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O Livro e o Leitor
Como se faz para conhecer um livro? Não é difícil!
Quando, numa biblioteca, numa livraria, em casa de um amigo, o livro nos chama a atenção, pegamos nele, abrimo-lo devagar e, com ele poisado sobre a palma da mão esquerda, folheamo-lo muito naturalmente com a mão direita. Parece que é assim que se faz, não é?
Os dedos, as costas da mão, que lhe alisam as páginas e, num voo leve, os olhos que correm pelo formigueiro das linhas e poisam numa palavra aqui, numa frase além, e seguem adiante.
Fazem-se as apresentações.
- Eu sou o livro – diz o livro que é de poucas falas, porque gosta mais de dizer as coisas por escrito.
- E eu sou o leitor, ou melhor, talvez seja o leitor - dizemos nós.
Folhear um livro é espreitar para dentro de uma caixinha sem chave, uma caixinha ao alcance das mãos e dos olhos. Não há segredos.
- Que tens tu guardado para me dar? – Perguntamos nós ao livro.
Aí o livro conta, não pára de contar o que dentro dele tem guardado para nós. Se, entretanto, nos sentamos numa cadeira de braços, para ser mais cómoda, e poisamos o nosso amigo livro sobre os joelhos, esta conversa que começou por ser hesitante e prudente, vai, quase de certeza, demorar que tempos. O tempo de lermos o livro do princípio ao fim ou de fio a pavio, como também se costuma dizer.
“ De fio a pavio” é uma expressão singular. Lembra-nos a vela que, acesa, muito trémula, resiste ao escuro à sua volta. A vela acaba por extinguir-se, apagar-se, quando não há mais pavio, mas o livro, esse não!
Terminado, fechado, o livro que nos deu prazer, fica-nos na memória, resiste ao esquecimento, iluminando ainda…
Autor: António Torrado
Poeta, ficcionista e dramaturgo, autor de várias obras de pedagogia.
Texto transcrito de um livro, encontrado, mas não perdido, no baú onde guardo os tesouros escolares do tempo em que cá em casa viviam um menino e uma menina, hoje, também eles com os seus meninos, aos quais incentivei, desde cedo, o gosto pela leitura. Prazer, esse, que foi sempre meu, desde que aprendi as primeiras letras.
Janita
Não vale a pena correr!
ResponderEliminarPerde-se a atenção na leitura!
Se querem mesmo aprender e saber!
Leiam com mais brandura e candura!
Beijinhos:)))))
Que maravilha de quadra, Mestre!
ResponderEliminarIsso é que é ter talento para a poesia!
Não páras de me surpreender.:))
Beijinhos.
Gosto muito do António Torrado e escolheste um excerto excelente, Janita
ResponderEliminarBeijinho e bom fds
Fez-me lembrar que também tenho um carinho especial pelos primeiros livros que li. A sensação dos primeiros livros que se lê fica gravada como a primeira vez que se anda de bicicleta sozinho. É bom lembrar essas coisas.
ResponderEliminarBeijinho e bom fim-de-semana
Janita, boa noite!
ResponderEliminarIncentivar as nossas crianças a ler, sempre, assim o penso, assim o faço!
Beijinho,
Ana Martins
Excelente postagem de incentivo à leitura,Janita. Gostei muito. Um dos meus ícones literários desde a infância, MOnteiro Lobato, disse com maestria e sabedoria: UM PAÍS SE FAZ COM HOMENS E LIVROS. Poucas vezes vi uma frase tão linda e verdadeira. Ainda vou fazer um texto sobre esse grande homem. Só não o fiz ainda porque não tive inspiração digna para falar dele.///// beijos.
ResponderEliminarÉ sempre com emoção que leio O Veado Florido do mesmo autor. É uma obra-fetiche (do trabalho) há muito tempo.
ResponderEliminarBjis :)
Querida amiga Janita
ResponderEliminarTinha sete anos de idade
quando descobri este amigo
sempre me tem acompanhado
e ainda hoje anda comigo
Ele é um verdadeiro amigo
vai comigo para todo o lado
e muito do que eu hoje digo
ele é que me tem ensinado
Dou-lhe toda a atenção
e darei sempre até ao fim
não sei o que é solidão
com ele perto de mim
Esteja sempre sempre à vontade a casa é sua, não tem que pedir desculpa de nada.
Bom fim de semana,
beijinho grande,
José.
Janita:
ResponderEliminarOs livros são insubstituíveis, consegui que um dos meus filhos seguisse este prazer, o outro não há nada a fazer :)
O vídeo e o poema é muito interessante e prova que devagar se vai ao longe :)
beijinhos
Olá, Janita!
ResponderEliminarComodismo, custo, preguiça, falta de hábito... Os "inimigos" do livro aumentam a cada dia que passa, mas por muito que façam nunca o conseguirão destronar.Aquele lado físico de objecto que se pega e connosco levamos para onde nos apetece, com se dum ser vivo tratasse, é prazer insubstituível - aqui muito bem defendido num bonito texto, cheio de poesia.
E escusado será dizer que gostei muito do tema escolhido.
Beijinhos; bom fim de semana.
Vitor
Olá Janita!
ResponderEliminarLer - essa coisa para a qual tantas vezes não temos tempo.
Tinha saudades de ler a sério. Roubei então tempo à Net para poder voltar aos velhos tempos. Agora só me apetece ler e ouvi música.
Obrigado pelos parabéns do meu aniversário.
Beijinho minha querida!
Janita querida adorei a a leitura, um livro é um amigo fiel ele nos ensina e não nos cobra nada por isso, antes para leres um livro tinhas de o comprar ou que alguém também amigo tu empresta-se. Hoje já não é assim podes sempre ir à biblioteca e leres o que quiseres.
ResponderEliminarPena é que eu tenho largas centena de escudos gastos em livros que um dia irão parar a um caixote de lixo, enquanto eu for viva eles mesmo escondidos ainda estão a salvo; o pior é depois e daí! Que são eles mais do que nós? Não somos apenas matéria, levamos connosco aquilo que neles aprendemos. Também se não fosse por eles eu não estava agora aqui com este bê-á-bá contigo, beijinhos de luz e que passes um domingo em grande sentada à beira -mar, com um bom copo de vinho e um belo gajo do teu lado que tu bem mereces, beijinhos para todos os teus...
Volto só para te dizer que já podes esclarecer o mistério do "Beija-me depressa" no Crónicas on the rocks" Com fotografia e tudo...
ResponderEliminarResto de bom domingo
Beijinho
Janita,
ResponderEliminarCacei-te num comentário e tenho andado perdido de ti. Partidas que o blogger prega...
Gostei do texto de António Torrado e do poema... Por acaso, em corridas de subidas de escadas, quem chega sempre primeiro é o meu neto. Mas nunca lhe digo que o deixei ganhar...
Janita, dito assim colocas o livro como uma amante esquecida, que é aberta, usada e depois colocada numa prateleira, à espera que outro lhe pegue. ;)
ResponderEliminarBeijocas!
Os canhotos folheiam com a mão esquerda? Por acaso também não.
ResponderEliminarMas agora com os livros digitais eles já não estão assim a olharem para nós... Nós é que temos que os procurar.
Em relação ao primeiro parágrafo é assim e o seu o espelho. Depende de se o leitor é destro ou canhoto.
ResponderEliminarQuanto ao resto é assim mesmo. Já agora um pouco de publicidade e Peço desculpa pelo abuso. Sai no próximo dia 12 ao público o livro do qual aqui o teu amigo é co-autor. Fica aqui o link. Uma beijoca.
http://www.esferadocaos.pt/pt/catalogo_detalhe_esfera_contemp167.html
Janita, criteriosa amiga,
ResponderEliminarOntem, hoje e amanhã, os livros serão sempre bons companheiros, fontes onde onde saciamos o nosso desconhecimento.
Estão sempre ao nosso dispor, sem qualquer indisposição. É bom lê-los "de fio a pavio" ou "de uma ponta à outra". A sua leitura não se esgota na última página.
Bj e um bom princípio de semana.
Hola amiga!
ResponderEliminarNada como reencontrar velhos livros e retomar antigas amizades esquecidas.
Bjs.
Oi Janita
ResponderEliminarLi seu comentário no blog do Vitor Fernandes( o Constantino...) rs que dizias ter aqui a capa do livro dele mas nao consegui localizar .
Aproveito pra espiar seu blog ,já que a conheço de ler nos blogs amigos.E assim caminhamos todos, nos aproximando à distância.
Gostei e vou linkar pra ler mais quando o tempo( nosso maior "amigo"por aqui),deixar rs
abraço
Um livro é um fiel e dedicado companheiro de horas infindas!
ResponderEliminarE deixa-se tocar delicadamente... retribuindo -nos todo o prazer que nos pode dar!
Beijos,