Um lamentável incidente, em forma de comentário, que li recentemente na blogosfera, baseado numa apreciação apriorística sobre aquilo que muitas vezes parece, mas na realidade não é, fez-me pensar em como as aparências podem ser enganadoras. Em todos os sentidos!
Deixarmo-nos levar por elas e tomar qualquer atitude de repúdio, pode ser terrivelmente injusto e contraproducente.
Ora, como aquilo que mais gosto de fazer na blogosfera, é andar a cirandar pelos blogues a ler ouvir e comentar, acabo por me esquecer do meu pobre cantinho. Assim, e na falta de inspiração, deixo-vos com a inesquecível ELIS REGINA, que foi e será sempre uma excelente companhia. Embora aqui, na canção, as aparências enganadoras sejam de outro cariz.
As aparências enganam,
aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo
e depois não há nada que os apague
Se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer,
não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer,
senão chorar sob o cobertor
As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada Amor.
aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo
e depois não há nada que os apague
Se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer,
não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer,
senão chorar sob o cobertor
As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada Amor.
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Discutia o velho médico da aldeia com o seu substituto, um jovem licenciado na faculdade de medicina de Lisboa, se o velhote que estavam a ver aproximar-se bem curvado na sua bengala sofreria de artroses nos joelhos, gota ou de mal de Pott. Ao indagarem-no, informaram-no da opinião de cada um e das suas convicções. O velhote, ergue a cabeça, sorriu-lhes e disse-lhes: «Por vezes as aparências iludem. Neste caso, enganamo-nos os três. Um também pensei que fosse um peidinho e afinal vou aqui todo borrado que nem me endireito».
ResponderEliminarAmei a Elis!
Beijoca.
Os juízos alheios envolvem sempre alguma (bastante) dose de incerteza, pois nunca dispomos da informação completa.
ResponderEliminarAssim, quando algo não me soa ou cheira bem, pergunto directamente à pessoa em questão, caso a conheça.
Caso contrário passo adiante, pois tenho mais com que me preocupar.
Beijinhos, Janita.
Atão amiga agora és engenhêra? A fazer pontes assim...Agora a sério, sabe sempre bem mais um dia. Como dizia o meu pai...As iludências aparudem...Até mesmo a ver com os próprios olhos temos que ter cuidado com a interpretação. Gostei do comentário do amigo Victor. Bom descanso e beijos com carinho
ResponderEliminarCara Janita
ResponderEliminarPublicar uma canção da Elis Regina com um forte conteúdo, nunca pode ser chamado de "falta de inspiração", antes pelo contrário.
Para si também uma boa semana (apesar de curtinha)
Beijo
Rodrigo
Estás muito inspirada!
ResponderEliminarBjs
Amiga Janita:
ResponderEliminarAdoro,Elis Regina, que tinha uma aparência linda, uma voz única e uma vida cheia de ilusões. Pagou caro por isso.
A blogosfera é fértil nesse tipo de atitude.
Beijinhos e bom fim de semana prolongado ;)
Falta de inspiração e vai buscar a Elis...
ResponderEliminarSabe Janita?
Tua escolha foi inspirada e bonita...
(As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam)
Boa semana também para ti, Janita. Eu também farei ponte e, no fim de semana seguinte, parto durante um longo período
ResponderEliminarBeijo
Qué tengas un feliz descanso de semana,las apariencias siempre son eso falsas por que nunca dicen la realidad.
ResponderEliminarSaludos
Olá Janita. Gosto muito dos seus gostos, tem aqui outro postal que faz valer a pena todo o tempo passado a ouvir e a ler.
ResponderEliminarTrate-me antes por Zé Maria que é isso que me sinto. JMP é a forma como assino mas mesmo para mim soa a formalidade.
As fotos no meu blogue que refere, quando não indico o sítio da net onde as pesquei, são fotografias ou digitalizações de livros e revistas antigas. No caso da Luísa Satanela, da Francesca Bertini e outras, são extraídas da Revista Semanal ABC de 1922 da qual tenho uma colecção razoável. Sei que havia na altura uma companhia designada “Satanela – Amarante” e que os estilos mais correntes seriam a opereta e o drama; certas fotos e alusões a grupos de coristas trajadas ao estilo burlesco indicam que se faria já Revista, mas nunca encontrei o termo explicitamente escrito.
Ao percorrer publicações dos anos 20, torna-se claro que a Mulher tem já uma grande representação nas artes e nas letras mas não só; a Mulher já está presente nos desportos como o hipismo e aviação e tem muitas representantes na diplomacia. Quanto mais se estuda o início do Séc. XX, menos se compreende como chegamos a esta “triste miséria” onde a ignorância grassa por todo o lado, a começar pela classe política!
Beijinho.
Pois é, Janita, os actos valem mais que as palavras. O ser vale mais do que o parecer. Sempre!
ResponderEliminarEste post parece feito para mim... Aconteceu comigo, ainda muito recentemente. Enquanto é a palavra que prevalece, é sublime. O problema é quando surge o acto... Tudo se desmorona como um baralho de cartas. Desculpa o desabafo... e lembrei-me deste texto:
"Nenhuma explicação verbal poderá alguma vez substituir a contemplação. A unidade do Ser não é transmissível pelas palavras. (...) O Ser de que nos reinvindicamos não o fundamos em nós senão por actos. Um Ser não pertence ao domínio da linguagem, mas dos actos. O nosso Humanismo desprezou os actos. Fracassou na sua tentativa." Antoine de Saint-Exupéry
Isto de desejar bom fim-de-semana à terça-feira tem muito que se lhe diga ;) por isso, eu desejo-te um EXCELENTE!!!!
Bjis :)
Janita, querida. Eu não vi o episódio, mas tenhocerteza de que você não fez um comentário sequer com má intenção. Essa coisa de julgamento precipitado é fogo, eu já passei umas coisinhas assim no blog também, mas com o tempo passa.Mantenha sua consciência tranquiila, daqui a pouco, a pessoa que sentiu talvez ofendida,vai reconhecer a bela pessoa que você é e que não a quis prejudicar. A música é linda Beijos.
ResponderEliminarOlá querido amigo Carlos.
ResponderEliminarGrata pelas tuas palavras, mas esse comentário, em questão, não teve nada a ver comigo.
Li-o algures num dos meus passeios pela blogosfera.
Aí, pensei que não devemos julgar ninguém pelas aparências, em virtude de ter sido esse o caso, entendeu?
Beijinhos, Carlitos.
eu cá parto do principio que são todos bons e que de vez enquanto apresentam atitudes/aparências menos correctas.
ResponderEliminartambém precisava de uma ponte, mas dou-me por satisfeito por ter trabalho
Boa semana
Janita, boa noite!
ResponderEliminarEu costumo dizer que "as iludências aparudem", e de facto é verdade, por isso eu sempre recomendo prudência. A net é de facto muito boa e o mundo dos blogues é algo gratificante, mas, há que ser comedido, porque nem tudo o que parece é, e as aparências, de facto iludem!
Beijinho,
Ana Martins
Olá, Janita!
ResponderEliminarFazes tu muito bem em atravessar a ponte; e que ela te conduza a um lugar de que gostes!
Linda e carregada esta canção da Regina - que na vida bem merecia ter tido melhor sorte...
Beijinhos
Vitor
Minha Querida Amiga Janita,
ResponderEliminarJulgo que o que se referiu era sobre uma fotografia de um massacre na Síria mas que afinal não era onde disseram ter sido cometido. É perigoso passar essas mensagens sem as confirmar pois anda meio mundo a enganar o outro meio...
Quanto à canção da Ellis Regina foi uma bela escolha.
Beijinhos amigos e solidários.