terça-feira, 11 de junho de 2019

MAIS VALE MORRER CANTANDO.


A IMAGEM FUI ROUBAR
  AQUI.


"Fábula da Fábula" – Miguel Torga

Era uma vez
uma fábula famosa,
Alimentícia
E moralizadora,
Que, em verso e prosa,
Toda a gente
Inteligente
Prudente
E sabedora
Repetia
Aos filhos,
Aos netos
E aos bisnetos.
À base duns insectos
De que não vale a pena fixar o nome,
A fábula garantia
Que quem cantava
Morria
De fome.
E, realmente…
Simplesmente,
Enquanto a fábula contava,
Um demónio secreto segredava
Ao ouvido secreto
De cada criatura
Que quem não cantava
Morria de fartura.

Miguel Torga
Diário VIII, 1956

* * *

A ideia para este postal nasceu AQUI



É isso tudo que estão a pensar... Desta vossa companheira de jornada, apenas pertence o trabalho de elaborar e publicar... E olhem que não é pouco!! Gostava que gostassem! :)




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E, já agora, estas flores também são minhas!!



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36 comentários:

  1. Sempre achei que as formigas eram muito ajuizadas... desde que não me entrem em casa.
    As tuas flores são muito bonitas. Tens, pois, um jardim lindo!
    Também gostei do vídeo.
    Gostei desta postagem!
    Conclusão: gostei de tudo!!!!
    : )

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    1. Ah, que pena não teres feito referência à coisa que eu mais gostei e me levou a fazer este postal, Catarina...o belo poema com o seu quê de ironia de Torga nesta interessante «Fábula da Fábula», baseado na fábula original de La Fontaine.
      Acho este poema uma delícia.

      Daí ter dado este título ao post! :) Se todos morremos, que morramos felizes e a cantar, ora pois!! :)

      Beijinho, Catarina!

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    2. Falta minha. Mas sabes bem que não sou de fazer grandes análises a poemas ou textos.
      Sim, gostei do poema. É irónico. Torga usa aqui uma ironia facilmente aceitável. Talvez um dia eu tenha a oportunidade de a ler e explicar ao meu tesouro mais novo, já que os mais velhos ouviram a fábula original dúzias de vezes. E muitas outras crianças (e até adolescentes) também! : ))
      Happy?! : ))
      Bjos

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    3. Muito feliz, sim! Thanks.

      Beijos. :))

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  2. Viver em silêncio é a minha filosofia.

    Ler PORSIA é um dos pequenos prazeres da minha vida.

    Embora, eu não goste de flores nas jarras, porque são flores moribundas, adoro as tuas flores, JANITA 🌷🌷🌻🌻

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    1. E já conhecias este Poema/Fábula, Teresa?

      Tu viver em silêncio? Custa-me um bocadinho a crer, acho-te tão expansiva e comunicativa. :)

      Estas flores estão em vaso, encostadas a uma parede, cá fora no quintal. Não sei se reparaste, mas são uma variedade 'pobre' da família das belas e sofisticadas orquídeas.

      Obrigada, querida TERESA, pela tua extrema simpatia. :)

      Beijinhos

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    2. A Teresa silenciosa?! Só quando está só!!!
      Estou a dar palpites! hahahah

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    3. Eu tenho na estante o Diário VIII, 1956 de Miguel Torga.

      Embora, eu seja tão expansiva e comunicativa, preciso de muito tempo para mim no silêncio, daí nunca ouvir música.

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    4. Não ouves música nem quando conduzes?
      :))

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    5. Teresa e Catarina:
      Beijos repenicados e semi-silenciosos para ambas, escolham os que mais lhes apetecerem. :))

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  3. Gostei de ler. As formigas são uma praga, kkk :))

    Bjos

    Votos de uma óptima noite.

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    1. Tadinhas...passam o Verão a trabalhar para encher a despensa, Larissa! Merecem toda a nossa condescendência. :))

      Beijos e obrigada.

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  4. Oi Janita querida


    Gostei muito também...


    Beijos
    Ani

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    1. Oi, Ani.

      Que prazer revê-la por cá. Tudo bem por aí?

      Beijinhos.

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  5. Eu gostei do post, Gostei da foto do layout que me transmitiu uma sensação de paz, gostei do poema, que não conhecia, e gostei das suas flores que são lindas.
    Abraço

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    1. E eu, Elvira, fiquei deliciada com tanto 'gosto'. :)
      Obrigada.

      Um abraço.

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  6. Como a Elvira, eu também gostei.
    O Torga é único e eterno.
    Beijinhos

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  7. Gosto,sim, Janita :) Da fábula, da fábula da fábula, do vídeo e das orquídeas.


    Beijinho

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    1. Tchiii... tantos likes, Maria João.:)
      Obrigada.

      Beijinho.

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    2. Torga foi desde sempre um dos meus escritores favoritos, o vídeo é divertido e as orquídeas estão muito viçosas, Janita

      Quando gosto, gosto mesmo, e manifesto-me nesse sentido por muito apressada que esteja e por muito esforço visual que me exija cada palavrinha.

      Outro beijinho :)

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    3. Eu sei dessa autenticidade que caracteriza a personalidade da Maria João, quis apenas levar as coisas um pouco na base da leveza. :)

      Um beijinho.

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  8. Joaquim Rosario12 junho, 2019 08:17

    Bom dia
    Gosto de poesia , das orquídeas e também gosto de cantar e gosto de acompanhar alguns blogs , com os quais tenho aprendido muito.
    JAFR

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    1. Boa noite, Joaquim. :)
      Já somos dois, pois de cantar também eu gosto embora o trabalho faça parte do meu quotidiano, claro.
      Obrigada pela parte que me toca em relação a ser um dos blogues que visita, ainda que aqui pouco ou nada se aprenda, convive-se.
      Um abraço.

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  9. Não conhecia o Poema
    Mas gostei de tudo , do poema , do video e a imagem espectacular
    Beijinhos

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    1. Isto assim é um consolo! Dá gosto ver que tantos amigos do Cantinho gostaram de tudo. :)

      Beijinhos e obrigada.

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  10. rsss, conhecemos essa fábula desde de criancinhas, não, janita? Gostei muito do poema, me deliciei com o vídeo. Mas a cigarra não está tão errada, não! A formiga só trabalha, se estressa, não curte nada, bem que sobrevive no inverno. Mas cantar faz bem a alma, é alegria, e essa dá bons frutos. Tenho pena das formigas, só sento a lenha nelas se atacam a minha comida! Caso contrário, deixo que passem, que façam seu trabalhinho descansadas.
    Que bonita postagem, dá para desenvolver muito, pois há coisas boas nas duas...
    Beijinho, amiga, boa semana!

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    1. Este direito que a cigarra tem, de viver alegremente, contradiz toda a moralidade da história que cedo aprendemos, mas lá que isso é um facto, é bem verdade, Tais. :)
      De que adianta ter a despensa cheia se, ao morrer de fartura, a formiga tem cheio o estômago e a alma vazia?
      Morrer por morrer, que seja a rir, como diz a cantiguinha.

      Beijos, Amiga Tais e obrigada. :)

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  11. Conhecia (veja só!) o poema, irónico. Ainda que a formiga seja avisada, o certo é que nem só de pão vive o Homem.
    bji.

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    1. Vejo e pasmo, José! Então conhecia esta fábula da fábula? Veja só que coisa admirável. É bem verdade, nem só de pão nos alimentamos. O alimento do espírito e da alma é bem mais reconfortante, muitas vezes.

      Beijinho. :)

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  12. Gostei muito de tudo, poema, vídeo e das tuas flores que alegram o olhar.
    A inspiração veio de um bonito lugar.

    Beijinhos Janita

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    1. Concordo contigo em tudo, inclusive com o adjectivo desse lugar onde me inspirei. :):)

      Beijinhos e obrigada Manu.

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  13. Este poema do Torga é fabuloso.
    Janita, continuação de boa semana.
    Beijo.

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    1. Eu sou suspeita porque adoro tudo o que Miguel Torga escreveu e li, seja poesia ou prosa.

      Obrigada Jaime.
      Tudo de bom para si.

      Beijinho

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