Houve um que me chamou a atenção: este! "O Rebate". Trouxe-o para o andar de baixo, limpei-lhe o pó e coloquei-o onde havia luz suficiente, para ficar bem na fotografia! Não me recordo de o ter comprado nem recebido de oferta, não me lembro sequer de o ter lido.
O autor é J. Rentes de Carvalho. O seu nome encontra-se escrito naquele espaço branco quase oval da capa, mas está tão esbatido que ficou ilegível. Ou melhor, não se vê!
Intrigada, pesquisei na Net, ficando agradavelmente surpreendida por constatar que o autor, actualmente, com 89 anos, se encontra bem e...descoberta maravilhosa...
É o Patrão da Barca deste Blogue!
Aqui - foto da Net - Rentes de Carvalho, autografa um dos seus romances na Feira do Livro de Lisboa em 2012.
Voltando ao meu livro...Este é Rentes de Carvalho ao tempo da edição d'O Rebate, em 1971, segundo nota da editora:
"Numa aldeia de Trás-os-Montes a chegada de um dos seus
filhos emigrados para França, que vem endinheirado e casado com uma francesa,
provoca um verdadeiro cataclismo.
Em França o Valadares, trabalhando na terra como um mouro, é
premiado com a fortuna do patrão desde que case com a filha – moça doidivanas e
descontrolada.
Valadares e a mulher vêm a Portugal quando das tradicionais
festas da aldeia.
A partir deste momento a perturbação causada pelo
comportamento de ambos – ele, através do dinheiro, buscando uma ingénua e primitiva glória no seu burgo; ela, usando a
sedução e provocação erótica na fauna masculina aldeã – desencadeia um ror de
acontecimentos desgraçados que o rebate final expressa eloquentemente.
Em nota positiva, extra-romance, numa toada lírica e
evocadora, o autor perpassa o seu olhar pela paisagem triste e abrupta da
aldeia, quase perdida no tempo."
Em cima, a sinopse na contracapa, que transcrevi para que fiquem a conhecer um pouco a história do livro que ficará em primeiro lugar, na lista de espera das minhas leituras imediatas!
Há descobertas maravilhosas, não há??
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Um descoberta maravilhosa, sim!!!
ResponderEliminarTambém leio o seu blogue. Fui confirmar (no meu livro de anotações! : )) qual o livro que li deste escritor, pois não tinha a certeza. Foi “A Coca” em 2010-2011. E qual não foi a minha surpresa quando verifiquei que tinha uma outra anotação: Janeiro 2010 – Rita Ferro: “Os Filhos da Mãe”!! E num dos meus posts “jurava a pés juntos” que ainda não tinha lido Rita Ferro; foi quando requisitei da biblioteca “Desculpa lá, Mãe”.
Como tu, tinha-me esquecido!!!! Estou preocupada!! : ))
Não é caso para te preocupares, Catarina!
EliminarQuando se lêem muito livros, de diversos autores, chega-se a um ponto já não nos recordamos quais os livros de quem!
Este meu, por exemplo, tem as folhas amarelecidas pelo tempo, como outros que tenho, mas enquanto há uns que me recordo bem, este não faço a mínima ideia de como aqui veio parar.
Foi bom ter pegado nele, pois descobri um novo blog e sei quem é o escritor e qual a sua obra.
Coisa boa a Internet...:))
Beijinhos e bom Domingo.
(espero melhor do que aqui, já não se aguenta tanto vento e chuva.)
Quiçá, uma bela sugestão !!!!!!!!
ResponderEliminarQuiçá, Afectado! E porque não?
EliminarNão sei é onde o poderás encontrar! Quiçá, num alfarrabista!!!
O seu primeiro livro foi "Montedor", diz aqui, e este foi o segundo. Não sei há quanto tempo o tenho, nem qual o número da edição. Não há nenhum registo sobre isso! :)
Não fico convencido
ResponderEliminaro homem cita o José Viegas
e o Prémio Sakharov
mandei-o ver se chove
até porque, conta o Rentes,
um dia "um inspetor da PIDE ...sendo amigo de seu amigo, disse: "Tenha cuidado, meu rapaz. É melhor que se vá embora, porque senão pode acontecer-lhe alguma chatice."
e ele foi!
Ai, sim? Pois fez ele bem em ir, Rogério!
EliminarOutros também o fizeram!!
Não sei se quando este livro escreveu já estaria no país das tulipas, mas aqui, na última página, o José Rentes de Carvalho escreveu esta nota que tenho o maior gosto em transcrever para si, Rogério:
"Amanhã!
E amanhã será como hoje, como ontem, como sempre, insatisfeito, triste, longe, mas enraizado naquela terra donde vim".
Ainda o manda ver se chove? Isto não o comove?
Um abraço!
Já me sobra
Eliminargente que me comova
o que me falta mesmo, mesmo
é de desassossego
Como é que é, Rogério?
EliminarEntão o desassossego não faz parte da sua existência, em virtude da instabilidade nacional, que tanto o afligia?
Já sossegou? Olhe que na vida nada se pode ter como uma calmaria adquirida...
:)
Conheço o escritor, apenas por artigos dispersos.
ResponderEliminarNão li nenhuma das suas obras.
Meu Caro,
EliminarSe ficou com curiosidade, ainda está a tempo de ler.
Pela minha parte vou tentar encontrar os seus artigos, para além daquilo que já li no blogue, onde o escritor publica quase diariamente.
Obrigada, José!
Já a guardar os enfeites? Eu conto ter os meus pelo menos até Abril! Beijoca!
ResponderEliminarOlá, Rafeiro Perfumado!
EliminarSê bem reaparecido!!
Até já tinha pensado que estivesses zangado comigo.
Se eu fosse a ti deixava ficar tudo como está. Poupavas um trabalhão à tua jove!
Isto de todos os anos andar a pôr e tirar é uma maçada.
Beijocas! :)
Descobrir um livro que não se leu é sempre interessante.
ResponderEliminarInfelizmente para mim, não conheço o autor.
Um abraço e bom fim de semana
É interessante e intrigante, Elvira.
EliminarNão costumo esquecer-me dos livros que me passam pelas mãos.
Seja como for, um novo livro é sempre mais um amigo! Seja ele velho ou novo!
Um abraço e bom resto de Domingo.
Basicamente é uma história de vingança. A personagem vem à sua aldeia rebaixar os outros, não?
ResponderEliminarSótão será a única palavra da língua portuguesa com dois acentos? Se bem que com o último acordo ortográfico já não interessa...
Não me parece, Daniel. Acho que o Valadares veio foi exibir o l'argent. Quem o rebaixou aos olhos - e não só - dos outros, foi a francesa doida!! lol
EliminarAcho que além de sótão ainda temos a palavra bênção. Mas isto é sem autorização do novo AO, do qual não sei nada nem estou interessada em saber.
Como não vou ensinar meninos a escrever, escrevo como aprendi...
Gostei de te ver por aqui...Vou ver se há novidades e quais serão! :)
Pois, não li o livro, mas pareceu-me que ele também queria exibir o l'argent. O é artigo e le também. lol
EliminarO novo acordo ortográfico é uma calamidade.
Não atribuas culpas ao AO...Eu é que não sou lá grande poliglota...eheheh
Eliminarl'argent já quer dizer o dinheiro. Não deixas escapar nada. Bolas!
Tadinha de mim que nasci e cresci no meio dos chaparros e só mais tarde é que aprendi muita coisa. A maior parte, justamente através do meu amor pelos livros...:(
Por acaso não cresci no campo , mas adorava ir para o Monte da minha tia nas férias grandes.
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Amiga Janita, curiosamente numa das minhas idas ao Algarve, e porque levei para lá muitos livros antigos, descobri vários que não me lembrava de ter lido.
ResponderEliminarIsto do esquecimento tens também as suas vantagens :))
Deste autor não me lembro de ler nada, mas se calhar já li :)
Vou ver o blogue!
Um beijinho e boa semana
Fê
É, amiga Fê, eu costumo dizer - aprendi isso por cá - que quem guarda, acha!
EliminarE é verdade. Passado um tempo o que era antigo fica moderno! :)
Os livros têm a mesma vantagem, são lidos como se fosse primeira vez.
às tantas tens para aí guardado algum livro deste autor e não te lembras.
Gostaste do blog? Hoje ainda lá não fui.
Um beijinho amigo e votos de boa semana.
EliminarQuerida amiga, estou muito grata pelas tuas palavras emotivas.
Um beijinho com carinho
Fê
Minha querida e boa Amiga Fernanda.
EliminarSempre deixo falar o coração, mas até ele não sabe o que dizer quando a emoção fala mais alto!
Não há nada para agradecer. Compreendo-te tão bem, quanto tu me compreendes!
Um grande e forte abraço!
Janita
Sigo há bastante tempo o seu blogue. Aliás descobri primeiro o blogue e só depois os romances e os contos. Tenho, e li, O Rebate numa edição, mais recente, da Quetzal. Está na minha lista de autores preferidos. :)
ResponderEliminarImagina, Luísa! E eu que não conhecia o blog nem me lembrava do escritor.
EliminarAcho que este meu deve ser para aí da primeira edição. Está tão velhinho! Fiquei contente por o conheceres! :)
Boa semana, um beijo!
Conheço o blog, mas nunca li nada dele pelo menos que me lembre!
ResponderEliminarBoa semana Janita e um beijinho.
Vê lá tu, amiga Flor! Já quase todos os amigos conheciam o blog do escritor menos eu! E, se não tivesse ido pesquisar pelo seu nome, ficaria sem saber.
EliminarPena a caixa de comentários estar encerrada!
Há muita gente que escreve na blogosfera e dispensa a opinião alheia. Eu acho isso um bocado solitário. Não saberem quem os visita. Mas eles lá sabem porquê!!
Beijinhos e boa semana, Adélia
Conheço outros bons autores que não se devem identificar pelas lapelas
ResponderEliminarBoa partilha
Bj
Sem dúvida, Mar Arável!
EliminarO que interessa são os conteúdos, as ideias, aquilo que um escritor tem para comunicar a quem o lê.
Gosta-se ou não, independentemente da lapela! :)
Obeigada, um beijo
Acho que nunca li nenhum dos seus livros, muito embora o "conheça" mais pelos seus artigos em jornais ou mesmo por referências que via rádio ou tv. É de ter em atenção e na primeira oportunidade, lê-lo.
ResponderEliminarE por referires "velhos tesouros" escondidos: tenho um exemplar de bolso dos Lusíadas publicado em 1898. Imagina!!
E não, não fui eu que o comprei...
Beijokas dadas com sorrisos
Olá, Amigo Kok!
EliminarQue alegria ver-te e 'ouvir-te'!
Andas aborrecido comigo? Já sentia saudades tuas. :)
Isso é que é um verdadeiro tesouro literário. Um exemplar dos Lusíadas com 118 anos, é algo digno de figurar num Museu. Guarda-o para o deixares de herança aos teus descendentes.
Foi o teu bisavô que o comprou?
Beijinhos e sorrisos.
Não te esqueças de mim, ouviste?
Esquecer-me? Mas como seria isso possível? Podemos e desejamos esquecer as coisas más que vivemos, mas as boas, as que nos dão prazer, essas ficam para sempre. E sempre é sempre, é mesmo sempre.
EliminarBeijoka sorridente!
Por isso é voz corrente que ter amigos é fortuna! Como isso faz bem à gente!
Eliminarè assim como música para os nossos ouvidos.
Que esse sempre seja para sempre, aconteça o que acontecer! Obrigada, mesmo!
Beijos sempre com muita amizade! :)
Gosto de descobertas assim :)
ResponderEliminarum beijinho
Acidentalmente, podem-se descobrir coisas fabulosas, Gábi!!:)
EliminarFoi o caso!!
Beijinhos
O blogue dele está na minha barra lateral desde que o retomou.
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Só eu não sabia...:(
EliminarBeijinhos, Pedro! :)
Boa semana
Rentes de Carvalho é um enorme escritor, praticamente desconehcido em Portugal, mas com créditos firmados na Europa.
ResponderEliminarescritor ao nível de Miguel Torga.
não sabia do blog, que passo a acompanhar.
grato por dares a conhecer...
beijo
Curioso, não acha? Decididamente, não valorizamos devidamente os nossos escritores e artistas.
EliminarSe não tivesse encontrado este livro, guardado há tantos anos, não saberia do blog de Rentes de Carvalho.
Cada vez me convenço mais que nada acontece por acaso...
Não há nada para agradecer, Amigo!
Partilhar, foi um grande prazer.
Um beijinho
Só para te dar um abraço muito grande...
ResponderEliminarOutro muito grande para ti, Ricardo!
EliminarJá estava a morrer de saudades...
Beijinhos :-)
A nossa Rosa dos Ventos, que é uma fã de Rentes de Carvalho diz que é um livro excelente. Por acaso conheço o seu blog.
ResponderEliminarQue bela descoberta fizeste!! Por vezes guardamos coisas de que nunca mais nos lembramos e depois é isto.
Beijinhos e boas leituras!
Foi uma pena a Rosa dos Ventos ter abandonado o blog.
EliminarGostei de saber que ela já leu este livro, creio que o segundo a ser escrito pelo Rentes de Carvalho. O 1º foi 'Montedor' e muitíssimos mais se seguiram.
Ainda hei-de voltar a rebuscar as caixas onde estão os livros mais antigos, quem sabe não faço mais descobertas? :)
Beijinhos, Graça! Obrigada!