A quem agradeço as fotos das alcachofras. :)
A alcachofra de terno coração,
vestiu-se de guerreiro,
erecta, construiu
uma pequena cúpula,
manteve-se impermeável sob as suas escamas,
do seu lado os vegetais loucos
encresparam-se,
fizeram-se juncos
bulbos comovedores,
no subsolo dormiu a cenoura
de bigodes vermelhos,
o vinhedo ressecou os sarmentos
por onde sobe o vinho,
o alface dedicou-se a experimentar saias,
o orégão a perfumar o mundo…
vestiu-se de guerreiro,
erecta, construiu
uma pequena cúpula,
manteve-se impermeável sob as suas escamas,
do seu lado os vegetais loucos
encresparam-se,
fizeram-se juncos
bulbos comovedores,
no subsolo dormiu a cenoura
de bigodes vermelhos,
o vinhedo ressecou os sarmentos
por onde sobe o vinho,
o alface dedicou-se a experimentar saias,
o orégão a perfumar o mundo…
…e a doce alcachofra ali na horta,
vestida de guerreiro, brilhosa
como uma granada orgulhosa,
e um dia
uma com outra em grandes cestos de vime,
Caminhou pelo mercado
a realizar o seu sonho: a milícia.
a realizar o seu sonho: a milícia.
Em fileiras nunca foi tão marcial
como na feira, os homens
entre legumes
com suas camisas brancas
eram mariscais
das alcachofras,
as filas apertadas,
as vozes de comando,
e a detonação
de um caixote que cai,
mas então vem
Maria com o seu cesto
escolhe uma alcachofra,
não a teme, examina-a, observa-a
contra a luz
como se fosse um ovo,
e compra -a, confunde-se na sua bolsa
com um par de sapatos, com um repolho e uma
garrafa de vinagre
até que entrando na cozinha
a submerge na panela.
Assim termina
em paz esta ocupação
de vegetal armado
que se chama alcachofra,
logo, escama por escama
desvestimos a delícia
e comemos a pacífica pasta
do seu coração verde.
"Ode à Alcachofra"
[ Pablo Neruda ]
***********************************
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Ora muito bem! Amei:)
ResponderEliminarNa longitude da lua, constroem-se teias
Beijos e um excelente dia!
E amou muito bem!
EliminarObrigada, Cidália. :)
Não conhecia este poema do chileno. Sempre a aprender.
ResponderEliminarAs fotografias são dignas do poema:-*
Sempre aprendemos quando menos esperamos, querida Teresa!
EliminarHaja predisposição para tal.
Beijinhos a voar para Düsseldorf.
Gostei de ler e são boas,quando bem preparadas! beijos, chica
ResponderEliminarNunca comi tal coisa, Chica.
EliminarÉ bom? :)
Beijinhos.
Não me pronuncio sobre o poema e seu tema.
ResponderEliminarbji.
Ehehehehe...então porquê?
EliminarA alcachofra fez-lhe algum mal?
Beijinho
Não conhecia o poema.
ResponderEliminarMuito bem retratadas as guerreiras e doces alcachofras.
Tenho que ir espreitar um quintal aqui perto para ver como estão!
Abraço
Pelos visto há-as não só em Portugal. Pela maneira como Neruda as descreve parece conhecê-las bem.
EliminarSão cardos a mais para o meu gosto, Leo. Gosto muito é da sua flor.
Beijinho.
Belo poema à alcachofra
ResponderEliminarBeijinhos
Neruda foi sempre pródigo a escrever Odes...a da cebola é fabulosa. :)
EliminarBeijinhos
Da alcachofra, só conheço o chá, nada agradável, por acaso :(
ResponderEliminarBeijocas, Janita
Pois eu, conheço-lhe o nome e, agora, fiquei a conhecer a flor.
EliminarQue é linda, na verdade.
E esse chá faz bem a quê?
Beijinhos, NN.
Melhor que isso só isso
Eliminarhttps://www.vidaativa.pt/a/cha-de-alcachofra/
Beijinhos
Ah, Amiga...mas este chá é uma maravilha! Isto sim é uma 'iguaria' para a saúde, especialmente para mim!
EliminarQuase todos os benefícios aí mencionados fazem parte da minha lista de maleitas a tratar. Vou ver se encontro as folhas secas numa ervanária e começar a tomar isto.
Afinal, este postal já me está a render muitos dividendos em matéria de conhecimentos úteis.
Obrigada, NN, és uma pérola de valor inestimável. :)
Beijinhos.
Encontras em supermercados, em saquetas individuais. No Celeiro também.
EliminarBoa noite, e melhoras alcachofradas eheheheh
:)))
EliminarBeijocas e obrigada!
Nunca provei.
ResponderEliminarMas gosto do poema
Abraço
Para tudo na vida há uma primeira vez, Elvira. Pode ser que ainda ambas lhe possamos sentir o sabor. Só assim poderemos saber se gostamos.
EliminarUm abraço.
Não faço a mais pequena ideia acerca do sabor.
ResponderEliminarBeijinhos
Daí concluir que o Pedro faz parte da minha turma e da maioria dos comentadores. :)
EliminarSe Neruda refere que se saboreia a 'pacífica' pasta, deve querer dizer após muita picadela nos dedos, para lhe chegar ao tal coração verde. Será? :)
Beijinhos.
Durante a minha meninice e adolescência, comia-se requintadamente em casa de meu pai. Era o único luxo a que ele se permitia, já que acreditava que os transportes públicos eram um serviço que deveria ser utilizado por todos e nunca quis ter um carro, nem se deixou aliciar pelos apelativos "bólides" dos colegas e amigos.
ResponderEliminarAs nossas refeições eram invariavelmente precedidas por sofisticadas entradas, quase sempre coroadas pelas alcachofras ao molho de manteiga.
Sempre tive boa boca, mas não suportava o sabor das alcachofras. O pai espantava-se com esta minha aversão a tão deliciosa iguaria, mas depressa desistiu de me tentar convencer a comê-las.
Deliciosa, sim, é a Ode à Alcachofra, do Neruda :)
Beijinho, Janita.
Maria João
Algo me diz que, também eu, não iria apreciar essa iguaria, Maria João.
EliminarDesde miúda sempre fui lendo e vendo nos filmes, o apreço daqueles que atingiam um lugar ao sol e a primeira coisa que desejavam - qual condenado à morte, com direito ao último desejo - era beber champanhe e comer caviar. Quando, um dia, provei essas ovas de esturjão, essa pasta escura, de sabor horrível, nem quis acreditar que alguém pudesse chamar aquela coisa de 'iguaria', só ao alcance de pouquíssimos privilegiados.
Sabe um coisa, Mª João? Quer-me cá parecer que a maioria das pessoas diz que sim, que gosta, só para se darem ares de gente bem.
Agora das alcachofras não me posso pronunciar, pois não lhes conheço o sabor.
Beijinho. :)
A mim, sabiam-me a cinza de cigarros, eheheheh...
EliminarBeijinho,
Maria João
Mª João
Muitas vezes digo que olhar não basta, é preciso ver!
ResponderEliminarFoi assim que as fotografias aconteceram e que aqui reproduzes.
Não posso deixar de agradecer teres dado tamanho destaque "à coisa". *_ó
Evidentemente que o poema (eu desconhecia) se sobrepõe à foto; o contrário é que seria de estranhar.
Muito temos que agradecer ao Sr. Neruda pelas suas prosas e pelos seus poemas.
Beijoka e sorrisos floridos
Sabes que mais? Sem alcachofra não teria havido poema, essa é que é essa!!
EliminarNada a agradecer amigo, eu só dou destaque às coisas de que gosto, independentemente do gosto alheio.
Como, tal como tu, não provei a alcachofra, só posso dizer maravilhas da fotografia e da flor.
Uma beijoca repenicada, Zé!! :)
Nunca uma alcachofra foi tão brindada como neste poema do Neruda.
ResponderEliminarGostei imenso deste post, parabéns.
Janita, um bom resto de semana.
Beijo.
É verdade!
EliminarMuito o Poeta devia gostar de alcachofras...!
Obrigada, Jaime.
Beijinhos e dias muito felizes!
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