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As coisas devem ser grandes
Pra formiga pequenina
A rosa, um lindo palácio
E o espinho, uma espada fina
A gota d'água, um manso lago
O pingo de chuva, um mar
Onde um pauzinho boiando
É navio a navegar
O bico de pão, o corcovado
O grilo, um rinoceronte
Uns grãos de sal derramados,
Ovelhinhas pelo monte
[ Disse-o Vinícius de Moraes ]
Imagem DAQUI |
Já eu, digo:
Sinto-me tão pequeninatão sem força e alquebradaque até uma formiga rabigaé mais forte do que euperto dela não sou nada
Com todo o entusiasmotudo grande lhe parecepois eu que sou bem maiornão saio deste marasmonada me aquece ou arrefece
Queixo-me quando o sol queimamas se chove o mesmo façosó estou bem onde não estounão sei o que hei-de fazerminha vida é um nó laço.
Já nem chego a ser cigarra
porque até o cantar me aborrece...
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Quem canta (quem o sabe fazer) seu mal espanta. Por vezes dou por mim a trautear (em silêncio) uma qualquer cantiga de que me lembrei ou ouvi. E, não raro, durante todo o dia.
ResponderEliminarPois seja cigarra, mesmo que incomode os vizinhos.
bji.
Acontece-me o mesmo com alguma frequência, ainda que ultimamente não tanto. Esta coisa da pandemia e desta incerteza permanente, abalou-me as estruturas, sabe? Nem cantar me apetece com tanta coisa ruim a acontecer à minha volta.
EliminarBem, adiante. Entre mortos e feridos alguém há-de escapar.
Abraço, José.
Gostei duas duas versões de poesia! beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminar:-) Obrigada, Chica.
EliminarBeijinhos
Cigarra cantadeira, dá vontade de imitar.
ResponderEliminarE que tal uma desgarrada?!
Pena que por aqui eu não te possa animar, com a minha voz esganiçada, as duas iríamos gargalhar e a minha amiga iria animar
Beijinhos Janita
😘😘😘
Isso da desgarrada era uma boa ideia, querida Manu.
EliminarPor aqui sempre resultou, mas agora, não resultaria.
Quem alinhava nessas brincadeiras não anda com o espírito desanuviado, há que esperar que venham melhores dias.
Beijinhos, Manu! 😘
https://www.youtube.com/watch?v=iTTmCXCVJsc
ResponderEliminarPareces adivinho, Ricardo! :)
EliminarEstive quase a publicar esse poema do O'Neill, mas a parte do "asinha, asinha" nunca me caiu no goto. :)
Obrigada.
Boa noite de serenidade, querida amiga Janita!
ResponderEliminarMuito lindo e expressivo seu poema pois retrata como estamos muitos ou podemos ficar...
Humor variando em altos e baixos promovidos pelo confinamento. Muito pertinente até.
Bela comparação estabeleceu entre o ânimo do escritor e o seu.
Gostei muito.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
O Vinícius era um poeta criativo, originalmente fantástico e bem ao jeito que eu gosto.
EliminarObrigada pela extrema simpatia e afabilidade dos seus comentários, Roselia.
Um abraço.
💐👼🕊️🙏🏡😘
EliminarDe Moraes versus Janita
ResponderEliminarJanita versus De Moraes
Poesia versus Poesia
Não sei de qual gosto mais
(se não fosse a formiga e a cigarra
La Fontaine ficaria sem fábula)
Bem-haja Rogério.
EliminarPoesia sem rima não é poesia, quando muito é texto poético.
Mas dá trabalho e nos dias que correm é tudo feito a correr, na pressa de receber os louros e os louvores.
Talvez por isso, eu dou tanto valor às suas quadras e comentários rimados. Verdadeiras pérolas poéticas. :)
Um abraço.
Cama aí! Eu estou mortinha de dores de dentes e, provavelmente, mais fraca do que qualquer formiga, vou perder outra excelente oportunidade de estar calada, mas tenho de contradizer; poesia sem rima não é poesia metrificada, mas é poesia, sim senhor(es)! Escrevi poesia não metrificada durante muitos anos e cresci entre poetas modernistas e, embora a tenha praticamente abandonado nestes últimos quase catorze anos, adoro a boa poesia em verso branco!
EliminarE mais uma vez peço perdão por esta exaltação, este arrebatamento que leva a que uma poeta dorida e pontualmente desmusada se meta onde não é chamada...
Janita, vamos as duas tentar arrebitar um bocadinho? Também eu, para além do que já mencionei sobre mim e a Mistral, tenho graves problemas de saúde em familiares muito próximos. Estou a tentar gerir tudo isto tão bem quanto possível e estou segura de que a Janita está a fazer o mesmo; Força!
Beijinho :)
PS - Gostei muito destas suas quintilhas. Continuo à espera que a Musa fugitiva encontre o caminho de volta. Desta vez, recuso-me a tentar ir atrás dela; não posso nem com um rato pelo rabo...
Ora Viva!
EliminarA Maria João é persistente
mas eu não lhe fico atrás
vou responder-lhe em soneto
só para ver se sou capaz.
Então, cá vai, um pouco à moda de António Aleixo.
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Eis uma opinião de valor
que me é dada com mestria
mas a de uma leiga qualquer
também tem sua valia...
Faremos a nossa parte
nisso do arrebitanço
cada qual terá seu método
sem nenhuma querer avanço
Cá por mim, cá vou andando
entre avanços e recuos
fazendo aquilo que posso
Não faço tudo o que gosto
mas vivo à minha maneira - e sei
que o saber, senhora, é todo vosso!
😊
Beijinho, Maria João!
ADOREI! Mas mantenho a minha oferta inicial de lhe dar uma "seca" para lhe explicar o que é a poesia metrificada e o que saber escandir um soneto. Respondi-lhe no blog do Rogério, mas volto a deixar-lhe aqui um soneto do Mestre Aleixo;
EliminarSER DOIDO-ALEGRE, QUE MAIOR VENTURA!
Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!
Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.
Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...
Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo.
António Aleixo
Beijinho grande, Janita :)
Gostei do duelo possível e respeitoso com um grande poeta como Vinicius
ResponderEliminar😊
Viva!
EliminarE eu, gostei muito de o ver por aqui.
Volte sempre que lhe aprouver. A porta está aberta.
Obrigada. 😊
[ roubei-lhe o sorriso, espero que não se importe.}
eu danço, às vezes resulta. :)
ResponderEliminardeixo-lhe um abraço, querida Janita. :)
Oh, minha querida Alaska.
EliminarDance e treine muito no seu violino, tudo o que for carga negativa, esvai-se num repente.
Um beijinho e obrigada.
😊
Bom dia
ResponderEliminarHá coisa pequeninas que são enormes , que não há braços que as consigam abraçar.
Dos poemas , qual dos dois o melhor !
JR
Eu sei, Caro JR.
EliminarCom as minhas pequeninas coisas cá vou vivendo, e sei que não seria mais feliz se fosse detentora de grandes coisas.
A minha (pouca) riqueza está no meu interior.
Boa tarde e obrigada.
Dois belos poema que gostei de ler, pese embora o desânimo expresso no seu poema. Dá-me vontade de perguntar, onde pára aquela Janita de olhar brilhante e sorriso radioso que conheci num certo domingo de tão boas memórias.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Ah, Elvira, essa cachopa de sorriso radioso(?)e olhar brilhante, anda por aí na vadiagem. Quando menos esperar, ela bate-lhe à porta. 😊
EliminarUm abraço e muita saúde.
E eu repito o que disse a formiga depois de uma noite de amor com o elefante - sofri mas fui feliz :)))
ResponderEliminarBeijinhos
Ehehehehe...c'um canudo, Pedro!
EliminarSe bem entendi, com uma noite de bom sexo; adeus tristeza até depois... Só o Pedro!
Beijinhos. 😊
Já me ri com o sempre bem-disposto Pedro Coimbra!
ResponderEliminarMas, sem querer retirar a graça á coisa, olhe que a afirmação é válida para outras situações.
Dizer da Vida que "sofri mas fui feliz" é dizer muito!
Um grande beijinho de ânimo, Janita!
Sandra Martins
PS - Como estão as situações com os familiares que a preocupam? Melhores?
E olhe que as coisas lá por Macau não estiveram nada fáceis com o temporal, mas o Pedro é uma pessoa optimista e sempre bem disposta.
EliminarEm oito anos, nunca o ouvi lamentar-se, com ele o caminho é sempre em frente. :)
Beijinhos, Sandra.
A recuperar de uma cirurgia complicada, este meu familiar fracturou agora o osso do dedo do pé, teve um derrame interno e a coisa complicou-se ainda mais. Está a melhorar devagar.
Obrigada, por perguntar.
Bom dia:- Fiquei encantado por tão profunda poesia. Gostei das respostas poéticas.
ResponderEliminar.
Um dia feliz
Muito Obrigada, Ricardo.
EliminarComo não subscrevo os comentários, acabo por perder a leitura de alguns, e, consequentemente, de lhes dar resposta.
Uma boa noite, então.
Gostei das duas versões.
ResponderEliminarE gosto da maneira da Janita de estar nas suas poesias e especialmente de a ler nos comentários que faz por aí na bloguesfera.
Beijinhos
:)
Olá, Piedade.
EliminarSeja muito bem-vinda.
É bom que eu deixe claro que não sou, nem tenho pretensões a ser poetisa/poeta, o que for. Sempre gostei de ler poesia e li muito Florbela Espanca entre outros.
Gosto, mas gostar é uma coisa, saber escrever é outra.
Atrevo-me e continuarei a atrever-me, a fazer umas gracinhas com quadras e poeminhas ligeiros, nada mais. :)
Agradeço-lhe sensibilizada o apoio prestado, mas acredite que não me levo nada a sério nesta área. :)
Um beijinho para si também.