A Flor
Pede-se a uma
criança: Desenha uma flor!
Dá-se-lhe papel e lápis.
A criança vai
sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum
tempo o papel está cheio de linhas.
Umas numa direcção, outras noutras;
umas mais
carregadas, outras mais leves;
umas mais fáceis, outras mais custosas.
A criança quis
tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu.
Outras eram tão
delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
Depois a
criança vem mostrar essas linhas às pessoas:
Uma flor!
Uma flor!
As pessoas não
acham parecidas estas linhas com as de uma flor!
Contudo, a
palavra flor andou por dentro da criança,
da cabeça para o coração e do coração para a
cabeça,
à procura das linhas com que se faz uma flor,
e a criança pôs no papel algumas dessas
linhas, ou todas.
Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares,
mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!
mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!
(Almada
Negreiros)
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Naqueles momentos felizes soube que um dia mais tarde iria recordar este recanto e estas flores, com a saudade de algo que só eu entendo e é somente meu!
Tão meu, como o meu pensamento.
:)
ResponderEliminarC.N. Gil
EliminarEsse sorriso quer dizer, concretamente, o quê? Hummmm...
:)
Linda, a paisagem alentejana :))))
ResponderEliminarPara mim, a surpresa foi a de constatar a existência de gôndolas, barcos de recreio de várias 'espécies' e um enorme casario a olhar para o rio.
Assim de repente, essa paisagem alentejana, parece a Foz. Não da Figueira mas do 'Puerto, carago'.
E pronto, terminou o meu tempo de antena,. hoje exclusivamente dedicado ao ... disparate. Há dias assim ;)
Beijinhos, Janita.
Isto agora está muito in, Observador!
EliminarAté um barco de recreio de Sua Majestade a Rainha Isabel II de Inglaterra, foi todo restaurado e faz as delícias dos turistas britânicos, e não só, por esse Rio acima! Ah, pois!
Para as pessoas economicamente menos favorecidas, mas que também têm direito à vida, ou melhor, a navegar pelo Douro, há barcos rabelos e outros iates de pequeno porte! :)
Isto por cá é a Veneza portuense, qué que pensas?
Disparate à vontade, António. A vida são dois dias!
Beijinhos
Ah, mas agora reparo, António...tu está a falar é do post anterior...Ora essa!! Agora é que vens dar palpites?
EliminarAndas a comentar «au ralenti»??
:))
Olha pois é!
EliminarApontei ao post anterior mas cliquei no sítio errado.
Raios partam o rato :)))
Há ratos tão reles que só sabem roer as rolhas das garrafas do rei da Rússia, não há, António??
Eliminar:))
Aquelas flores, lindas, na mesa devem ter um enorme significado, que não quero que desvende, por respeito à sua intimidade.
ResponderEliminarbji.
Já houve uma legenda sob a mesa com flores, José!
EliminarDecidi retirá-la para aumentar o suspense!! :)
E, também, para ver se mais alguém se lembra de a ter visto.
Ela não representa nada íntimo, mas sim, um acontecimento muito gratificante para mim. E creio que para outras pessoas também.
Essa mesinha linda chamou a minha atenção e vai daí, fotografei-a. Ela representa um local onde fui «feliz», apenas isso...e não é pouco!!
Beijinho :)
EliminarEu reconheci de imediato!!
:))
ResponderEliminarPeço imensa desculpa, Janita, mas vou utilizar a sua caixa de comentários para responder às suas palavras no On the rocks. Aquela crónica está inacabada, faz parte de outro filme. Ou melhor... de um livro que espero possa ver a luz do dia ainda este ano. Quando adoeci tinha várias crónicas inacabadas que passei para uma pen. Esta ficou esquecida . Sorry.
Poderá dizer que viu a crónica em primeira mão, se o livro chegar a sair, pois já a retirei do On the rocks.
Sem problema, Carlos!
EliminarSe ninguém a leu antes de mim, posso mesmo dizer que tive o prazer de ter sido a primeira pessoa a ler a crónica: "What A Wonderful Word" do CBO!
Quem sabe daqui a uns tempos o Carlos até possa escrever algo com humor sobre este incidente? :-)
Já tinha visto que a retirou do On the Rocks, pois fui ver se teria havido, da sua parte, alguma reacção ao meu comentário.
Não se preocupe, Carlos, está tudo bem e ficarei a aguardar o livro.
Obrigada, pela explicação.
Um abraço!
Oh Janita que ambiente ternurento encontro no teu blogue no dia de hoje!
ResponderEliminarnão conhecia o texto poético e gostei :)))
Olá, querida Ângela,
EliminarFico muito contente com as tuas palavras carinhosas.
Obrigada e um beijinho. :))
Agora, fiquei muito curiosa :)
ResponderEliminarÉ bom recordar os sítios onde já fomos muito felizes.
O texto de Almada Negreiros é maravilhoso e já o publiquei também no meu espaço.
Um beijinho e boa noite, Janita :)
Miss Smile.
EliminarApesar de se dizer que a curiosidade é que matou o gato
( nem sei bem porquê), irei revelar-lhe o 'mistério', se bem que com a leitura das respostas anteriores já dê para esclarecer :)
Esta mesinha estava num recanto onde se efectuou um Almoço/Encontro entre vários bloggers.
Aposto que muitos dos presentes no encontro, a viram e não notaram nada de mais, apenas uma mesinha.
Mas para mim estas flores e esta mesa, tiveram o mesmo significado que as linhas da Flor que a menina de Almada desenhou...Coisa minha, mesmo!!
Um grande beijinho, Miss Smile! Durma bem!:)
Recordar momentos felizes é revivê-los portanto só pode fazer bem.
ResponderEliminarAdorei a foto.
Beijinhos
Papoila.
Eliminarcriei esta rubrica para reviver relembrando locais, pessoas, gastronomias, passeios, crianças, família, amigos e um sem número de coisas que me proporcionaram bons momentos.
Adaptando tudo isso aquela frase de uma figura pública que não vou mencionar o nome.
E é isso!
Beijinhos, Papoila.:)
A primeira vez que li este texto teria os meus 17 ou 18 anos e fiquei absolutamente encantada! Ainda hoje o considero um dos melhores pedaços de prosa poética da nossa era.
ResponderEliminarMas não entendi a relação entre o texto e as tuas belas recordações. Só que isso é teu e apenas teu. Goza o instante!
Beijinho
Ah, Graça,
Eliminarcomo eu estava desejosa que viesse aqui alguém que também tivesse passado por esse recanto onde se encontrava essa mesa e dois cadeirões, um de cada lado.:)
Lá está...nem toda a gente vê, pode até olhar, mas ver e sentir é outra coisa!
Quem estava comigo no momento em que fotografei a mesa, foi a Lena, mulher do Rui...já te lembras onde eu estava?
Não foste tu também aí "feliz"??
Beijinhos, Graça!! :)
PS- O texto de Almada Negreiros tem tudo a ver, Graça!
Para a menina as linhas que fez no papel eram uma 'Flor', para os outros Não!!
Acho que não preciso acrescentar mais nada! :)
Ah pois foi!! Não sou muito boa observadora de imagens...
EliminarBem lembrado! Bjs
:)))
EliminarMestre Almada
ResponderEliminarera mestre em tudo o que falava
flores
crianças
linhas
palavras
Mas... evocar Deus?
Devaneios seus
Os que da lei da morte
Eliminarse libertam
tudo lhes é permitido
Mestre Almada
poetou, proseou
devaneou e pintou.
Ele próprio num
Deus se tornou!!
Um abraço, Mestre Rogério!
:)
Um segredo bem guardado??
ResponderEliminarBeijinhos
Quem não tem segredos ( d'Alma) guardados a sete chaves, Amigo Pedro?? :)
EliminarBeijinhos!
Os momentos felizes ficam gravados nas nossas memórias, é muito bom recordar por vezes com saudade.
ResponderEliminarTenho uma foto desta mesa com uma toalha castanha e um enorme ramo de girassóis.
Uma excelente escolha a de Almada Negreiros, gostei muito, não conhecia.
Beijinho Janita
Também tenho uma mesa igual a esta com tampo de vidro e tudo, Adélia. A toalha é que é de outra cor e as flores estão sobre e não sob o vidro.
EliminarEste texto poético de Almada Negreiros é tão belo, que duvido haver alguém que não goste dele!
Beijinhos, Flor de Jasmim :)
Curioso como aqui representas o inverso do desenho da criança ! :)
ResponderEliminarAqui percebem-se nitidamente as flores, mas não os gatafunhos que te vão na alma ! :))
Mas para os mais atentos, antes de entrar e do lado esquerdo, também guardo os gatafunhos de momentos felizes que traduzes nessas flores ! :)
Beijos gatafunhados ! :)
Estás enganado meu querido Amigo!!
EliminarNa minha alma não há caminhos tortuosos, só traços bem delineados e claros, logo, sem gatafunhos! O facto de ser ciosa das minhas linhas interiores, não significa que sejam ilegíveis...
Só vê gatafunhos no meu íntimo, quem não sabe ler :))
Aconselho-te a reler tudo, com calma!!
Beijinhos em linha recta!!
:)
rsrs... Ou eu não me expressei bem, ou tu não entendeste bem o que eu queria dizer ! :)
EliminarConheço bem essa mesa, claro ! Também já fui muito feliz ali e por várias vezes !
O que eu queria dizer é que, enquanto uma criança utiliza riscos e gatafunhos que para ela representam uma flor para a qual olhamos e dificilmente vemos a tal flor, mas sim apenas riscos, aqui as flores estão perfeitamente visíveis e até reais e os nossos pensamentos e memórias passadas terão outros "formatos" que não o de flores, mas sim momentos felizes e saudades deles em pensamento só nossos !
Claro que com base nesta tua mensagem :
"Naqueles momentos felizes soube que um dia mais tarde iria recordar este recanto e estas flores, com a saudade de algo que só eu entendo e é somente meu!
Tão meu, como o meu pensamento."
Beijinhos floridos e saudades boas ! :)
Pronto!! Assim já me voltaste a pôr um sorriso no rosto, Amigo Rui!! :)
EliminarJá me conheces! Sabes que quando sou apanhada por algo que me perturba, o meu discernimento escurece....e o meu pensamento entristece!!
Beijinhos esclarecidos e saudosos!! :)
ResponderEliminarSó agora vi este post...
Também já fui feliz aqui... e por duas vezes, como já te contei!
:))
Beijinhos felizes
(^^)