No passeio de uma rua, numa localidade do centro do país, conhecida pela planura da sua condição geográfica, vi três coisas que me chamaram a atenção e me fizeram parar: uma bicicleta, meio de locomoção muito usado naquela zona, provavelmente até seria uma BUGA, a típica calçada portuguesa e o toque sublime, que me comoveu e fez captar aquele trio delicioso. Em poucas palavras alguém havia registado, numa cadeira, onde ninguém ousaria sentar-se, nem eu, apesar dos pés doridos, um bocadinho do sentir do nosso Eugénio de Andrade. Aqui vos deixo um pouco mais daquele belo poema, que todos vós bem conheceis...
(…)
É
urgente destruir certas palavras
ódio, solidão, crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
ódio, solidão, crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
(…)
Decididamente, nós, Portugueses, temos o Mar e a Poesia na Alma. Não há volta a dar...E ainda bem!
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Belo poema.
ResponderEliminarBelo regresso.
Beijinhos
Obrigada, Papoila! :)
EliminarSe acaso voltares a passar por cá, peço-te que leias o poema que está abaixo.
Beijinhos, boa semana.
Maravilhoso!
ResponderEliminarFizeste-me recordar 'a invenção do amor' de Daniel Filipe.
Disponível num link perto de ti.
https://www.youtube.com/watch?v=neOuJbHaCnw
Beijinho e bom fim de semana, Janita.
Muito Obrigada, António.
EliminarEmocionei-me ao ouvir este belo poema de Daniel Filipe.
Realmente, há uma enorme semelhança entre a Urgência de inventar o Amor, do poema de Eugénio de Andrade e este.
Embora diferentes, a mesma intenção está lá, igual, inequívoca! Uma beleza.
Entre colocar aqui a hiperligação ao vídeo e umas estrofes do poema, optei pela segunda hipótese.
"Um homem e uma mulher
que tinham olhos e coração e
fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
Apenas o silêncio
A descoberta
A estranheza de um sorriso
natural e inesperado.
Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna
Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente
embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta
de um amor subitamente imperativo."
Maravilhoso, mesmo! Adorei.
Beijinho e boa semana, António.
Concordo, Janita! De facto assim é. A imagem da foto é um espanto!!
ResponderEliminarBeijinhos de mar e amor...
Sei que também gostas de poesia e de Eugénio de Andrade, Graça.
EliminarFico feliz por te agradar a imagem. :)
Beijinhos de poesia e mar...
Magnifica imagem. Não conhecia o poema.
ResponderEliminarBom regresso, bom fim de semana.
Beijinho
Esta cadeira representou, para mim, um 'achado' delicioso, Adélia. Fiquei imenso tempo a admirá-la, só depois me lembrei de a fotografar. :)
EliminarObrigada, querida Flor, um beijinho.
Janitamiga
ResponderEliminarFelizmente, pelos vistos, estiveste numa boa e regressaste acelerada. Estupendo!
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Por cá as coisas continuam más:
1) Vou à consulta dum neurologista no dia 15 deste mês. Quero ver se tiro as dúvidas sobre o alegado Parkinson;
2) Estamos quase a perder as pouquíssima esperanças sobre o cancro do meu irmão Braz. Diversos médicos já disseram que irá (ou já está) caminhando para o fim... Porra!!!!
3) O meu Miguel continua a tentar encontrar trabalho/emprego,mas...tem 52 anos
Bjs da Raquel e qjs do Leãozão
Querido Amigo Henrique,
Eliminarirei procurar o teu e-mail e responder-te por essa via.
Um grande beijinho para todos vós.
3 em um, maravilha Janita!
ResponderEliminar:)) Somos uns românticos, Ângela, não somos?
EliminarBeijinhos.
Pois, de poesia conheço pouco. Mas adorei a foto e a ideia da cadeira! :)
ResponderEliminarBeijocas
Também adorei a ideia de terem escrito uma parte do poema de Eugénio de Andrade, na cadeira colocada no passeio da rua, Teté. Achei uma maravilha!
EliminarBeijocas e obrigada.
Não há volta a dar e é urgente assim permanecer... :)
ResponderEliminar[Essa cadeira ficava mesmo bem nos meus pinta-amores. Posso levar para lá?]
Permaneçamos, pois, a inventar alegrias e coisas boas, Luísa! :)
EliminarClaro que podes levar a cadeira para o teu Pinta-Amores, terei todo o prazer em te a "emprestar". :))
Sabes? Vi uma pintura mural linda, lá em Aveiro, e pensei nesse teu blog, mas, na altura, íamos de carro e foi-me impossível fotografá-lo.
Por aqui nunca vi nada de jeito...:(
Um beijinho.
Obrigada Janita! Vou levar. :)
EliminarJanita,
ResponderEliminarNós, os portugueses, temos uma forma de sentir as coisas que tem muito a ver com a tentativa de resposta à questão: "o que é a vida?"
É por isso que, grosso modo, somos alérgicos a metas, a números, a robotizações...
Os do norte, com as contas todas em dia, não deixam de ser uns tristes, com uma elevada taxa de suicídios. É por isso que eles adoram o sul, as esplanadas, bebidas frescas, música "caliente"... :)
Eugénio, sempre!
(Creio que situaste a acção do post em Aveiro. Será?)
Um beijinho :)
Olá, AC.
EliminarDesta vez conseguiste surpreender-me, e muito! Já direi porquê.
De facto a acção do post decorre em Aveiro. :) Passei por lá quando ia a caminho do Sul, mas não para o Algarve.
A sigla BUGA, significa Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro.( caso não tenhas acedido ao link:) )
Pois a minha surpresa, advém da tua afirmação: " Os do norte, com as contas todas em dia, não deixam de ser uns tristes, com uma elevada taxa de suicídios." Pasmei!!
Sabes que o maior número de suicídios se verifica com uma taxa mais elevado no Alentejo?
E no Norte também há excelentes esplanadas, bebidas frescas e musiquinhas bien calientes.:) Penso eu de que!!
Devias querer referir-te à fuga massiva, do pessoal do Norte, durante as férias, para os «Algarves», não será? Mas isso deve-se à temperatura da água do mar que, segundo dizem, este ano mais parecia caldo...:)
Há mais de dez anos que não vou ao Algarve e nem sei quando lá voltarei! Cada vez mais, fujo de multidões...
Um beijinho e obrigada, A.C. :)
Há por aí uma grande confusão, Janita, e por culpa minha. Quando me refiro aos do norte, não é de Portugal, mas sim da Europa (noruegueses, suecos, finlandeses e afins...). Esclarecida?
EliminarUm beijinho :)
Ahhhhhhhh...por isso eu estranhei teres falado 'nas contas em dia'! :)
EliminarAí, tens toda a razão, sim! Essa tristeza dos povos nórdicos não terá a ver com o clima?.. Nós, por cá, podemos ser «pobretes, mas somos alegretes»...o Sol, tem esse efeito milagroso no estado de espírito das pessoas.
Valha-nos,isso, ao menos!! :)
Desculpa lá ter-me precipitado, A.C.
Um beijinho grande! :)
Janita,
ResponderEliminarChama-me egoísta...mas estou feliz pelo teu regresso!;)
Gostei muito desta publicação, a cadeira está genial, obrigado pela partilha.
Abraço grande
Repto? Que tal pintares tu uma? Um banco? Ok, um vaso?
Ricardo,
EliminarSó agora me apercebi deste teu comentário e não quero ir à deita sem te responder...
Se és egoísta, é um egoísmo bom, porque fico feliz em saber que gostas de me ver por aqui. :)
Quanto ao repto que me lanças, olha...vou pensar nisso. Quem sabe descubro em mim talento para alguma coisa?
Mas começo pelo vaso, Ok? tenho muitos e se ficar uma borrada, não choro o prejuízo...;)
Beijinhos. Inté...
Esta foto prova que a poesia cabe em qualquer lugar!
ResponderEliminar(o amarelo da cadeira fez-me lembrar ovos moles)
Gosto muito de Eugénio de Andrade.
Um abraço.
E cabe mesmo, Alquimista. Até nos lugares mais improváveis... assim haja quem a saiba sentir e entender.
EliminarSabe que estive a tomar café numa confeitaria onde as famosas barricas de ovos moles são a especialidade da casa, e não me senti tentada a comprar? E ainda bem.
Evitei ingerir uma boa dose de calorias.:) Mas adoro esses doces.
Fiquei contente em saber que gosta de Eugénio de Andrade.
Um abraço.