By Dina Belenko |
Não vi, não ouvi, não assisti. Mas sei, caro leitor, que
isto aconteceu; é verdadeiro. Foi-me contado há muitos anos por pessoa idónea e
de inteira confiança: minha Mãe!
Escondido
que estava este incidente, na gaveta onde repousam as memórias bizarras,
porém, de pouca monta, foi-me reavivado há pouco pela leitura d’algo que me fez
sorrir, duplamente agradada.
Passando aos factos, resumo o que me foi contado: Uma jovem
mulher que, por motivos que não vêm ao caso, casou, já entradota na idade, tida
como apropriada, ao tempo, como a idade casadoira. Tão cedo quanto pode, levou o
marido à sua terra Natal – por sinal, minha também.
Queria mostrar o marido a toda a gente, qual troféu merecido. Homem por sinal bem-apessoado, um
beirão de Almeida, que conheceu não sei onde nem quando, provar a toda a gente
que, a que já diziam solteirona, havia saído do rol das tias, e, concomitantemente, mostrar ao marido a terra onde nascera.
Ora, tal acontecimento, não poderia acontecer, - com o devido
pedido de desculpas pela redundância -, num dia qualquer de um qualquer mês do
ano. Tinha de haver assistência. A Vila precisava estar a rebentar pelas
costuras, de conhecidos, desconhecidos e familiares de visita à terra. Para isso,
nada melhor do que a festa da Santa Padroeira que era celebrada, desde tempos imemoriais,
por alturas da Páscoa.
No momento em que, na Praça da República, se ouvia o som
dolente do Cante Alentejano e se um alfinete tivesse caído do céu, não chegaria a
tocar o chão, a orgulhosa esposa que seguia uns passos na frente do marido,
de braços abertos ia gesticulando e dando cotoveladas para a direita e para a esquerda,
afastando entraves ao caminho daquele seu legítimo pedaço de mau caminho, quiçá
o mel, quiçá o sal, quiçá a pimenta da sua vida, gritando a plenos pulmões:
- Deixem passar o meu marido!
Ahahahhah
ResponderEliminarSó não: quiça de afecto.Neste caso seria mais um, quiça lingua de fora e um nha nhanha nhanha... biram?!
Boa tarde, Janita
Ehehehehehe
EliminarNinguém lhe cobiçava o troféu, ela é que achava ter descoberto a pólvora em tempo de guerra.
Boa noite, Non! :)
E que tal se fosse o marido (devidamente instruído, claro!)a ir à frente, de cotovelos em riste, a proclamar: deixem passar a minha esposa? Não seria assim ela o "foco", como desejava? Quiçá!
ResponderEliminar1 bji.
Isso é que tinha sido! Mas, na verdade, não foi assim que aconteceu, José.
EliminarAs historietas nós podemos alterar, os factos, não! :)
Um beijinho e bom Domingo.
O acontecido, há muito acontecido
ResponderEliminarterá sempre que ser apreciado como olhar desse tempo
Casar era um selar, quase um sacramento
não o ter, não casar, era quase um estigma,
e querida amiga,
eu ainda me lembro de, embora não estando a ser mostrado
ser alvo de atenção por ser dela o namorado
(Quanto ao Xilre, ainda aguardo,
no seu belo escrever
uma palavra-adubo, ou palavra-semente
pois de qualquer ideia já estou descrente)
Rogério.
EliminarO acontecido foi, de facto, há muito acontecido, sim!! :))
Diz bem, ficar solteira era um estigma, mas felizmente os tempos mudaram.
Ou 'ela' ser a notada
por ser de tão jeitoso
mancebo, a bonita namorada?
Quanto ao Xilre, deixe-o lá
porque a palavra dele raramente aduba
outros cantos,
mas vai semeando bons escritos
e nós, suas leitoras
ficamos quietinhas nos
nossos recantos. ;)
Um abraço.
:) Doces e divertidas memórias, Janita...
ResponderEliminarBeijinho
Memórias que me
Eliminarforam passadas
e, agora,
reavivadas...:))
Assim, à moda do Rogério.
Beijinho, Mª. João. :)
Se o moço era bem apessoado, ainda correu o risco de alguma moçoila lhe cobiçar o marido :)
ResponderEliminarBom domingo !
Beijinhos Janita
Por isso é que a possessiva esposa ia abrindo alas e advertindo do seu título de posse...ahahaha
EliminarBeijinhos, Manu!
Tal a azáfama do cotovelo que, mais atrás, uma velhota dizia:
ResponderEliminar- O cu? tou vê-lo. :)
Um beijinho, Janita :)
Ehehehehe...Oh, AC, querem ver que tu andavas lá metido, no meio da multidão...??
EliminarJá me fizeste rir a bom rir.
Ainda bem, a ver se me passa a telha...:(
Beijinho, AC. :)
Por completa impossibilidade de aceder à caixa de comentários, por motivo muito estranho, (mensagem que não solicitei/coloquei) ao qual sou alheia, Roadrunner
ResponderEliminardeixou-me este comentário no seu blog:
“Então se hoje qualquer “vedeta” de alguidar tem “direito” a uma trupe de seguranças a abrir caminho pela multidão, porque não o tal “apessoado”, até porque o inestimável valor é atribuído ao critério de cada um, pese embora, que neste caso, esse valor pareça que era só mesmo para a “segurança”. :)
Muito Obrigada, Roadrunner .
Tentarei tudo para resolver esta contrariedade.
Um abraço.
Há cada uma... ou havia. :))
ResponderEliminarTambém não sei, Luísa! :)
EliminarBom e divertido Carnaval.
Já viste que podem ir tomar banho de mar? :))
Que cena embaraçosa para o marido‼️
ResponderEliminarAinda bem que os tempos mudaram‼️
Düsseldorf 🎈 HELAU 🎈
Um embaraço e tanto...imagina se fosse o contrário e uma de nós se visse nessa situação? Que horror, que vergonha... quando olhasse para trás já não me via!! :))
EliminarHoje, por aí, já está mais calor?
Bom Carnaval, então!
Que relato delicioso!
ResponderEliminarQuando a idade avança e os preconceitos imperam não há melhor forma de contrariar "a coisa" do que um acto publicitário apregoado em dia de festa. Aliás quem melhor gaba o noivo senão a noiva?
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