Ao Dr. Paulo Cunha.
“Passamos pelas coisas sem as ver
Gastos, como animais envelhecidos
Se alguém chama por nós, não respondemos
Se alguém nos pede amor não estremecemos,
Como frutos de sombra sem sabor
Vamos caindo ao chão, apodrecidos”.
Gastos, como animais envelhecidos
Se alguém chama por nós, não respondemos
Se alguém nos pede amor não estremecemos,
Como frutos de sombra sem sabor
Vamos caindo ao chão, apodrecidos”.
Frente a frente
“Nada podeis contra o amor
Contra a cor da folhagem
Contra a carícia da espuma
Contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte, a mais vil, isso podeis… e é tão pouco!”
“Nada podeis contra o amor
Contra a cor da folhagem
Contra a carícia da espuma
Contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte, a mais vil, isso podeis… e é tão pouco!”
A poesia de Eugénio de Andrade é um hino ao amor, à natureza e um apelo a tudo aquilo que de melhor existe na alma do ser humano. Há, também, em alguns dos seus poemas, o desencanto do amor terminado, das palavras não ditas e da indiferença que tanto faz doer.
Na primeira estrofe o autor refere a tal indiferença e alheamento com que muita gente passa pela vida, sem viver. Sem dar nem receber amor vão vivendo uma vida insípida, qual fruto criado à sombra.
Na segunda, está implícita uma certa crítica à prepotência e à tirania daqueles que pensam que tudo podem. Mas, a força do amor e da natureza ninguém consegue derrotar. Podem os “senhores” que governam as Nações e comandam as guerras, tirar vidas da forma mais cruel e degradante. Porém, o amor e a natureza há-de sempre renovar-se, enquanto o mundo for mundo.
Na primeira estrofe o autor refere a tal indiferença e alheamento com que muita gente passa pela vida, sem viver. Sem dar nem receber amor vão vivendo uma vida insípida, qual fruto criado à sombra.
Na segunda, está implícita uma certa crítica à prepotência e à tirania daqueles que pensam que tudo podem. Mas, a força do amor e da natureza ninguém consegue derrotar. Podem os “senhores” que governam as Nações e comandam as guerras, tirar vidas da forma mais cruel e degradante. Porém, o amor e a natureza há-de sempre renovar-se, enquanto o mundo for mundo.
No seu poema “As Palavras”, o excerto: “São como um cristal / as palavras / algumas um punhal / um incêndio”, significa que as palavras, por vezes, podem ferir tanto como um punhal ou ser tão devastadoras como um incêndio. As palavras podem ser usadas como pedras de arremesso e, tal como elas, depois do estrago feito não é possível recuperá-las.
Entretanto, há palavras que são como um bálsamo. Amaciam, curam, reconfortam. Outras dão-nos ânimo, alegria e coragem para seguir em frente.
“Urgência”
(Adaptação)
É urgente a Paz.
É urgente uma bandeira branca.
É urgente terminar todas as guerras
Ódio, solidão, maldade
Muitos lamentos, algumas quimeras.
É urgente redescobrir a Paz, a alegria
Multiplicar carícias sinceras.
É urgente descobrir sonhos e risos
Eternas Primaveras.
Cai o silêncio da noite
E a luz impura, até magoar.
É urgente a Paz.
É urgente
Pacificar.
É urgente a Paz.
É urgente uma bandeira branca.
É urgente terminar todas as guerras
Ódio, solidão, maldade
Muitos lamentos, algumas quimeras.
É urgente redescobrir a Paz, a alegria
Multiplicar carícias sinceras.
É urgente descobrir sonhos e risos
Eternas Primaveras.
Cai o silêncio da noite
E a luz impura, até magoar.
É urgente a Paz.
É urgente
Pacificar.