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Sonho
Teria passado a vida
Atormentado e sozinho
Se os sonhos me não viessem
Mostrar qual é o caminho
Umas vezes são de noite
Outras em pleno de sol
Com relâmpagos saltados
Ou vagar de caracol
Quem os manda não sei eu
Se o nada que é tudo à vida
Ou se eu os finjo a mim mesmo
Para ser, sem que decida.
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Poema que muito me diz, da autoria do nosso
primeiro filósofo, ensaísta, poeta, Professor, Agostinho da Silva.
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O nosso grande filósofo
foi uma pessoa modesta
homem de grande saber
o maior entre os maiores
sem nunca se gabar de o ser.
Nunca acatou ditaduras
que o pensamento lhe castrasse
partiu para longe, viveu,
por certo amou e sofreu
fazendo dos sonhos seus __
__ a razão com que eu sonhasse!
Não sei se tenho sonhos. Sei que tenho planos.
ResponderEliminarQuerida Catarina.
EliminarE, dependendo dos planos
mais ou menos viavéis,
eles podem ser sonhos
ou projectos alcançáveis.
Beijos.
Minha amiga Janita,
ResponderEliminarNão fazes ideia (ou fazes?) da importância que teve o professor Agostinho da Silva, na Universidade Federal da Bahia. Aliás, um dos seus filhos, Pedro Agostinho, era casado com uma das mais ilustres professoras do Departamento de Língua Portuguesa, Profa. Rosa Virginia Mattos e Silva, hoje, ela descansa nas mãos de Deus, eternamente. Rosa tinha um livre trânsito nas universidades portuguesas pelo seu notável saber, sobretudo nos estudos do português arcaico. Aliás, Pedro é também professor da Universidade Federal da Bahia, de outra unidade de ensino, aposentado, reconhecido professor de antropologia. Publiquei um trabalho na Revista Internacional de Língua Portuguesa sobre José Cardoso Pires pelas mãos de Rosa Virginia, que era do Conselho editorial juntamente com o professor Ataliba de Castilho. Não dê importância à minha publicação não é nada, nunca serei nada, risos.
Bem, gostei de ler o poema de Agostinho da Silva, este defensor “dos pobres e dos oprimidos” e defensor intransigente da liberdade do homem, um esgrimista contra as ditaduras, falando dos sonhos. Ele era um idealista, um sonhador (também).
Beijinhos, minha amiga!
São comentários como este, e outros, que fazem o favor de trazer até a este meu modesto cantinho, que vão compensando os dissabores que este mundo da blogosfera, por vezes, me vai trazendo. Todos querem brilhar e ter razão, proclamando os direitos que esta Democracia lhes confere, mas na hora do vamos a ver, tudo muda de figura. Enfim, não ligue muito a este desabafo que ao meu querido amigo não deve fazer o menor sentido.
EliminarIndo ao que interessa.... Sim, Caro Professor e Amigo, imagino a importância de Agostinho da Silva no meio Cultural e pedagógico brasileiro, porque tenho lido muito sobre o seu percurso de vida. Na sequência da sua oposição ao regime ditatorial de Salazar exilou-se no Brasil em 1947 de onde só regressou em 69, já com Marcelo Caetano no poder.
Todos os Grandes Homens guardam em si a capacidade de sonhar e a modéstia de Ser, ao invés de Parecer.
Como não quero passar-lhe uma ideia errada de que sou uma pessoa erudita, culta e estudada, devo dizer que só 'conheci' o Professor Agostinho da Silva, através das suas "Conversas Vadias". Um programa delicioso que passou na TV nos anos 90 e que nunca perdi um episódio.
Aprendi muito com a grandeza das suas experiências e ideias sobre o mundo que nos rodeia.
O meu amigo José Carlos Sant'Anna, sob essa sua maneira simples e acessível de lidar com os outros é também digno da minha profunda admiração.
Ando há imenso tempo para lhe dizer isto, mas só agora se me deparou a oportunidade, que não quero de modo algum desperdiçar. :)
Muito obrigada!
Beijinhos, amigo José Carlos.
Excelente publicação sobre um homem que muito admiro - na realidade quem não o admira?
ResponderEliminarSobre o sonho haveria muito a dizer, mas vou apenas citar o mestre chinês Zhuang Tsu: "E eu que digo que estás a sonhar, também estou num sonho."
E porque também estou num sonho Janita, me desculpe por vezes pelo destempero dos meus comentários, mas quando dou livre pretexto à imaginação (e ao sonho), liberto as asas e torno-me pássaro a chilrear livremente pelos campos.
A Janita não sabe mas eu vou-lhe contar que, quando teço os comentários que com gosto deixo no seu cantinho, ora estou no remanso de casa ora no burburinho do café.
É nesse sentido que lhe ofereço o que se segue, não lhe chame poema, pois é mais um plágio ou uma adaptação talvez, ou então um divertimento como diria o Mozart, seja o que for a Maria Guinot que me perdoe onde estiver.
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro a palavra para lhe dizer
É uma pedra ou é um grito
De qualquer coisa por acontecer
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p’ra onde vou
E a Janita solta um riso
Mas é um esboço daquilo que sou
Às vezes o meu tempo tarda em passar
E escrevo o que ninguém vai acreditar
Às vezes sou também um sim alegre ou um triste não
E troco a minha vida por um momento de ilusão
E troco a minha vida por um momento de ilusão
Joaquim Ramos...
EliminarNão se preocupe com as várias formas de comentar aqui, nem sempre sou o que pareço. :))
Gosto muito de conversar consigo, sinto-me à vontade, pois sei que não vai ficar a 'medir forças' comigo por coisas de "lana caprina". Não lhe garanto que possamos sempre entender-nos como Deus e os Anjos, mas afianço-lhe que não sou de fincar pé pensando que sou dona da razão nem guardo ressentimentos.
Isso era lá com quem dizia que «nunca tinha dúvidas e raramente se enganava». Sei que posso esperar o mesmo do Joaquim, isso me deixa livre de ser genuína sem usar de palavras escolhidas, com receio de melindres.
Continuando com o tema principal desta publicação: Os Sonhos, para quem desta vez escreve no burburinho do café (?) saíu-se muito bem.
A Maria Guinot não tem de que se importar lá no sossego do Paraíso, pois eu, que conheço a letra e a música de "Silêncio E Tanta Gente", só na cadência rítmica lhe noto semelhanças.
Saiba, caro Joaquim, que a Janita nem sempre solta o riso em divertidas gargalhadas com as suas palavras. Muita vezes, e esta é uma delas, também se emociona por estes belos momentos que vão adoçando a sua vida.
Muito Obrigada!
Vou guardar este poema que me dedica, para a posteridade...e mais além. Como diz a minha filha na brincadeira.:)
Um grato abraço, Joaquim.
Sem dúvida um grande poeta e filósofo. Deixou obra para os vindouros.
ResponderEliminarCumprimentos poéticos
Certamente que sim, caro Ricardo.
EliminarAssim os vindouros saibam dar valor ao grande homem que foi Agostinho da Silva.
Um abraço.
Agostinho da Silva marcou
ResponderEliminar-me por essa simplicidade aparente.
Sonho pouco!
Abraço
Também a mim, Leo.
EliminarCreio bem que a aparência correspondesse à essência.
Eu já sonhei mais, mas ainda sonho q.b.
Abraço.
Havia um programa(não me recordo do nome) na Tv com ele e sempre gostei muito de o ouvir e sobretudo ler. Quando durmo não me recordo dos sonhos, mas acordada eles vêm em catadupa e revejo-me neste poema dele.
ResponderEliminarAs tuas palavras foram muito certeiras.
Beijos e uma boa noite
Deves estar a referir-te às "Conversas Vadias", creio que na RTP.
EliminarNem me lembro se por essa altura já havia a Estação de Queluz.
Já eu sonho a dormir e acordada também. Sou uma perdulária. :)
Beijinhos, e bons sonhos, mas, sobretudo, bom sono.
Janita, minha querida amiga, gostei muito do poema 'Sonho' do filósofo, ensaísta, poeta, Professor, Agostinho da Silva - que eu não conhecia.
ResponderEliminarMas aí, Janita, também leio, além da postagem, alguns comentários e tuas respostas, como do nosso amigo José Carlos e a tua resposta para ele, e também a do teu leitor Joaquim Ramos e tua resposta.
E se eu te disser, amiga, que hoje me emocionei com tuas respostas? Não é sempre que encontramos pessoas tão verdadeiras, tão bonitas na maneira de pensar. Certas coisa me comovem. Eu já tinha notado, e hoje resolvi te falar, ou melhor, escrever rss. A verdade, é que a emoção não pede licença, e trancá-la? Por quê? Segue assim, querida amiga, tão difícil as pessoas mostrarem o que são, viverem sua verdade! Sinto que te conheço há bastante tempo, por que será?
"O nosso grande filósofo
foi uma pessoa modesta
homem de grande saber
o maior entre os maiores
sem nunca se gabar de o ser."
Beijinho, querida, um lindo fim de semana!
Querida Taís.
EliminarSempre me faz corar com a bondade elogiosa dos seus comentários.
Sabe, minha amiga? A maneira como me vejo, olhando-me de dentro para fora, é que não sou tão má quanto me julgam algumas pessoas que, por um motivo ou outro, não gostam de mim, nem tão boa, quanto pareço aos olhos dos que de mim gostam.
Eu própria tenho alturas em que não gosto nada de algumas particulares que vejo em mim, noutras penso que estou muito bem assim como sou. Resumindo, minha doce e generosa Amiga, sou um ser humano sempre em contrução. Umas vezes avançando na minha obra interior, outras recuando desastrosamente.
Gostei tanto, tanto, desta sua frase: "Sinto que te conheço há bastante tempo, por que será?" Porque será, minha amiga? :)
Um grande beijinho de gratidão e muita amizade.
Era realmente um homem invulgar.
ResponderEliminarGosto de sonhar.
Até acordado.
Beijinhos, bfds
Infelizmente, hoje em dia, não vemos à nossa volta, mentes tão lúcidas e brilhantes como foi a de Agostinho da Silva, Pedro.
EliminarQue bom saber que o Pedro não perdeu a capaciade de sonhar acordado...:-)
Beijinhos, Bom fim-de-semana
Um grande pensador com o dom da palavra.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Sem dúvida, Francisco!
EliminarUm Pensador com letra maiúscula.
Abraço, bom fim-de-semana.
Se Sebastião da Gama
ResponderEliminarFalasse com Agostinho
Dir-lhe-ia que "É pelo sonho que vamos"
E lhe indicaria o caminho
Este mesmo que vou seguindo
E como sonha o meu amigo Rogério...!
EliminarFelizmente, nada lhe faz parar essa capacidade de deixar que o Sonho lhe comande a vida.
Bonito isso!
Viva o Sonho e Vivam o Sonhadores.
Um abraço.
Antes de vir aqui, estive a ler a biografia deste grande homem. Conhecia-lhe alguns poemas, mas não o seu percurso notável.
ResponderEliminarUma pessoa de grande coragem aliada a uma grande simplicidade.
Sobre o poema, achei maravilhoso.
Calculo que a menina em baixo sejas tu...linda foto!
Beijinhos amiga Janita
E as suas "Conversas Vadias", Manu, chegaste a ver/ouvir na TV?
EliminarEra de uma perspicácia e sagacidade tais, que apanhava no ar qualquer intenção mais dúbia, deitando-a por terra com a sua fina e oportuna ironia. Um génio!
Pois a "menina" em baixo foi recortada e escurecida, propositadamente, de uma foto em que está com o neto ao colo.
O meu mais velho, nesta altura teria pouco mais de um ano.
Beijinhos, querida Manu.
O sonho é o que involuntariamente nos resta para entrar noutra dimensão em que nos vemos a nós próprios. Às vezes é bom.
ResponderEliminarUm abraço.
Concordo! O sonho é uma acção involuntária, talvez uma forma de nos evadirmos da (nossa) realidade, adoçando-a, de modo a torná-la suportável.
EliminarUm abraço.
Citar um baluarte da razão, para mim, é sempre tranquilizador
ResponderEliminar:-)
Tranquilizador e, supostamente, incentivador, não Miguel? :-)
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