Sou feliz por ter nascido
no tempo dos homens-rãs
que descem ao mar perdido
na doçura das manhãs.
Mergulham, imponderáveis,
por entre as águas tranquilas,
enquanto singram, em filas,
peixinhos de cores amáveis.
Vão e vêm, serpenteiam,
em compassos de ballet.
Seus lentos gestos penteiam
madeixas que ninguém vê.
Com barbatanas calçadas
e pulmões a tiracolo,
roçam-se os homens no solo
sob um céu de águas paradas.
Sob o luminoso feixe
correm de um lado para outro,
montam no lombo de um peixe
como no dorso de um potro.
Onde as sereias de espuma?
Tritões escorrendo babugem?
E os monstros cor de ferrugem
rolando trovões na bruma?
Eu sou o homem. O Homem.
Desço ao mar e subo ao céu.
Não há temores que me domem
É tudo meu, tudo meu!
António Gedeão,Poema do Homem-Rã
Uma beleza. Aliás duas: o poema e a ideia de povoar o mar com "casas" para corais.
ResponderEliminarMas sobretudo o poema!
Beijos rimados com sorrisos
Kok.
EliminarEu apenas fiz a escolha, mas fico contente por gostares!
Beijokas em prosa e em verso, sempre acompanhadas de sorrisos! :)
Gosto muito dos poemas de António Gedeão!
ResponderEliminarBoa escolha, Janita!
Beijinhos
Obrigada, Graça.
EliminarEste foge um bocado ao estilo de poemas que dele conhecemos, mas eu gosto deste género de poeta aventureiro.
Beijinhos.
Excelente Janita! Gostei da combinação, gostei muito do poema.
ResponderEliminarBeijinhos
Amiga Adélia,
EliminarTambém achei que a ideia deste museu-aquático se ajustava à ideia daquilo que o poeta escreveu.
Beijinhos.
Gedeão
ResponderEliminaré meu irmão
É
continua a ser
Claro, amigo Rogério!
EliminarParece que os oiço cantar em uníssono..."Eles não sabem nem sonham, que o sonho comanda a vida---"
Beijinhos.
Não destoo - excelente combinação (imagem e letras)
ResponderEliminarBeijinhos
Se não destoa da maioria é porque gosta, Pedro! :)
EliminarMas, se um dia tiver que destoar, não se acanhe!
Beijinhos.
Um presente, que dás, do António Gedeão. Foi assim que ele materializou as origens do homem.
ResponderEliminarBeijos
SOL
Nem mais, SOL!
EliminarNas entrelinhas Gedeão contou à sua maneira, com palavras rimadas, a sua teoria das origens do Homem, se assim, quisermos encarar este poema.
Ou , talvez, a evolução e o 'poder' do Homem, que explora o fundo dos oceanos e sobe 'ao céu' explorando a vida extra terrena, como se todo o Universo lhe pertencesse...
Beijinhos.
Janita,
ResponderEliminarGosto de alguns poemas de Antonio Gedeão, deste nem por isso, vais-me "trucidar"?
Abraço?
Meu querido, Argos.
EliminarComo bem sabes, este é um blogue democrático! Aqui, todas as opiniões são respeitadas. Se há coisa que detesto é ser obrigada a dizer Amém a tudo o que se publica na blogosfera.
É desse modo que quero que os outros procedam comigo.
Abraço? Isso lá é pergunta que se faça? Abraço e dos grandes e apertados!! :-)
Beijinhos.
Amiga Janita, este poema de Gedeão é positivo, forte, sabe bem :)
ResponderEliminarAssim como sabe bem ver esta obra de arte no fundo mar para criar um recife vivo.
Amiga, passa no meu blogue e se puderes, participa no meu desafio, sei que vais gostar :)
beijinho
Fê
Amiga Fé, já lá vou passar.
EliminarHoje cheguei a casa tao cansada, do trabalho, que me deitei pata descansar um pouco, adormeci e só acordei quase às 22 horas. Há dias assim!! :(
Beijinho e obrigada, amiga
Olá, Janita!
ResponderEliminarBem ao contrário da Pedra Filosofal, este poema parece encerrar muito de crítico quanto às "conquistas" do ser humano: no ar, no mar, comportando-se como um Deus...Aliás, acho mesmo que com o conhecimento que do homem foi adquirindo a sua posição se tornou descrente quanto ás sua virtudes do mesmo...ponto de vista que não terá muito de reconfortante, vindo a opinião de alguém tão manisfestamete inteligente como ele...
Um bom fim de semana; beijinhos amigos.
Vitor
Olá, Vitor!
EliminarNa verdade, este poema pode considerar-se o oposto dos ideais implícitos em «Pedra Filosofal». Isto só vem demonstrar que os poetas não escrevem apenas sobre os estados de alma, mas também, sobre tudo o que observam no mundo que os rodeia. Incluindo as tais conquistas que desvirtuam a sua essência de simples mortais.
Muito boa a tua apreciação deste poema um pouco estranho...
Beijinhos e bom fim de semana!