Depois
de esperar ¾ de hora, até que ouvisse o tilintar do painel e ficasse a
tremelicar, numa luz intermitente, por instantes, a letra e número que tinha na
minha senha, dirijo-me ao balcão indicado.
Depois
de apresentar os documentos pedidos, para que desta vez ficasse tudo all in one, como manda a lei da
cidadania europeia, vejo o funcionário franzir o sobrolho, olhar para mim,
olhar de novo para o ecrã do computador, de novo para o BI e, novamente, para
mim.
Mau! – pensei, queres ver que já vem por aí algum aborrecimento burocrático?
É
de Serpa? - Bolas, o homem tem o documento em frente dos olhos e pergunta-me de
onde sou?
Lá
expliquei que não, mas que sim….Porquê?...Passa-se alguma coisa?
Com um sorriso aberto, sarcástico
porém simpático, de quem viu passarinho verde - que sim, mas nada de grave,
nada que não pudesse ser esclarecido; que esperasse uns instantes...
Comecei a transpirar,
tirei o casaco, a bolsa a tiracolo, encostei-me e desencostei-me ao balcão,
olhei para trás, para os lados, estiquei o pescoço na direcção em que havia
seguido o senhor e, com algum alívio, vi-o sorrir enquanto falava ao telefone
com alguém. Mau…então este deixa-me aqui à espera e vai namorar? Fiquei logo de
carranca…
Quando voltou, nem sequer
se sentou. Sem abandonar o sorriso, disse-me ter estado ao telefone com a colega de Serpa.
Sabe - houve um lapso
no Registo Civil da sua terra, aquando da informatização dos serviços de
separação dos nomes próprios e apelidos. Então, atribuíram-lhe como nome
próprio o seu primeiro apelido ( coisa impensável, senão…) e vai ter de cá
voltar para a semana. A correcção tem de ser efectuada lá e, neste momento, não
se encontra na repartição a senhora conservadora…
Saí disparada - a engolir os nomes feios que me apetecia
chamar àqueles alentejanos d’uma figa - sem sequer perguntar em que dia lá
deveria voltar… Será que toda a gente tem de ter dois nomes próprios?...
…Já uma pessoa não pode
chamar-se; simplesmente Maria?
Pela primeira vez na minha
vida, senti vergonha por ser alentejana…L
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LOL!
ResponderEliminarNem sei o que lhe diga.
Nem sei se ria ou se chore.
Mas pense positivo. Sempre assim, vai poder "namorar" o homem novamente, mesmo que tenha que espera outros três quartos de hora.
:-)
Hoje fui o primeiro?
EliminarQue emoção!
Existe prémio?
Tenho direito a prémio? Uma medalha? Não!?
:-D
É que é mesmo pra já! Prémio chorudo, pois então...:DD
EliminarRia, ria Remusinho...agora que me passou a neura, até eu tenho vontade de rir!
Há coisas que só me acontecem a mim...má fortuna...mas vendo bem a coisa, talvez seja o mesmo senhor a atender-me e aí...quem sabe? Simpático era ele, era! LOL
É um incómodo teres que lá voltar mas não me parece ser caso para ficares envergonhada :))), rir ou sorrir será sempre o melhor remédio.
ResponderEliminarBjs
Ah, Papoila, eu que fujo da Loja do Cidadão como o diabo da cruz, lá tenho de voltar...Enfim! Rir é mesmo o melhor, que remédio!!
EliminarBeijinhos
São os serviços deste País, lool Se fosse eu até deitava lume pelas ventas :-) Porém, gostei de ler :)
ResponderEliminarBjos
Bom fim de semana
Engraçado que eu, que fervo em pouca água, em ocasiões que requerem tento, consigo dominar-me e engolir o sapo. Que remédio tinha eu...
EliminarBom fim de semana, Larissa.
Um beijo.
Ia a dizer uma asneira, mas contive-me. Agora vou ver a continuação da bola.
ResponderEliminarBFS
Também calculei que estivesse a ver a bola...
EliminarE então, ganhámos à Arábia Saudita?
Ainda não me informei do resultado...
Então, mas afinal o que te chamaram? Maria de Serpa?
ResponderEliminarBeijocas tantas
Não mulher...não percebeste?
EliminarUsaram um dos meus apelidos, como se fosse nome próprio.
Mas eu não tenho apelido Serpa... Balha-me a santa!!
Beijinhos com auréola!
Não precisava te dizer que estou a rir, porque não me vês, mas estou, com o teu post, porque recordei uma situação que aconteceu com o Rodrigo no Registo Civil em Lisboa quando foi renovar o B.I. o tipo achou que ele era tipo Marroquino, acho que só faltou mandarem-no prender, uma situação muito idêntica em 2001 com os funcionários de um hotel, desconfiaram que ele não era portugês, mas sim Marroquino ou coisa parecida.
ResponderEliminarEspero que quando lá voltares tudo fique esclarecido.
Beijinho e bom fim de semana sem confusões.
Quando ouvimos contar certos acontecimentos insólitos, pensamos que essa coisas só acontecem aos outros, até que um dia nos toca pla porta e ficamos meio atordoados. Acho que foi o que aconteceu comigo. Enfim...
EliminarSer marroquino não era coisa que desse prisão, mas o preconceito é pior que uma doença...
Haja santa paciência para levar a vida, senão estamos fritos!
Beijinhos, Adélia! :)
Janita, que história esta, puxa!
ResponderEliminarUma história verdadeira que até parece mentira, Laura.
EliminarHá muita incompetência entre o funcionalismo público.
O fulano/a que fez isso, às tantas nem saberia o que era nome próprio e apelido, sei lá!
Beijinhos.
Não acontece só com os alentejanos. Eu tinha 20 anos quando a minha mãe, que tinha nos seus documentos o nome de Gravelina da Silva, nascida na freguesia de Penude concelho de Lamego, a 16 de Julho de 1926 filha de Manuel Varandas e de Maria do Carmo da Silva, estado civil casada foi renovar o seu BI, e descobriu que não existia, Depois de várias tentativas de obter uma certidão de nascimento , acabaram por descobrir que existia uma Gravelina do Carmo Baranda, filha de Manuel Baranda, e Maria do Carmo da Silva, nascida a 8 de Junho de 1926, estado civil solteira.
ResponderEliminarNão calcula o sufoco que foi até conseguir que lhe fosse atribuído um novo BI, com essa identidade, depois fazer o averbamento do seu casamento, mas nunca conseguiu mudar os nossos registos de nascimento, o que fez com que os três filhos tenham como mãe, a Gravelina da Silva que deixou de existir em 1967. Foi-lhe indicado que se enviuvasse, deveria doar aos filhos todos os seus bens em vida, porque se não o fizesse, os filhos não teriam como se habilitar à herança. Bom isto não foi preciso, já que a sua herança, foram os caminhos livres para passear. Mas como vê há coisas muito esquisitas nos registos, e nem precisam ser alentejanos.
Um abraço e bom fim-de-semana
Essa sua história, ou melhor, da senhora sua mãe, ainda é mais incrível. Que confusão! Vai ver foi tudo por causa da pronuncia com o B e o V. Há cada história que deveria ser estudada e contada por historiadores, sobre as coisas aberrantes que acontecem, por erros ocorridos, nas conservatórias do registo civil.
EliminarUm abraço.
Nome, é questão
ResponderEliminarde batismal pia
quem manda sua madrinha
prantar-lhe só Maria
Se lhe prantasse
Só Maria
já daria...
Já me fez soltar uma boa gargalhada, amigo Rogério. :))
EliminarOs seus comentários em rima são uma maravilha.
Adorei isso do «Só Maria».
Havia uma que era a Maria do Ó...Lol
:)
eu no meu tempo de rádio tinha uma ouvinte bastante assídua que se chamava, precisamente, Maria do Ó. ainda guardo algumas cartas dela. :)e
EliminarEra bem pior se o funcionário não tivesse dado conta. Ainda ate acusavam de andares com um CC falsificado. :)
Beijinhos
Em Águas Santas- Maia, há uma CAPELA de Nossa Senhora do Ó. :)
Eliminar:)) Bem observado, NI!
De facto o senhor apenas cumpriu o seu dever e vá lá ter-se apercebido que Gonçalves, não é, seguramente, nome próprio de ninguém. :)
Beijinhos.
manias estranhas... a mim nunca me aceitam o título "conde de trovisco" depois do nome... mas nã me parece motivo para ter vergonha de se ser alentejano... oh simplesmente Maria!
ResponderEliminarbeijos, serpense :)
Ah, Manel...mas se fosse «Trovisco do Conde» já aceitavam:) então tu não és um nobre e adoras trovoadas?..hã??
EliminarEu senti vergonha porque aquele sorriso do senhor, lá da repartição, me pareceu um tanto trocista, nã percebeste?
Deve ter pensado que nós, alentejanos, somos todos uns asnos. ;))
Beijos, cigano maltês.
(aparece mais vezes)
O que mais me incomoda é essa burocracia barroca portuguesa!
ResponderEliminarOnde tiraste a foto de cima? Já pensei em perguntar-te tantas vezes, mas depois acabo por me esquecer.
Boa fim de semana, Janita.
Somos uns pelintras armados ao fino, é o que é, Catarina!!!
EliminarA foto não fui eu que a tirei, ainda não fui a Bussum...por enquanto! :) Foi o meu moço que ma mandou.
Beijinhos e bom fim de semana, Catá!
Burocracia marada,
ResponderEliminarnão tem a ver com regiões.
É amêndoa estragada,
carne estragada de cebolada,
nudismo no Meco em calções.
:)
Lá vais tu de ir a Serpa. A ser assim, tira proveito disso e faz o que gostas.
Um beijinho, Janita :)
Ehehehehehe...Ó AC, desculpa lá, mas agora até me engasguei a rir...o que é que a burocracia marada tem a ver com o nudismo no Meco ( fazem lá nudismo?) e a cebolada de carne estragada? :)))
EliminarNão vou a Serpa, nada, homem! Eles lá é que vão reparar o erro que cometeram, depois, com isto das novas tecnologias e da informática :), quando eu lá voltar, para o BI renovar, já está tudo nos conformes...
Meu nome próprio: Maria, meu apelido: Lisboa...isto é um suponhamos, claro! Entendeste, agora?
Beijinhos, A.C. :)
E depois ... acordaste!
ResponderEliminarDiz-me que não foi um sonho.
Beijinhos, Janita alentejana porque sim ;)
Não foi pesadelo, apesar do caricato da situação não chegou a ser nenhum drama, António...espero eu; conto que lá para quarta-feira, já esteja tudo em condições. Foi mais o aborrecimento de ter de enfrentar filas de espera e isso se voltar a repetir e assim...Sabes?
EliminarMeu caro, porque sim, pois não é alentejana quem quer...mas eu gosto, apesar de tudo! :)
Beijinhos, bom Domingo! :)
O Alentejo é grande
ResponderEliminarneste pequeno país
Bj
Em tempos idos, diziam
Eliminarser o celeiro de Portugal,
mas ainda é grande, sim, Poeta!
Beijinho.
Vá lá, não te registaram com o nome de "Prante-lheAna" como a miúda da anedota ! :))
ResponderEliminar:) O erro não foi ao registar-me, aí ficou tudo bem...aconteceu quando, recentemente, foi para separar os nomes próprios dos apelidos...:) Aí é que o pessoal se baralhou todo.
Eliminar«Prantelhana» tudo pegado, Ricardo!! :))
Asnos há em todas as regiões, deixa lá... :)
ResponderEliminar...e em todos os países, vá!!
EliminarBeijinhos e bom domingo, Luísa!
Ora, não seja tão severa para os seus patriotas. De qualquer parte no mundo ocorre lapsos na administração do registo civil
ResponderEliminarAbraços
Tem razão, Alfacinha, mas por vezes perco a tramontana...
EliminarBeijos! :)
Nunca entrei na Loja do Cidadão, nem penso lá entrar.
ResponderEliminarBurocracia cá e lá.
E como diz a Luísa, há asnos em todas as regiões e em todos os países.
Um domingo com rosas 🌹🌹🌹 sem espinhos.
Olá, Teresa. :)
EliminarEu também não vou propriamente passear para a Loja do Cidadão, mas havendo necessidade de lá ir, que remédio...
Há mais burrice na estupidez humana do que em todos os burros deste mundo, essa é que é a grande verdade.
Estás a desejar-me algo impossível, minha querida! :)
Sempre ouvi dizer que toda a rosa tem espinhos, mas agradeço a boa intenção.
Um grande abraço, amiga de longe e de perto!
ResponderEliminarDe facto, enganos há-os em todo o lado, com funcionários da Administração Pública e em serviços de privados... pois errar é humano, já sabemos.
Mas quanto às idas à Loja do Cidadão, e neste caso em concreto nos serviços do Registo Civil, sei que há maneira de agendar o atendimento para uma determinada hora. Não sei é quanto tempo demora o agendamento.
Beijinhos e boa sorte para que tudo se resolva com diligência
(^^)