quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Culpada Serei Eu...?

Aproveitando o dia em que se assinala os 170  anos  de ANTERO DE QUENTAL e sendo este meu simples e despretensioso cantinho / refúgio - arriscando uma percentagem diria que 90% - dedicado à divulgação de poesia como um bom amigo já fez referência, e se ele o disse eu reitero, aqui fica mais um soneto...


Imagens da Net.




Mea Culpa


Não duvido que o mundo no seu eixo
Gire suspenso e volva em harmonia;
Que o homem suba e vá da noite ao dia,
E o homem vá subindo insecto o seixo.

Não chamo a Deus tirano, nem me queixo,
Nem chamo ao céu da vida noite fria;
Não chamo á existência hora sombria;
Acaso, à ordem; nem à lei desleixo.

A Natureza é minha Mãe ainda...
É minha Mãe... Ah, se eu à face linda
Não sei sorrir, se estou desesperado;

Se nada há que me aqueça esta frieza
Se estou cheio de fel e de tristeza...
É de crer que só eu seja o culpado!
                                                                                                                        
                                                                                  


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19 comentários:

  1. Morre o poeta fica a poesia e alguém de muito bom gosto para a fazer reviver, por isso se diz que!

    O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.

    minha querida Janita, desejo-te um dia cheio de hotências porque sei que tens no teu jardim e ficas muito feliz quando elas florescem, beijinhos de luz e paz na tua vida...

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  2. Poesia a reter.

    A culpada és tu.
    Duvidas?

    Beijoca

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  3. Grande Antero, tão grande que acabou for se evadir do mundo,,,

    Um resto de dia bom

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  4. E o poeta não morreu!

    E Janita o trouxe com muito gosto
    e me alegrou o encontro.

    Talvez não fosse ele o culpado...

    Um abraço,

    Mª. Luísa

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  5. Um Poeta sonhador, defensor de ideias de esquerda avançadas para a época (e ainda actuais dada a ignomínia com que somos governados)!
    Uma homenagem mais que merecida...e bem atenta.
    Beijinhos, Janita!

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  6. Se o mundo gira no seu eixo
    Sempre o tenho ouvido dizer
    Porque haverá tanto desleixo
    Uns tanto mal a outros fazer!

    Das mentiras eu me queixo
    Da existente tirania
    Destruidor futuro eu prevejo
    Nossa país a perder a soberania!

    Desejo uma boa tarde para você, amiga Jatita.
    Um beijo
    Eduardo

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  7. Descobri os sonetos de Antero
    Tarde
    Diria que foi ontem
    e com surpresa (e culpa) minha

    Não conheço os limites da resistência que fica na linha das opções entre a vida e a morte. Talvez este soneto explique porque escolheu tal sorte:

    O que Diz a Morte

    Deixai-os vir a mim, os que lidaram;
    Deixai-os vir a mim, os que padecem;
    E os que cheios de mágoa e tédio encaram
    As próprias obras vãs, de que escarnecem...

    Em mim, os Sofrimentos que não saram,
    Paixão, Dúvida e Mal, se desvanecem.
    As torrentes da Dor, que nunca param,
    Como num mar, em mim desaparecem. -

    Assim a Morte diz. Verbo velado,
    Silencioso intérprete sagrado
    Das cousas invisíveis, muda e fria,

    É, na sua mudez, mais retumbante
    Que o clamoroso mar; mais rutilante,
    Na sua noite, do que a luz do dia.

    Antero de Quental

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  8. Los poetas nunca mueren sus obras quedan para que de ellas podamos disfrutar.

    Saludos

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  9. Olá amiga Janita, a culpa de quem na maioria das vezes não tem culpa nenhuma. O soneto é lindo. Linda homenagem ao poeta. Beijos com carinho

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  10. Pena ter acabado como acabou,Janita.
    Gostei do comentário que deixaste no Crónicas on the rocks. Amanhã respondo, ok?
    Beijinho

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  11. Janita, boa noite!
    E escolheu um soneto maravilhoso para homenagear o nosso poeta!

    Beijinho,
    Ana Martins

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  12. Adoro o Antero! Desde o Socialismo Utópico até ao mais comum libertário citado.
    Beijinhos!

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  13. Minha querida Janita, obrigado do fundo do meu coração as tuas palavras de carinho e sempre tão bem escritas.
    Olha meu amor se tu algum dia quiseres a minha ajuda para dar uma cara mais nova e diferente ao teu blogue, como eu agora estou com um dia a trás do outro e a coisa é sempre a mesma tenho mais vagar, se quiseres mandas o nome em que tens o blogue e a senha e eu faço, se não gostares faremos até que tu gostes é uma das coisas que eu em tempos fiz com um que eu tinha parado e um amigo do Brasil me fez.
    Se não quiseres eu também vou entender não tem mal nenhum mas tem pessoas que não gostam e eu entendo, desejo-te um lindo dia cheio de saúde paz e muito amor eu sempre estarei ao teu dispor podes crer....

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  14. Eu publiquei o Contemplação para a efeméride.
    Amo Antero de Quental, especialmente As Fadas!

    Bjis :)

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  15. Minha querida amiga Janita!
    Que bom estar de novo na vossa companhia, este é um lugar onde eu me sinto bem, porque estou rodeado de bons amigos(as)e nos lugares onde a gente se sente bem, não devemos de abandonar. Estou encontrando coisas novas no meu blog que eu não sei se consigo resolver, senão terei que pedir ajuda.
    Sempre homenageando a poesia e os poetas, belo Soneto do Antero!
    Obrigada pelo carinho,
    Um beijinho grande.
    José

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  16. Grande poeta, Antero! Homem sofrido, também, com problemas existenciais de vária ordem, também desiludido com a política de seu tempo, acabou por se suicidar. Pena, teria dado ainda mais à nossa literatura! Parabéns pela escolha, Janita!
    Beijinho
    jc

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  17. Linda a tua lembrança dos 170 anos do poeta,tão a meu gosto.

    O adorei sempre e te congratulo pela lembrança.

    Graças pelo nosso amigo e por te lembrares de mim. Tenho suspirado por ele e tal como os poetas,sou capaz de amar, de me perder, de chorar, de clamar e me esquecer da própria dor e me tornar a encontrar e a perder e umas vezes, poucas, feliz e outras vezes, muitas, meia-infeliz nos tropeços do caminho que muitas vezes não são os meus caminhos, mas os caminhos dos outros.

    Um abraço e obrigada,

    Mª. Luísa

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  18. Olá, Janita!

    Há pessoas assim como Antero de Quental, agarradas por um sentimento de culpa de que não mais se libertam.E que por vezes parece que cultivam, como forma única de dar à vida o sentido que nela não encontram.

    Bonita homenagem, excelente escolha.

    Beijinhos.
    Vitor

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  19. Amiga, a poesia de Antero de Quental é sempre um exercício de inteligência e sensibilidade que sempre me seduziu. Mea culpa :)
    Adorei o vídeo que desconhecia.


    beijinhos

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