segunda-feira, 5 de junho de 2017

A Oliveira Centenária, O Melro E O Abade.





Não foi a oliveira centenária que me fez  colocar a postos o smatphone, nem tão pouco a imponente figura de um ilustre filho da terra, lá no seu pedestal. De tanto já  ter visto a oliveira e o Abade, nem me passaria pela cabeça fotografá-los. Foi mesmo o pequeno e negro melro, de bico amarelo, que me levou, pé-ante-pé, seguir o seu saltitar apressado, debicando a relva, aqui e ali, quiçá, na busca de qualquer bichinho-de-conta, ou uma semente caída, sei lá de onde, algo que lhe servisse de jantar naquele fim de tarde. 
Acabei por capturar os três, não avançando mais, com receio que o maroto levantasse voo. Tive pena de não possuir uma máquina fotográfica em condições, para poder fazer zoom e apanhar de perto o fugitivo. Só muito mais tarde, já aqui em casa, me lembrei do poema de Guerra Junqueiro ( que já publiquei) "O Melro", e do malvado Abade.  Mas este Abade da estátua,  é José Francisco Correia da Serra, mais conhecido apenas por Abade Correia da Serra, ilustre cientista, diplomata e filósofo, nascido em Serpa, quando corria o ano de 1750. Já no meu tempo de menina, ainda antes de existirem Escolas Secundárias, o único estabelecimento de ensino existente era o Externato Abade Correia da Serra. Liceu, apenas existia um, em Beja. Só para concluir esta saga, nessa tarde, encontrava-me naquele local, porque fomos ter com um casal amigo, que reside numa dessas casas. Seguidamente, iríamos à Casa Do Benfica - na zona sul - para nos  deliciarmos com uma bela caracolada à moda do Alentejo. Ainda sinto o sabor e o cheirinho dos orégãos...:)


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30 comentários:

  1. Bonitas imagens. A mim me apaixonou a extraordinária escultura que é o tronco dessa árvore.
    Um abraço e uma boa semana

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    1. Amiga Elvira,
      Cá para mim esta árvore é milenar. É de facto impressionante como, com o troco oco e todo retorcido, ainda tem folhas.
      É um dos ex-líbris da terra.

      Um abraço

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  2. Mana guapa de mi cOraçon...
    Tu sempre tivezte uma cisma por abades...lembro-me do abade da nossa paróquia que parecia um Adonis enão saías da capela...quantas vez fui puxar-te pelas tranças para vires para casa fazer a toalha de crochet que tinhas iniciado ainda lela altura do outro abade-o de priscos que era doce como o mel.
    Mana, tu cresceste mas continuas a cismar com abades
    Kis :=}

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    1. Ehehehehehe....Ó meu Deus, já não sei o que te hei-dizer.

      Olha, pois ficas a saber que eu:- abades nem vê-los, nem o de Priscos! Sim , o pudim. É enjoativo demais para o meu gosto.
      Amanhã falamos melhor, Mana. :))

      kisses

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  3. Gostei de ver a árvore toda retorcida. Se não tivesses falado no melro nem o teria visto. O écran do tablet é muito pequeno.

    Esse foi um passeio/férias em cheio.

    Bjos :)

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    1. Também eu andei perdida à procura do melro. Já agora vou à minha estante procurar o livro onde se encontra o poema do Guerra Junqueiro "O melro".

      A oliveira centenária é realmente uma extraordinária escultura como diz a Elvira Carvalho.

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    2. Catarina, o tronco da oliveira está todo retorcido e de aparência oca, mas ainda há folhas no cimo da árvore.
      O melro é um filhote, certamente, porque os melros adultos são maiorzitos.:)
      É verdade. Ainda me parece incrível como pude viver tanto em tão pouco tempo. Pena, muita pena, foi aquela minha indisposição permanente. :(
      Beijos e obrigada, Catá!! :)
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      Teresa, "O Melro" tenho-o no livro de GJ, "A Velhice do Padre Eterno", a partir da página 111, pelo menos, nesta edição.
      Obrigada, beijinhos

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    3. Não me tinha apercebido (talvez por não ter lido) dessa indisposição permanente. Estás melhor agora?

      Cuida bem de ti.

      Bjos

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    4. Sim, Catarina, agora já estou bem. Quando cheguei consultei a minha médica, fui medicada e, com o passar dos dias, fui melhorando. Nunca fui muito de cuidar bem de mim, sou mais de cuidar dos outros. Agora que não tenho a quem cuidar, sinto-me um pouco perdida...até o neto cresceu! :)
      Grata pelo teu cuidado, minha querida!
      Um beijinho.

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  4. Ainda não tenho a certeza se fui eu que adoptei um melro, ou foi ele que me adoptou a mim, mas todas as manhãs, quando estou a tomar o pequeno almoço no terraço, ele vem reclamar as suas migalhitas.
    Abraço e boa semana, Janita

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    1. Pois eu, Carlos, tenho a certeza que foi adopção mútua e simultânea...:)
      Bom resto de semana e um abraço, Carlos.
      Grata pela visita.

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  5. Os passarinhos que fizeram ninho lá em casa desapareceram :(
    Beijinhos

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    1. Que pena, Pedro!
      Se calhar ainda voltam. Oxalá não haja por aí nenhum abade com aversão a passarinhos. :(

      Beijinhos. :)

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  6. Mas que trio mais lindo! A oliveira é monumental e deve ter uns bons anitos.
    O melro apesar de ficar longe , deu-se por ele e com ilustre figura aprendi mais uma coisa.
    Caracóis? Fiquei a salivar.

    Beijinhos Janita

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    1. Fico tão feliz por teres gostado, Manu!
      Eu acho que só diz que não gosta de caracóis, quem nunca provou, não achas? É um petisco delicioso.

      Beijinhos e obrigada, Manu.

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  7. Linda e interessante partilha querida amiga, só a casa do bemfica é que poderia ser do sporting kkkkk ,beijinhos maravilhosa terça-feira

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    1. Obrigada, Emanuel.

      Ah, isso de ser a 'Casa do Benfica' não quer dizer que só lá vão benfiquistas, aquele amigo que foi connosco, por sinal até é sportinguista. Aquilo é gente de boa índole, não há cá arrelias por divergências clubísticas. :)
      Beijinhos.

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  8. Prima Janita, acabei de comer caracóis, mas à algarvia :)

    Vou-te deixar este poema de Manuel Alegre, despedindo-me (de vez em quando tenho que recarregar baterias)

    O MELRO

    Está poisado no cedro e canta apenas
    as penas e alegrias nupciais.
    Amor e adeus. Encontro e despedida.
    Por isso são de luto as suas penas
    e o que diz está antes das vogais.
    Onde o poeta falha ele não erra
    só ele sabe a sílaba proibida
    só ele canta o código da terra.

    Beijinho
    Fernanda

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    1. Ah, querida Prima Fernanda,
      que bom saber que estás a respirar os bons ares algarvios! :)
      Repousa que bem mereces.

      Olha que lindo esse poema do Manuel Alegre. Não me canso de afirmar e reiterar, a minha admiração pelo Poeta. Tanta, quanto a antipatia pela pessoa. Quem fala a verdade não merece castigo, né?
      Continuação de óptima estadia e recuperação de energia, querida Amiga.

      Beijinhos e abraços, muitos. :)

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  9. Uma bela trilogia
    Benfica árvore centenária Alentejo
    Bj

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    1. Sob esse seu ponto de vista, é uma boa trilogia, sim, Puma!:)

      Beijo

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  10. Ao que o Puma diz ser trilogia
    e não lhe querendo apontar erro
    falta-lhe referência, quem diria
    ao abade, aos caracóis e ao melro


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    1. A trilogia do Puma
      aponta para os seu gostos
      a caracóis não liga nenhuma
      abades e melros só lhe dão desgostos.

      :)

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  11. Olá querida Amiga. :)... Finalmente com tempo (à rasca) para te visitar mas ainda a precisar de férias e com muitas coisas para fazer. :)

    Ah ! Grande Melro inspirador ! :) ... Uma árvore que não lembra ao diabo ! Maravilhosa e estranha com aquele tronco secular !
    E um Abade que me fez lembrar o Prior de Trancoso (claro que só pelo "Abade") :) ... Ainda te lembras ?...

    http://coisas-da-fonte.blogspot.pt/2012/02/o-prior-de-trancoso.html

    Beijinhos destes dias todos e um daqueles abraços ! :))

    Também a minha gratidão pelos miminhos deixados na "Fonte" !
    És fantástica a versejar, Amiga ! ... Adorei mesmo ! rsrsrs
    Depois, com mais tempo verei o que está para trás. :)

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    1. Oláááá, Amigão!! :))

      Sabes o quanto gosto de vos ver felizes, a ti e à tua Lena e, sabendo eu quanto vos agrada viajar, fico feliz quando o fazem, mas...há sempre um mas...com o passar do tempo a blogosfera começa a empobrecer sem a tua alegria e os teus desafios, o bom convívio que nos proporcionas a todos, e começo a desejar que regresses. Egoísmo? Talvez! :)

      A Afrodite lançou o desafio e de pronto a malta aderiu em peso.Com todo o gosto e muita alegria, como não podia deixar de ser. :) Ficou giro o arraial, não ficou?
      As rimas saiam-nos assim, em jorro, como de de uma inspirada Fonte brotassem. Foi um enorme prazer versejar em teu louvor, Rui! :)
      Mais tarde irei ver esse post do prior que de momento não recordo.

      Beijinhos muitos e um grande abraçaço, amigo! :))

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  12. "O ladrão do negro melro
    Toda a noite assobiou"...

    Caracóis comi uma vez quando era infantil. Sem bico, portanto.

    Bj.

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    1. Olá, Agostinho!

      "O ladrão do negro melro
      toda a noite assobiou.
      Lá por essa madrugada
      bateu as asas voou."

      O ladrão do negro melro
      toda a noite requiuquiu.
      Ao chegar a madrugada
      bateu as asas fugiu"...

      O melro é um bonito e inspirador pássaro. :)

      Sabe, Agostinho? Quem cresce no Alentejo aprende a gostar de caracóis. São uma bela fonte de proteínas. A minha saudosa Mãe preparava-os como ninguém...aquilo dava cá uma trabalheira que nem queira saber. Desde a difícil captura - tínhamos que correr atrás deles- até os deixar limpinhos, limpinhos, passava-se uma tarde inteira.
      Depois, eram as ervas aromáticas e o bom tempero e deixar cozer. Primeiro que arrefecessem, para se poderem degustar, era uma longa e ansiosa espera. Ah, saudades!! :)

      Beijinhos.

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  13. Olá Janita!
    Acreditas que só agora o meu PC actualizou as tuas publicações!!!!? Não sei o que se passou mas só me aparecia o teu post de 16 de Maio!

    Bem, adiante! Eu achei a oliveira uma bela árvore!!
    Quanto a fotos, ó páh essas maquinetas além de caras não as podemos trazer sempre connosco, por isso, bem hajam as câmaras fotográficas dos telemóveis! ;)

    Bjnhs

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    1. Olá, Lina!
      O Blogger, por vezes, prega-nos dessas partidas. A mim faz me tem feito muitas, mas eu sou carne do pescoço e cá vou insistindo e persistindo...:)
      Tens razão. Os telemóveis cumprem o mesmo objectivo, sobretudo, se formos meros amadores de fotografia. Tenho que ver como hei-de fazer para aproximar a imagem, ou seja, fazer zoom, acho que também deve ser possível, eu é que sou uma completa naba nisto dos inteligentes. :)

      Beijinhos, tudo de bom! :)

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  14. Às vezes gostava de ser uma oliveira, dessas que criam raízes e se mantêm por séculos assistindo às evoluções do mundo à sua volta. Gostava desde que tivesse a possibilidade de falar, criticando e admoestando todos aqueles que maltratassem o mundo à sua (e minha) volta. Se calhar e o mais certo seria arrancarem-me pela raiz mas ainda assim... se eu lhes proporcionasse boas e saborosas azeitonas, capazes de produzirem azeite de excelente qualidade, logo excelentes lucros, quem sabe se não me deixariam continuar vivendo, apesar de rezingona?
    Já o merlo estaria mais sujeito a ser atingido por uma chumbada e, depois de depenado, ser apreciado após uma cuidadosa fritura em banha de porco.
    O abade Correia da Serra, que foi reconhecidamente elogiado por um presidente americano, é um entre tantos outras figuras proeminentes nacionais nunca referidas nem mencionadas ao de leve, em lado nenhum; não seria de estranhar que na disciplina de botânica fosse referido como "quem deu o nome" à planta justamente designada: correa. E há tanto mais a saber, quer deste, quer de "outros" Correias...
    Beijokas!

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