.......................Para acompanhar os insones, até que adormeçam... e possam acordar ao som de Poesia. Ofereço-vos:
....dois Poemas na madrugada.
A Un General
Región de manos sucias de pinceles sin pelo
de niños boca abajo de cepillos de dientes
Zona donde la rata se ennoblece
y hay banderas innúmeras y cantan himnos
y alguien te prende, hijo de puta,
una medalla sobre el pecho
Y te pudres lo mismo.
Julio Cortázar
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Tradução
Região de mãos sujas de escovas sem pelos
de crianças de cabeça para baixo com escovas de dentes
Zona onde o rato se enobrece
e há inúmeras bandeiras e eles cantam hinos
E alguém te excita, filho da puta,
uma medalha ao peito.
E apodreces do mesmo jeito.
*
[tão actual...]
*
Para amenizar a crueza deste poema, deixo-vos com a voz, - máscula e tão doce, - de Cortázar que declama:
"Los Amantes".
Também este poema envolto da crua realidade, mas que a voz do Poeta suaviza.
Quién los ve andar por la ciudad
si todos están ciegos ?
(...)
Los amantes rendidos se miran y se tocan
una vez más antes de oler el día.
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Doçura, sim!
ResponderEliminarMasculinidade, não!
Eu não apodreço do mesmo jeito, e adormeço como um anjo.
Masculinidade, não? Porquê?
EliminarAos meus ouvidos, a voz de Julio soa-me forte, máscula e doce.
Ah, mas tu és um anjo. Jamais apodrecerás...fugirás ao fim que, na altura, Cortázar destinou os que se julgam acima do comum dos mortais: os medalhados e prepotentes.
Por cá também se usa muito disso. Colocam-se medalhas ao peito, a torto e a direito!
Obrigada, Teresa.
Tu sabes muito bem, Janita, que detesto homens másculos tipo Julio Cortázar.
EliminarTentei ouvir o vídeo e não compreendi uma palavra.
Quando digo que durmo como um anjo, significa que não sofro de insónias. Quanto às medalhas, recuso TODAS as medalhas que o vosso presidente me queira colocar no peito ou num outro sítio.
Na verdade, Teresa, por vezes, nem sei se sei o que quer que seja. Então o teu "deserto loiro" não era um homem másculo e forte como, aliás, o são quase todos os alemães? Pensei que detestavas era homens morenos, os latinos. O que nada tem tem a ver com o facto de serem 'másculos'. :))
EliminarIsso do anjo eu percebi, claro, mas pensei que dormisses como uma pedra. Os anjos dormem?
A ver se vamos todos dormir bem esta noite.
Desconhecia um e outro!
ResponderEliminarAbraço
Estamos sempre a aprender, Leo! :)
EliminarO que eu tenho aprendido e, por certo, ainda aprenderei, por esta blogosfera...
Um abraço.
Tenho vários livros de Julio Cortázar, considerado um dos mais importantes escritores latino-americanos.
EliminarSuponho, Teresa, que te refiras aos livros que se encontram na Biblioteca perto de ti e, se não estou em erro, trabalhas em part-time. É isso?
EliminarEu não tenho nenhum, mas gostaria de ter. Gosto da sua poesia, já que a prosa lhe não conheço.
Obrigada, Teresa.
Os livros de Julio Cortázar são meus.
EliminarNão trabalho na biblioteca, mas frequento regularmente as diferentes bibliotecas, por causa da literatura secundária.
Boa noite e dorme como um anjo.
Que bom! Deves ter uma biblioteca considerável.
EliminarAgradeço e tomara que sim, porque preciso dormir, ando cansada.
Um abraço, Teresa.
Já tinha introduzido um comentário, que foi para o galheiro, sem saber porquê. Vou repeti-lo.
ResponderEliminarEntão hoje 'vendeu-se' aos 'castelhanos'?
Creio não ter lido o Córtazar.
Quanto a medalhas, relembro: - Foge cão, que te fazem barão. - Fujo para aonde, se me fazem visconde?. Chapéus, perdão, medalhas há que baste.
bji.
Faça como eu que já me cansei de os perder.
EliminarAntes de clicar faço copy/paste, se fugirem, já não me arrelio.
Não me vendi nada, que ninguém me paga nem eu aceitaria contrapartidas, ora essa! Já se esqueceu da minha costela de cigana de andaluzia?
Este senhor escritor/poeta era argentino. :)
Essa do cão andar fugido e a monte, para não ser barão, nem conde ou visconde, fez-me rir a bom rir...ehehehehe
Lá está: estamos sempre a aprender.
Beijinhos a rir. :)
Eu não disse que o Córtazar era castelhano, mas sim que se expressava em castelhano.
ResponderEliminarLá está, são os lapsos: não sei se sabia da sua costela cigano-andaluza. Folgo em saber.
E a do cão a fugir é velhinha, como não conhecia?
+ 1
Nem eu disse que o José disse, disse?
EliminarReferi apenas a nacionalidade do escritor.
Pois, não conhecia, não. Vai ver a história nasceu muito antes de mim... :)
A poesia castelhana para mim é tão sensual
ResponderEliminarA língua namora connosco quando a falamos ou sequer pensamos.adorei
Que perfeita definição daquilo que sinto em relação à poesia escrita em castelhano! Há nas palavras uma sensualidade que nos prende, há sim senhor. :)
EliminarJá mantive uma interacção quase diária com amigos bloggers do pais vizinho. Infelizmente, saíram da blogosfera, apenas ficou um que me parece andar mais pelo Face.
Tenho dois livros do Poeta Juan Francisco Bravo Real, meu amigo.
Qualquer dia vou transcrever um dos seus poemas, a ver se o Miguel gosta. :)
Um abraço e obrigada por não desistir de aqui vir.