quarta-feira, 22 de março de 2017

Da Dor e Do Pranto.




A Chuva Desce a Ladeira


A água da chuva desce a ladeira. 
É uma água ansiosa. 
Faz lagos e rios pequenos,

 e cheira a terra a ditosa. 

Há muitos que contam a dor e o pranto 
De o amor os não querer... 
Mas eu, que também não os tenho,


 o que canto, é outra coisa qualquer. 



(Fernando Pessoa)



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16 comentários:

  1. Não comento, já que receio não ter a capacidade suficiente para me fazer entender.
    Contudo, um beijinho.

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    1. Não comenta porque não gosta de poesia, como é por de mais sabido.
      Obrigada.

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  2. A água é vida. A poesia alegra a vida. Logo, com uma cajadada matam-se dois coelhos...
    Um abraço

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    1. Tudo em prol de uma vida com qualidade, amiga Elvira.

      Água & Poesia

      Um abraço.

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  3. Impressionante que ainda seja um luxo para tanta gente :(
    Beijinhos

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    1. Água potável, sim, Pedro!
      E cada vez mais será um bem tão precioso quanto o ar que se respira, aliás, já o é.

      Beijinhos

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  4. Pessoa faz sempre as minhas delícias quando o leio.
    Uma boa escolha!

    Beijinhos Janita

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    1. Não sendo o meu Poeta preferido, Pessoa, é quase sempre o meu escolhido.
      Obrigada, Manu.

      Um beijinho.

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  5. Um bem a preservar. Absolutamente.

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    1. Preservar poupando e, sobretudo, não poluindo, não é Luísa?

      Beijos.

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  6. Fernando, para mim, é um dos maiores. Irretocável. Um Fídias, que troca o cinzel pela pena. Água e pranto... tudo a ter, figurativamente, um com o outro. "Esta chuva gotejando / Pela bica do telhado / Parece um pranto arrastado / De um amor esquecido quando / O coração sofredor / Sangra com o punhal da dor."
    Parabéns! Minha gratidão. Abraço fraterno. Laerte.

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    1. Muito grata pelo seu lindo comentário, Laerte.
      Agradeço, por mim e por Pessoa, que certamente, gostaria de se saber tão querido e admirado.
      Infelizmente, só depois de terem partido, é que o talento dos grandes Poetas foi reconhecido, mundialmente.

      Um abraço.

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  7. Poema sobre a água de uma pessoa, Fernando Pessoa, que apreciava não tanto a água mas mais a "l'eau-de-vie".
    Ao poeta, a ti e a todos, ergo o meu copo com aquela e o meu cálice com esta!
    Beijokas e sorrisos

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    1. Ai, sim? E essa l'eau-de-vie, era tinto ou branco? As coisas que tu sabes!!
      Quanto a ti, posso concluir que queres muito vinho e pouca poesia. Olha que tu, também me saíste um bom copo. lol

      Beijos, Kok. :)

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    2. Não pretendendo meter a foice em seara alheia, a vossa troca de "mimos" recordou-me uma música cantada pelo Júlio Pereira, há uns anos, que rezava mais ou menos assim:
      Fernandinho vai ao vinho
      Parte o copo no caminho
      Qu'é do copo, qu'é do vinho
      Qu'é do cu do Fernandinho.

      Um beijinho, Janita :)

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    3. ahahahahaha Podes entrar à vontade.

      Sabes, AC.? Como não subscrevo os comentários, alguns passam-me ao lado se não estiver atenta ao número dos mesmos, nos posts anteriores.

      Qu'é do cu do Fernandinho.

      Para apanhar umas boas palmadas, não? :))

      Beijinhos, AC! :)

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