metrópole", a tempo, ainda conseguiu escapar à fúria dos movimentos de libertação. Quem se foi deixando ficar, com pena de deixar os seus bens, acabou por vir sem nada depois de imposta a descolonização.
      Salvar a vida foi o mais importante.

      Seja bem regressada, Elvira!

      Um abraço.

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    2. Eu fiquei quase até à independência, o meu marido era militar, estava em comissão.
      Um abraço

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  5. Ai meu Deus que a minha lembrança é muito minha: tive a minha primeira grande paixão!!! Para mim foi mesmo muito quente esse verão :)))
    Bjs

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    1. Mas isso é uma maravilha, Papoila!
      Queres lembranças melhores do que as da primeira paixão?
      Imagino o calor desse inesquecível Verão!! eheh

      Beijinhos e boa semana

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  6. Estava na tropa em Santa Margarida, a formar batalhão para Angola (BCaç 4513). Felizmente não cheguei a ir. Angola já era independente na altura. De tudo o que mostraste, tenho um carinho muito especial pelo Vasco Granja e rendo aqui homenagem a todos os outros !!!

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    1. Então pertenceste ao Batalhão de Caçadores, Ricardo!!
      Ainda bem que não chegaste a ir para o 'Ultramar'.

      Também eu gostava muito dos programas de Vasco Granja, era um homem encantador!

      Obrigada, Ricardo, pelas tuas palavras!

      Um abraço.

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  7. Um verão quente de 8 meses! Março a Novembro, que recordo muito bem, inclusive da pancada que levei da policia de choque!

    Os assaltos aos centros de trabalho, atentados bombistas, bombardeamento ao RAL 1 onde o meu falecido marido cumpria o dever militar, horas de tensão, um golpe militar que não foi por diante, mas deu para tremer.

    Outro acontecimento que recordo com emoção, "O saneamento dos 24", ou seja, o despedimento de 24 jornalistas do Diário de Notícias.

    Muitos acontecimentos me marcaram, recordo com um sorriso o dia em que fui ver "Emmanuelle" a vergonha que senti ao intervalo, os olhares marotos do pessoal, uns sorriam, outros sussurravam.

    Recordo de todos acontecimentos que mencionas aqui, pois foi de facto um verão muito quente e que muito se fala cá em casa e que gosto de recordar.

    Um beijinho Janita.

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    1. Felizmente, não cheguei a sentir na pele os efeitos desses acontecimentos, cá para cima estava tudo um pouco mais calmo, mas vivia-se com o credo na boca! Sobretudo por causas dos ataques bombistas! Foram tempos assustadores!
      A minha Mãe estava no Alentejo e contava coisas de arrepiar. As pessoas até tinham medo de sair à rua.

      Nunca fui ver nenhum desses filmes que passaram após a Censura terminar! O Último Tango em Paris com o Marlon Brando, foi o primeiro.
      Nunca tive curiosidade e não tinha, nem tenho, à vontade para ver esse tipo de filmes!:)


      Beijinhos e boa semana, Adélia amiga!
      .

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    1. Para uns mais vivas do que para outros, Puma!

      Beijinhos. :)

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  9. "Até o “Verão quente” de 1975 teve mais calor na política do que na meterologia: as temperaturas estiveram, em média, abaixo do normal.", diz o Público de 27/07/2014. E também é a ideia que eu tenho. De Verão quente, mesmo a arder em termos de temperaturas, lembro-me de 2003.

    Essa canção do Vasco Gonçalves era um coisa... - não admira que a malta começasse a ouvir mais música estrangeira: cá, era feita com os pés, à medida da conveniência do PCP ou da extrema esquerda. E não estou a inventar, ainda no outro dia vi um documentário sobre essa época, em que os próprios músicos concordam que assim era. E o teatro? Só peças de vanguarda, que ninguém entendia... Só nos últimos anos é que o teatro começou a recuperar dessa doideira coletiva...

    Mesmo assim,tenho boas memórias desses tempos: também aos 16 anos, ainda com todos os sonhos do mundo, quem é que se deixava abalar com companheiros Vascos (coitado, parecia um louco!), músicas mal amanhadas ou teatros que ninguém entendia e tinham as salas às moscas? :)))

    Beijocas

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    1. É verdade, Teté, o Verão de 2003 foi infernal...Lembro-me bem.

      Nem por sombras gostaria de voltar a esses tempos de sucessivos governos provisórios e à instabilidade provocada - durante um deles - pelo companheiro Vasco!!
      O homem parecia que tinha 'azougue'...:))

      Comparo esses tempos - qual baratas tontas - com aquela expressão usada pelos brasileiros: "Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza".
      E agora...quarenta anos depois? É cada Partido a puxar a brasa à sua sardinha e o povo cada vez mais descontente!

      Beijocas! :)

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  10. Ainda não tinha nascido....


    Abraço grande

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    1. Sorte a tua, Argos!...

      ( Quando o jovem D. Afonso Henriques disputou o Condado Portucalense contra Dona Teresa, sua Mãe(?) na batalha de São Mamede, também não eras nascido, pois não? Isto é História, meu amigo! :-)) )

      Beijinhos!!

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    2. Pois, mas acredita que essa parte da histoy era mais engraçada!
      ;-)

      Abraço grande

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    3. Quando forem volvidas umas centenas de anos, esta parte da nossa História vai ser muito interessante!
      A Conquista da Liberdade de expressão e de acção, será vista como uma grande proeza! Sobretudo, se já se viver novamente sob um jugo de cativeiro e silêncio.
      Lembraste do filme "O Planeta dos Macacos"? Pois...é esse o destino para o qual caminha a Humanidade!

      :-) Beijinhos!

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    4. Sou a favor da liberdade com responsabilidade!
      E ainda tenho fé na humanidade.

      Abraço grande e não te irrites

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    5. Claro que és, Argos! Eu sei!

      Mas, liberdade com responsabilidade é algo que nem todos sabem pôr em prática, e aí é que está o mal! Quase toda a gente quer ter liberdade, pensa nos seus direitos e foge às obrigações!

      Pareço-te irritada? Não, não estou nada!

      Abraço e beijinho!

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  11. Cara Janita!
    Lembro tudo isso, cada momento, cada situação. Porque será?
    Mas não vou em saudosismo, os anos passam. Que fazer?
    Um abraço.

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    1. Ó meu Caro Manuel,

      Quem é que está aqui com saudosismos? Eu não!!

      Nem da 'tenra' idade que tinha nesse tempo, sequer! Tudo passa...o bom e o mau!

      Um abraço

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  12. Safa, Janita, esta posta é pura e simplesmente FABULOSA.

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    1. Obrigada, Ematejoca! Até me deixaste 'vaidosa'!! :-)

      Abraço!

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  13. Janita, em 75 eu andava por cá, estava a fazer 11 anos e cantei que me fartei a canção da "gaivota que voava e da papoila que crescia" e a minha avó (com quem eu vivia) que vivia atemorizada, só me pedia para calar =)
    Tempos...
    Tenho lembrança de muitos ataques bombistas, embora na altura não entendesse, mas ficou-me marcado - tudo graças à minha avó.
    Do resto que aqui apresentas, a memória que ficou, foi construída anos mais tarde.
    Está aqui uma postagem com História.
    bj amg

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    1. ."..Como ela somos livres, somos livres de voar!" Até eu a cantava, ao mesmo tempo que a ouvia na Rádio, Camem!
      Foi um período de muita emoção, mas depois as coisas 'descambaram' !

      Obrigada, e um beijinho!

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  14. olá Janita pensei que estavas a escrever sobre este verão de 2015, olha que já bebi quase um litro de água fresca e o fresco a estas horas ainda não entra pelas janelas! calor de dia e calor de noite das famosas noites algarvias...
    enfim voltando a 1975, fico sempre muito curiosa por ler experiências desses tempos conturbados (conturbados são eles todos), mas esses foram um grande "trambolhão" em Portugal, vinham jornalistas de fora ver as experiências que se faziam por cá, e que por exemplo em França, estavam no âmbito dos sonhos da juventude e dos intelectuais, mas sem se realizarem na prática, do ttipo o comunismo, a reforma agrária, a autogestão nas empresas, o poder do povo, etc... !
    abraços
    Angela

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    1. Olá, Ângela!
      Agora fizeste-me sorrir...bebe muita água, para não te desidratares! eheh

      Vantagens de viver no Sul. Por aqui o calor é razoável durante o dia e as noites são frescas, para se poder dormir bem!!

      Pois foi, vieram jornalistas de todo o mundo ver esta Revolução sem precedentes...sem derramamento de sangue e sem violência, mas à época deste 'relato' já as coisas se tinham complicado.

      Gostei muito da tua 'participação' neste pedaço da nossa História, que ficará para a posteridade! :)

      Obrigada e um beijo! :)

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  15. Lembro-me perfeitamente. Os comunistas pretendiam ser ideológicos, muçulmanos só havia nos quintais lá doutras terras e o quem punha o pé nas pessoas era o Estado, não os mercados.

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