Abril ( Maria del Mar Bonet )
Como um pássaro pousado
no topo de uma árvore,Abril espera o tempo oportuno,
sabendo que tudo muda.
verdeja promessas de bom tempo,
quer o céu esteja cinzento, quer azul.
Entre o pólen doirado
que cai dos plátanos
passa a gente indiferente;
entre chispas incandescentes e feridas
canta e ajuda o vento.
Um Abril me vai trazer
pelo ar uma canção,
o meu amigo cantava-a,
também a quero cantar eu!
Ai Abril, mês amoroso,
ar de luz,
voo de sementes!
Que nos trará o rio de Abril
na sua corrente:
água pura, água turva,
boas horas ou tempos maus?
Serão de morte ou de vida
estas flores?
Eu quero do meu amigo,
cravo de bons aromas.
Querido, não estejas triste
se te custa respirar,
se Março não nos trouxe mudança
um bom Abril o fará.
ResponderEliminarApesar de não entender um caraças de catalão, gostei muito de conhecer a Maria del Mar Bonet...
Um beijo florido
(^^)
AFRODITE,
Eliminaro que a Maria del Mar canta em catalão, é o poema que publico e foi traduzido pelo autor da página cujo link apresento.
Chegaste a abri-lo?
Eu nem mirandês percebo, quanto mais catalão!:))
Beijinhos.
(**) :-))
Conheço Maria del Mar, mas também eu não percebo patavina de catalão!
ResponderEliminarO poema é lindo, foi uma excelente escolha Janita.
beijinho e uma flor
O timbre de voz da cantora até arrepia de tão belo!
EliminarO poema vem dos primórdios do pós 25 de Abril e foi dedicado ao nosso Zeca Afonso. Outros tempos plenos de ilusão, Flor de Jasmim.
Beijinhos esperançados, sempre!
Belíssima(s) escolha(s).
ResponderEliminarBeijinhos!
Obrigada, Pedro!
EliminarVindas de si essas palavras são um elogio!:)
Beijinhos!
Muito linda a canção, lindíssima a voz !
ResponderEliminar... Abril, uma estranha desilusão, depois de tanto entusiasmo vivido na altura, alegria que não chegou a durar um ano ! ...
Como "cantei" com tanto entusiasmo e alegria todas aquelas canções, mas cedo me apercebi que Abril era "mito", que não era "liberdade", mas muito mais "política" de outros interesses !
... Muitas "ditaduras" vivi depois daquela outra tão longa e hoje,... olhando para trás, pergunto-me se valeu a pena....
... e não. Não é a situação política-económica-financeira-social atual, mas sim todo o percurso desde passado um ano da Revolução ! :(( ... todos os sonhos foram caindo por terra !
Beijinho, Janita e desculpa o "desabafo" !
.
Desculpar o quê, Rui? Não podemos nem devemos mascarar a triste realidade!
EliminarE a realidade é que o Povo continua "prisioneiro" dos interesses económicos dos governantes.
Quanto ao "desabafo", mal seria que não pudéssemos fazê-lo com os amigos.:))
Beijinho, Rui!
ResponderEliminarOlá Janita,
O poema é lindo, uma bela escolha.
Beijinhos e um sorriso
Susana
Nota: Ontem assisti peça teatro “ A Noite” de José Saramago, obra literária do autor. Retrata a crise social, financeira e politica.
Olá, Susana!
EliminarFico muito contente por te ter agradado a escolha que fiz.
Não conheço muito da obra de José Saramago, mas creio que essa peça teatral " A Noite" foi a primeira, senão a única que ele escreveu e refere-se à noite de 24 para 25 de Abril.
Será assim?
Como retribuição pela extrema amabilidade que tens tido para comigo e como algo me diz que também gostas de poesia, ofereço-te este seu poema de que gosto muito:
"Poema à boca fechada"
Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais boiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
Beijinhos, Susana!:)
EliminarOlá Janita!
Exatamente a peça refere-se à noite de 24 para 25 de Abril.
Obrigada, pelo poema de José Saramago, também gosto.
Beijinhos e um sorriso
Susana
Muito bonito, Janita.
ResponderEliminarBeijocas
Observador:
EliminarLogo tu, que aprecias muito mais prosa do que poesia, deixas-me enlevada pela escolha que fiz ser do teu agrado.
Que bom!:)
Beijocas, António!
Olá, Janita!
ResponderEliminarA esta distância, hoje já longa,este bonito canto, lá como cá, vai soando a desencanto...E nem mesmo os canteiros de cravos muito bem cuidados lá no Parlamento já nos servem de contentamento - e ainda menos convencem - com grande tristeza minha.
Um bom 25 de Abril!
Beijinhos amigos.
Vitor
Olá, Vitor!
EliminarTens toda a razão! Após 39 anos, qualquer canto, hoje, já nos soa a desencanto. Isto no que se refere aos ideais de Abril, mas o nosso desejo de justiça social é que não pode esmorecer. Portanto, temos de continuar na luta por uma sociedade mais justa e equitativa. Fartos de mentiras e corrupção estamos nós. Seja em que mês for! Com cravos ou sem eles.
Beijinhos muito amigos.
Abril há-de ser mais do que uma data do calendário Janita. Há-de florir de novo, com cravos ou com campos de papoilas. O céu há-de ser azul e a relva verde. As searas ....
ResponderEliminarSabes, O medo irá perder o medo e os sorrisos hão-de voltar. Neste abril ou noutro qualquer. Com esta linda canção que aqui nos deixas ou outra que será linda também.
Beijinho
Esperemos que sim, JP!
EliminarEsperemos que um dia se faça justiça e que os sonhos e direitos de um povo que viveu amordaçado durante quase meio século, não continuem a ser vilmente espezinhados.
Esperemos...
Beijinho, JP!
Muito bonito, acho que não conhecia! Mas o poema é mesmo bonito!
ResponderEliminarContinuação de bom feriado*
Obrigada pela visita, Poppy!
EliminarE sim, o poema é lindo.:)
Tudo de bom para si e que os seus sonhos encontrem a concretização que merecem!
Beijinho.
Abril el mes que nos enseña a poder ver unos variados verdes y tambien,Abril lluvioso para sacar a Mayo florido y hermoso.
ResponderEliminarAsi también te da para que escribas estos versos preciosos.
Saludos
Hola José.
Eliminarestá muy cierto lo que dices cuanto a Abril lluvioso para que el Mayo sea florido y hermoso.
Pero te has olvidado que también fué en Abril que ocorrió la Revolución que há cambiado el Regime político en Portugal.
No te acuerdas de eso?
El precioso poema es de la cantante Maria del Carmen Bonet.
Te mando um abrazo y mis gracias, amigo José.
Si me acuerdo de la revolución de los claveles.
EliminarGracias a ti por darnos entrada en tu gran oasis cultural.
Un abrazo
Es eso, José.
EliminarLa Revolución de los claveles, aúnque volvidos 39 años, las ilusiones de liberdad estean muy murchitas...
Un abrazo.
Não conhecia a cantora, mas gostei da sua música! Mas se não tivesses traduzido, não tinha entendido, já que suponho que ela está a cantar em catalão... :)
ResponderEliminarBonitos cravos, também!
Beijocas!
Maria del Carmen não é muito conhecida, Teté, mas tem uma voz fabulosa, não achas?
EliminarOs cravos são da Net e lindos, sim, e a tradução não é minha! Já me ofereceram a "papinha" pronta.:))
Beijocas!:)
Também não conhecia e também gostei :)
ResponderEliminarEstou como a Teté, se não tens traduzido...
E estou com o Rui também...
Beijinho :)
Olá, Maria!
EliminarObrigada por teres vindo ao meu humilde canto - de espaço e canção- :))
Como estás em sintonia com o Rui e a Teté, a resposta que lhes dei, faço-a extensiva a ti! Não te importas, pois não?
É só para não me repetir.:)
Beijinhos!:)
Não conhecia mas valeu é muito bonito
ResponderEliminarbeijo e um bom fim de semana
Olá Ana!
EliminarTambém acho que valeu, apesar de cantado em catalão. Pena que o vídeo não tenha sido legendado, pois é uma Língua difícil de entender, apesar de ser falada por 11,5 milhões de pessoas e ser a Língua oficial de Andorra.
Mas, para nós, portugueses, é complicado!:)
Beijinho e bom fim de semana.
Há muito não ouvia esta bela voz.
ResponderEliminarQuanto aos cravos, cada vez os vejo mais espezinhados...é uma tristeza.
Maria del Carmen tem uma voz cristalina e muito bela, João.
ResponderEliminarA esperança e o desejo de Liberdade que o Povo depositou nessa Revolução pacífica, que os cravos simbolizaram, em virtude da oferta de um cravo vermelho que uma florista ofereceu a um soldado, e este, por sua vez, o colocou no cano da espingarda, logo seguido por todos os outros que se encontravam na concentração militar, é que tem sido sistematicamente espezinhada por todos quantos têm passado pelo Governo.
Isto é que vergonhoso e triste, João.
Pela parte que me toca, sinto-me ludibriada!
Beijinho.
Para ti, janita!
ResponderEliminarhttp://eraumavezumanespera.blogspot.pt/2010/11/pra-nao-dizer-que-nao-falei-de-flores.html
Beijo :)