quarta-feira, 24 de abril de 2019

Como O Cravo E Como O Vento....


...Eu, inconformista, me confesso.

A quem possa interessar informo: este cravo não é uma flor natural.



Espiral 


Como o cravo no seu talo,
Como o cravo, eis o foguete,
Que é um cravo de disparo.
É foguete o torvelinho:
Sobe ao céu e se despluma,
Canto de ave no pinho.
Como o cravo e como o vento
o caracol é foguete:
Empedrado movimento.
E a espiral em cada coisa
seu vibrar difunde em giros:
Um mover que não repousa.
O caracol foi corola,
eco de eco, luz, vento,
onda que se encaracola.

Poema de Octávio Paz
Poeta mexicano [31-03-1914 — 19-04-1998]
Nobel da Literatura em 1990

“Foi um pensador avesso a estereótipos, que questionou todas as formas de conformismo” :  Afirmou dele, Mário Vargas Llosa.


Fotos Minhas - Flor-de-laranjeira, em botão.

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18 comentários:

  1. Um poeta que desconhecia e um poema de que gostei.
    Obrigada pela partilha
    Abraço e bom feriado.

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  2. Estou com a Elvira.
    Totalmente.
    Beijinhos

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    1. E está muito bem acompanhado, Pedro!! :)

      Beijinhos

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  3. Um belo poema que desconhecia e uma fotografia lindíssima de uma pequenina flor que, de tão delicada, parece feita de porcelana.

    Quase, quase a chegar ao dia dos cravos, deixo um beijinho e votos de um festivo 25 de Abril.

    Maria João

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    1. E o perfuma que exalam estas pequenas e delicadas florzinhas, Maria João? É algo completamente inebriante!
      Felizmente fotografei-as também depois de abertas, porque as fortes chuvadas dos últimos dias, já as desfolharam todas.

      Muito obrigada o mesmo lhe desejo.

      Um beijinho.

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  4. Poema lindo,Janita! Belo compartilhamento! bjs, chica

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  5. Um poema lindo que desconhecia!
    Gostei muito do que disse António Vargas Llosa sobre ele...sejamos um pouco inconformistas.
    Um dia espero ver essa laranjeira cobertinha de laranjas :)

    Beijinhos Janita

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    1. A poesia deste Nobel da Literatura não é facilmente assimilável, obriga-nos a pensar, e eu gosto disso.

      Espero que vejas a laranjeira coberta de frutos, mas com tanta chuva extemporânea, não sei se isso irá acontecer.
      Neste momento chove torrencialmente e troveja, acho que vou desligar o PC.

      Beijinhos Manu!

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  6. Muito bem...Adorei o poema ;))

    Hoje:-Quando o sol brilha em desalento.

    Bjos
    Votos de uma óptima Quarta - Feira.

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  7. Não me recordo de ter lido nada do autor.
    Os botões estão quase em flor.
    bji.

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    1. Aproveite para ficar a conhecer melhor agora, José.

      A trovoada já espalhou e voltei a abrir a minha janela para o mundo...Depois desta foto, tirei outras com os botões em flor, mas com tanta chuva, já caíram muitas.
      Beijinho, José, bom Feriado!

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  8. Espiral no preceito do divino ouro feita é poema, é cravo de festa, é flor de laranjeira - tudo assim - ficou o dia mais distinto com o Nobel e com os aromas. Enquanto isso, comi a laranja que colhi da laranjeira e vi nela a flor da Janita, promessa de fruto que se adoça em Janeiro.
    Gostei de tudo.
    Beijo.

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    1. Muito grata por tanta generosidade, Poeta. As suas palavras deixaram-me enternecida.
      Fico imensamente feliz pelo seu apreço, meu Amigo.

      Um beijo

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