Amor sem fruto, amor sem esperançaÉ mais nobre, mais puro,Que o que, domando a ríspida esquivança,Jaz dos agrados nas prisões seguro.
Meu leal coração, constante e forte,
Vendo a teu lado acesos,
Flérida ingrata, os ódios, os desprezos,
O rigor, a tristeza, a raiva, a morte.
Forjando contra mim, por ordem tua
Mil setas venenosas,
Em prémio destas lágrimas saudosas,
Inda assim continua
A abrasar-se em teus olhos... Vis amantes,
Corações inconstantes,
De sórdidas paixões envenenados,
Vós, a cujos ardores,
A cujos desbocados
Infames apetites
A Virtude, a Razão não põe limites,
Suspirai por ilícitos favores,
Cevai-vos em torpíssimos desejos.
Tratai, tratai de louco um amor casto,
Que eu nos grilhões que arrasto;Tão limpos como o Sol, darei mil beijos.Peçonhenta aliança,Vergonhoso prazer, de vós não curoDe ti, sim, porque és puro,Amor sem fruto, amor sem esperança.
Manuel Maria Barbosa du Bocage, in "Excerto de Flérida - Idílio Pastoral"
Poema lindíssimo, deslumbrante de ler
ResponderEliminar.
Saudações poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Foi um grande poeta este homem moreno, meão de altura, olhos azuis e rosto tristonho.
EliminarObrigada, Rycardo.
Saudações.
Boa tade de paz, qurrida amiga Janita!
ResponderEliminar"Tratai, tratai de louco um amor casto".
Um poema que não conhecia e amor sem esperança nos mata em vida aos poucos.
O coração amoroso tem sempre esperança de dias melhores.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos com carinho de gratidão
Tenha dias
Olá amiga Rosélia.
EliminarAgora já se finaram os amores castos e puros.
Pelos vistos naquele tempo também.
Pelo que este foi apelidado de louco.
Beijinhos e tenha uma boa noite, minha amiga.
Querida, com todo meu respeito que merece, pois bem sei da sua sabedoria de vida e competência (é nitida), mas eu ainda creio no Amor puro. Não me importo de ser chamada de louca também. Eu confio totalmente no outro e a felicidade acontece. Sei que me compreenderá.
EliminarBeijinhos fraternais
Claro que a compreendo, querida Rosélia.
EliminarFui, toda a minha vida, uma crente no amor puro. Sequer posso conceber que se ame de outra forma. Mas, infelizmente, a traição e o espezinhar contínuo dos meus sentimentos, afastaram de mim essa crença.
Desculpe, mas mais do que isto não posso nem devo dizer.
Um abraço amigo.
Recebe meu abraço de carinho e perdoe-me ter ousado 'discordar', mas compreendendo... Você é pessoa de fino trato conosco. Beijinhos
EliminarBeijinhos, amiga Rosélia.
EliminarSabia que iria compreender.
Obrigada.
Um poema lindo que desconhecia, mas confesso que Bocage me deixa sempre a pensar. Não é fácil interpretar este vaivém de sentimentos.
ResponderEliminarHaja esperança de se conseguir um amor solto e sem grilhões.
Gostei muito das tua flores.
Beijinhos amiga Janita
São sentimentos contraditórios, como sempre que o amor anda no ar, Manu. Mas o Poeta sabia bem manejar o uso das palavras.
EliminarA esperança é uma ave que mal voa, esmorece e cai no mar.
Beijinhos e fica bem, Amiga.
Sem esperança e complicado.
ResponderEliminarBoa Tarde.
O Manel Maria era tão complicadop quanto a sua poesia.
EliminarMas foi um grande poeta.
Boa Noite e obrigada, Luís.
Não conhecia este poema! Adorei :)
ResponderEliminar🌻
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Beijos- Boa noite!
Boa noite, Cidália.
EliminarEstive no seu blog e vi que indicava um blog que havia publicado aquele seu poema na sequência de uma frase. Acontece que o blog em questão está inactivo e não me foi possível ver a imagem que lhe haviam escolhido.
Desculpe Cidália, mas se não ceitou as regras porque razão participou? Sei que estou a intrometer-me num assunto que não me diz respeito, mas acontece que acabei por sair do seu espaço sem nada dizer. Fica para uma próxima vez.
Boa noite e obrigada.
Bom dia Janita!
EliminarA Imagem era uma Tela e eu não quis publicar no meu blogue porque a autora do blogue podia não gostar. A frase no titulo, essa foi uma opção minha, quanto à imagem deixei que A Srª a escolhesse. Depois ao passar no meu blogue só modifiquei o titulo, para não cansar. Tal como a imagem.
Quanto ao blogue em questão está ativo e bem ativo. " Como é possível não o conseguir ver?"
Beijinho
Por favor, clique no AQUI que deixou no seu blog, como referência.
EliminarBom dia.
Janita, tem razão! Mas, o segundo título do blogue em AZUL, vai direcionado para o blogue Dela. o "aqui" esbardalhou-se, lol
EliminarBeijinho
😊 O tempo me dará razão em muitas outras coisas, amiga Cidália.
EliminarAtenção, a autora desse blogue está acima de qualquer intenção oculta nestas minhas palavras. Tanto assim é, que ainda a tenho, e terei, na minha lista de blogues. A raiz do mal é outra... disfarçada de fada-madrinha vai espalhando maçãs envenenadas. Como sempre pensei pela minha cabeça, não estou nem aí.
Desculpe, mas continuo a dizer que a Cidália devia ter mantido a escolha feita pela autora da rubrica.
Beijinhos.
Uma excelente escolha.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Este é um bonito poema, sim Elvira.
EliminarAndo numa fase sem grande ânimo para a escrita - aliás nem para coisa alguma - e, como sabe, um blog tem de ser alimentado. Não sendo possível publicar trabalhos de autor, recorro ao talento dos nossos poetas.
Obrigada e até amanhã.
Abraço.
Mas escolhes bem os temas....
ResponderEliminarAdorei as flores 😊
Beijinhos
Ah, para isso ainda vou tendo alguma apetência, amiga Manela.😊
EliminarBeijinhos.
Eu nunca escreveria um poema assim
ResponderEliminarMas...
...Também não me chamo Bocage
(e agora uma pergunta, porquê a escolha de tais imagens a ilustrar um poema tão azedo e desesperançoso?)
Talvez tenha sido com a Esperança na esperançosa crença de que neste meu leal coração, constante e forte a esperança possa renascer.
EliminarBoa noite, Rogério.
O Manuel Maria não era só piadético.
ResponderEliminarTinha outras dimensões.
Beijinhos, bfds
O Manel Maria era um verdadeiro tratado, Pedro.
EliminarBeijinhos, bom fim-de-semana.
Bom dia Janita,
ResponderEliminarO prazer da poesia chegou-me tardio.
E, como tudo que se aprende muito depois de ter abandonado os corredores da escola, penosamente.
Não consigo ler poesia como quem toma um copo de água: de um trago.
É mais como quem prova um bom vinho, com pequenos goles, tentando vislumbrar a cor, o aroma, o paladar, saboreando-o em toda a sua extensão até final.
Por fim, se souber alguma coisa sobre o eu do poeta, as suas motivações, os seus desencantos, então e somente então, me concilio com o poema, a luz aclara, o que leio fica nítido e o prazer floresce.
E foi assim também com este.
Desculpe a extensão do comentário, concluo já e com votos de que conserve a esperança no futuro, pois como alguém dizia, enquanto houver esperança só o covarde desesperará.
Bom dia, Joaquim Ramos.
EliminarFiquei encantada com a descrição da forma como diz ler Poesia.
Na verdade, seria assim, degustando lentamente cada palavra, como quem prova um bom vinho, palavra a palavra, frase a frase, que a boa poesia deveria ser lida, até que a mensagem do Poeta fosse integralmente apreendida.
Quem dera que todas pessoas que vão "arranhando" os seus poemas, soubessem interpretar, desse modo, os poemas de que tem teve/tem, a Poesia no sangue.
Por favor, não se iniba de escrever os comentários com a extensão que a exposição da sua ideia precisar. É um gosto ler o que escreve.
Muito obrigada!
Bom dia
ResponderEliminarCom um pouco mais de dificuldade na interpretação , mas um poema que nos deixa mais esperança .
JR
Como o Joaquim sabe, o nosso Bocage era um homem de grande cultura e saber, mas tinha lá os seus quês que dificultavam o entendimento das coisas que escrevia e dizia.
EliminarBasta lembrarmo-nos da história do 'Ladrão de Patos':
" Doutor, afinal levo ou deixo os patos?". 😊
Lembra-se?
Bom dia, Tenha um bom fim de semana, JR!
Um dos meus poetas favoritos e já conhecia este poema que para mim é a luta por um amor/atenção não correspondido mas que teima estar sempre presente.
ResponderEliminarBeijocas e uma boa tarde
As rosas são maravilhosas e a minha filha tinha várias mas a cadela Zara come-as qté onde chega:))))
EliminarOlá, Fatyly.
EliminarVejo que já regressaste à base. Pelos vistos fez-te bem mudar de ares. Coisa que eu não farei, pelo menos não ainda este Verão, se bem que a vontade também não seja nenhuma.
É verdade, neste poema o Bocage fala-nos de um amor puro e casto, platónico, portanto. E, como dizes, talvez não fosse correspondido. Logo ele, habituado a obter os 'favores' de quantas mulheres desejasse possuir.
Vergonhoso prazer, de vós não curo
De ti, sim, porque és puro,
Amor sem fruto, amor sem esperança.
Acontece aos melhores. 😇
Isto dos animais de estimação se transformarem em donos das coisas dos donos e reis do pedaço, é uma chatice.
Beijinhos, bom fim de semana.
Janita, adoro Bocage!
ResponderEliminarFoi grande versejador
E monumental na dor
Do desafeto. Em ultraje
Ele agia como age
Um sábio e contumaz
Sátiro. Sendo capaz
De infernizar o inimigo.
Eu senho sempre comigo
Que nos versos sol sagaz.
Bela postagem, Janita! Parabéns! Abraço cordial. Laerte.
Olá, Poeta Laerte.
EliminarTambém gosto dos seus poema, principalmente, dos sonetos.
Gosto também, e muito, dos seus comentários poéticos.
Muito obrigada pela sua simpática visita.
Cordiais saudações.
Oi Janita
ResponderEliminarBocage -um grande nome da literatura portuguesa e sua escrita e seus poemas são feitos para refletir rs tenho sempre que reler rs
Esse 'Amor sem Esperança' é realmente bem pouco otimista, mas poetas gostam de sofrer e se não sofrem fingem bem rs
Aqui ele suspira por um 'amor inconstante e cita as 'mil setas venenosas'
.Um amor complicadinho Janita Fujamos desses rs
Abraços e bom sábado
Olá, querida Lis!
EliminarCom os poemas de Bocage temos que dar trabalho aos neurónios.
Ainda bem! 😊
Imagine como ficou confuso o pobre ladrão dos bípedes palmípedes, quando já ia pular o muro com os ditos metidos num saco, e o nosso Manuel Maria, furibundo. o interpela.
"...Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada."
Às vezes também me apetecia ter uma bengala fosfórica... E a Lis, não? 😉
Beijinhos amiga, do outro lado do Oceano. 🥰
hehehe rindo aqui Janita ,só mesmo Manuel Maria pra me levar ao riso... tadinho do ladrão não entendeu nadinha e tal como eu demoro pra saber o que Bocage pretenda que eu entenda rs então Janita (a garganta resolveu doer inesperadamente desde ontem, estou na expectativa que passe rápido).
Eliminarboa noite, querida beijim
🌺 🌷
EliminarBeijinhos e bom fim de semana. Lis! 🌞 🌼