...de ir à adega e provar o vinho novo, de comer castanha assada, de beber jeropiga ou água-pé, de fazer fogueiras, magustos e tudo o que for tradição!
Mas...quem olha para
O Homem Das Castanhas?
Vamos pois homenagear o São Martinho
comer castanhas e beber vinho.
Homenagear o fadista que já partiu.
E
com alguma saudade
mas sem saudosismo, cantar o Fado sem esquecer:
O Homem Das Castanhas
Na Praça da Figueira
Ou no Jardim da Estrela
Num fogareiro aceso é que ele arde
Ao canto do Outono, à esquina do Inverno.
O Homem Das Castanhas é eterno
Não tem eira nem beira, nem guarida
E apregoa como um desafio
É um cartucho pardo na sua vida.
E, se não mata a fome, mata o frio
Um carro que se empurra
Um chapéu esburacado
No peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
O homem que apregoa ao fim da tarde
Ao pé dum candeeiro acaba o dia
Voz rouca com o travo da pobreza
Apregoa pedaços de alegria
E à noite vai dormir com a tristeza.
Quem quer quentes e boas quentinhas?
A estalarem cinzentas na brasa
Quem quer quentes e boas quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa
Quem quer quentes e boas quentinhas?
A estalarem cinzentas na brasa
Quem quer quentes e boas quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.
A mágoa que transporta a miséria ambulante
Passeia na cidade o dia inteiro
É como se empurrasse o outono diante
É como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para O Homem Das Castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
Ardem no fogareiro dores tamanhas.
Quem quer quentes e boas quentinhas?
A estalarem cinzentas na brasa
Quem quer quentes e boas quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa...
🌰🌰🌰🌰🌰🌰🌰🌰
Que vos saibam bem as castanhas, mas, mais ainda,
a companhia e a alegria.
Carlos do Carmo um grande interprete. Deixou saudades. Vivam as castanhas assadas. Viva o S. Martinho.
ResponderEliminar.
Cordiais saudações.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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E Viva tudo o que for português!!
EliminarObrigada por vir comer das minhas castanhas.
Saudações igualmente cordiais.
É sempre bom recordar este Enorme ícone do Fado Português. Nunca se esquece!
ResponderEliminar-
Feliz noite de São Martinho!:)
Obrigada, Cidália.
EliminarA minha noite de São Martinho não foi tão boa quanto poderia ser!
Comi umas castanhas frias, cozidas, e não bebi jeropiga nem água-pé...É a vida, né? :)
Gosto muito deste fado.
ResponderEliminarCarlos do Carmo, Ary e o homem das castanhas são eternos!
Abraço
Também gosto muito deste, e de outros fados, assim como gosto da voz de Carlos do Carmo. Aqui, neste "O Homem das Castanhas", como em tantos outros fados e canções, Ary foi o poeta, o CC o intérprete, mas o autor da belíssima composição foi o Paulo de Carvalho. Felizmente, ainda entre nós.
EliminarAbraço, bom fim de semana, Leo.
Festejamos o dia. Eu não, foi o dia em que morreu o meu pai.
ResponderEliminarBoa Noite, um abraço.
Nesse caso, ainda que o Luís comesse castanhas, o dia seria sempre uma lembrança triste. Também a minha Mãe foi a sepultar num último dia de um certo ano, 94, mais propriamente, em que manda a tradição mundial, se festeje a chegada do Ano Novo.
EliminarÉ a vida, meu Amigo.
Um grande abraço.
Não comi castanhas, nem bebi vinho, mas vi as celebrações do Dia da Lembrança na televisão que homenageiam os veteranos de guerra.
ResponderEliminarConheço o fado, e assisti talvez a dois espectáculos com Carlos do Carmo em Toronto.
Sê feliz!
:)
Homenagens diferentes não deixam de ser homenagens, Catarina!
EliminarOs nosso artistas actuam muito no Canadá e, por esse mundo afora, para as Comunidades Portuguesas.
Obrigada, querida, sê feliz (sempre) também. :)
Em Macau também houve quentes, quentinhas.
ResponderEliminarBeijinhos, bfds
Onde houver um Português, há tudo o que com ele nasceu, Pedro!
EliminarAté a Saudade...
Beijinhos, bom fim-de-semana.
Bom dia
ResponderEliminarNão poderia ter melhor homenagem este dia que eu considero um dia de alegria para os pobres , pois poder comer umas castanhas e beber um bom copo de vinho é sem duvida uma alegria muito grande para muitas famílias portuguesas .
JR
Nos tempos que correm, - ainda que o conceito de pobreza seja diferente dos tempos idos -, não sei se as castanhas assadas, compradas à dúzia, será a alegria só dos pobres. Mas fazem parte da tradição e nós, como bons portugueses, gostamos de manter as tradições, não é JR? :)
EliminarObrigada e bom fim-de-semana.
Bela recordação de Carlos do Carmo.
ResponderEliminarBeijinho, Janita.
Um Português que levou o Fado a todo o lado, até aos salões da burguesia, (à qual pertencia) merece todas as homenagens, António.
EliminarBeijinhos.
Nem me lembrei do dia porque o meu pensamento do dia foi dar força via telefone ao meu irmão e cunhada porque a filha com 38 anos foi operada a um cancro de mama. Só passadas seis horas é que já no quarto lhes disseram que tinha corrido tudo bem.
ResponderEliminarGostei de ouvir o Carlos do Carmo e o teu bordado está mesmo um must ou como se diz agora está "bué da fixe":)))
Foi bom vir aqui e um bom fim de semana
Beijocas
Fatyly, sabes lá a dor e a apreensão que pode haver por detrás de um sorriso?! Tenho na família um caso idêntico com a agravante de estar a desenrolar-se muito longe. Fico por aqui, não leves a mal.
EliminarUm beijinho e obrigada.
Sei bem amiga ó se sei e claro que não levo a mal. Também fico por aqui e desculpa eu.
EliminarBeijocas
Beijocas e que tenhas uma santa noite, Faty.
EliminarOntem também me deliciei em casa do meu filho e comi umas bem saborosas.
ResponderEliminarGosto sempre de ouvir o Carlos do Carmo.
Beijinhos amiga Janita
Que bom, Manu! Com a companhia de quem amamos tudo nos parece mais saboroso, não é verdade?
EliminarBeijinhos e abraços grandes, amiga.
O teu bordado é lindo, és uma menina prendada :)
ResponderEliminarRecebe mais uma beijoka
Fui uma menina muito consciente de que tinha de preparar-me para a vida...talvez, por isso, tenha aprendido tantos trabalhos manuais. Hoje, sou uma mulher que vive olhando para dentro de si, querendo ser melhor como pessoa, já que a vida me foi tão adversa em matéria de afectos e do sentimento de pertença.
EliminarIsto é um dasabafo, não é para perceber, desculpa.
Beijinhos, beijokas e abraços.
PS-Por onde andará o nosso amigo das "beijokas", sabes?
Tradições portuguesas que nos acompanham por toda a vida.
ResponderEliminarGostei
Somos um país de fortes e arreigadas tradidões, Miguel.
EliminarUmas boas, outras nem tanto.
Obrigada. :)
«Quem quer quentes e boas quentinhas?
ResponderEliminarA estalarem cinzentas na brasa
Quem quer quentes e boas quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.»
Comprei
e ficou-me na boca
um denso sabor a saudade
Eu sei, Rogério.
EliminarO sabor amargo da saudade, não lhe deixou sentir o gosto doce e quente das castanhas.
Um abraço amigo.
Bem sei que pulei a postagem sobre S. Martinho, mas não há explicação para este pulo. O que sei é que depois de minha leitura da postagem fiquei matutando sobre o que minha mãe sempre me dizia: "sua castanha está assando". Sabia que era a promessa de chumbo grosso da sua espingarda", risos. E nas reuniões do Gabinete Português de Leitura, há sempre vinho e castanha assada. Ora, Ora! Então, um Viva a S. Martinho!
ResponderEliminarAbraços, amiga!
Eheheheh...Isso da castanha a assar como ameaça de castigo vindo a caminho, também já se usa por aqui, José Carlos. Quase sempre por brincadeira.
EliminarAgora o São Martinho já seguiu o seu caminho, mas para o próximo ano haverá mais vinho novo e castanhas assadas.
Um abraço, amigo Poeta.