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Quis falar-te
da minha descoberta
daqueles dois pequenos míscaros
- assim são conhecidos na região beirã -
os cogumelos que tanto gosto.
Nunca comi iguais aos que comia,
carnudos e transbordantes da água
a saber ao sal da grelha.
Saborosa lembrança dos meus tempos de menina,
no meu querido Alentejo.
Gostaria tanto de contar-te,
mas não contei
não me deste oportunidade.
Não deixaste que te dissesse
do meu assombro,
do meu deslumbramento,
pela descoberta daqueles
dois pequenos e belos fungos
onde uma joaninha vermelha pousou.
Não te falei do medo que senti
temendo pela vida do pequeno e belo insecto.
Era ainda tão menina,
alguém me disse que no interior de tanta beleza,
se podia esconder a morte,
a dor e a tristeza.
Mas como? - me perguntei, então -
se era ali que viviam os
pequenos duendes,
das minhas histórias encantadas?
Ninguém me respondeu,
não havia lá ninguém a não ser eu.
Tu não me deste ouvidos.
Chamaste-me parva e partiste,
sem dizer para onde.
Deixaste-me só
com mais uma história
desse meu tempo de menina
que não te contei.
Retalhos da minha vida
que nunca soubeste e jamais te contarei.
[ A minha versão do que foi contado AQUI. ]
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Fico sensibilizado com a distinção e agradeço que a inspiração tenha nascido dos fundos do meu lugar.
ResponderEliminarFico reconhecido.
Boa Noite.
A inspiração nasceu das suas palavras, acredite ou não! :)
EliminarUm abraço.
Um dia avancei
ResponderEliminarque a blogosfera
já não é
aquilo que era
Este tipo de relação
entre o texto e o outro
é tão bonito
que faz renascer a esperança...
Abraço ao dois!
Concordo absolutamente com as palavras do nosso amigo Rogério 💚
EliminarQue bonito isso, Rogério.
EliminarComo vê, nem sempre se podem fazer 'avanços' precipitados.
Um grande abraço meu para si também, Rogério, e o meu obrigada pela parte que me toca.
O Sr. das Nuvens ainda deve de estar em estado de choque, mas vai retribuir-lhe o abraço, certamente.
Com qual das partes? É que há duas... 🤔
EliminarMíscaros.
ResponderEliminarHá quantos anos não ouvia/lia a palavra!
Beijinhos
O Pedro já conhecia o nome? É que eu apenas ouvia da boca das gentes naturais da Beira Baixa, ali pela Aldeia do Carvalho, onde vivia uma amiga que perdi de vista. :)
EliminarBeijinhos.
Achei interessante esta relação entre estes dois blogues.
ResponderEliminarSou daquelas que me meto no meio dos pinhais para apanhar míscaros :)
Beijinhos Janita
Creio que a relação é somente pela gentileza e generosidade que o autor do "brancas nuvens negras" teve quando decidiu oferecer alguns originais das suas bonitas aguarelas aos seus leitores assíduos. A mim calhou-me esta. Tive sorte, pois foi justamente a que mais me havia encantado.
EliminarPela minha parte decidi retribuir a gentileza, dedicando-lhe esta espécie de poema em jeito de história. Apenas isso. Não sou pintora nem poetisa... :)
Um beijinho, Manu.
Acrescento ainda que conheço bem os miscaros e faço bons pitéus com eles .
EliminarBeijinhos Janita
😘😘😘
E fizeste bem em acrescentar os míscaros, Amiga! O que se leva desta vida é o que se come e que se bebe e o que brinca, ai, ai... 😂
EliminarBeijinhos, Manu.
😘😘
Gostei muito, Janita! Pudesse eu ainda caminhar pelos pinhais e por lá ficaria horas a fio a contemplar pinheiros e cogumelos.
ResponderEliminarBeijinho :)
Há aquele ditado tão fatalista que até me custa repetir, Maria João. Dizia alguém que: «Quem andou não tem para andar».
EliminarEu penso que sempre se caminha, por pinhais ou florestas ou por mar e pelo ar. Se não pelas próprias pernas, que seja através dos meios que se têm ao seu alcance, como a poesia, por exemplo. :)
Beijinho.
Interessante adaptação. Há anos que não como míscaros, bem gostosos que são (eram).
ResponderEliminar1 bji
Ainda hoje os comi estufados, mas daqueles que se vendem, tão brancos e limpos que mais parecem lavados com lexívia. Míscaros de verdade, só consumo se apanhados por quem conhece.
EliminarE eu não conheço ninguém que os conheça...:)
Beijinho.
Muito bonito! Intercâmbio e amizade entre blogues, convivência sã.
ResponderEliminarCaramba, como o Mundo precisa destes exemplos! Anda tudo ensandecido.
Gosto muito de cogumelos mas, sou daquelas que os vai apanhar á prateleira do supermercado.
Infelizmente, nunca vivenciei a apanha no campo, tipo tesouro.
Um abraço do Algarve,
Sandra Martins
Não, não, Sandra. Não é amizade. O autor deste blog declinou gentilmente a minha amizade. Disse-me que que não gostava da banalização do termo. Amizade é algo muito mais do que uma simples troca de comentários entre pessoas que nem se conhecem se não através das redes sociais, coisa que dispensa e curiosamente, eu também. Tanto que nem tenho página no FB.
EliminarNão sei porquê, não considero os blogues como uma rede social, se calhar até é. É evidente que não foi com todas estas palavras, eu é que falo pelos cotovelos.
Um abraço cá do Norte.
Muito bom. Que interessante texto!:)
ResponderEliminar-
Baloiço do tempo...
-
Beijos e um excelente dia!
:) Que bom ter gostado, Cidália.
EliminarBeijo e uma boa noite.
Um poema cantado
ResponderEliminara duas mãos
Bj
Eu, assim o entendi.
EliminarFaltou arranjar uma composição à altura do poema inspirador, talvez.
Obrigada, Mar Arável.
Abraço.
Que linda lembrança dos tempos de infância.
ResponderEliminarCom tanto amor.
Adorei 😊
Tudo o que digo e faço sai-me do coração.
EliminarUmas vezes agrado, outas vezes, não!
😱
Muito obrigada, Miguel.