Onde uma tem
O cetim
A outra tem a rudeza
Onde
uma tem
A cantiga
A outra tem a firmeza
Tomba
o cabelo
Nos ombros
O
suor pela
Barriga
Onde
uma tem
A riqueza
A outra tem
A fadiga
Tapa a nudez
Com as mãos
Procura
o pão
Na gaveta
Onde
uma tem
O vestígio
Tem a outra
A pele seca
Enquanto
desliza
O fato
Pega a outra na
Enxada
Enquanto dorme
Na cama
A
outra arranja-lhe
A
casa
Poema de Maria Teresa Horta
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Pergunta: Alguém me sabe dizer qual das três Marias, que vemos na foto, é a autora deste poema?
Então...digam-me lá...será a da esquerda, do centro ou da direita?
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Claro que é a mulher do meio.
ResponderEliminarEu AMO toda a poesia da Maria Teresa Horta. Essa sim, é uma POESIA ERÓTICA sem mosquitos.
:))) Essa do mosquito vai ficar famosa na história da poesia erótica do "Coisas da Fonte"...Ai vai, vai!!
EliminarNo entanto, como bem sabes, nem toda a obra poética desta Maria, é revestida de erotismo. Activista lutadora, em defesa dos direitos da Mulher este poema é mais uma crítica em relação às profundas diferenças existentes, entre as classes sociais.
Mas para te ver contente, aqui de deixo este poema, já com o seu toque erótico, porém bastante subtil. :)
É cálida flor
E trópica mansamente
De leite entreaberta às tuas
Mãos
Feltro das pétalas que por dentro
Tem o felpo das pálpebras
Da língua a lentidão
Guelra do corpo
Pulmão que não respira
Dobada em muco
Tecida em água
Flor carnívora voraz do próprio
suco
No ventre entorpecida
Nas pernas sequestrada.
(o título, pois...é esse mesmo.)
Beijo, Teresa.
A ("nossa") Teresa tem razão, claro! Diz-se que no meio é que está a virtude! 😉
ResponderEliminarO Rui vai ter uma barrigada de riso com este comentário dela! 😊
Beijinhos às duas e bom fim de semana
(^^)
Tem si, Afrodite! :)
EliminarA Teresa Horta está de facto, onde gostava/gosta, de estar: no centro!!
Um beijinho meu, para ti.
A Teresa Horta é minha irmã!
ResponderEliminarO Rogério também foi co-autor nas "Novas Cartas Portuguesas", ainda antes da 'Revolução dos Cravos'?
EliminarNão? Então não é irmão!
É primo!! :)
Abraço fraterno.
A do meio.
ResponderEliminarHaverá uma pequena cantiga ao homem?
: )
E a da esquerda é Maria Isabel Barreno e a da direita a Maria Velho da Costa, não é Catarina?
EliminarO homem não precisa de cantigas, ele já é um bom cantador. :)
Beijos.
As outras não sabia. Apenas comparei uma das fotos que encontrei na net com as três e foi fácil descobrir. Quando tiver disposição vou pesquisar as outras duas de quem nunca ouvi falar.
Eliminar:)
Bom dia:- Maravilhosos trocadilhos poéticos.
ResponderEliminar.
Feliz fim de semana
.
*** Flor de Linho de Amor Vestida - "" Poetizando e Encantando "" ***
Um jogo de palavras que retrata a posição social entre a mulher 'rica' e a pobre, Gil.
EliminarComo cantou o nosso saudoso Zeca Afonso:
A rica tem nome fino
a pobre tem nome grosso
a rica teve um menino
e a pobre pariu um moço.
Feliz Domingo!
:) É a Maria do meio.
ResponderEliminarQuando ainda tinha olhos - e pulsos... - que me permitiam navegar pelas redes sociais, "roubei-lhe" alguns poemas com os quais enfeitei a minha cronologia feicebuquiana ;)
Beijinho e bom fim-e-semana, Janita.
Claro que a Maria João sabia!
EliminarAliás, eu sabia que todos (quase) os meus amigos saberiam, perguntei para haver motivo de diálogo. :)
Como apreciadora da poesia desta grande Maria, vou presenteá-la com um seu poema de que gosto muito:
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda..
Espero que a Maria João goste também. :)
Beijinhos e bom Domingo.
Muito :) Gosto muito, Janita, obrigada!
EliminarBeijinhos e um bom Domingo :)
Bom dia, Janita!
ResponderEliminarAmei o poema! está fantasticamente cheio de verdades! Que o escreveu, das três? sei lá... Pim..pam.. pum.. olhe calhou ao meio, Loool :)
Recordações espelhadas... [Poetizando e Encantando]
Beijos e um excelente fim de semana!
Ah, Cidália, mas então se teve que ser ao pim-pam-pum... é porque nunca leu esta senhora Poetisa/Escritora e creio que também jornalista...nem leu sobre o movimento feminista em que as 'Três Marias' se envolveram e lutaram, usando as palavras como arma, ainda no tempo do antigo Regime.
EliminarBeijos e um óptimo Domingo, também para si.
Sei que gostei muito do Poema e agora qual das Marias o escreveu ? penso que é a do meio ...
ResponderEliminarBeijinhos
Boas Festas
É a senhora do meio, sim! :)
EliminarBeijinhos e que o seu Natal seja muito Feliz, junto dos seus entes queridos.
Também creio que é do meio. O escandaloso sururu que as três levantaram no tempo da outra senhora, com julgamento à porta fechada e tudo...
ResponderEliminarbji.
O livro "As Novas Cartas Portuguesas", que denunciaram ao mundo situações discriminatórias graves, relacionadas com a repressão ditatorial do Regime, e as injustiças da guerra colonial, foram a causa desse 'sururu', como o José sabe ainda bem melhor do que eu, claro!
EliminarO importante é que as ´Três Marias' foram julgadas, sim, mas não condenadas, segundo sei. :)
Beijinhos, bom Domingo.
Eu aposto que quem tapa a nudez com a mão, não "com as mãos" é a da direita, pois até vestida, está com a mão direita na frente da "perseguida"! Agora quem escreveu o poema, não adivinho, não! Parabéns pela postagem! Grande abraço! Bom Natal e Feliz Ano Novo! Laerte.
ResponderEliminarA autora deste poema, era/é, uma Mulher desassombrada, Laerte. Ela nunca tapou nada...nem sequer as suas convicções!
EliminarA mulher do poema, retrata a Mulher tímida e humilde, de uma forma geral, naquele tempo. Quiçá, ainda da actualidade.
Festas Felizes para si e os seus, Laerte.
Obrigada.
:)))) ... Já tudo foi dito, com e sem mosquitos ! :))))
ResponderEliminarPois é ! "Esperem-lhe pela volta" quando eu andar mais bem disposto!:((
:)))
Para já e como vingança, passem uma noite bem picadinhas pelos mosquitos :)))
Ehehehehe...vai pensando numa vingança bem vingativa, Rui! :))
EliminarFaz lá uma forcinha para te animares, que eu também ando a fazê-la. Não te entregues, Rui. Força!!
Beijinhos de boa noite!
(Sem mosquitos nem melgas, isso é lá mais para o tempo do calor. :) )
Umas e outras, todas mulheres com tudo o que querem , são e podem.
ResponderEliminarGostei muito do poema e a autora é a do meio.
Beijinhos Janita
Das três, já faleceu uma: a Mª Isabel Barreno. Mas sim, foram sempre Mulheres que não se sujeitaram a amarras castradoras.
EliminarLivres, para escolherem o seu próprio caminho.
Obrigada, Manu.
Um beijinho com votos de boa semana.