Menina de Bagdad-Iraque-1996
Foto de Eduardo Gageiro
Menina
dos olhos tristes
o que tanto a faz chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar.
o que tanto a faz chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar.
(...)
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Infelizmente são cada vez mais comuns esses olhos tristes.
ResponderEliminarAmiga Janita escolheste dois grandes portugueses:
Eduardo Gageiro e José Afonso.
Vem numa caixa de pinho
do outro lado do mar
desta vez o soldadinho
nunca mais se faz ao mar
beijinho grande e bom final de semana
Fê
É uma realidade à qual não podemos fugir, Amiga Fê: O sofrimento das crianças, vítimas inocentes de guerras e ódios.
EliminarEsta canção do Zeca Afonso era uma referência velada à Guerra do Ultramar, como todos sabemos!
Hoje, vivem-se outras guerras...
Um beijinho grande para ti, minha amiga!
Por pouco, a Lena não foi "menina de olhos tristes" , nem eu corri o risco de voltar "numa caixa de pinho", naqueles 1ºs anos da década de 60 ! ...
ResponderEliminar... e aqueles olhos triste e grandes foram muito bem "apanhados" pelo Eduardo Gageiro e muito bem escolhida por ti para ilustrar essa canção do Zeca Afonso.
Beijinho e bom Domingo (o mais pequeno do ano) ! :))
.
Graças a Deus, Rui! Infelizmente, nem todos tiveram a mesma sorte.
EliminarHouve muitas crianças e mulheres que ficaram com o olhar triste e homens que voltaram, uns em caixas de pinho e outros estropiados
Beijinhos e bom resto de Domingo, Amigo Rui!
( o 1º dia custa sempre um bocadinho, mas gosto muito quando adianta a hora...)
Tenho esse LP desde os inícios de 70. Creio que o ouvi centenas de vezes ao longo da vida. É bom de mais!
ResponderEliminarBeijinhos cantados.
Este LP não tenho, Graça, mas ouvi muitas e muitas vezes esta canção.
EliminarUma canção triste, cujo verdadeiro sentido de 'lia' nas entrelinhas!
Beijinhos!
Nem imaginas,
ResponderEliminaras memórias que me são trazidas...
Cantava-a em Maquela do Zombo
e já não sei se a ela me refiro
no meu livro
(O rosto
ilustra o regresso
do pesadelo
retratado
por Gageiro
(um mestre, que conheci há pouco)
Imagino, sim, Rogério! As suas memórias falam desse medo e dos pesadelos por 'lá' vividos!
EliminarFelizmente, tempos idos!
Estes olhos de meninas tristes foram retratados durante pesadelos bem mais recentes. O fotógrafo? Um Português notável na sua Arte!
Um abraço.
ResponderEliminarLindo... mas muito deprimente :(
Há dias fiquei um bocado chocada ao ler uma frase dita por um brasileiro sobre o nosso país e que era assim: «Portugal é velório sem defunto»...
E hoje ao recordar esta canção do Zeca vieram-me aquelas palavras à lembrança.
Beijinhos domingueiros
(^^)
Afrodite:
Eliminarnem tudo na vida é "sexo e rock'n'rol"...!! Sobretudo, nos Países do Médio Oriente e não só!!
Essa foto de Gageiro foi tirada no Iraque, durante o bombardeio dos EUA a Bagdad. O fito era apanhar o ditador Saddam Hussein, mas os civis é que sofreram e ainda sofrem...
Essa frase do brasileiro não me merece a menor credibilidade, porque no Brasil ainda há mais desigualdade... social e económica... 'defuntos', lá, são mais que muitos!
Portugal é um velório mas todos querem cá vir...passear... não, para trabalhar.
Beijinhos
Os portugueses são, por natureza, um povo melancólico. Assim indicam alguns “estudos”. Talvez devido a isso o comentário do brasileiro.
ResponderEliminarCatarina,
ResponderEliminarSomos um povo nostálgico, melancólico, talvez não tanto!
Isto, porque associo nostalgia a saudade e melancolia a tristeza...e não somos um povo na generalidade triste. Pelo contrário, gostamos muito de rir e de alegria...:)
Temos é uma certa propensão para a saudade e daí o Fado ser a canção nacional!! :)
Claro, que sendo o povo brasileiro na sua maioria de raça negra, tem o ritmo de dança no sangue e o samba nas veias.
Mas quem foram os primeiros colonos a ir para o Brasil? Os Alentejanos!
Paradoxal, né??
Um canção e uma foto em harmonia. Fala-se da guerra das colónias na música do Zeca e a foto do Gageiro como de costume excelente, do tempo da guerra do Iraque. Como só ele fotografar a preto e branco !
ResponderEliminarOlá, Ricardo!
EliminarQuando há tempos vi esta foto - entre outras - numa entrevista na RTP2 a Eduardo Gageiro, lembrei-me de imediato desta canção do Zeca, não tanto por ele falar da guerra das nossas ex-colónias, mas pelo título da canção.
Só mais tarde, pensei em usá-las, a foto e a canção, por me aperceber do que têm em comum.
Sem dúvida alguma que as fotos a P&B mostram melhor a realidade, quando ela tem uma vertente mais profunda.
As fotos de Gageiro referentes ao 25 de Abril, não há uma a cores!
Um abraço e obrigada.
Os sentidos são como fotos guardadas em albuns que só vêm "à tona" quando os folheamos. É assim com os cheiros, com os sabores, com o olhar e com a audição.
ResponderEliminarE também há canções que abrem o tal "album" e num repente estamos lá onde já não pensávamos voltar.
A canção do Zeca fez-me isso: por momentos regressei aqueles lugares e aqueles com quem vivi num período curto no tempo e no entanto longo da vida.
Beijokas mas com sorrisos!
Que bela analogia fizeste ao despertar das nossas memórias adormecidas, Kok!
EliminarPor um momento pensei estar a ler um texto poético....És uma "caixinha" de boas surpresas, Amigo!! :)
Assim, fiquei a saber que também andaste nessa batalha inglória a que chamavam "lutar pela Pária"...Tempo, esse, que nem é bom lembrar.
Um beijinho e uma beijoka já com sabor a amêndoas de Páscoa!
De súbito senti-me dentro de um caixinha atada com um laçarote e que ao ser desfeito dela eu saltasse PUF vestido de coloridos tecidos, balouçando, preso a uma mola fixa no fundo da caixinha...
EliminarAgradeço-te pela ideia do "texto poético" que fazes o favor de assim o entenderes; afinal são somente pensamentos e emoções passados à escrita.
Beijokas!
§-é verdade, "passei" por essas paragens. Tive coragem (??) de agarrar uma arma mas não fui capaz de a tal me recusar!
Tu e o teu sentido de humor tão peculiar...:-))
EliminarSentiste-te um Kokzinho colorido, a saltar de dentro de uma caixa? Não! As tuas surpresas são bem mais enriquecedoras, embora haja alturas em que a rir, nos fazem pensar!
Nem tinhas como recusar ter pegado numa arma, meu amigo! Por esse tempo não havia objecções de consciência!
Beijos e abraço!
Hoje vi uma das fotos mais impressionantes que alguma vez me foi dado ver - uma criança síria a render-se quando lhe apontam uma câmara fotográfica e ela confunde com uma arma :(
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
É horrível, revoltante e inadmissível, isso que conta, Pedro!
EliminarCrescer no meio da guerra é como mutilar uma criança..Terrível!
Pobres seres indefesos e inocentes! :(
Beijinhos.
Recorda-me quase 4 anos da minha vida desperdiçados para nada...
ResponderEliminarMas voltaste são e salvo, João! Sem mazelas físicas nem traumas psicológicos. O mesmo não aconteceu com o meu único irmão.:(
EliminarBeijinho.
Uma canção que não me canso de ouvir. Fui à tropa depois do 25 de Abril (em 1978), não vivi esses dramas e por muito que tente imaginá-los pecarão sempre por defeito.
ResponderEliminarA Pátria maltrata os seus filhos e não é só de agora...
Esta canção do Zeca, como o Rui bem sabe, era para ser entendida nas entrelinhas.
EliminarNão é a Pátria que nos maltrata, Rui!...Digo eu!
Maltrata os seus filhos quem, impunemente, o faz em seu nome.
Eu amo a minha Pátria e sofro por a ver afundar-se, lentamente, num mar de lodo...
Boa Páscoa, Rui!.