Serpa - numa das minhas visitas ao Lar de idosos onde se encontrava um meu Tio. Ao fundo, a Igreja de S.Francisco. |
Chorosos versos meus desentoados,Sem arte, sem beleza, e sem brandura,Urdidos pela mão da desventura,Pela baça tristeza envenenados.Vede a luz, não busqueis, desesperados,No mudo esquecimento a sepultura;Se os ditosos vos lerem sem ternura,Ler-vos-ão com ternura os desgraçados.Não vos inspire, ó versos, cobardiaDa sátira mordaz o furor louco,Da maldizente voz a tirania.Desculpa tendes, se valeis tão pouco,Que não pode cantar com melodiaUm peito, de gemer cansado e rouco .
Manuel Maria Barbosa du Bocage
1765-1805
"Se os ditosos vos lerem sem ternura,
ResponderEliminarLer-vos-ão com ternura os desgraçados."
Dá um abraço meu ao teu tio
e
para ti, outro
Rogério.
EliminarA uns 200 metros adiante da Igreja/Lar de Idosos, repousam os restos mortais desse meu Tio e de minha Mãe, que não faleceu lá mas sabíamos ser lá que gostaria de repousar. Cumpriu-se a sua última vontade.
Obrigada.
Um abraço meu.
O elmano da minha cidade.
ResponderEliminarUma inspiração de sempre
🙂
Um génio! Sempre, sim.
EliminarUm abraço.
Um abraço
Eliminar🙂 Outro.
EliminarSim 'chorosos versos' de um importante poeta português de séculos atrás., e que sua biografia ainda repercute entre os estudiosos da literatura. Usava uma linguagem depurada em seus versos.
ResponderEliminarGostei da foto também. Cabelinho moderno ,Janita, as recordações são sentidas mas as saudades sempre lembra alguns bons momentos vividos.
Abraços e bom fim de semana
Quando, sem esperarmos, nos vem ter à mão uma foto que nem nos lembramos da data exacta em que foi feita e a recordação dos entes queridos nos toma conta do coração, só podemos ter ideias e sentimentos tristonhos, querida Lis.
EliminarAinda hoje quando lá vou, gosto de entrar pelo meio dos campos, abrandar e absorver o cheiro da terra alentejana que me rodeia.
Talvez se lá vivesse, este sentimento não fosse tão forte e tão dolorido.
Beijinhos e abraços, Lis.
Feliz fim de semana.
Um soneto grandioso de um dos meus poetas preferidos.
ResponderEliminarA foto está giríssima de uns tempos bem diferentes dos actuais:)))
Beijos e um bom fim de semana
Também gosto muito do Manuel Maria, Fatyly.
EliminarTanto pode ser grosseiro, vulgar e detestável, como nos inspira uma ternura imensa pela dor que manifesta em alguns dos seus poemas. Um grande Poeta!
Atendendo à data do falecimento deste meu Tio, creio que isto foi na segunda metade dos anos noventa. Já lá vão uns aninhos, sim.
Engraçado é que, no meu íntimo, não me sinto muito diferente de como me sentia então.
A nossa aparência pode mudar, podem mudar as paisagens, mas a nossa essência, não.
Beijinhos e obrigada.
Desejo-te também um feliz fim de semana.
Bom dia
ResponderEliminarMais uma boa escolha de um poeta querido por muitos.
E mais uma recordação do Alentejo.
Bfs
JR
Tudo pessoas e lugares que gosto, caro Joaquim.
EliminarBom dia e obrigada.
Grande Bocage.
ResponderEliminarNunca fui a Serpa. Conheço Beja, Mértola, Mourão, Reguengos..., mas não Serpa nem Barrancos.
bjis.
Parece impossível!! :-)
EliminarBeijinhos, bom fim de semana.
Sempre invocando o teu Alentejo...
ResponderEliminarBeijinhos,amiga!
Como não, querida Manela, se é o Alentejo que vem ter comigo quando menos espero?!
EliminarBeijinhos e abraços.
Mind blowing blog
ResponderEliminarHave a nice weekend, Rajani.
EliminarRealmente certos estados de alma levam (-nos) a compreender coisas em que outros, mais felizes ou distraídos, nem sequer reparam.
ResponderEliminarOs grandes poetas, como Bocage, Pessoa, etc. tocam os sentimentos na perfeição.
Feliz fim de semana, Janita, e também para o seu tio.
Tem razão Mª Dolores.
EliminarPor isso, não é poeta quem quer e escreve umas quantas palavras bonitas. Poeta é quem sabe tocar os corações, nos faz estremecer e arranca do fundo da alma sentimentos que fazem vibrar. Sejam eles quais forem, desde o melhor ao pior que esteja guardado em nós.
O meu Tio, amiga, já está a cerca de 200 metros de distância do lugar em que viveu os seus últimos anos, ou seja, perto do Monumento que se vê ao fundo.
Feliz fim de semana para todos nós, os que ainda respiramos.
Beijinho.
Poema poderoso!
ResponderEliminarNuma passagem rápida...
.
Amigos, esta rapariga, vai fazer uma pequena pausa, para umas merecidas férias. Voltarei assim que me for possível, aos vossos blogues.
Até já...
Beijos e Abraços
Boa notícia a que me traz, Cidália.
EliminarEntão, boas férias! Divirta-se e recupere energias para ir dispendendo durante o Inverno.
Até breve.
Beijinhos.
Penso que não há cidade alentejana que não conheça, tudo me encanta a Sul.
ResponderEliminarAgrada-me as paisagens a perder de vista, o artesanato e os belos petiscos.
Será preciso dizer que gosto muito dos poemas de Bocage? Boa escolha.
Beijinhos querida Janita.
Ps. Não consigo aceder ao blog da Manela, tenho pena.
Eu não tenho blog, Manu.
Eliminar.
Pois é, querida Manu. O Sul tem coisas boas e coisas más e o Norte também! 🙂
EliminarOnde nos sentirmos bem e felizes, é o lugar ideal para viver.
Se não sentirmos alegria dentro de nós de que servem as belezas que nos rodeiam? Enfim, filosofias...
Aí tens a resposta que eu te daria, Manu. A nossa amiga UmaMaria só vai criar um blog quando se reformar. Vamos ficar atentas...🙂
Beijinhos e abraços às duas.
A mordaz poesia de Bocage, que bem se assemelha ao Boca do inferno brasileiro Gregorio de Matos.
ResponderEliminarBela escolha Janita nesta série bem elaborada com versos encantados.
Bjs amiga.