Foi um tempo em que o tempo era só meu.Não sei quantos anos _ poucosde uma vida incompleta.Sempre a exaltação e aemoção à flor da pele.
Quer fosse pela influênciada multidão de lenços brancosagitados em despedidaqual mar de espuma,quer fosse pela leiturade um romance de final triste.Sempre a excessivaemoção à flor da pele.
Na noite anterior,a este diaenquanto a pequena imagemdesfilava perante o olhar febrilda multidão em transeninguém chorava senão eu.Sempre a emoçãoà flor da pele.
Nunca mais lá quis voltarcomo crente.Apenas de passagemcomo turista.
Nesse particular, nessas romagens, a multidão exerce sobre nós uma emoção que balança a nossa sensibilidade, sobretudo quando estamos frágeis. A sua decisão de só voltar a esse lugar como turista, parece-me bem acertada.
ResponderEliminarUm abraço.
Mesmo assim, há muitos anos que lá não vou, Luís.
EliminarNão sinto o chamamento. Sobretudo depois que foram feitas as remodelações e vieram a lume os maus tratos às raparigas que eram recolhidas num certo Convento de freiras.
Um abraço.
Dizem que nunca se deve voltar ao(s) lugar(res) onde fomos felizes.
ResponderEliminarSegue o teu instinto.
Boa semana, Janita, beijinho.
É o que procuro sempre fazer, António. Sigo o meu instinto.
EliminarBoa semana, amigo.
Beijinhos
Vivendo aqui só vejo as multidões pela televisão, prefiro aquele espaço vazio.
ResponderEliminarJá não me emociono!
Abraço
Também eu, Leo! Voltei lá depois, já casada e com filhos. Pude apreciar a grandeza do Santuário, a pequena Capela e todo o espaço circundante, vazio, sem velas nem flores. Só eu e o meu olhar sobre aquele espaço, transformado num chorudo negócio. Desde o custo das lembranças aos preços praticados nos restaurantes. Não comprei nada e comi pessimamente. Nunca mais lá voltei. Só aquela vez, para "exorcizar" as emoções sentidas naquele ano de um Maio quentíssimo, que me abalou por dentro.
EliminarBeijinho.
Bom dia
ResponderEliminarA emoção é talvez um dos sentimentos que por mais que queiramos não conseguimos superar. Não sei se todos têm esse sentimento mas sei que quando menos espero lá vem a lagrima ao canto do olho, e por vezes nem eu sei porquê . Daí se dizer " à flor da pele "
JR
Neste caso, amigo JR, toda a emoção que me fez chorar como uma Madalena, foi a influência que a multidão e todo o cenário à minha volta, causaram na minha mente ainda virgem de grandes emoções causadas pelo meio envolvente.
EliminarÉ impressionante, a importância que pode exercer na mente de alguém as urbes em delírio.
Isto das religiões é como na política:"Demagogia, feita à maneira, é como queijo numa ratoeira". Tal e qual!!
Sim, "à flor da pele", significa tudo o que brota em nós e não conseguimos controlar...como a revolta causada pelas injustiças, por exemplo.
Bom dia, boa semana.
As palavras dizem bastante e a imagem complementa. Me perdoe Janita, mas eu em si não sei dizer se gosto mais dos seus posts se dos seus comentários, que na verdade, são respostas aos nossos comentários. Por vezes acontece-me só compreender a fundo uma sua publicação, depois de ler os seus comentários resposta, outras vezes os comentários dos digníssimos leitores. Sempre fui de compreensão lenta, o que contradiz uma outra minha faculdade que é a perspicácia :)
ResponderEliminarRetiro de tudo o que li que a Janita não deixou que a emoção lhe toldasse a razão.
Já conversámos de muita coisa aqui no seu cantinho, mas penso que de religião é a primeira vez. Vejo a religião um pouco como o futebol, é-se do Benfica, Sporting ou Porto sem se saber verdadeiramente porquê. Talvez porque nossos pais nos incutiram os valores e a prática e nós os recebemos sem os questionarmos.
Depois, mais tarde, quando atingimos a idade da razão, sentimos necessidade de acreditar em Deus e ao mesmo tempo não conseguimos deixar de o refutar e tudo o que está por detrás da Igreja, a começar no negócio e a acabar na pedofilia.
Por isso sustento que mais importante que a nosso compromisso com a Igreja e a prática religiosa é a nossa relação interior com Deus. Por vezes sinto-me bem pensando que há algo superior a mim (quiçá um anjo) que me orienta, acolhe e protege. Mas olhando para o sofrimento à minha volta, hesito.
Posso colocar Deus no centro do mundo, mas acho que é um ser que está a perder muito do seu poder. O homem munido do seu livre arbítrio, cada vez pensa mais por si, e cada vez mais está entregue a si próprio. Desamparadamente só mas esclarecidamente só.
Um abraço Janita.
Não há nada a perdoar-lhe, Joaquim.
EliminarEm boa verdade, reconheço que me revelo mais através das minhas respostas do que nas publicações que faço, até porque nelas falo pouco de mim. Levo os assuntos, ora poetanto metendo-me a lírica, ora gracejando.
Também não tenho, nem nunca tive, uma vida tão interessante que possa trazer para as páginas deste espaço. Talvez se tivesse o dom de romancear as minhas vivências passadas ou presentes, como leio em alguns blogs, escritos por quem domina essa arte com primor e mestria, a coisa resultasse. :)
No resto, gostei muito de ler a opinião do Joaquim, colocando religião e futebol no mesmo 'grupo' das tendências que se tornam quase afectivas com o tempo, e nem se sabe explicar como se lá chegou e lá se ficou. Não é o meu caso. Nem num caso nem no outro.
Tenho uma forma de acreditar muito minha, pois prende-se na minha 'teimosia' em desde cedo acreditar que existe algo superior a todo o poder da força humana, sem no entanto conseguir acreditar em milagres de santos ou santas. Talvez não exista mesmo nada, para além do que a ciência explica, mas eu preciso ter esperança de que tenho em algum lugar, do Universo celestial, algo que me protege.
Não senhor, não perfilho a sua ideia de que estamos entregues a nós próprios. Mais informados, mais cultos, mais esclarecidos, mas mais desamparados por Ele. Jamais!
Um abraço, Joaquim, e obrigada!
Quando existem assuntos contraditórios daqueles em que acreditamos, a fé vai-se de esvaecendo. Como turista concordo...
ResponderEliminar🌹
Beijos, e votos de uma excelente semana!
Cidália, vou dar-lhe um exemplo. Eu acredito em Maria, Mãe de Jesus Cristo, não acredito na virgem Maria, mãe de Cristo, percebe? Eu penso que aqueles que se enclausuraram em Mosteiros, de livre e espontânea vontade e professam a Fé, têm mais obrigação de exercerem a compaixão e a bondade. Não perdoo nem compreendo as crueldades que têm sido perpetradas, ao longo da História, em nome de Deus e da religião. Farsantes!
EliminarUm abraço. :)
Sinto que as tuas palavras falam de algo que te marcou profundamente e te deixou as emoções à flor da pele.
ResponderEliminarSeja o que for sei que superarás todos os desmandos da vida. Tu és forte.
Beijinhos amiga
Sim, Manu, tenho as minhas cicatrizes, mas não me considero vítima. Injustiçada, sim.
EliminarJá tive a oportunidade de superar, amiga, isso me basta.
Aprender a viver com as nossas dores e frustrações, faz parte do nosso processo de crescimento interior.
Beijinhos, querida Manu!
Fazer parte de uma multidão pode engrandecer ou exaltar a experiência de determinados eventos ou situações. Neste caso em particular é mais emocionante. Sentimos a nossa energia e a energia das outras pessoas. Uma boa energia.
ResponderEliminarGostei da experiência de um 13 de maio e da experiência de outro dia sem multidões.
Li a tua postagem com atenção. Não quero palpitar sobre o seu verdadeiro objetivo. A ti pertence apenas.
Sim, Catarina, foi uma boa experiência fazer parte daquela multidão de fiéis, mas não me senti integrada. Creio que foi essa sensação de estar sozinha no meio de tanta gente que rezava cantando a Avé Maria, que me provocou algo parecido a um choque traumático. Também, nem que eu quisesse, te conseguiria explicar melhor...
EliminarBeijos.
Oi Janita
ResponderEliminarNão reconheci muito a fotografia e lendo os comentários entendi se tratar de um momento religioso que os versos comprovam_ 'emoção à flor da pele' é o que quase sempre alguns cultos religiosos provocam.
Cada um trás ensinamentos e vivências desde criança e carrega pela vida, não necessariamente precisam ser iguais para serem verdadeiros. Todos temos nossas convicções , e ter 'emoções a flor da pele' é um bom sinal. É também bonito.
Emoções fortes tem que ser vez ou outra (risos), meu coração é bem fraco Janita e choro por nada. rs
Boa noite e boa semana. E, abraços.
Olá, Lis!
EliminarQuerida amiga, não poderia estar mais de acordo com tudo o que escreveste. Carregamos as nossas vivências pela vida fora e não precisam ser iguais às demais para que quem as não viveu as possa compreender e ter como verdadeiras.
Também tenho um coração fraco, fraquíssimo em todos os sentidos, tanto a nível lírico quanto literal. :))
Beijinhos e tudo de bom, por aí, nesse belo país de sol e samba.
Guardo as minhas emoções à flor da pele deste momento, pois faz água no meu peito. É tudo de penetração difícil que não consigo pô-lo de forma clara... Se falamos ou não do mesmo lugar também, digo-lhe que fiquei com a mesma impressão quando lá estive uma única vez. Aqui também visitei a Basílica de N. Sra. Aparecida e fiquei com a mesma sensação de que havia certo mercantilismo com a fé... Enfim, será que falamos de um mesmo lugar, o nosso lugar de fala seria o mesmo. Agora ficou mais confuso. Sou um caos, risos! Deixo-a antes de deixá-la confusa, risos!
ResponderEliminarDeixo beijinhos para compensar a "confusão", risos!
Meu querido amigo, não se preocupe, foi claríssimo!
EliminarNão existe caos nem desordem, numa mentalidade tão fértil e aberta às coisas do mundo, quanto a do meu caro escritor/poeta, cidadão coerente e lúcido!! E esta, heim?
Confusa, eu? Ora essa!
Aí vão três beijinhos, à boa maneira dos Países Baixos. 🥰
Já nem lembro a última vez que lá estive.
ResponderEliminarFoi há MUITO tempo.
Beijinhos
Também a minha última ida a este local, de culto e devoção, ocorreu há muuuuiiito tempo, Pedro!
EliminarBeijinhos.
Muitas vezes não há razão para as emoções e somos todos emoções nobre Janita e se são á flor da pele só nos resta vive-la e poetiza-la ao suor máximo desta que escorre pela face. Drummond dizia que não voltava à sua terra natal, porque não queria viver as emoções à flor da pele e assim viveu com ela apenas em poesias.
ResponderEliminarLinda semana com leveza e alegria Janita.
Carinhoso terno abraço.
Amigo Toninho.
EliminarNesse aspecto, de não querer reviver emoções, não estou em sintonia com Drummond de Andrade. Embora hajam emoções que dispenso, por me terem marcado pela negativa. Não é o caso de voltar à terra que me viu nascer, tão pouco a esta que aqui refiro, mas nunca mais em datas de gentios.
Muito grata pelos seus bons desejos, querido amigo, o mesmo lhe desejo.
Abraço-o com amizade.
O teu poema é sentido e bem profundo porque sobre as cerimónias de Fátima teria muito a dizer. Nunca fui a nenhuma porque tenho fobia a multidões e uma ou duas vezes vi pela televisão mas nenhuma delas cheguei até ao fim.
ResponderEliminarA Fé cada um terá ou não a sua mas sempre olhei para aquele mar de gente com respeito embora ache que é mais "osso do que carne". Acredito em Nª.Sra de Fátima e já lá fui muitas vezes mas fora de comemorações ou missas. Vou apenas à capelinha e fui duas vezes à Igreja que não me recordo do nome e nunca pus os pés na nova que pelas imagens que vejo na net foi um estourar de dinheiro. Detesto a Cruz de Cristo que dizem ser XPTO. Ok para mim é uma tremenda "não digo".
A simplicidade para mim era o melhor, mas os entendidos dizem que não.
O que sinto quando estou e que por lá ando...é paz, uma paz inexplicável.
Porque acredito na senhora: porque por volta dos meus 10/11 anos tive uma experiência inédita e surreal com o meu irmão e amigos na casa uns vizinhos dos meus pais.
Beijocas e um bom dia
Sabes, querida Fatyly? Respeito e acredito tanto em tudo o que escreveste, que sinto uma enorme honra e gratificação por teres vindo desabafar as tuas crenças e experiências infantis, ao nível do surrealismo, que é justamente como encaro as aparições. Se acredito na mãe de Cristo? Claro que sim! Neste caso Senhora de Fátima por ter sido em Fátima que o fenómeno aconteceu, mas Maria, Mãe desse homem que foi injustamente condenado à morte, colocado ao mesmo nível de ladrões e malfeitores, só há uma e é nessa que eu acredito.
EliminarUm grande beijinho, Faty e um bom dia cheio de sol e aconchego interior.
Acredito nela mas jamais acredito em que é tanto apregoado, as minhas crenças roçam mais as da minha terra e como adorava as missas campais, sem salameques e rituais que me chateiam ver e saber. As músicas? Ai as músicas eram feitas pelo povo e saía o que saía numa alegria expectacular. Levei sempre os meus pais à missa da Igreja daqui e tinha que meter um rebuçado à boca para não adormecer. Monótonas até dizer chega. Deixei de ir e muitas vezes assento-me numa capela vazia onde falo com os meus deuses. Rezar o terço...o primeiro e segundo mistérios ainda consigo mas nos seguintes já o meu pensamento ganhou asas:)))) desisti:)
ResponderEliminarAcho que o ser humano tem de ter algo em que acredita, e sim e acredito em todas as Marias/Mães que sofrem a perda dos filhos ou fazendo tudo por eles, estes cometem crimes loucos sobre elas.
Por ser muito curiosa conheço várias pessoas e locais de outra religiões mas que todas elas quando se vêm em apertos falam e arrematam "ai meu Deus me ajude". Já fiz sorrir várias ao dizer elá está a chamar pelo meu quando deveria ser o seu ex- Jeová, Alá, Buda?:))))
Para ti também um bom dia de sol e aconchego interior.
Beijos mil
Claro, amiga, temos as nossas crenças, mas não cremos em tudo o que nos querem impingir. Tão simples como isso!
EliminarBeijinhos e noite boa.
Às vezes falo com Deus, mas é o Deus de Abraão, de Moisés...nunca penso nos Santos, nem na Virgem Maria.
ResponderEliminarE Deus já me fez algumas vontades....
Não sou muito de monólogos com o meu Deus, mas falo em pensamento com uma entidade que sempre senti perto de mim. Se é um Anjo ou a alma de algum antepassado meu que esteja onde estiver me ouve e entende, não sei. Só sei que isso me ajuda a suportar as horas menos boas.
EliminarUm beijinho, querida Manela.
Fica bem.