Meu Amor! Meu Amante! Meu Amigo!
Colhe a hora que passa, hora divina,
Bebe-a dentro de mim, bebe-a comigo!
Sinto-me alegre e forte! Sou menina!
Eu tenho, Amor, a cinta esbelta e fina…
Pele doirada de alabastro antigo…
Frágeis mãos de madona florentina
– Vamos correr e rir por entre o trigo! –
Há rendas de gramíneas pelos montes…
Papoilas rubras nos trigais maduros…
Água azulada a cintilar nas fontes…
E à volta, Amor… tornemos, nas alfombras
Dos caminhos selvagens e escuros,
Num astro só as nossas duas sombras!…
"Passeio ao Campo"
Soneto de Florbela Espanca
-----------------------------------------------------------
Partilho a homenagem a Florbela Espanca.
ResponderEliminarBoa Noite
Muito obrigada pela sua visita e folgo em sabê-lo apreciador dos poemas da poetisa alentejana.
EliminarBoa Noite.
Pergunta o nome ao ganso
ResponderEliminarpela pinta
é da minha família
e... Florbela é minha irmã
Não posso informar-me do nome do palmípede.
EliminarEle está longe e passou na minha vida de forma fugidia....porém, duvido que seja da sua família.
Ele é um descendente da linhagem dos Gans. :)
Já a Florbela deve ser prima em segundo grau... :)
Tivesse eu olhos funcionais e responderia sem grandes dúvidas, mas... assim, apenas me parece vagamente ser um ganso comum, um belíssimo Anser anser... pode, porém, ser um cisne, um Cygnus olor...
EliminarEspero ter podido ajudar, que esta passarada também é toda da minha família :)
Bela poesia! Bjs,tu d o de bom! Chica
ResponderEliminarGrata, querida Chica.
EliminarBeijos e tudo de bom para ti, também.
Uma alma atormentada que se reflecte na poesia.
ResponderEliminarBeijinhos
É verdade Pedro, mas até as almas atormentadas têm os seus momentos de paz interior.
EliminarBeijinhos
Bom dia
ResponderEliminarUm passeio muito bem imaginado , por uma grande senhora !!
JR
Sem dúvida! E ninguém soube falar de amor e de "amar, amar, perdidamente", como soube Florbela Espanca.
EliminarBoa noite, JR.
Costumo achar os sonetos de Florbela Espanca um pouco tristes, na minha opinião este fugiu à regra.
ResponderEliminarGostei da imagem que escolheste, parece que é junto ao lago da minha cidade.
Beijinhos Janita
E não será triste falar de Amor, quando se é alguém que assume ter vindo ao mundo para conhecer alguém, e que nunca nesta vida encontrou?! Só pode ser triste quem cantar o amor ausente, querida Manu! :)
EliminarÉ uma foto que foi tirada à pressa, pois o ganso veio de semblante carregado e ameaçador, em direção da menina que estava a ser fotografada. Tão estranha ficou que nem tu a reconheceste, Manu!! ;)
Beijinhos.
Sempre me deixo deslumbrar pela esmagadora beleza dos sonetos de Florbela... sempre!
ResponderEliminarObrigada e um beijinho, Janita :)
E não é caso para menos, a Florbela foi uma sonetista fabulosa, de sensibilidade rara.
EliminarEu é que lhe agradeço, Maria João. :)
Um beijinho.
Florbela Espanca a manifestar amor pela vida e alegria de viver!
ResponderEliminarsempre bonito e sensual:)
bonita partilha, Janita
Quem diria, não achas querida Ângela?
EliminarFico muito feliz com o teu agrado.
Um abraço. :)
A Florbela Espanca era uma alma atormentada mas, neste soneto até nem transparece.
ResponderEliminarA fotografia é estranha. É montagem?
Um beijinho Janita!
Sandra Martins
É como eu disse ao Pedro, Sandra.
EliminarQuem sabe se, quando este soneto escreveu, ela não estivesse a amar e a ser correspondida?
Não! Montagem? Ela está é desfocada. Foi feita às três pancadas num telélé sem grande tecnologia. E, mesmo assim, era o melhor que havia :) Soubesse eu fazer essas coisas e a fotografia mostraria toda a beleza que naquele lago existia.
Beijinho, Sandra.
Florbela Espanca deixou marca.
ResponderEliminarBeijinho, Janita.
A Poetisa de Vila Viçosa foi uma Mulher que marcou uma época, António.
EliminarBeijinhos.
Gosto muito dos seus sonetos!
ResponderEliminarUma mulher que viveu á frente do seu tempo.
Abraço
As almas sofridas fazem da sua dor - se a tanto lhes chegar o engenho e a Arte - ressurgir palavras muito belas.
EliminarTens razão.
Um abraço e obrigada, Leo.
Florbela, alma em desassossego, aprecio.
ResponderEliminarE o ganso, que está ele a fazer ali? Não parece estar interessado na Senhora a ser fotografada. Deve estar a mirar uma gansa, lá mais ao lado. Parque da Cidade?
bji
Acho que nunca possuí esse desassossego interior, que me levasse ao tal golpe de asa e deitar cá para fora sentimentos em palavras de encantar.
EliminarAí é que o meu amigo se engana, aquele ganso estava furioso com a invasora dos seus domínios. A gansa era a Senhora...ehehehe
Não, senhor, é muito mais distante, contudo igualmente belo e comparável ao Parque da Cidade do Porto. É o English Garden em Munique. Corria o ano 2011.
Beijinho.
Uma escolha simplesmente bela!! :))
ResponderEliminar-
São os filhos, o nosso bem maior
-
Beijos, e um excelente dia
Agradeço a sua simpatia em nome da nossa Florbela.
EliminarBeijinhos.
Nunca comunguei do fatalismo da Florbela.
ResponderEliminarCom sinceridade
Mas aqui gostei
😊
Vai ver, a Florbela, tal como Amália, acreditava que:
Eliminar" Ninguém foge, por mais forte, ao destino que Deus dá"
Havia também um certo fanatismo, ou obsessão, nos seus poemas como nos mostra este seu belo soneto:
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !
Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !
E, olhos postos em ti, digo de rastos
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim !"
Obrigada. :-)