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Poetar com humor e ironia
Não é para qualquer bicho-careto
É preciso na intenção ser isento
Não usar a ideologia
- a torto e a direito -
Sem pejo nem qualquer acerto.
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[ Mas o senhor, Millôr Fernandes, nesse particular, foi, é e será, o Maior.]
Imagem, Wikipédia. |
LUTA DE CLASSES
Estava o rei lavando os pratos
Depois de enxugar os garfos.
A rainha dava tratos aos móveis
Vasculhava a sala, a copa e o salão
Deixando aos principezinhos a tarefa
De encerar o chão
Enquanto a criada na varanda
Deitada numa rede de fina contextura
Lia um livro de aventura
Quando entrou um rei vizinho
De um reinado bem maior
E bem baixinho, bem baixinho
Ofereceu à criada
Um emprego melhor.
Bom dia
ResponderEliminarEstive a pesquisar pois não conhecia este artista com múltiplas funções.
Um poeta que se preze não tem problemas em fazer com ironia.
Gostei desta frase: "A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades."
JR
Millôr Fernandes foi um multifacetado homem das Letras, JR.
EliminarSe clicar nas minhas Etiquetas no seu nome, poderá ver e ler outras publicações que fiz sobre MF.
Boa noite e obrigada.
Gostei de ler.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Boa noite, Elvira.
EliminarObrigada, um abraço.
Maravilhoso. Lindo de ler
ResponderEliminar.
Cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Boa noite, Ricardo.
EliminarObrigada.
Como sempre, encantador, maravilhoso :))
ResponderEliminarBeijos e uma boa tarde!
Um poema cheio de saudável ironia sobre as classes sociais.
EliminarAté o termo "criada" nos diz que estavamos no século passado.
Um abraço e uma boa noite.
Encantador de ler. Adorei!
ResponderEliminarBeijinhos
Obrigada, Paula.
EliminarUm abraço.
Boa noite.
MUDANÇAS IMUTÁVEIS
ResponderEliminarÀ MANEIRA DOS CHINESES
“Se você não consegue fugir, você é muito corajoso”
Olin-Pin, abastado negociante de óleos e arroz, vivia numa imponente mansão em KIn-Tipê. Sua posição social e sua mansão só não eram perfeitas porque, à direita e à esquerda da propriedade, havia dois ferreiros que ferravam initerruptamente, tinindo e retinindo malhos, bigornas e ferraduras. Olin-Pin, muitas vezes sem dormir, dado o tim-pin-tin, pan-tan-pan a noite inteira resolveu chamar os dois ferreiros e ofereceu a eles 1000 ienes de compensação, para que ambos se mudassem com suas ferrarias. Os dois ferreiros acharam tentadora a proposta (um iene, na época valia mil dólares) e prometeram pensar no assunto com todo empenho. E pensaram. E com tanto empenho que, apenas dois dias depois, prevenidamente acompanhados de advogado, compareceram juntos diante de Olin-Pin. E assinaram contrato, cada um prometendo se mudar para outro lugar dentro de 24 horas. Olin-Pin pagou imediatament5e os 1000 ienes prometidos a cada e foi dormir feliz, envolvido em lençóis de seda e adorável silêncio, Mas no dia seguinte acordou sobressaltado, os ouvidos estourando com o mesmo barulho de sempre. E quando ia reclamar indignadamente pela quebra de contrato, verificou que não tinha o que reclamar. Os dois ferreiros tinham cumprido fielmente o que haviam prometido. Ambos tinham se mudado. O ferreiro da direita tinha se mudado pra esquerda, e o da esquerda tinha se mudado pra direita.
MORAL: CUIDADO QUANDO A ESQUERDA E A DIREITA ESTÃO DE ACORDO
Fui à minha estante e pincei o livro 100 fábulas fabulosas. Como são fabulosas, transcrevi a primeira.
FERNANDES, Millor. 100 FÁBULAS FABULOSAS. 5.ed. Rio de Janeiro, Record, 2009.
Abraços, minha amiga!
Realmente... Estou estupefacta com este final de génio, amigo José Carlos. Quem diria que o capitalista chinês iria ser ludibriado pelos operários da indústria de ferraria?
Eliminar(esta é a minha ilação que não tem propriamente nada a ver com esquerda e direita... volver. 😄 )
Grande Millôr Fernandes!
Abraços grandes, meu Amigo.
Lembro-me que no Diário Popular Millôr Fernandes tinha uma página inteira onde escrevia e desenhava, simplesmente genial.
ResponderEliminarUm abraço.
Sim, efectivamente, o escritor colaborou em vários jornais e revistas, tanto nossos como no seu país, com as suas célebres "tirinhas" de desenhos humorísticos, quase sempre satirizando o momento político-social. Um génio, mesmo.
EliminarObrigada.
Um abraço.
Conheço bem a poesia de Millôr Fernandes.
ResponderEliminarEscolheste bem o poema, porque a luta de classes continua
Beijinhos amiga Janita
Só que esta é uma luta sui generis, Manu. :))
EliminarBeijinhos, Amiga.
Oi amiga
ResponderEliminarPassando para deixar um abraço , ainda familiarizando com os contrários que não são poucos .Lá é dia , aqui noite e calor forte por lá e metida em casacos por aqui. Mas, estou feliz com a família europeia rs
Aqui nesse nosso meio lembro bem da frase de Millor Fernandes_ 'Quão admiráveis são as pessoas que não conhecemos bem' _Que assim seja Janita , e quem sabe um dia nos admiremos de perto rsrs
_ (já com saudade, pincelando umas manhãs de Genebra.)
Um abraço e beijinhos
Olá, querida Lis!!
EliminarMitigando um pouco essa já enorme saudade, amiga?
Fazes bem em não te afastares por demasiado tempo. Nós também já tinhamos saudades tuas.
Millôr, sempre oportuno! Quem não conhecemos bem parecem-nos como aquele admirável mundo novo, né? Perfeitas e sem mácula.:))
Grata pela visita, e vê se aproveitas bem a estadia aí pela Suiça porque o resto do mundo está em polvorosa.
Beijinhos, amiga Lis.
Millôr para sempre Janita.
ResponderEliminarUma partilha bonita para a apresentação dele aos que não conhecem. Figura fundamental para a criação do PASQUIM (1968), que tanto trabalho deu para a Dita militar no Brasil e relendo Pasquim parece que nada mudou.
Gostei de vê-lo aqui reverenciado com uma pérola de sua criação.
Carinhoso abraço amiga.
Um bom fim de semana.
De sempre e para sempre, Millôr Fernandes será o Maior, sem dúvida, amigo Toninho.
EliminarHá coisas que são imutáveis. Umas, felizmente, outras para desdita da Humanidade.
Muito grata por suas enriquecedoras visitas, querido amigo.
Feliz fim-de-semana e um grande abraço meu.
Humor fino, requintado, verrinoso.
ResponderEliminarBeijinhos, bfds
Único no seu género, Pedro.
EliminarGrande, de pensamento e de coração.
Beijinhos, bom fim-de-semana.
Já li muito deste grande Sir e o que mostras é prova cabal da sua poesia com imensa ironia que de facto não é para todos. Adorei!
ResponderEliminarNão conheço Munique mas a foto está magnífica.
Beijocas e um bom dia