Um dia, quando for bem velhinha, coisa assim para mais, muito mais de oitenta anos, vou realizar o meu
sonho de menina:
Fujo de casa!
Fotografia minha, óbvio!! |
Só que a passagem do tempo, impiedoso, alterou o
destino sonhado. O mundo já não será o meu destino.
Vou levar comigo uma cadeira leve, desdobrável, e sento-me
de frente para a Igreja de Santa Maria, ainda mais velha e decrépita do que eu.
A Morte, que chega sempre pontualmente, em hora incerta,
irá encontrar-se comigo, pois será lá que a irei esperar. Só desejo que ela, a inconstante, a louca, não
faça vista-grossa…e me ignore. Isso seria o meu fim!!
[ Texto vagamente idealizado a partir do poema de Mário
Quintana: "Gare de Astapovo", este, por sua vez, inspirado na morte de Leon Tolstoi. ]
B O M F I M
– D E – S E M A N A.