_________Assim:__________
____Depois, foi clareando.____
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Quando a minha alma nasceu
Para onde olhou primeiro,
E viu tudo um nevoeiro,
Foi lá cima para o céu...
Que a alma nunca lhe passa
De ideia a fonte da graça!
Olhava da solidão,
Onde se sentia presa,
Com a natural tristeza
Dos ferros de uma prisão...
À espera sempre da hora
Que lhe raiasse a aurora!
Bem a chamavam de cá
Sempre os cuidados do dia;
Ela, que nunca os ouvia,
Olhava, mas para lá...
Donde ela mesmo viera,
Donde todo o bem se espera!
Um dia (nem eu sei qual,
Que em suma foi isso há tanto!)
Vê com uns olhos de espanto
Romper-se a névoa geral;
E como um sol recortado
Nesse mar enevoado...
E dentro desse clarão,
Como em círculo de prata,
Que imagem se lhe retrata,
Fosse verdade ou visão?
A mesma que ela apertava
Nos braços quando sonhava.
E hoje a minha alma, não sei
Se nessa névoa cerrada
Vê tal visão embrulhada
Ou nem já vestígios vê...
Sei que se ainda me anima,
É de olhos fitos lá cima.
"Amor Místico" João de Deus, in "Campo de Flores"
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Fotos minhas. |