segunda-feira, 28 de abril de 2014

Provérbios (6)




“Jamais desespere no meio das sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda."
Provérbio Chinês
 
Um bom conselho para combater as horas de desespero.
Afinal, quem as não tem? Sejam elas mais breves ou prolongadas, pense nisto!
Nada dura eternamente.
 
A água, límpida, que rega e fecunda a terra, também desagrada à maioria dos citadinos.
 
Vejam como esta menina a sentiu no rosto pela primeira vez e se maravilhou.
De bracitos erguidos ao céu, foi como se agradecesse uma bênção
sem a qual a vida não seria possível!
 
 
Lindo e emocionante ver esta alegria pura e genuína.
Será que os orientais são mais sensíveis às dádivas da Natureza?
 
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sábado, 26 de abril de 2014

Oh, é tão lindo!




NESTA HORA A PEDIR RELAX, APETECE-ME VOAR POR CIMA DAS ÁGUAS E SEGUIR NA CARAVELA COM O FAUSTO E RESTANTE TRIPULAÇÃO.

PARTIREMOS DO TEJO E NAVEGAREMOS ATÉ AO ALGARVE PARA NOS ALEGRARMOS DANÇANDO AO SOM DO BAILE MANDADO.

QUEM QUISER VIR CONNOSCO É ENTRAR, QUE O BARCO VAI DE SAIDA.

VENHAM RESPIRAR O CHEIRO DA MARESIA E SORRIR  COM ALEGRIA.
                                           
                                                           EU VOU!

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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Para ti, Zeca Afonso!


Viva o espírito da verdadeira Liberdade!

                               



Corrupção, interesses políticos e ganância,  jamais!

Não foi esse o teu e o nosso sonho, de  há quatro décadas. 
Não foi para isto que escreveste  e entoaste a canção que simbolizou, em toda a Europa, a força Fraterna da Liberdade.
Tirania, miséria  e mordaças, nunca mais!
Viva Portugal!

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quarta-feira, 23 de abril de 2014

O Futuro...




                                                                      (...)

"Depois da tempestade há a bonança
Que é verde como a cor que tem a esperança
Quando a água de Abril sobre nós cai"

José Carlos Ary dos Santos


 
                                                             
E agora?....

Isto vai, meus amigos...Isto vai?


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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Quem Inventou? Não fui eu!




                                                     

Não fazes favor nenhum
Em gostar de alguém
Nem eu, nem eu, nem eu
Quem inventou o amor
Não fui eu
Não fui eu, não fui eu
Não fui eu nem ninguém.


O amor acontece na vida
Estavas desprevenida
E por acaso eu também
E como o acaso é importante, querida
De nossas vidas a vida
Fez um brinquedo também...










????????????????????????????????????????????

sábado, 19 de abril de 2014

A História da Páscoa....


....COM CANDURA E INOCÊNCIA!

                                               

COMO OS CHOCOLATES ACABARAM, TRAGO MAIS.
 
DELICIEM-SE A OUVIR E VER ESTA VERSÃO MARAVILHOSA DE UMA HISTÓRIA VERDADEIRA.
 
" DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHAS".
 
 
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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Estranhos Dias Treze.


Imagem da Net.

O NASCIMENTO DO POETA

Ora foi num dia treze
Em seu bíblico lugar de dor
Minha mãe deu por completas
as letras de meu teor

Porque para acabar o mundo
era precisa a minha mão
do azul calafetado
caí nas facas do chão

Machucada de nascida,
da minha sofrida região
pus-me a levantar o mapa
em ponto de exclamação

Assim na câmara escura
de cada privada saliência
meus olhos se revelaram
negativos da ausência

Soube que o tempo é uma luva
antissética que o infinito
calça para joeirar
sem contágio o nosso trigo

daí o amor ser o meio
do homem dividido em dois
e a pior metade é estarmos
à espera de sermos depois

Soube que quando a amargura
nos gasta a pintura aparece
a cor que teriam os olhos
de um deus apócrifo se viesse

não refulgente ou teologal
tampouco suspensa espada
mas ocasional como vestir
uma camisa lavada

porque a vida é a ocupação
do único espaço disponível
para o possível amanhã
da nossa véspera impossível

e o sidéreo, adeus mistério
é um queijo de paciência
para a gulodice da terra
(e não perdi a inocência)

Soube coisas que sabê-las
foi eu ir ficando nua
como no apocalipse uma última
pedra vestida de lua

como no fim do mundo um lírico
verme a recomeçá-lo
a beber estrelas e peixes
pelo seu estreito gargalo

Como eu em amorosa
posição de cana erecta
a pescar no indizível
o sinónimo de poeta
                    Natália Correia, A Mosca Iluminada, 1972


Enquanto saboreiam «O Nascimento do Poeta», ofereço-vos um chocolatinho.
Há-os para todos os gostos. Que ambos vos saibam bem.





 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O AMOR MAIOR.


FOTO MINHA

( NA IMAGEM O CÉU NÃO ESTÁ AZUL, COMO O AMOR AQUI DESCRITO,
MAS DEPOIS DA TEMPESTADE
VEM SEMPRE A BONANÇA...FELIZMENTE!! )


O amor é preocupação. Ter o coração já previamente ocupado. Ter medo que alguma coisa de mal aconteça à pessoa amada. Sofrer mais por não poder aliviar o sofrimento da pessoa amada do que ela própria sofre.
O amor é banal. É por isso que é tão bonito. O que se quer da pessoa amada: antes que ela nos ame também, é que ela seja feliz, que seja saudável, que tudo lhe corra bem. Embora se saiba que o mundo não o permite, passa-se por cima da realidade, do raciocínio do que é possível, e quer-se, e espera-se, que Deus abra, no caso dela, uma excepção.

A paixão pode parecer mais interessante. Mas irrita-me que se compare com o amor. Como se pode comparar dois sentimentos que não têm uma única semelhança? Se o amor e a paixão coincidem, é como a cor do céu e do mar num dia de Verão — é uma alegria, mas nada nos diz acerca do que distingue o ar da água.
Dizer que o amor pode começar como paixão é uma forma falaciosa de estabelecer uma continuidade entre uma e outra, geralmente pejorativa para o amor, que é entendido como um resíduo da paixão, uma consequência menos alterosa, mas mais profunda, menos excitante mas mais eterna.

O amor começa pelo amor. É o céu. O céu foi criado primeiro. A paixão é um simples impulso físico, material, mensurável, explicável por todas as ciências da atracção. É o mar. O mar está mais perto de nós. Podemos chegar ao fundo dele. A diferença entre o amor e a paixão é como a diferença entre a cosmologia e a oceanografia. O mar tem fim, tem peso, tem vida. O céu não tem limite. O céu é dos astrónomos e dos poetas, que sabem que hão-de morrer sem percebê-lo. O mar é dos cientistas e dos observadores, que podem passar a vida dentro dele, sabendo que é finito e perceptível. O céu, como o amor, tem Deus acima dele. O mar, como a paixão, tem o Homem lá dentro. Compare-se o efeito que os anjos têm sobre nós com o que têm as sereias e perceber-se-á a distância entre a religião e a mitologia. A religião é uma coisa de Deus, do amor — a mitologia é uma coisa de pessoas-feitas-deuses, de paixão.

Como coincidem tantas vezes amor e paixão, é preciso isolá-los para não confundi-los. Basta responder à velha pergunta, sem responder depressa, com as velhas mentiras com que nos enganamos uns aos outros:

«Se essa pessoa só conseguisse ser feliz amando outra, seria capaz de desejar que isso acontecesse, custasse o que me custasse?»
Só quem ama responderá que sim. Imediatamente. Porque o amor é claro, é inevitável e, para além do mais, é um dom maior, maior que o amor-próprio, uma dádiva que ultrapassa as privações e o sofrimento.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Explicações de Português'


 
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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Maria Lionça - Alma Profunda.




(...)

Em pequenina, logo o seu riso escarolado encheu a aldeia de lés a lés. Velhos e novos acostumaram-se desde o primeiro instante àquele rosto miúdo e rosado onde brilhavam dois olhos negros e perscrutadores. Depois, durante a meninice e a mocidade, foi ela ainda o ai Jesus da terra. Qualquer coisa de singular a preservava do monco das constipações, dos remendos mal pregados, das nódoas de mosto nas trasfegas. Airosa e desenxovalhada, dava o mesmo gosto vê-la a guardar cabras, a comungar ou a segar erva nos lameiros. E quando, já mulher, se falava pelas cavas nas moças casadoiras do lugar, nenhum rapaz lhe pronunciava o nome sem uma secreta emoção.
Além de ser a cachopa mais bonita, dada e alegre da terra, era também a mais assente e respeitada. Quer nas mondas, quer nas esfolhadas, o seu riso significava tudo menos licença. E ninguém lhe punha um dedo. Olhavam-na numa espécie de enlevo, como a um fruto dum ramo cimeiro que a natureza quisesse amadurecer plenamente, sem pedrado, num sítio alto onde só um desejo arrojado e limpo o fosse colher. Embora igual às outras, pela pobreza e pela condição, havia à sua volta um halo de pureza que simbolizava a própria pureza de Galafura. Na pessoa da Maria Lionça convergiam todas as virtudes da povoação. Quem é que merecia a dádiva de uma riqueza assim?
 
(...)
 
Quando inesperadamente chegou um telegrama da capitania de Leixões e ela partiu, é que viram todos como fora capaz, sozinha, de manter indelével a realidade do ausente. Se se metia a caminho, se enfrentava de rosto calmo a primeira viagem distante e o pavor da cidade, lá tinha as suas razões, que eram necessariamente razões de Galafura.
Tal e qual. No dia seguinte a aldeia viu com espanto e comoção que trouxera nos braços de sessenta anos o filho morto. Deram-lho no hospital, a exalar o último suspiro. Meteu-se então no comboio com ele ao colo, já a arrefecer, embrulhado numa manta, a pedir licença a todos, que levava ali uma pessoa muito doente. Arredavam-se logo. E assim conseguiu sentá-lo e sentar-se a seu lado.
Galafura quase que não compreendia como pudera com ele, embora fosse meão e magro.
O que é certo é que pudera, e sem lágrimas nos olhos lhe falava ternamente mal o revisor aparecia no compartimento.
- Dói-te, filho? Dói-te muito? Pois dói... Dói...
Encostava-o ao ombro, enrolava-lhe a manta nas pernas hirtas e mostrava os bilhetes,
Em Gouvinhas apeou-se. À porta da estação, o guarda arregalou muito os olhos, mas deixou passar. E daí a pouco, no macho do Preguiças, o Pedro subia a serra para dormir o derradeiro sono em Galafura, que era ao mesmo tempo a terra onde nascera e o regaço eterno de sua mãe. 


 
Miguel Torga, Contos da Montanha





( Escolhi este conto, por um motivo e num momento muito especial para mim.   Dedico-o a todas as Mães que, de alguma forma, envidam todos os esforços, para que os seus filhos vivam em paz, felizes e com dignidade, antes que a vida chegue ao fim. )

  
 
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domingo, 6 de abril de 2014

Será que a toalha se aguenta?...:))




                                
                                         ( Vamos ver quem é mais teimoso!!)



Provavelmente, este vídeo é mais conhecido que a Sé de Braga! Eu conheço a Sé, mas não o conhecia! Se houver alguém que ainda o não tenha visto, talvez fique na mesma expectativa que eu!...:)
Foi-me enviado por uma boa amiga, via e-mail.
Um beijinho para ela!:))

BOA SEMANA!...

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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Ser Natural Pode Ser a Mais Difícil das Poses...

                     
                Tão simples como Torga escreveu...se todos tivéssemos a coragem de o assumir!

Foto minha

 

Como é Difícil Ser Natural
 
 "É curioso como é difícil ser natural. Como a gente está sempre pronta a vestir a casaca das ideias, sem a humildade de se mostrar em camisa, na intimidade simples e humana da estupidez ou mesmo da indiferença.
Fiz agora um grande esforço para dizer coisas brilhantes da guerra futura, da harmonia dos povos, da próxima crise. E, afinal de contas, era em camisa que eu devia continuar quando a visita chegou.
No fundo, não disse nada de novo, não fiquei mais do que sou, não mudei o curso da vida. Fui apenas ridículo. Se não aos olhos do interlocutor, que disse no fim que gostou muito de me ouvir, pelo menos aos meus, o que ainda é mais penoso e mais trágico."

Miguel Torga, in "Diário (1947)"
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terça-feira, 1 de abril de 2014

Por Delicadeza...


SOPHIA DE MELLO BREYNER


 
Por Delicadeza    

Bailarina fui
Mas nunca dancei
Em frente das grades
Só três passos dei

Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dancei no avesso
Do tempo bailado

Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei

Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado

Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei

Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também eu direi

«Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida»

Sophia de Mello Breyner Andersen
 
  
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