Hoje apeteceu-me falar sobre aquilo que é comum chamar de saber viver. Não foi por acaso. Constatei algo que me deixou com o travo amargo do fel, uma desilusão enorme e um profundo desencanto, que já há algum tempo me andava a rondar...
Há um ditado, nosso, muito popular que diz: “Viver não custa, o que custa é saber viver”.
Pois se neste saber viver estiver implícito o egocentrismo disfarçado de santas benfeitorias.
Estiver o não admitir que nem sempre temos razão, apenas para não dar a mão à palmatória, que é como quem diz: arcar com as consequências.
Dar a mão à palmatória, por vezes dói....mas tem de ser!
Estiver o não olhar a meios para atingir objectivos que, camuflados sob o manto das boas intenções, logram chamar a atenção sobre nós mesmos para, intencionalmente, nos lançarem em direcção à Lua. Lá bem no alto.
Estiverem atitudes subservientes, para não perder a protecção de pessoas, supostamente, influentes…
Para mim, o altruísmo sem humildade e acenado como uma bandeira é, pura e simplesmente, vaidade.
Pois, então, eu não sei, não quero e nunca irei aprender a saber viver!...
Não dessa maneira.....
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Este poema não tem nada a ver com o tema focado.
Apenas o título!
"Sabedoria"
Desde que tudo me cansa,
Comecei eu a viver.
Comecei a viver sem esperança...
E venha a morte
quando Deus quiser!
Dantes, ou muito ou pouco,
Sempre esperara
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco
Voava nas estrelas até à mais rara.
Outras, tão pouco,
Que ninguém mais com tal me confortara.
Hoje, é que nada espero.
Para quê, esperar?
Sei que já nada é meu senão o que tiver.
Se quero, é só enquanto apenas quero
Só de longe, e secreto, é que ainda posso amar.
E venha a morte quando Deus quiser.
Mas, com isto, que têm as estrelas?
Continuam brilhando, altas e belas….
Poema de José Régio in "Poemas de Deus e do Diabo"
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Boa noite Janita,
ResponderEliminarassino e subscrevo por baixo de cada uma das suas palavras.
Quanto ao poema, é muito bonito!
Beijinho,
Ana Martins
Minha querida
ResponderEliminarGostei do desabafo...e muito verdadeiro.
Deixo um beijinho e agradeço o carinho no meu cantinho.
Sonhadora
Sempre gostei muito de Régio, excelent post.
ResponderEliminarDesafabar é bom!
Janita, preparava-me eu para a ouvir dissertar sobre sabedoria, mesmo que que fosse sabedoria popular, e traiu-me a expectativa. Aquilo que chama ditado é a ironia popular é algo que se manda à cara dos répteis que mudam de cor conforme o lugar ou o sabor, que se deixam travestir de mil imagens se forem essas tantas as vassalagens que tiverem que prestar. Gente de duas caras não têm sabedoria de bem viver pois tem a vida que julgam a mais adequada aos objectivos ou caprichos. A sabedoria é outra coisa, é o saber que nada se sabe pois encerra o saber da humildade. Sabedoria inclui o respeito pelo outro pois integra a dúvida cartesiana e a atitude de aprender em cada dia o mais saber de cada coisa nova que está para acontecer. Falando de sabedoria, falaria disso. Mas falou do ratejar e tornou inutil a afirmação final, pois era dispensável dizer que jamais rastejará quando ninguèm a achará capaz de o fazer.
ResponderEliminarAmiga Janita,
ResponderEliminarComungo da mesma filosofia de vida.
Tal como diz a Ana, assino por baixo cada palavra tua.
Para comentar o poema volto amanhã.
Não o li, fiquei a pensar no que te terá acontecido.
Grande desilusão tive eu hoje, também já mais ou menos pressentida, mas não deixou de me ferir.
É assim a vida. Há que ser forte.
Beijinhos
Ná
Janita,
ResponderEliminar"(...)o altruísmo sem humildade e acenado como uma bandeira é, pura e simplesmente, vaidade.". Nada mais verdadeiro, especialmente quando nos "esfregam na cara" esse dito altruísmo.
Como vê, eu ando por aqui, por vezes não me manifesto!
Quando ao poema terei que o amadurecer para o poder comentar com dignidade!
Bjs
Concordo com tua indignação... Lindo poema!beijos e um dia lindo!chica
ResponderEliminarJanita,
ResponderEliminarHá pouco tempo li, já não me lembro onde, uma história que era mais ou menos assim: Um burro caiu dentro de um velho poço abandonado e fundo. O seu dono, um lavrador, depois de muitas tentativas para o tirar desistiu. Resolveu, então, com muita pena, enterrá-lo ali mesmo e fechar o poço. Foi atirando pás de terra lá para dentro. O burro à medida que sentia terra a cair-lhe em cima sacudia-se e ficava em cima dela. Assim acabou por se salvar. Eu, agora, faço como o burro... e cheguei à conclusão que é o mais inteligente.
Numa segunda leitura, compreendo que se está a falar de valores, com destaque para a "verdade". Repõr a verdade quando se errou tem dois preços. Um quase sempre deloroso, pode colocar em risco muitas coisas. Outro, sempre gratificante e que tem três consequências:
ResponderEliminar1ª - podemo-nos olhar nos olhos;
2ª - teremos sempre a admiração dos que nos rodeiam (ainda que alguns nos possam chamar ingéneos, ou até parvos)
3ª - seremos sempre o exemplo, que vai rareando...
Há essa forma de viver. E parece que a Janita a escolheu. Escolheu bem...
(no que neste comentário for omisso, vale o comentário anterior...)
Beijo
Querida amiga Janita!
ResponderEliminarEu também subscrevo por baixo cada palavra, tudo isso custa ainda muito mais, quando vem de pessoas muito próximas, e que afinal estão muito longe da gente, mas o mundo está cheio de gente desse por todo o lado, quando a gente já os conhece já está mais ou menos à defesa, o pior é quando somos apanhados desprevenidos.
Vejo que boa coisa não foi, o que aconteceu consigo. Mas você usa as palavras lindamente, eu gosto muito de viver, e amo a vida, mas vejo que viver é uma árdua tarefa.
Sei que você hoje não está para brincadeiras, mas mesmo assim vou dizer, quando eu for grande gostava de escrever como você escreve.
Um beijinho grande para si,
com o meu carinho,
José.
Pois ...
ResponderEliminarE nós, os que não sabemos viver, passamos a vida toda a ser "comidos" por parvos.
E depois, a pensar nessas injustiças, lá vai o IVA mal calculado.
Beijinho à Janita, que tem "pinta".
Querida Janita...
ResponderEliminarPercebe-se que a decepcionaram...
Mas a sua voz ergueu-se brilhante como as estrelas lá em cima... e é assim que eu a vejo...alta e bela...
Ternuras
Amizade
Loli
Como prometido, aqui estou... e agora bem mais sossegada com as notícias sobre o nosso amigo Ricardo Calmon.
ResponderEliminarJanita, amiga, o poema vem completar o texto, ou melhor, reforçar a desilusão.
Lamento o que se tenha passado e que tanto te afectou.
Parece que há pessoas, aqui como em todo o lado, que deliberadamente usam armas sórdidas para agredir.
São felizes assim.
Há também os que se disfarçam de cordeiros e que de repente, assim como que por mágica, mostram as garras de lobos.
Não te dou conselhos porque não precisas deles, sabes melhor do que eu como proceder.
Usa da tua força imensa, da tua inteligência e discernimento e separa o trigo do joio.
Beijinhos
Ná
Estoy de completo acuerdo , no es bueno volcarse con la gente lo importante es tu interior y nada mas.
ResponderEliminarUn abrazo.
De los desengaños se aprende Janita,y eso nos enseña que debemos estar atentos para que no nos vuelvan a defraudar moralmente y sentimentalmente.
ResponderEliminarAnoche no pude venir.
Saludos
Já lá vai o tempo! Quando somos jovens a vida gira naquilo que observamos e aprendemos, crescemos, o mundo torna-se mais pequenino, mas dentro de nós, torna-se grande se o pudermos construir assim, assim tão à nossa maneira, assim tão onde a gente se sinta segura sem precisar de bajular seja a quem for,se conseguirmos tudo por nós, olharemos para a vida de outra maneira e sentiremos que ganhamos muitas batalhas, embora outras ficassem aquém do campo de guerra, podemos dizer que vivemos melhor da forma que queremos e gostamos, escolhemos os amigos que queremos, e isso é uma vitória se nos ajustarmos ao mundo de hoje...
ResponderEliminarA maioria vive assim,d esses arranjos de bajulação. Eu não, jamais assim fui desde que tive capacidade para entender como as pessoas funcionam...
Um beijinho.
vi-te no Kim, podes confiar, é um amigo e peras, é um homem lindo, uma alma mais linda ainda e o seu tamanho mede-se todo em ternura (1,85) como o meu Nuno...
laura
Já a Biblia alertava para isso, que os ricos só nos metem em alhadas mais tarde ou mais cedo, depende dos ricos, tá claro, ahhhhhhh.
ResponderEliminarGostei de ver os coments no MFM, todos os nossos rapazes mostraram ser bons rapazes e respeitadores, só podia!
beijito da moça
Querida Janita la vida es muy dura tan dura que al final todo es un puro desengaño.
ResponderEliminarTus palabras están impregnadas de un acento que me hace pensar que la vida jugo también contigo...Muchos besitos
Querida amiga Janita!
ResponderEliminarHoje estou mais contente e mais descansado também, por saber que tudo passa rápido,é melhor assim.
Agora neste momento estou a rir algumas partes daquelas já foram vividas por mim, não tem lá o nome
mas não custa nada adivinhar quem escreveu, para a próxima semana lá estará, já tinha por lá qualquer alinhavado, se não já tinha ido agora.
Beijinho grande,
José.
Atã se a vida é dura, já o sabíamos e de vez em quando haja uma garrafita para afogar as mágoas, junta-te a mim no resteas...
ResponderEliminarHá sempre lugar para mais um... bora lá prá ressaca.
Um beijinho da moça.
Vive-se porque não se quer morrer
ResponderEliminare é só
nas imortais palavras
estar vivo é o contrário de estar morto
e morto-vivo?
Importa vivermos em paz com a nossa consciência e respeitando os outros. Parece tão simples e são tão poucos os que conseguem.
ResponderEliminarBeijocas!