quinta-feira, 4 de abril de 2024

______________TERRA, MAR E PINHAIS.

 

Praia de Moledo - Caminha
Como seu fiel guardião; o Monte de Santa Tecla - Galiza
(Foto minha)

     Ibéria

Terra.
Quanto a palavra der e nada mais.
Só assim a resume
Quem a contempla do mais alto cume,
Carregada de sol e de pinhais.
 
Terra-tumor-de-angústia de saber
Se o mar é fundo e ao fim deixa passar...
Uma antena da Europa a receber
A voz do longe que lhe quer falar...

Terra de pão e vinho
( A fome e a sede só virão depois,
Quando a espuma salgada for caminho
Onde um caminha desdobrado em dois).
 
Terra nua e tamanha
Que nela coube o Velho-Mundo e o Novo...
Que nela cabem Portugal e Espanha
E a loucura com asas do seu Povo.

Miguel Torga 'in' Poemas Ibéricos

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25 comentários:

  1. Grato pela partilha. Gostei muito de ler. Cumprimentos poéticos

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    1. Partilhar o que tem qualidade, só nos traz benefícios, como seja o gosto dos leitores.
      Cumprimentos, caro Ryc@rdo.

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  2. Bela praia com aquele enorme monte ao fundo!
    Tenho uma simpatia muito especial por Miguel Torga.
    : )

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    1. Esta bela praia Minhota ficou ainda mais conhecida após a transmissão televisiva de uma série juvenil lá ter sido rodada, já antes era a favorita de muitos famosos. : )
      Quem aprecia qualidade literária e poética, aprecia Miguel Torga! ;)
      Beijos.

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  3. Sou doido pelo Torga, talvez por ter estado tão perto dele, quando comecei a despertar para a vida!

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    1. Torga tinha a rudeza dos montes transmontanos, mas conhecia a alma humana como ninguém. : )

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  4. Lindo poema e gostei de ver a foto com o monte! beijos, tuuuuuudo de bom,chica

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  5. Bom dia
    Só conheço a praia mesmo de nome .
    Parabéns pela foto e o poema não precisa apresentações .

    JR

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  6. Praia do Moledo com um único inconveniente: águas geladas.
    Miguel Torga: alguém se atreve a dizer mal de tão ilustre escritor?
    Beijinhos, Janita.

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    1. Aí está uma afirmação que eu não posso confirmar nem desmentir, António! Nunca mergulhei nessas águas, mas quase apostaria que, nesse dia, devido ao intenso nevoeiro que cobria toda essa zona e, por essa hora da manhã, já começava a desvanecer-se, a temperatura da água deveria ser agradável.

      Beijinhos, António. : )

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  7. Miguel Torga nunca desilude!

    Abraço

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    1. Folgo em saber que sentes o mesmo que eu, em relação a este multifacetado escritor, querida Leo!

      Um forte abraço.

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  8. Torga, o profundo conhecedor do nosso desespero humanista...um dos meus poetas preferidos. Nem poderia deixar de comentar: cheguei do Norte, pelos motivos que a vida dita e quem acabei de sepultar viveu, por muitos e bons anos, em Caminha. Se a foto for antiga, posso até estar, algures, nela.
    Fica bem.

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    1. Sinto muito, Ana. Suponho que te referes ao senhor que estava muito doente. As minhas sinceras condolências ao filho e a ti, naturalmente.
      Quanto à 'idade' da foto, na verdade, recente não é, mas também depende do conceito que tens da definição de 'antiga'. É do Verão de 2018, já vai fazer seis aninhos. Que te parece, serás uma das duas jovens que, em passo decidido, se encaminham para a beira-mar?
      Um abraço, Ana.
      Fica bem, também.

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    2. Como dizem os miúdos: lol
      Queria ainda ter esse corpinho, mas a idade não perdoa. Beijinho

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  9. Aos costumes (poema) digo nada. Foto boa.
    A praia é/era poiso de gente fina e água fria. Lá cruzei-me uma vez com António Victorino de Almeida, o que também haveria de acontecer, noutra vez, em Caminha, numa esplanada.
    Já estive no Monte de Santa Tecla: uma paisagem deslumbrante.
    Beijinhos

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    1. Mas que desconsideração! Para além de não dizer nada chama 'costumes' a um poema tão belo do seu conterrâneo? Realmente, não gosta mesmo de poesia. Recalcamento antigo, motivado pelo tempo que alguém, que Deus já lá tem, dedicava aos Poemas?
      Esta paragem nossa por Moledo, ficou a dever-se de uma ida familiar a Caminha, à Feira Medieval, isto, se a minha fraca memória não me trai.
      Deve ser bem interessante e digna do esticão até lá, as paisagens vistas a partir do cimo desse Monte. Nunca lá estive!
      Beijinhos, José!

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  10. Local de férias, religiosamente, de alguns amigos.
    Beijinhos, bfds

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    1. Para quem vive todo o ano fora, em países mais ou menos longínquos, as férias em Portugal abrangem este nosso pequeno rectângulo à beira-mar plantado, de Norte a Sul. Tudo por cá é belo e deixa saudades. Será uma espécie de compensação pelo muito que nos falta, Pedro?

      Beijinhos, bom fim de semana.

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  11. Rogério V. Pereira05 abril, 2024 22:09

    O que mais me surpreende e espanta
    é a actualidade desse poema de Torga

    Quanto à praia, ocorre-me o comentário da Ana Tapadas, se a foto for antiga certamente andarei por lá e não sozinho

    Beijinho

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    1. Rogério, meu bom amigo.
      Por muito que se deseje mudar o mundo, e ele vá mudando, há certas coisas que nunca mudam. A profundidade do mar, a terra que sendo tanta e tamanha há certas pessoas que por mais que a calcorreiem não encontram nela o pedacinho a que têm direito. E tantas, tantas coisas que parecendo mudar permanecem sempre iguais.

      Provavelmente, tanto tu como a Ana Tapadas, andaram por aqui, mas não neste dia em que andei eu. Vês?

      Beijinho

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  12. Enquanto escrevia isto relativamente ao teu novo post, este desapareceu!!

    Por natureza, temos um comportamento imitativo e, muitas vezes, não nos apercebemos disso. É um ato inconsciente. Quantas vezes não imitamos um gesto de uma outra pessoa, uma expressão que ela mais usa, até uma opinião sobre qualquer coisa.
    Ao longo dos anos e através das nossas experiências, as nossas emoções, as nossas atitudes, os nossos pensamentos são influenciados pelo meio em que estamos inseridos. A dinâmica de grupo, as atrações interpessoais... tudo isso tem influência em nós.
    Tu, por exemplo, és um exemplo dessa influência. : )
    Quando vivias no Alentejo, suponho que falavas com um sotaque alentejano, mais ou menos pronunciado. Hoje, através do vídeo do post anterior, ouvi um sotaque nortenho. : ))
    Não sei até que ponto temos alguma originalidade na nossa forma de agir, de falar, de escrever. Somos o produto de todos. : ))

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