Recado a Lisboa.
Lisboa, querida
mãezinha
Com o teu xaile traçado
Recebe esta carta minha
Que te leva o meu recado
Que Deus te ajude Lisboa
A cumprir esta mensagem
De um português que está longe
E que anda sempre em viagem
Vai dizer adeus à Graça
Que é tão bela, que é tão boa
Vai por mim beijar a Estrela
E abraçar a Madragoa
E mesmo que esteja frio
E os barcos fiquem no rio
Parados sem navegar
Passa por mim no Rossio
E leva-lhe o meu olhar
Se for noite de São João
Lá pelas ruas de Alfama
Acende o meu coração
No fogo da tua chama
Depois leva-o p'la cidade
Num vaso de manjericos
Para matar a saudade
Desta saudade em que fico
Vai dizer adeus à Graça
Que é tão bela, que é tão boa
Vai por mim beijar a Estrela
E abraçar a Madragoa
E mesmo que esteja frio
E os barcos fiquem no rio
Parados sem navegar
Passa por mim no Rossio
E leva-lhe o meu olhar.
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Ó Janita, acho que não foi recado, veio por aerograma .))
ResponderEliminarBeijinho em TU
Noname,
Eliminarmesmo por aerograma não deixa de ser um recado, mandado...e lindamente declamado! Adorava ouvir João Villaret. :)
Até poderia ter sido de um soldado roído
pela saudade, do Bairro onde nasceu.
Quem sabe de um emigrante
vivendo num país distante;
mas afinal, este recado é só meu…:))
Beijinhos e abracinhos, NN :)
Amiga Janita,
ResponderEliminarLisboa é a minha linda cidade natal!
Aqui um recado de António Nobre,
"À Lisboa das naus cheias de glória
Lisboa à beira-mar, cheia de vistas,
Ó Lisboa das meigas Procissões!
Ó Lisboa de Irmãs e de fadistas!
Ó Lisboa dos líricos pregões…
Lisboa com o Tejo das Conquistas,
Mais os ossos prováveis de Camões!
Ó Lisboa de mármore, Lisboa!
Quem nunca te viu, não viu coisa boa…
Ai canta, canta ao luar, minha guitarra,
A Lisboa dos Poetas Cavaleiros!
Galeras doidas por soltar a amarra,
Cidades de morenos marinheiros,
Com navios entrando e saindo a barra
De proa para países estrangeiros!
Uns pra França, acenando Adeus! Adeus!
Outros pras Índias, outros… sabe-o Deus!
Ó Lisboa das ruas misteriosas!
Da Triste Feia, de João de Deus,
Beco da Índia, Rua das Fermosas,
Beco do Fala-Só (os versos meus…)
E outra rua que eu sei de duas Rosas,
Beco do Imaginário, dos Judeus,
Travessa (julgo eu) das Isabéis,
E outras mais que eu ignoro e vós sabeis.
(…)
Um beijinho pertinho de Lisboa :)
Querida Fê, há comentários que ultrapassam o post que comentam. Os teus comentários enriquecem sempre qualquer publicação. Obrigada! :)
EliminarAntónio Nobre, no seu livro "Só" escreveu poemas lindíssimos.
Um beijinho grato até aí, pertinho de Lisboa.
" Tejo que levas as águas "
ResponderEliminarBj
...…correndo de par em par
Eliminarlava a cidade de mágoas
leva as mágoas para o mar
Lava bancos e empresas
dos comedores de dinheiro
que dos salários de tristeza
arrecadam lucro inteiro…"
Grande e inesquecível Adriano Correia de Oliveira.
Obrigada, amigo Eufrázio.
Um beijinho grato.
Lindas fotos e recado! bjs tudo de bom,chica
ResponderEliminarObrigada, querida Chica!
EliminarUm beijo amigo, também para ti.
( fechaste o teu "Cuidando do nosso Canteiro interior", que eu seguia, mas irei ver-te noutro. )
O poema é sofrível (digo eu, leigo), mas sempre apreciei o declamador João Villaret.
ResponderEliminarSerá por ser sobre Lisboa que o acha 'sofrível', José?
EliminarEu acho-o mais para o sofrido... E traz-me recordações, sabe?
Beijinhos. :)
Sobre Lisboa
ResponderEliminarescreveu Ary
tanta coisa boa
Deixo-te esta Janita
que até é bem bonita
Namorados da Cidade
Namorados de Lisboa
à beira-Tejo assentados
a dormir na Madragoa.
Namorados de Lisboa
num mirante deslumbrados
à beira-verde acordados
namorados de Lisboa!
Ao domingo uma cerveja
uma pevide salgada
uma boca que se beija
e que nos sabe a cereja
a miséria adocicada
à beira-parque plantada:
namorados de Lisboa!
Sempre sempre apaixonados
mesmo que a tristeza doa
namorados de Lisboa!
Namorados de Lisboa
na cadeira de um cinema
onde as mãos andam à toa
à procura de um poema.
Namorados de Lisboa
que o mistério não desvenda
até que o escuro se acenda.
Namorados de Lisboa
a apertar num vão de escada
o prazer que nos magoa
e depois não sabe a nada.
Namorados de Lisboa
a morar num vão de escada
namorados de Lisboa!
Sempre sempre apaixonados
Mesmo que a tristeza doa
namorados de Lisboa!
Ary dos Santos, in 'As Palavras das Cantigas'
Amigo Rogério.
EliminarAcerca de namorados e de Lisboa há tanta poesia! e quem melhor do que Ary para nos transportar para tempos em que o sonho era o alimento dos enamorados?
Obrigada por me trazer estes namorados, dessa Lisboa que eu amo.
Beijinhos.
Eu fui. Ainda há só dois dias. :)
ResponderEliminarPor isso os teus textos andam plenos de encanto e romantismo, Luísa...:)
EliminarBeijos.
Ficaste apaixonada por esse local da "outra banda" Janita !
ResponderEliminarCalculo que tenhas por lá passado um dia maravilhoso com o teu filho ! ... É que há dias que nos "marcam" mesmo ! :)
Recordares João Villaret e o seu Recado a Lisboa foi lindo !
Eu nunca perdia uma das sua noites de TV !!!
Abração :)
Fiquei mais apaixonada pelo que da outra banda via, Rui! Embora goste muito da margem Sul do Tejo.
EliminarEste dia, só nós dois, ficará guardado, para dele ir retirando o oxigénio, quando dele precisar.
Obrigada, amigo Rui.
Um abraçaço de 20 segundos. :)
... ora aqui está uma bela "ode", a nossa Lisboa, onde nasci, mas onde não vivo. Para mim é a margem sul ...é de cá que gosto de ver o que por lá se passa.
ResponderEliminarTalvez sejam mais de 20 anos que trabalhei lá...
Admito que tem muito de belo, e uma grande riqueza histórica...mas...
Beijo n´oteudoceolhar *
Maria, queres então dizer que vives na margem Sul? O meu filho também! :)
EliminarEsse mas...bem, lá deves ter as tuas razões...
Beijinhos, nortenhos!
Habituei-me a ouvir João Villaret desde menino.
ResponderEliminarE fica para sempre.
Beijinhos
Eu já era adolescente quando comecei a ouvir Villaret e as suas declamações através da RTP, Pedro.
EliminarHá gostos que ficam para toda a vida.
Beijinhos.
João Vilaret, a ponte, o Tejo e tudo.
ResponderEliminarCinco estrelas ... ou mais.
Beijinhos
Obrigada, António.
EliminarNão admira que gostes, pois se tu tens um pé em Almada e outro no Tejo. :)
Beijinhos
Estou sempre do lado certo :)))
EliminarBoas memórias vivas
ResponderEliminarBj
Vivas e a pulsar junto ao coração.
EliminarBeijinhos.
Lisboa, menina e moça...
ResponderEliminar...menina
EliminarDa luz que meus olhos vêem tão pura
teus seios são as colinas, varina
pregão que me traz à porta, ternura...
Um beijinho, Manuel Veiga.
Um duplo agradecimento.
( o Amigo Escritor/Poeta sabe porquê.)
Gosto tanto de lisboa!!!
ResponderEliminarOlá, Maria Sem Limites.
EliminarJá somos duas a gostar de Lisboa!
( escreve-a sempre com L maiúsculo, Ok? ) :)
Beijinhos
É necessário que o recado seja entregue!
ResponderEliminarNo Norte de coração mais para Sul.
Conheci Vilaret muito tarde, mas sempre gostei e o ouvir.
Lisboa só mesmo de passagem, mas o que vi, gostei.
Beijinho Janita
E é Adélia, mas o que não tem remédio, remediado está.
EliminarUm beijinho grande