Não foi a oliveira centenária que me fez colocar a postos o smatphone, nem tão pouco a imponente figura de um ilustre filho da terra, lá no seu pedestal. De tanto já ter visto a oliveira e o Abade, nem me passaria pela cabeça fotografá-los. Foi mesmo o pequeno e negro melro, de bico amarelo, que me levou, pé-ante-pé, seguir o seu saltitar apressado, debicando a relva, aqui e ali, quiçá, na busca de qualquer bichinho-de-conta, ou uma semente caída, sei lá de onde, algo que lhe servisse de jantar naquele fim de tarde.
Acabei por capturar os três, não avançando mais, com receio que o maroto levantasse voo. Tive pena de não possuir uma máquina fotográfica em condições, para poder fazer zoom e apanhar de perto o fugitivo. Só muito mais tarde, já aqui em casa, me lembrei do poema de Guerra Junqueiro ( que já publiquei) "O Melro", e do malvado Abade. Mas este Abade da estátua, é José Francisco Correia da Serra, mais conhecido apenas por Abade Correia da Serra, ilustre cientista, diplomata e filósofo, nascido em Serpa, quando corria o ano de 1750. Já no meu tempo de menina, ainda antes de existirem Escolas Secundárias, o único estabelecimento de ensino existente era o Externato Abade Correia da Serra. Liceu, apenas existia um, em Beja. Só para concluir esta saga, nessa tarde, encontrava-me naquele local, porque fomos ter com um casal amigo, que reside numa dessas casas. Seguidamente, iríamos à Casa Do Benfica - na zona sul - para nos deliciarmos com uma bela caracolada à moda do Alentejo. Ainda sinto o sabor e o cheirinho dos orégãos...:)
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Bonitas imagens. A mim me apaixonou a extraordinária escultura que é o tronco dessa árvore.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Amiga Elvira,
EliminarCá para mim esta árvore é milenar. É de facto impressionante como, com o troco oco e todo retorcido, ainda tem folhas.
É um dos ex-líbris da terra.
Um abraço
Mana guapa de mi cOraçon...
ResponderEliminarTu sempre tivezte uma cisma por abades...lembro-me do abade da nossa paróquia que parecia um Adonis enão saías da capela...quantas vez fui puxar-te pelas tranças para vires para casa fazer a toalha de crochet que tinhas iniciado ainda lela altura do outro abade-o de priscos que era doce como o mel.
Mana, tu cresceste mas continuas a cismar com abades
Kis :=}
Ehehehehehe....Ó meu Deus, já não sei o que te hei-dizer.
EliminarOlha, pois ficas a saber que eu:- abades nem vê-los, nem o de Priscos! Sim , o pudim. É enjoativo demais para o meu gosto.
Amanhã falamos melhor, Mana. :))
kisses
Gostei de ver a árvore toda retorcida. Se não tivesses falado no melro nem o teria visto. O écran do tablet é muito pequeno.
ResponderEliminarEsse foi um passeio/férias em cheio.
Bjos :)
Também eu andei perdida à procura do melro. Já agora vou à minha estante procurar o livro onde se encontra o poema do Guerra Junqueiro "O melro".
EliminarA oliveira centenária é realmente uma extraordinária escultura como diz a Elvira Carvalho.
Catarina, o tronco da oliveira está todo retorcido e de aparência oca, mas ainda há folhas no cimo da árvore.
EliminarO melro é um filhote, certamente, porque os melros adultos são maiorzitos.:)
É verdade. Ainda me parece incrível como pude viver tanto em tão pouco tempo. Pena, muita pena, foi aquela minha indisposição permanente. :(
Beijos e obrigada, Catá!! :)
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Teresa, "O Melro" tenho-o no livro de GJ, "A Velhice do Padre Eterno", a partir da página 111, pelo menos, nesta edição.
Obrigada, beijinhos
Não me tinha apercebido (talvez por não ter lido) dessa indisposição permanente. Estás melhor agora?
EliminarCuida bem de ti.
Bjos
Sim, Catarina, agora já estou bem. Quando cheguei consultei a minha médica, fui medicada e, com o passar dos dias, fui melhorando. Nunca fui muito de cuidar bem de mim, sou mais de cuidar dos outros. Agora que não tenho a quem cuidar, sinto-me um pouco perdida...até o neto cresceu! :)
EliminarGrata pelo teu cuidado, minha querida!
Um beijinho.
Ainda não tenho a certeza se fui eu que adoptei um melro, ou foi ele que me adoptou a mim, mas todas as manhãs, quando estou a tomar o pequeno almoço no terraço, ele vem reclamar as suas migalhitas.
ResponderEliminarAbraço e boa semana, Janita
Pois eu, Carlos, tenho a certeza que foi adopção mútua e simultânea...:)
EliminarBom resto de semana e um abraço, Carlos.
Grata pela visita.
Os passarinhos que fizeram ninho lá em casa desapareceram :(
ResponderEliminarBeijinhos
Que pena, Pedro!
EliminarSe calhar ainda voltam. Oxalá não haja por aí nenhum abade com aversão a passarinhos. :(
Beijinhos. :)
Mas que trio mais lindo! A oliveira é monumental e deve ter uns bons anitos.
ResponderEliminarO melro apesar de ficar longe , deu-se por ele e com ilustre figura aprendi mais uma coisa.
Caracóis? Fiquei a salivar.
Beijinhos Janita
Fico tão feliz por teres gostado, Manu!
EliminarEu acho que só diz que não gosta de caracóis, quem nunca provou, não achas? É um petisco delicioso.
Beijinhos e obrigada, Manu.
Linda e interessante partilha querida amiga, só a casa do bemfica é que poderia ser do sporting kkkkk ,beijinhos maravilhosa terça-feira
ResponderEliminarObrigada, Emanuel.
EliminarAh, isso de ser a 'Casa do Benfica' não quer dizer que só lá vão benfiquistas, aquele amigo que foi connosco, por sinal até é sportinguista. Aquilo é gente de boa índole, não há cá arrelias por divergências clubísticas. :)
Beijinhos.
Prima Janita, acabei de comer caracóis, mas à algarvia :)
ResponderEliminarVou-te deixar este poema de Manuel Alegre, despedindo-me (de vez em quando tenho que recarregar baterias)
O MELRO
Está poisado no cedro e canta apenas
as penas e alegrias nupciais.
Amor e adeus. Encontro e despedida.
Por isso são de luto as suas penas
e o que diz está antes das vogais.
Onde o poeta falha ele não erra
só ele sabe a sílaba proibida
só ele canta o código da terra.
Beijinho
Fernanda
Ah, querida Prima Fernanda,
Eliminarque bom saber que estás a respirar os bons ares algarvios! :)
Repousa que bem mereces.
Olha que lindo esse poema do Manuel Alegre. Não me canso de afirmar e reiterar, a minha admiração pelo Poeta. Tanta, quanto a antipatia pela pessoa. Quem fala a verdade não merece castigo, né?
Continuação de óptima estadia e recuperação de energia, querida Amiga.
Beijinhos e abraços, muitos. :)
Uma bela trilogia
ResponderEliminarBenfica árvore centenária Alentejo
Bj
Sob esse seu ponto de vista, é uma boa trilogia, sim, Puma!:)
EliminarBeijo
Ao que o Puma diz ser trilogia
ResponderEliminare não lhe querendo apontar erro
falta-lhe referência, quem diria
ao abade, aos caracóis e ao melro
A trilogia do Puma
Eliminaraponta para os seu gostos
a caracóis não liga nenhuma
abades e melros só lhe dão desgostos.
:)
Olá querida Amiga. :)... Finalmente com tempo (à rasca) para te visitar mas ainda a precisar de férias e com muitas coisas para fazer. :)
ResponderEliminarAh ! Grande Melro inspirador ! :) ... Uma árvore que não lembra ao diabo ! Maravilhosa e estranha com aquele tronco secular !
E um Abade que me fez lembrar o Prior de Trancoso (claro que só pelo "Abade") :) ... Ainda te lembras ?...
http://coisas-da-fonte.blogspot.pt/2012/02/o-prior-de-trancoso.html
Beijinhos destes dias todos e um daqueles abraços ! :))
Também a minha gratidão pelos miminhos deixados na "Fonte" !
És fantástica a versejar, Amiga ! ... Adorei mesmo ! rsrsrs
Depois, com mais tempo verei o que está para trás. :)
Oláááá, Amigão!! :))
EliminarSabes o quanto gosto de vos ver felizes, a ti e à tua Lena e, sabendo eu quanto vos agrada viajar, fico feliz quando o fazem, mas...há sempre um mas...com o passar do tempo a blogosfera começa a empobrecer sem a tua alegria e os teus desafios, o bom convívio que nos proporcionas a todos, e começo a desejar que regresses. Egoísmo? Talvez! :)
A Afrodite lançou o desafio e de pronto a malta aderiu em peso.Com todo o gosto e muita alegria, como não podia deixar de ser. :) Ficou giro o arraial, não ficou?
As rimas saiam-nos assim, em jorro, como de de uma inspirada Fonte brotassem. Foi um enorme prazer versejar em teu louvor, Rui! :)
Mais tarde irei ver esse post do prior que de momento não recordo.
Beijinhos muitos e um grande abraçaço, amigo! :))
"O ladrão do negro melro
ResponderEliminarToda a noite assobiou"...
Caracóis comi uma vez quando era infantil. Sem bico, portanto.
Bj.
Olá, Agostinho!
Eliminar"O ladrão do negro melro
toda a noite assobiou.
Lá por essa madrugada
bateu as asas voou."
O ladrão do negro melro
toda a noite requiuquiu.
Ao chegar a madrugada
bateu as asas fugiu"...
O melro é um bonito e inspirador pássaro. :)
Sabe, Agostinho? Quem cresce no Alentejo aprende a gostar de caracóis. São uma bela fonte de proteínas. A minha saudosa Mãe preparava-os como ninguém...aquilo dava cá uma trabalheira que nem queira saber. Desde a difícil captura - tínhamos que correr atrás deles- até os deixar limpinhos, limpinhos, passava-se uma tarde inteira.
Depois, eram as ervas aromáticas e o bom tempero e deixar cozer. Primeiro que arrefecessem, para se poderem degustar, era uma longa e ansiosa espera. Ah, saudades!! :)
Beijinhos.
Olá Janita!
ResponderEliminarAcreditas que só agora o meu PC actualizou as tuas publicações!!!!? Não sei o que se passou mas só me aparecia o teu post de 16 de Maio!
Bem, adiante! Eu achei a oliveira uma bela árvore!!
Quanto a fotos, ó páh essas maquinetas além de caras não as podemos trazer sempre connosco, por isso, bem hajam as câmaras fotográficas dos telemóveis! ;)
Bjnhs
Olá, Lina!
EliminarO Blogger, por vezes, prega-nos dessas partidas. A mim faz me tem feito muitas, mas eu sou carne do pescoço e cá vou insistindo e persistindo...:)
Tens razão. Os telemóveis cumprem o mesmo objectivo, sobretudo, se formos meros amadores de fotografia. Tenho que ver como hei-de fazer para aproximar a imagem, ou seja, fazer zoom, acho que também deve ser possível, eu é que sou uma completa naba nisto dos inteligentes. :)
Beijinhos, tudo de bom! :)
Às vezes gostava de ser uma oliveira, dessas que criam raízes e se mantêm por séculos assistindo às evoluções do mundo à sua volta. Gostava desde que tivesse a possibilidade de falar, criticando e admoestando todos aqueles que maltratassem o mundo à sua (e minha) volta. Se calhar e o mais certo seria arrancarem-me pela raiz mas ainda assim... se eu lhes proporcionasse boas e saborosas azeitonas, capazes de produzirem azeite de excelente qualidade, logo excelentes lucros, quem sabe se não me deixariam continuar vivendo, apesar de rezingona?
ResponderEliminarJá o merlo estaria mais sujeito a ser atingido por uma chumbada e, depois de depenado, ser apreciado após uma cuidadosa fritura em banha de porco.
O abade Correia da Serra, que foi reconhecidamente elogiado por um presidente americano, é um entre tantos outras figuras proeminentes nacionais nunca referidas nem mencionadas ao de leve, em lado nenhum; não seria de estranhar que na disciplina de botânica fosse referido como "quem deu o nome" à planta justamente designada: correa. E há tanto mais a saber, quer deste, quer de "outros" Correias...
Beijokas!