REEDIÇÃO:
Como sempre ouvi dizer que, uma imagem vale mais do que mil palavras - exagero, claro -, irei ilustrar com imagens, e calar as minhas palavras que, certamente, não fariam jus a estes dois Grandes Homens da Clássica Literatura Portuguesa.
Como podem verificar, não se tratam de edições recentes. São obras que fazem parte das minhas relíquias literárias. O título do poema, como todos concluíram, é:--"Falam Pocilgas de Operários".
Como complemento adicional, aqui vos deixo dois comentários que muito vêm enriquecer este post a título de excepção, já que os próximos se irão voltar a enquadrar no tema da rubrica.
Afrodite:
Estive a ler com
outros olhos o segundo poema e logo no início reparei que falava no "Éden
do Lima". Ora lembrei-me logo de Viana.
Então coloquei no
motor de busca apenas as duas primeiras linhas do poema... e cheguei aqui: LINK e LINK
O que me leva a
concluir, depois de uma leitura na diagonal que já estou a ver tudo meia vesga
de sono (lol), que o tal acontecimento que tu querias que eu descobrisse está
ali relatado: A chegada de Eça de Paris. Guerra Junqueiro, por estar em
Viana, não pôde comparecer à recepção preparada pelos amigos para o receber.
Agora começo a
entender porque é que as minhas pesquisas iniciais me levaram para o livro de
António Cabral... porque ele relata a vida toda de Eça... tem inclusive um
capítulo inteiro dedicado ao tal grupo de amigos literatos (os vencidos da
vida) e deve conter lá para o meio do livro esta passagem ou parte dela. No
motor de busca (na pesquisa inicial) apenas coloquei a última estrofe e
ele levou-me ao livro de António Cabral.
Agostinho:
1.º caso - Eça de Queirós, O primo Basílio
Pelo estilo, referência espacial e tema soou-me um assobio e
desci à cave onde tenho uma estante com livralhada a apanhar pó.
2.º Guerra Junqueiro, sim senhora,
Janita, as pedrinhas que colocou na vereda foram essenciais.
Não sei qual a designação da obra.
Fui ao pai dos burros, ou melhor, à mãe - Web e
Internete parece serem do género feminino. Sem aprofundar, julgo ter alcançado
o graal. Trata-se de resposta negativa a convite para uma tertúlia promovida
pelos malandros de 1870 no regresso do Eça de Paris. Pela leitura do poema se
chega às circunstâncias que o motivaram. O Junqueiro estava a viver em Viana do
Castelo (Éden do Lima), seria Governador e presume o temas que iriam ser
discutidos.
Tenho dito.
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Acertantes no pleno:
Ricardo
Lobo – Noname – Rui Espírito Santo – Afrodite - Pedro Coimbra -Agostinho
Acertaram
no nome e obra do primeiro Escritor e nome do segundo:
Catarina –
Ricardo Santos – Papoila
Participação e comentários da Manu.
A todos, de igual modo, e de todo o coração, agradeço a participação, boa vontade e espírito bloguista. :)
Obrigada a TODOS!
Porque hoje é Domingo, vamos então dar início a mais um Passatempo. Desta vez não serão adivinhas, não serão perguntas complicadas nem nada que envolva ter de fazer contas. Irei publicar dois pequenos textos de duas obras de escritores portugueses. Desta vez, não terão que adivinhar coisa nenhuma.
Ou sabem, ou, caso não se lembrem, podem pesquisar como, de resto, é habitual e permitido, em todos os outros passatempos.
A reedição, será feita na terça-feira, sem hora definida, mas sempre por volta das 22H00.
Estes conhecidos escritores, fazem parte da Literatura Clássica Portuguesa.
O que se pretende saber:
Qual o nome dos escritores e de que obras se tratam?
Como tem acontecido nos passatempos anteriores, as vossas respostas deverão ser enviadas para o seguinte e-mail.
fgmncf@gmail.com
Nunca será demais repetir o quanto grata vos fico pela vossa disponibilidade em participar. Para aqueles que estiverem de férias e não o possam ou não queiram fazer, fica igualmente a minha amizade e compreensão.
A TODOS o meu muito Obrigada.
1º
"E barrando de
manteiga grandes fatias de pão, pôs-se a falar complacentemente dos escândalos
de Lisboa, a desdobrar o sudário: citava nomes, especialidades, as que, depois
de terem «feito o diabo», gastam, numa devoção tardia, o resto de uma velha
sensibilidade: que é por onde elas acabam, algumas é pelas sacristias! As que, cansadas decerto de uma virtude monótona, preparam habilmente
o seu «fracasso» numa estação em Sintra ou em Cascais".
Escrevi uma carta a Cupido
A mandar-lhe perguntar
Se um coração ofendido
Tem obrigação de amar
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2º
"Onze da noite. Chega o telegrama. Tudo
Já neste Éden do Lima é silencioso e mudo,
Astros e bacharéis, rosas e vereadores,
Na Assembleia a espadilha, e nos jardins as flores.
E enquanto que Vocês, hidrópicos de Ayala,
No fim dum Trimalcião-hiper, de grande gala,
Discutem – oh! Joviais, caóticos banzés! –
O Infinito, o Governo, a Via Láctea, os Zés
Luciano e Dias, o turbilhão de grandeza
Que vai por essa Europa e por essa Havanesa,
De Bismark a Burnay, de Moser a Renan.
Eu, numa santa paz ideal da Lourinhã,
Vou deitar-me e sonhar decerto – oh sonho lindo!
Que já no meu quintal tenho o ervilhal florindo."
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Se se tornar mais difícil encontrar a resposta a este último texto, uma vez que o testei e não o encontrei na Net, dar-vos-ei uma pista, certeira, amanhã, ao final do dia.
Espero que gostem e se divirtam. :)
Um abraço a TODOS!!
ADENDA: 14 de Agosto às 23h18
Crianças rotas, sem abrigo...
A enxerga é pobre e a roupa é leve...
Quarto sem luz, mesa sem trigo...
Quem é que bate no meu postigo?
- A Neve!
A usura
rouba a luz e o ar
E o negro pão que a gente come...
Inverno vil... Parou o tear...
Quem vem sentar-se no meu lar?
- A Fome!
Lume
apagado e o berço em pranto
Na terra húmida, Senhor!
A mãe sem leite... o pai a um canto...
Quem vem além, torva de espanto?
- A Dor!
Álcool!
Veneno que conforta,
Monstro satânico e sublime!...
Beber! beber.. e a mágoa é morta!...
Quem é que espreita à nossa porta?
- O Crime!
Doze anos
já, e seminua!
A mãe, que é dela?... O pai no ofício...
Corpo em botão d'aurora e lua!...
Quem canta além naquela rua?
- O Vício!
A fome e o frio, a dor e a usura,
O vício e o crime... ignóbil sorte!
Ó vida negra! Ó vida dura!...
Deus! quem consola a Desventura?
- A Morte!
Sendo agora fácil identificar o nome do segundo escritor, gostaria que me dissessem o nome deste Poema.
Obrigada!
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