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Gentil
Camponesa
Tu és pura e imaculada,
Cheia de graça e beleza;
Tu és a flor minha amada,
És a gentil camponesa.
És tu que não tens maldade,
És tu que tudo mereces,
És, sim, porque desconheces
As podridões da cidade.
Vives aí nessa herdade,
Onde tu foste criada,
Aí vives desviada
Deste viver de ilusão:
És como a rosa em botão,
Tu és pura e imaculada.
És tu que ao romper da aurora
Ouves o cantor alado...
Vestes-te, tratas do gado
Que há-de ir tirar água à nora;
Depois, pelos campos fora,
É grande a tua pureza,
Cantando com singeleza,
O que ainda mais te realça,
Exposta ao sol e descalça,
Cheia de graça e beleza.
Teus lábios nunca pintaste,
És linda sem tal veneno;
Toda tu cheiras a feno
Do campo onde trabalhaste;
És verdadeiro contraste
Com a tal flor delicada
Que só por muito pintada
Nos poderá parecer bela;
Mas tu brilhas mais do que ela,
Tu és a flor minha amada.
Pois se te tenho na mão,
Inda assim acho tão pouco,
Que sinto um desejo louco:
Guardar-te no coração!...
As coisas mais belas são
Como as cria a Natureza,
E tu tens toda a grandeza
Dessa beleza que almejo,
Tens tudo quanto desejo,
És a gentil camponesa
( Poema de António Aleixo)
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Olha que coisa 'mailinda'!
ResponderEliminarBeijinho, Janita.
'Mailinda' e cheia de graça, Observador.
EliminarClaro, situando o poema no tempo e no espaço, mas o que é lindo e terno, não tem época.
O poema e a sua singeleza, of course!
Beijinhos, António.
Agora fiquei com pena de não ser uma camponesa, mas sei de uma, que é minha amiga :)
ResponderEliminarQuem quase te pediu isto deste estar muito contente :)
Um grande beijinho amiga Janita
As camponesas de hoje já nada têm a ver com as do tempo de Aleixo, Amiga.
EliminarNem os homens hoje se fascinam com as jovens "puras e imaculadas".
Outros tempos outras vontades, mas eu adoro este poema e mai'nada!! :)
Beijinhos Fê e uma vez mais envio um beijinho de Parabéns para a tua Mãe.
Lindo(s), mas os tempos, felizmente, são outros.
ResponderEliminarA propósito (ou talvez nem tanto): só aos Amigos é que se apresentam pedidos de desculpa.
Sendo assim, meu caro Amigo, desculpas aceites! :)
EliminarUm dos excelentes poetas do Povo, bem conjugado com um dos Excelentes da música Portuguesa !
ResponderEliminarTão grande foi Aleixo quão difícil foi a sua existência.
EliminarTalvez, por isso, eu o admire tanto.
Essa Camponesa que o Rui Veloso ( pai do rock português) 'sabe', é bem antiga, mas sempre bonita.
Obrigada, Ricardo.
Um muito bonito poema. Aleixo era um especialista em glosas, fosse qual fosse o mote.
ResponderEliminarE ouvir Rui Veloso, é sempre um privilégio.
Bom casamento.
Abraço
Há coisas incríveis, Elvira. Tenho os dois livros de A.Aleixo, mas curiosamente, foi no blog de um amigo, há uns bons anos atrás, que li este poema pela primeira vez.
EliminarEsta, é a segunda vez que o publico, e, se calhar, ainda não fica por aqui...
Um abraço.
As coisas simples são das mais belas, como a beleza natural da camponesa do Aleixo. :)
ResponderEliminarA simplicidade da camponesa de A. Aleixo, era extrema, mas à época que reporta, era assim mesmo, Luísa.
EliminarAgora ainda haverá 'camponesas', ainda que mais urbanas...:)
Beijinhos
Gosto da camponesa do Aleixo, gosto da camponesa do Rui Veloso.
ResponderEliminarComo tal, gosto muito do post.
Beijinhos
E eu, Pedro, gosto de si!! Precisamente, pela sua simplicidade e grande coração! :)
EliminarBeijinhos
Uma bonita homenagem ao poeta que guardava rebanhos. O poema é muito bonito e singelo e casa na perfeição com a camponesa de Rui Veloso, "perfumada de avenca e feno, enfeitada de tomilho".
ResponderEliminarUm beijinho, querida Janita :)
Como diria Alves Redol, A. Aleixo seria o poeta 'guardador de vacas (rebanhos) e de sonhos', verdade, Miss Smile? :)
EliminarUm beijinho, querida Miss. :)
Gostei do poema da camponesa (e da música do Rui,também!), se bem como tu própria confirmas esteja um pouco "datado"... É a vida! :)
ResponderEliminarBeijocas
Já me fizeste sorrir de contentamento, querida Teté!
EliminarSei que não és muito ligada a poesia, és mais de prosa, mas há poesias que cativam pela sua candura e simplicidade. Creio que esta será uma delas. :)
É por isso que as fotografias nunca são 'datadas', para serem eternas...;)
Beijocas. :)
Sem memória o país vibra
ResponderEliminarjá tem um ponto
O Puma
EliminarSe o País estivesse amorfo seria bem pior.
A memória de um povo tem de estar sempre viva e alerta.
Abraço.
Um poema lindo e uma música não menos bonita.
ResponderEliminarBela oferta que nos fizeste!
Beijinhos Janita
Minha querida,
Eliminarnão sendo eu poetisa, nem pintora nem escritora nem fotógrafa, tenho de me esforçar para vos oferecer o melhor dos outros! ;))
Beijinhos, Manu.
Vim aqui a ver se havia novidades, mas porta encerrada, onde apenas falta o dístico "volto já".
ResponderEliminarFui, só agora, ver a fonte da pintura. Obras maravilhosas, mas a publicada e a da Pastora são fabulosas. Bem haja pelo bom gosto.
A porta nunca está encerrada, José, a dona da casa é que pode andar com outros afazeres. Foi o caso! Andei a tratar da ginjinha de cerejas e espero a sua opinião sobre o delicado assunto!
EliminarDe facto, por preguiça, não coloquei o nome do autor da pintura, mas deixei o link para os interessados verem.
Ainda bem que foi até lá.
Eu é que agradeço a sua fidelidade ao blog.
Um abraço.
Percorri a "exposição" das pinturas campestres e, evidentemente, que foi uma visita prazeirosa!
ResponderEliminarObrigado!
E o poema? Ora, sendo eu um "Aleixeiro" (apesar do termo seguramente não existir), não poderia deixar do o aplaudir e de te aplaudir também por o teres publicado.
o Rui Veloso? Mas com certeza! Camponesas, Trolhas, Meninas do Shopping, Bailes na Paróquia, é um nunca mais acabar!
Outra vez: obrigado Janita!
Beijokas pintadas com sorrisos
Fizeste bem em percorrer a exposição de pinturas de camponesas, Amigo Kok. Qual delas a mais bonita, a Pastora está um mimo!
EliminarFico muito contente por, pelo menos dois dos meus Amigos, terem ido espreitar o link. Coisa que poucas vezes acontece, e é pena.
O mais bonito fica oculto, na maioria das vezes, há que descobri-lo!
Beijinhos e obrigada . :)