terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Devagarinho....

 Sinto-me um pouco perdida! Como se tivesse mudado de casa, ainda com tudo embalado e sem saber bem por onde começar a colocar tudo nos seus devidos lugares!

Há dois longos dias que estou sem o meu PC e não punha a vista no meu blog nem no dos amigos. Dois dias? Uma eternidade!
O meu computador teve de ser formatado. Mudei do Windows Vista ( felizmente) para o Windows 7 e perdi muitos programas que já havia instalado. Vou recomeçar devagarinho...aqui...e a visitár-vos nos vossos cantinhos. Que saudades!


É devagar!
É devagar!                                                       
É devagar é devagar
Devagarinho…

Eu conheci um cara
Que queria o mundo abraçar
Mas de repente
Deu com a cara no asfalto
Se virou, olhou pro alto
Com vontade de chorar...
                                                                                    

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Cantar o Sorriso, o Beijo, o Olhar, as Lágrimas...

Esta é uma foto do Cantador de Setúbal que encontrei na Net.
Se alguém a reconhecer como sua, darei o devido crédito ou retirá-la-ei.
No livro "Prosas Dispersas" de Guerra Junqueiro, há uma prosa linda que o autor dedica a um poeta popular e cantador, natural de Setúbal, que sendo analfabeto, era possuidor de um  talento nato para a poesia e para o canto. Ficando a ser conhecido como, "O Cantador de Setúbal".
Eu, que adoro poesia, música, ritmo, dançar  e cantar, não resisti a partilhar este excerto da dita prosa, que considero uma verdadeira ode ao canto e à música. Para além de ser uma homenagem a um homem simples, que Junqueiro tanto admirava.
Desejo que seja do vosso agrado. Eu já li o texto integral, vezes sem conta, e quanto mais o leio mais o compreendo e aprecio.   

O Cantador!

"O homem que canta!
Este verbo cantar é sagrado, como o verbo florir ou o verbo
resplandecer.
Os ritmos silentes do Universo traduzem-se pelo som nos ritmos do canto. Cantar é divinizar o som. A vida é harmonia inteira.

Quer os glóbulos do sangue, quer os glóbulos astrais movem-se por música. Um sol é um órgão e a luz uma sinfonia esplendorosa.
O prisma decompõe-na, a óptica descreve-a, mas defini-la só o canto. O canto, matemática viva, eis o revelador da natureza, a língua suprema do Universo.

Ah! Como eu te invejo, meu pobre e humilde Cantador de Setúbal!

Tu, do lodo da vida, extraíste a canção que é a flor da música.
Bondade ingénua, pobreza santa, alegria clara, eis o resumo simples da tua vida.
Bem poucos mortais, à hora extrema, poderão dizer o que tu dizes:

"Nunca fui mal procedido
Nunca fiz mal a ninguém
Se acaso fiz algum bem
Não estou disso arrependido.
Se mau pago tenho tido
São defeitos pessoais
Todos seremos iguais
No reino da eternidade
Na balança da Igualdade
Deus sabe quem pesa mais."

Sim. Na balança invisível da Igualdade, na balança de Deus, acaso pesarão mais as tuas cantigas de analfabeto que muitos poemas ilustres, já consagrados pela História.

Maior do que eu és tu, sem dúvida. Maior, porque és melhor…! "


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A Amizade é um Amor que Nunca Morre...!

Imagem da Net
Ao pensar na felicidade
Muitos pensam em poder
Julgando haver grandiosidade
Sobre os demais prevalecer.

Outros pensam ser no Amor
Que a felicidade mora
Mas quando parte o ardor
Vai a felicidade embora.

Descobri que uma Amizade
Quando é doce, terna e sincera
Nos faz sentir tanta felicidade
Qual amor vivido…
E sentido, numa eterna Primavera.

Janita


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domingo, 22 de janeiro de 2012

....A Vida Tem Sempre Razão!

" A gente nem sabe que males se aprontam.


Fazendo de conta, fingindo esquecer 



Que nada renasce antes que se acabe...
 
E o sol que desponta tem que anoitecer . "      










                                                                


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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

MESTRE, SÃO PLÁCIDAS...

Pintura de Salvador Dali
Imagem recolhida na Net
Ainda o Ano 2011 não tinha terminado e já eu manifestava o firme propósito de iniciar o Novo Ano com uma série de alterações que iriam fazer da minha vida ...uma Vida Nova!
Quebrar hábitos rotineiros, entre os quais se contavam horários, era um desses propósitos...e até agora o único que consegui quebrar.
Refiro-me, obviamente, ao meu horário de trabalho.
Como funciono um pouco, ou muito, ao jeito de Olívia/patroa - Olívia/empregada, este foi efectivamente o único hábito que, até agora, logrei quebrar...a meu favor! 
Não obstante essa alteração, ainda não consigo vislumbrar  na minha vida algo que possa verdadeiramente considerar como uma grande novidade.
Mas, calma! Ainda vamos no princípio do ano...

                                                                               

                                                         "MESTRE, SÃO PLÁCIDAS."
                                                                            
Mestre, são plácidas
Todas as horas
Que nós perdemos.
Se no perdê-las,
Qual numa jarra,
Nós pomos flores.

Não há tristezas
Nem alegrias
Na nossa vida.
Assim saibamos,
Sábios incautos,
Não a viver.

Mas decorrê-la,
Tranquilos, plácidos,
Tendo as crianças
Por nossas mestras,
E os olhos cheios
De Natureza...

À beira-rio,
À beira-estrada,
Conforme calha,
Sempre no mesmo
Leve descanso
De estar vivendo.

O tempo passa,
Não nos diz nada.
Envelhecemos.
Saibamos, quase
Maliciosos,
Sentir-nos ir.

Colhamos flores.
Molhemos leves
As nossas mãos
Nos rios calmos,
Para aprendermos
Calma também.

Girassóis sempre
Fitando o sol,
Da vida iremos
Tranquilos tendo
Nem o remorso
De ter vivido.



 Poema de Ricardo Reis
(Heterónimo de Fernando Pessoa)



sábado, 14 de janeiro de 2012

Tudo Muda...Mas Há Sentimentos Que Se Mantêm Inalteráveis!

Para  gostarmos de poesia não necessitamos ser poetas/poetisas!
Basta sentir em cada palavra, escrita e sentida por quem nasceu com esse dom, o sentimento no qual nos revemos. Não sendo eu uma poetisa nem sequer aspirante a sê-lo, o meu amor pela poesia será sempre inalterável enquanto restar um sopro de vida em mim...



Tudo Muda

Poema de Bertold Brecht

Tudo muda. De novo começar
podes, com o último alento.
O que acontece, porém, fica acontecido: e
a água que pões no vinho, não podes mais
separar.
O que acontece, fica acontecido: a água
que pões no vinho, não podes
mais separar. Porém,
tudo muda: com o último alento podes
de novo começar.

                                               

( Agradeço ao meu amigo Edgar Neves a gentil partilha deste vídeo )

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sábado, 7 de janeiro de 2012

ALENTEJANICES...


Imagem recolhida na Net.

Em Dezembro de 2010 o meu Amigo José, do blog "Reflexões e Outras Divagações", a quem dedico esta postagem,  publicou estes versos que eu lhe enviei. Devo dizer que não são de minha autoria mas, também, desconheço o nome do autor.
Como nesta vida nada é imutável, das emoções à flor da pele passei para um estado de leveza e descontração.  É pois, dentro desse espírito, que vou reeditar estes versos  que contam a história de uma gata alentejana!


“A PILITA ALENTEJANA”

Rija, enquanto durou.
Agora q'amolengou
e antes q'a morda a cobra,
Vou atá-la c'uma corda
Pra ela nã me fugiri.
Preciso da sacudiri,
Leva tempo pá'cordari
Já nem se sabe esticari.
Más lenta q'um caracoli,
Enrola-se-me no lençoli.
Ninguém a tira dali,

Já só dá em preguiçari.
Nada a faz alevantari
E já nã dá com o monti,
Nem água bebe na fonti.
Que bich'é que lhe mordeu?

Parece defunta, morreu.
Deu-lhe p'ra enjoari,
Nem lh'apetece cheirari.
Jovem, metia inveja.

Com más gás q'uma cerveja,
Sempre pronta p'ra brincari.
Cu diga a minha Maria,
Era de nôte e de dia.

Até as mulheres da vila,
Marcavam lugar na fila,
P'ra eu lha poder mostrari !
Uma moura a trabalhari,

Motivo do mê orgulho.
Fazia cá um barulho !
Entrava pelos quintais,
Inté espantava os animais.

Eram duas, três e quatro,
Da cozinha até ao quarto
E até debaixo da cama.
Esta bicha tinha fama.


Punha tudo em alvoroço,
Desde o mê tempo de moço.
A idade nã perdoa,
Acabô-se a vida boa!

É o sangui das gerações.
Mas nada de confusões,
Pois esta história aqui escrita,
É da minha gata, a Pilita !

                    

P.S. O principal motivo desta publicação deve-se, em grande parte, à  minha necessidade de fazer uma PAUSA nestas lides blogueiras, pelo que pretendi deixar-vos,  pelo menos a sorrir...
Obrigada a todos e até um dia.
                                                   
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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

EMOÇÕES...Prós e Contras...

O título que  dei a este post, pode sugerir um texto profundo e intensamente reflexivo sobre este tema. Mas não vai ser...até porque nem creio que o soubesse fazer.
Não me lembro se alguma vez aqui o disse, mas tenho por norma  deixar as minhas publicações ao sabor daquilo que sinto e desejo fazer no momento.


Hoje, não haveria poema que conseguisse traduzir aquilo que sinto nem imagens que conseguissem ilustrar a amálgama de emoções que me avassalam. Assim, vou deixar um vídeo em que, à guisa de MENSAGEM, gostaria de vos dizer o quanto todos vós sois especiais, cada qual à sua maneira, e, por isso, insubstituíveis.  
                                                                                                               
                                                                                                         

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Sonhos Possíveis...!

Ver um sonho concretizado é algo que me deixa num estado de puro encantamento. Tive hoje a alegria de sentir que um sonho, fruto de muito trabalho, esforço e dedicação, se materializou! Eu já o sabia, mas ainda não tinha sentido, nas minhas mãos, a prova palpável e concreta disso.
Refiro-me ao livro da autoria de Rogério Pereira, do blog "Conversa Avinagrada", que tenho, aqui, na minha frente.  Acompanhei grande parte desse trajecto literário, partilhado pelo autor com tantos amigos que o acompanharam e incentivaram a seguir em frente, quando surgiam alguns - raros - momentos de desânimo.
Parabéns Rogério! Pelo sonho tornado realidade.

O meu muito OBRIGADA, pela linda dedicatória e por ter incluído algumas palavras minhas no seu Prefácio.

"Almas Que Não Foram Fardadas" é  o testemunho vivo, contado na primeira pessoa, de acontecimentos verdadeiramente emocionantes, vividos em Angola durante a guerra colonial, que aconselho vivamente os meus leitores e amigos a não perder.



"No Silêncio dos Olhos"


Em que língua se diz, em que nação,
Em que outra humanidade se aprendeu
A palavra que ordene a confusão
Que neste remoinho se teceu?



Que murmúrio de vento, que dourados
Cantos de ave pousada em altos ramos
Dirão, em som, as coisas que, calados,
No silêncio dos olhos confessamos?

José Saramago
 in Os Poemas possíveis

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